Teólogos exigem “reavaliação” sobre Judas Iscariotes
Judas Iscariotes entrou para a história como traidor. O relato bíblico não deixa dúvidas que sua condição mais do que política era espiritual. Em João 13:2 e Lucas 22:3 lê-se que ele foi influenciado pelo Diabo para fazer o que fez. Mesmo assim, o documentário In The Footsteps Of Judas [Nos Passos de Judas], que vai ao ar pela influente rede BBC na Páscoa, tenta mostrar que vários teólogos, incluindo bispos anglicanos querem “redefinir” o papel do apóstolo. O reverendo Nick Baines, bispo de Leeds, comentou que se sente “um pouco triste” por Judas. Para ele, a decisão de trair “foi definitivamente mais complicada” do que parece. Por causa disso, a imagem de Judas foi “vendida errada” por 2.000 anos. “Eu acho que é possível olharmos com distanciamento e questionar o que realmente estava acontecendo com Judas – se ele foi um traidor ou somente um bode expiatório”, provoca. A pastora Kate Bottley, que apresenta o documentário, afirma que examinou todas as teorias sobre o que levou o apóstolo a trair seu mestre Jesus por 30 moedas de prata. Uma das teorias é que Judas seria um “revolucionário dedicado”, que via Jesus como um messias político relutante. Sua intenção ao procurar as autoridades seria provocar uma revolta popular contra o domínio romano na Judeia antiga. Bottley defende que Judas não deveria ser visto somente como um traidor, mas também como um reflexo da condição humana. Para ela, “há algo mais neste personagem além do beijo e de sua traição”. Insiste que todos os apóstolos erraram, “pois eram todos seres humanos e todos nós somos um pouco confusos”. Ela acrescentou: “O que Judas fez não foi certo, mas acho que ele segura um espelho muito importante para vermos nossa própria condição humana”. Segundo o material de divulgação da BBC, a viagem de Kate Bottley visita os principais lugares de Jerusalém, para tentar responder “Por que Judas traiu o seu Mestre?” e “Se Jesus morreu por todos os nossos pecados, Judas estaria excluído desse perdão?”. |