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Enviado por alexandre em 01/04/2016 08:41:56

Catando milho

Postado por Magno Martins

Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro do primeiro governo de Lula, será o candidato do PDT à sucessão de Dilma

Ricardo Noblat

É dura a vida da presidente de um governo em queda livre, e dos que ainda se empenham em sustenta-lo. Catam votos contra o impeachment como galinhas catam no terreiro qualquer coisa para comer.

Dão como catados pelo menos nove dos 13 votos do PTN em troca da Fundação Nacional da Saúde, entregue de porteira fechada ao partido.

Porteira fechada quer dizer: todos os cargos ali serão preenchidos por indicação unicamente do PTN.

O PP, dono de pouco menos de 60 votos, foi tentado com a oferta do Ministério da Educação – recusou-a. O PP quer ministério do tipo “diretoria que fura poço”.

Foi o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE) quem cunhou a expressão “diretoria que fura poço” para indicar a diretoria da Petrobras desejada por seu partido no primeiro governo Lula.

O governo tenta, agora, o PP com o Ministério da Saúde. O dos Transportes já é dele. O PP decidirá o que fazer na próxima semana.

Está saindo barato a compra dos votos dos deputados do Amapá. Seis já se acertaram com o governo. Dois ainda hesitam.

Dono dos Correios e do Ministério das Comunicações, o PDT prometeu entregar ao governo de 10 a 12 dos seus 20 votos.

Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro do primeiro governo de Lula, será o candidato do PDT à sucessão de Dilma. Imagina que acabará sendo também o candidato do PT.

O Paraná tem 29 deputados. No momento, 21 são favoráveis ao impeachment, quatro são contra e quatro se dizem indecisos. Aceitam ofertas.

Dos 53 deputados mineiros, por ora o governo acha que conta com 9 ou 11 para derrotar o impeachment.

Dos 22 votos do PRB, o deputado Celso Russomano, candidato a prefeito de São Paulo, jura que apenas dois votarão com o governo.

A Rede, de Marina Silva, tem cinco deputados. Marina defende a realização de uma nova eleição presidencial, este ano.

Dos cinco deputados, três já anunciaram seus votos a favor do impeachment. Um está calado. O outro votará contra.

Reprise perigosa

Postado por Magno Martins

Blog do Kennedy

Em solenidade no Palácio do Planalto, a presidente Dilma sugeriu que um eventual governo do PMDB tiraria direitos dos trabalhadores.

Dizer que um eventual governo Temer jogará a conta da correção dos erros econômicos da gestão Dilma sobre os ombros dos mais pobres é uma repetição do discurso que a presidente fez contra Aécio Neves na eleição de 2014. Deu certo naquela época.

Depois, a presidente tentou aplicar a receita que negava quando nomeou Joaquim Levy para a Fazenda. Por incompetência, não bancou Levy e voltou a adotar uma política que já mostrou que deu errado.

Essa estratégia é irresponsável do ponto de vista político e econômico. A presidente sabe que o caminho atual só produzirá mais desemprego e que será necessária uma correção de rumos. Dilma sabe que não haverá saída sem sacrifícios.

Mais: se a estratégia atual der certo e Dilma impedir o impeachment, os problemas da economia não desaparecerão, e ela terá menos capital político para enfrentá-los de verdade com um discurso desse tipo. É uma jogada arriscada, porque eleva o boicote dos empresários e do mercado financeiro ao atual governo. E isso tem influência sobre os deputados e senadores que apreciarão o impeachment.

Lula corteja PSB e minimiza saída do PMDB

Postado por Magno Martins

Folha de .Paulo - Cátia Seabra

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou, nesta quinta-feira (31), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) em busca de apoio ao governo de Dilma Rousseff. Na conversa, Lula disse que não se deve "supervalorizar" a saída do PMDB da base governista.

Segundo Bezerra, Lula lembrou que, em seu primeiro mandato, chegou a obter mais de 40% dos votos de peemedebistas mesmo quando o PMDB não participava formalmente do governo.

O ex-presidente, articulador político informal do governo, disse também que ouviu de "amigos peemedebistas" reclamações quanto à maneira com que foi conduzido o anúncio de ruptura do PMDB com o governo.

A decisão estava prevista para o dia 12 de abril, mas foi antecipada para a última terça-feira (29).

Ainda de acordo com o senador pernambucano, Lula elogiou a atuação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a quem chamou de amigo. Renan tem se manifestado publicamente contra o rompimento.

Na expectativa de assumir a Casa Civil na semana que vem, Lula disse a Fernando Bezerra que vai procurar oficialmente o PSB, partido que foi da base aliada de Dilma até 2013 –o próprio senador ocupou a pasta da Integração Nacional no primeiro mandato da presidente. Ele fez a promessa após ouvir a avaliação de que a bancada do partido deverá, em sua maioria, votar pelo impeachment de Dilma.

Lula disse, então, que sua disposição é buscar todas as forças da sociedade com vistas à recuperação da economia. Ainda segundo o senador, Lula afirmou que procurará até o PSDB, hoje o principal partido de oposição a Dilma. Mas só depois da votação do pedido de impeachment no Congresso.

A Fernando Bezerra, Lula disse está confiante das chances de derrota da tese do impeachment no plenário da Câmara e que procurará o PSDB depois dessa vitória no Congresso.

Depois do rompimento do PMDB, a equipe da presidente Dilma Rousseff tem passado a oferecer ministérios e cargos que estavam nas mãos de peemedebistas para partidos como PP, PR, PSD e PTN, na tentativa de conseguir votos favoráveis dessas legendas para barrar a abertura de um processo de impeachment na Câmara.

Na conversa com o senador do PSB, Lula também fez um mea culpa. Afirmou que nunca antes na história o país atravessou dois anos consecutivos com PIB negativo e que Dilma deveria ter atuado com maior vigor para a recuperação econômica. Ele também lamentou o afastamento do PT com o PSB, seu aliado histórico.

"Lula disse que sua tarefa é unir forças da sociedade para a retomada do crescimento e da confiança da população", contou Fernando Bezerra.

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