Mais Notícias : Políticos e militares estão devendo
Enviado por alexandre em 01/04/2016 08:43:15

Políticos e militares estão devendo

Postado por Magno Martins

Carlos Chagas

Completaram-se esta semana cinquenta anos de fundação do PMDB, no começo sem o “P”, condenado a ser oposição até o desaparecimento do regime militar. Quando de seu aparecimento, o partido quase não apareceu: a lei celerada – o AI-2, baixada pelo marechal Castello Branco – exigia determinado número de senadores, para que pudesse funcionar. Como a maioria deles optou por ingressar na legenda dos militares, faltaram dois. Envergonhados pela sombra do partido único, os donos do poder manobraram para que dois senadores inscritos na ARENA mudassem de lado, saindo da situação e inscrevendo-se na oposição. Consumou-se a farsa. Tratou-se de escolher o presidente do novo partido, por causa disso mesmo o general e senador Oscar Passos, do Acre, herói da Força Expedicionária Brasileira.

Com as eleições de 1966, o bravo velhinho perdeu nova eleição para o Senado, assumindo o vice-presidente, deputado Ulysses Guimarães, que dali em diante reinou absoluto, apesar de perseguições, eleições indiretas, senadores biônicos, cassações, prisões e outros horrores que duraram até o retorno à democracia.

A passagem dos cinquenta anos vem sendo marcada por todo o tipo de comemorações, com o PMDB, faz muito, tendo-se tornado o maior partido nacional. Só foi marcado por uma ausência: esqueceram o senador Oscar Passos. De volta das batalhas na Itália, acabou entrando na política. Foi para o PTB e a oposição, até que perdeu sua primeira eleição, no MDB, décadas depois.

Naqueles idos, vivendo de aposentadorias, passou dificuldades. Ulysses Guimarães preocupou-se com o futuro do antecessor e procurou o único governador do ainda MDB, Chagas Freitas, da Guanabara, capaz de nomeá-lo para algum cargo. O diabo é que tratava-se de um traidor. De oposicionista, Chagas Freitas não tinha nada, pelo contrário. Até o mais feroz dos ministros do Exército, o general Orlando Geisel, compareceu à sua posse. Assim, como governador, nem ligou para o pedido do “presidente” de seu partido. Alegou como serviço prestado aos militares haver deixado o primeiro chefe da oposição terminar a vida em dificuldades.

Esses cinquenta anos de lutas do PMDB bem que mereceriam, se não homenagens, ao menos lembranças dos companheiros de Oscar Passos. Aliás, tanto dos políticos quanto dos militares.

Serra: se militares fossem mais fortes haveria golpe

Postado por Magno Martins

O senador José Serra (PSDB-SP) afirmou nesta quinta-feira, 31, que uma intervenção militar do Exército na vida política do País só não aconteceu ainda porque os militares não têm mais a mesma força de antes.

"A situação à época do golpe de 1964 era menos complexa do que a atual (...) Se o Exército brasileiro ainda tivesse a força que tinha naquele momento, não tenha dúvida de que já teria tido uma militarização no país", afirmou o senador tucano, durante participação no 4º Seminário Luso-Brasileiro de Direito, em Lisboa. O evento é organizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e contou com a participação dos principais articuladores do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"A principal diferença entre o cenário atual e o daquela época é que não temos mais um Exército que se apresente como uma força política nos últimos 30 anos. O setor militar esteve ausente e, se Deus quiser, vai continuar ausente da política brasileira".

O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, já declarou em várias ocasiões que reprova o clamor de alguns manifestantes por nova intervenção militar no País. "Eu acho lamentável que, num país democrático como o Brasil, as pessoas só encontrem nas Forças Armadas uma possibilidade de solução da crise", declarou Villas Bôas (leia mais).

Serra voltou a defender a saída da presidente Dilma. "Se mudar o governo vai haver um clima econômico a curto prazo mais favorável, pelas mudanças das expectativas. Mas esse novo governo vai ter de oferecer uma perspectiva também de médio e longo prazos", afirmou, sobre um eventual governo do vice Michel Temer. (BR247)

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