Quem Dilma nomeia para escapar do impeachment
Blog do Noblat
O ex-senador paraense Luiz Otávio Campos (PMDB) foi nomeado, ontem, por Dilma para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq).
Ela atendeu a um pedido do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), dono de três votos contra o impeachment: o dele, o do filho Helder, deputado e Ministro dos Portos, e o da ex-mulher de Jáder, Elcione, deputada também.
Campos fez carreira política no Pará, onde foi secretário de Transportes. Acusado de corrupção, chegou a ser preso e jogado de cuecas na Central de Polícia por ordem do então governador Jader Barbalho (1991-1994).
Eleito senador pelo PP em 1998, Campos vingou-se de Jader da tribuna do Senado. Num discurso inflamado, chamou Jader de "corrupto", "bígamo" e "incestuoso".
Incestuoso porque Jader traiu sua então mulher, Elcione, com a sobrinha dela, Marcia Centeno, com quem se casou mais tarde. Ainda criança, Márcia fora "dama de honra" do casamento de Jader com Elcione.
Recentemente, Campos reconciliou-se com Jader, filiou-se PMDB, disputou em 2014 o mandato de deputado federal e ficou como primeiro suplente do partido.
Antes, em 2012, Campos havia sido condenado pela Justiça Federal do Pará por desvio de recursos públicos: R$ 12 milhões, em valores corrigidos para os dias atuais.
O caso é antigo. Campos, a partir de 1992, começou a ser investigado pelo Ministério Público Federal. À época, ele era um dos donos do Grupo Rodomar.
Segundo a denúncia dos procuradores da República, a empresa conseguiu um financiamento do BNDES para construir treze balsas encomendadas pelo Estaleiros Bacia Amazônica.
As balsas nunca foram construídas, e o dinheiro acabou embolsado por Campos para pagar dívidas da sua empresa.
Os três votos da família Barbalho contra o impeachment não serão pagos, apenas, com a nomeação de Campos para diretor-geral da Antaq. Jáder quer que o filho permaneça no governo como Ministro dos Portos.
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