PF tem prova de que Lula atendeu pedido de lobista
O ex-presidente Lula com o então presidente do México, Felipe Calderon (Foto Omar Torre –AFP)
E-mail recuperado pela Lava Jato é novo indício de tráfico de influência do ex-presidente
Època - Daniel Haidar
Em um ato rotineiro, em dezembro de 2009 Cleantho de Paiva Leite Filho, diretor comercial da Braskem no México, enviou um e-mail pedindo ajuda a Roberto Prisco Ramos, seu colega de trabalho na empresa petroquímica controlada pela empreiteira Odebrecht. Naquele fim de ano, ao saber do teor da conversa, Ramos rapidamente encaminhou o pedido a outro colega, mais bem posicionado para resolver a questão, chamado Alexandrino Alencar. Diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino tinha os contatos certos. “Preciso de sua ajuda em relação a este tema. Dar uma força para que LILS aceite um convite especial do Calderon e vá ao México no início de fevereiro”, dizia o texto de Ramos. Alexandrino era o homem da empresa designado para as relações com LILS – hoje a sigla que denomina uma conhecida empresa de palestras; na ocasião, era a sigla para Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da República.
Em miúdos, a Odebrecht queria muito que LILS – para ela; presidente Lula, para os brasileiros – estivesse no México com o então presidente do país, Felipe Calderón, em uma reunião para assinatura de um contrato da Braskem com a mexicana Idesa. O acerto previa a construção de um complexo petroquímico de US$ 5,2 bilhões em Coatzacoalcos, no Estado de Veracruz. A presença de Lula daria um peso especial ao negócio, de grande interesse da empresa brasileira. Dois meses depois, nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2010, Lula esteve no México para a 2a Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento. No dia 23, Lula teve uma reunião com Calderón, na qual o principal resultado foi a comemoração da assinatura do contrato entre a Braskem e a Idesa.
A caixa de e-mails de Alexandrino havia sido apagada, mas foi recuperada graças a uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, motivada pela Lava Jato. Os dados foram enviados à PF no início de março. “O e-mail supra aponta indícios de que Luiz Inácio Lula da Silva era incentivado a atender compromissos de interesse do Grupo Odebrecht ainda quando ocupava a cadeira de presidente”, diz o relatório da polícia enviado ao juiz Sergio Moro e obtido por ÉPOCA. O texto curto constitui um novo elemento na investigação sobre a suspeita de que Lula fez tráfico de influência para a Odebrecht – não só após deixar o cargo, mas desde que era presidente da República.
Saiba mais: PF acha prova de que Lula, presidente, atendeu a pedido de lobista da Odebrecht
Dilma pede diálogo e contesta editorial do Globo
O Blog do Planalto contesta o editoral desta sexta-feira (1º) do jornal O Globo:
O direito à opinião é um princípio inalienável de toda democracia digna do nome. As opiniões dos jornais, expressas em seus editoriais, reafirmam diariamente o exercício desse direito. O equívoco começa quando a opinião se baseia em informações enviesadas, erros ou simplesmente desinformação.
O Globo erra na edição impressa desta sexta (1º de abril) ao afirmar em editorial que a presidenta Dilma Rousseff reconforta seu espírito “ao encher os salões do Planalto com representantes de movimentos sociais sustentados com dinheiro público”. E erra naquilo que é mais caro à imprensa: a informação.
Este governo não sustenta movimentos sociais.
Este governo, assim como o do ex-presidente Lula, caracteriza-se por manter as portas do Palácio abertas a todos que queiram dialogar. Talvez a dificuldade de compreender que uma das características do governo federal seja essa, do diálogo, tenha sido a origem da confusão. Seja com sem terras, sem tetos, quilombolas, sindicalistas ou artistas – como aqueles que quinta-feira estiveram no Palácio defendendo a democracia – o governo está aberto ao diálogo para enfrentar os problemas nacionais e construir um país melhor.
Além de não sustentar com dinheiro público os que estiveram presentes à cerimônia de lançamento da terceira fase do Programa Minha Casa Minha Vida, quarta-feira, é preciso ressaltar que eles são os principais interessados na iniciativa que já beneficiou quase 10 milhões de brasileiros.
Olhar por estes brasileiros é tão importante quanto conceder subsídios à indústria para gerar mais empregos.
Bastava perguntar aos movimentos como chegaram a Brasília. Gente como Graça Xavier, por exemplo, que veio em ônibus alugado pela União Popular por Moradia: “Nos mantemos com contribuições do processo de filiação”. Ou Aristides Veras dos Santos, secretário de Finanças e Administração da Contag: “Somos sustentados pelos nossos dez milhões de associados”. (Brasil 247)
Contraofensiva: algum fôlego para o governo Dilma
Blog do Kennedy
O governo esperava que as manifestações de anteontem fossem maiores do que as realizadas no dia último dia 18. Os atos em Brasília e no Rio de Janeiro foram mais significativos, mas o de São Paulo, menor.
De qualquer forma, esses eventos ajudam Dilma a mostrar que uma parcela da sociedade civil resistirá ao impeachment e a um eventual governo Temer.
A presidente também considerou uma vitória o apoio de artistas e intelectuais ontem em cerimônia no Palácio do Planalto. A ida de Chico Buarque ao evento do Rio foi importante, porque ele tem sido um aliado constante dos governos petistas. Chico foi convidado a ir a Brasília, mas preferiu evitar o palácio e deu apoio na rua no Rio de Janeiro.
Numa hora de dificuldade, é claro que esse conjunto dá algum fôlego ao governo. Reforça a presidente na semana em que ela desencadeou uma contraofensiva após o rompimento do PMDB.
A ideia de Dilma e de seus ministros é mostrar que aos deputados e senadores que teria base política para resistir ao impeachment e capital social para não dar trégua a um eventual governo Temer. Ou seja, que Temer seria incapaz de estabilizar o país porque movimentos sociais combateriam duramente a política econômica do PMDB
Governadores e prefeitos esboçam caravana de Dilma
Leandro Mazzini - Coluna Esplanada
Governadores e prefeitos estão auxiliando o Planalto no mapeamento de cidades e capitais por onde passará a caravana anti-impeachment liderada pela presidente Dilma.
A ordem é riscar do trajeto locais onde a petista possa enfrentar protestos.
Enquanto isso, Dilma demitiu o segundo apadrinhado direto de Michel Temer no Governo. O diretor da Companhia Nacional de Abastecimento Rogério Abdalla.
Em novembro de 2013, quando a Conab foi alvo da PF e CGU, Rogério Abdalla e o Diretor de Abastecimento, Marcelo Melo, foram vistos em Miami.
Antônio Henrique de Carvalho, presidente da Fundação Nacional de Saúde e apadrinhado de Temer, foi exonerado por Dilma no último dia 24.
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