Impeachment: 261 votos na Câmara; contra 117
O Estado de S.Paulo - Gabriela Caesar e Valmar Hupsel Filho
A menos de duas semanas da data estimada para a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, 261 deputados afirmaram ao Estado que votariam a favor da abertura do procedimento e 117 se posicionaram contra. Nove não quiseram se manifestar, 55 disseram estar indecisos ou preferiam esperar a orientação partidária e 71 integrantes de 15 siglas não foram localizados.
Para a abertura do processo de impeachment na Câmara são necessários 2/3 do plenário: 342 votos. Para arquivar o processo o governo precisa do apoio de 171 deputados, entre votos a favor, faltas e abstenções. Entre os que querem o impeachment já se fala em estender a sessão, que deve ocorrer até o dia 15, se não houver recurso do governo, até o domingo. O objetivo é atrair mais atenção da população para uma batalha que os números mostram estar acirrada e ainda em aberto.
Nos últimos quatro dias, o Estado provocou deputados individualmente para que, de maneira informal e com a opção de que os nomes poderiam ficar em sigilo, expusessem como se posicionariam se a votação fosse no dia da entrevista. A consulta se concentrou nos partidos que não fazem parte do núcleo duro do governo (PT e PC do B) nem da oposição (PSDB, DEM, PPS e SD). “Uma consulta agora pode trazer a fotografia do momento, mas se as mesmas perguntas forem feitas na semana que vem, o resultado talvez seja diferente. Este processo será decidido às vésperas da votação”, disse o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), ele mesmo declaradamente favorável ao impeachment.
Impeachment: "despejo" de Dilma não tem base legal
Veja - Radar On-line - Vera Magalhães
Caso a Câmara autorize e o Senado abra o processo de impeachment de Dilma, que a afastaria por até 180 dias, a presidente deve continuar morando no Palácio da Alvorada.
Parlamentares pró-impeachment sustentam que ela teria de deixar a residência oficial, mas técnicos do Legislativo sustentam que não há regulamentação sobre isso.
Como no período de afastamento a presidente não perde o mandato, não haveria base legal para o “despejo”.
Delação: ex-petista André Vargas vai contar o que sabe
Josias de Souza
Condenado pelo juiz Sérgio Moro a 14 anos e 4 meses de cadeia, o ex-deputado petista André Vargas cogita se alistar na tropa de delatores premiados da Lava Jato. Ele tem o que dizer. Antes de se desligar do PT, foi secretário nacional de Comunicação da legenda, que o indicou para a vistosa poltrona de vice-presidente da Câmara.
Em notícia veiculada no jornal Valor, o repórter André Guilherme informa que investigadores da força tarefa da Lava Jato têm interesse em ouvir o que Vargas tem a dizer. Para que a delação resulte em prêmios como a redução de pena, o segredo a ser compartilhado precisa valer a pena. Não basta confirmar o que já foi descoberto.
O interesse em virar delator foi informado aos investigadores pela defesa de Vargas. Procurados, seus advogados preferiram não comentar o assunto. Vargas não é nenhum Delcídio Amaral. Mas sua eventual delação não será inofensiva.
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