Temer larga mal nas redes sociais
Monitoramento feito pela Hekima revela que 84% das postagens que citavam o peemedebista na semana passada eram desfavoráveis a ele
Da Veja On line
O vice-presidente Michel Temer pode ser alçado à Presidência graças ao eventual impeachment de Dilma Rousseff. Falta combinar com a população. Monitoramento de redes sociais feito pela empresa de big data Hekima, em parceria com VEJA, na semana passada, revela que entre as dezenas de milhares de posts citando Temer cerca de 84% foram desfavoráveis ao vice. O monitoramento foi realizado entre 0h da segunda-feira e 13h59 da quinta. Foram coletadas 38.243 mensagens do Twitter e Facebook (posts públicos). Vale lembrar: na terça-feira, o PMDB anunciou seu "desembarque" do governo, o que colocou Temer no foco da disputa política, fazendo aumentar o número de comentários sobre o peemedebista e motivando até a criação da hashtag #RenunciaTemer.
Confira os resultados do monitoramento no quadro abaixo.
Outra análise feita pelo monitoramento ajuda a iluminar as razões da insatisfação com Temer. Pouco mais de metade (54%) das postagens foi dividida de acordo com sete temas predominantes expressos nos textos: 1. críticas de personalidades políticas (32% dos posts classificados por tema), muito compartilhadas pelos usuários das redes; 2. críticas ao comportamento de Temer (28%), chamado de "conspirador", entre outras denominações desabonadoras, e atacado por dilmistas e antidilmistas; 3. críticas à suposta incoerência do vice (18%), que permaneceu vice a despeito de seu partido romper com Dilma; 4. previsões agourentas para o "Temer presidente" (10%); 5. ataques ao PT (6%); 6. apoio a Temer (só 4%); 7. outros assuntos (2%).
A predominância do "sentimento negativo" relativo a Temer coincide com pesquisa de opinião realizada em 13 de março, data dos últimos grandes protestos contra o governo pelo país. A sondagem, realizada na avenida Paulista, foco do ato paulistano, apontou que 96,8% dos manifestantes queriam dizer "adeus" a Dilma, mas apenas 11% gostariam de substituí-la pelo peemedebista. Para o lugar deles, 78% queriam um novo nome, escolhido em nova eleição.
O monitoramento em redes sociais desta semana também classificou as postagens de acordo com idade, sexo e localização dos autores dos posts. Entre as 38.243 mensagens coletadas, foi possível identificar 26.108 quanto à faixa etária, 17.550 quanto ao sexo e 11.539 quanto à localização geográfica. Não há, contudo, grandes variações de humor em relação a Temer nos subgrupos. As críticas são generalizadas.
Para o monitoramento, foram coletados posts que continham os termos "Michel Temer" e "vice-presidente", publicados juntos ou separadamente. Para a chamada "análise de sentimento", foi usado um método híbrido, que inclui análise humana e feita por inteligência artificial. O objetivo da análise automática é simular a leitura humana e permitir a avaliação de milhares e até milhões de postagens em um curto espaço de tempo.
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