Dilma promete pagar depois para estimular fidelidade
Postado por Magno Martins
Temer evita entrar no ringue; governo quer mapa de votos na Câmara
Blog do Kennedy
Ao prometer entregar ministérios a aliados depois da votação do impeachment no plenário da Câmara, a presidente Dilma Rousseff quer obter o mapa para recompensar os solidários. Dilma avalia que assim estimulará a fidelidade na votação do impedimento no plenário da Câmara.
O governo decidiu inverter o jogo de oferta de cargos e verbas. Quer ver com quem pode contar e a quem deverá entregar ministérios. Em vez de pagar adiantado, está prometendo que aqueles que forem fiéis numa hora difícil terão participação no governo.
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PMDB dobra aposta
Ao se licenciar do comando do PMDB e passar o bastão ao senador Romero Jucá (RR), o vice-presidente Michel Temer decidiu não subir no ringue para o qual estava sendo chamado pelo governo e pelo ex-presidente Lula.
Como vice, se o impeachment for aprovado, precisará ter pontes políticas com quem hoje o critica. Não ficaria bem bater boca com Lula e petistas.
O senador Jucá foi escalado, então, para responder e fazer um debate público aberto em defesa do impeachment de Dilma como solução para crise. Ou seja, a maioria do PMDB dobra a aposta na queda presidente.
A lógica do atropelo
Postado por Magno Martins
Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
Pilotada pelo réu Eduardo Cunha, a comissão do impeachmentpisou no acelerador. A ordem é apressar ao máximo a votação da denúncia contra Dilma Rousseff. O relator Jovair Arantes deve apresentar parecer pela cassação nesta quarta, cinco dias antes do previsto.
O atropelo não é fruto de pressão das ruas ou dos empresários que pedem um desfecho rápido para a crise. Cunha tem pressa porque quer reduzir as chances de salvação do governo. Isso parecia impossível, mas voltou a ser cogitado em Brasília.
Três fatores deram fôlego a Dilma: as manifestações em defesa de seu mandato, que romperam a paralisia da esquerda; a divisão do PMDB, cujos ministros se recusam a deixar o governo; e o avanço das negociações com outros partidos. Nesta terça (5) o feirão de cargos motivou um inusitado protesto do deputado Paulo Maluf, que se disse indignado com a barganha.
Ainda não se pode afirmar se o Planalto conseguirá virar o jogo, mas a sensação geral no Congresso é de que a batalha embolou. Nas duas trincheiras, poucos deputados arriscam dizer se a oposição alcançará os 342 votos para afastar Dilma.
Cunha e seu aliados têm mais um motivo para a pressa. Eles querem votar o pedido de impeachment antes que o STF decida o futuro de Lula. A posse do ex-presidente na Casa Civil está suspensa por liminar de Gilmar Mendes. Já se passaram quase três semanas, mas o ministro ainda não submeteu a decisão ao plenário.
Se Lula voltar ao palácio com plenos poderes, aumentam as chances de Dilma se salvar. Daí o atropelo dos deputados que querem encerrar o assunto a jato, mesmo que para isso precisem trabalhar num domingo.
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Líder nas pesquisas, Marina Silva presta um favor a si mesma quando defende a antecipação das eleições presidenciais de 2018. Ela prestaria outro favor, desta vez aos eleitores, se parasse de repetir que "não sabe" se será candidata de novo.
O país despenca em meio ao caos
Postado por Magno Martins
Carlos Chagas
Como Advogado Geral da União, José Eduardo Cardoso brilhou. Quer dizer, alinhou profundos argumentos jurídicos para afastar da presidente Dilma a sombra do impeachment. O problema é que deveria ter atuado como ministro da Justiça que não é mais. Traduzindo: a batalha pelo afastamento de Madame é essencialmente política. Chegou à reta final, ou seja, tornou-se inevitável, quando o vice-presidente Michel Temer escreveu estranha carta de rompimento com a presidente. Entraram em campo as alegações políticas, as disputas por espaços de poder, acima e além de supostas discussões doutrinárias, que foram para o banco.
Sendo assim, por maiores elogios dedicados à defesa jurídica feita pelo novo Advogado Geral da União, está em pauta a questão política, de saber quem vai formar e mandar no governo. Os adversários da presidente utilizaram o impeachment por mera comodidade, como instrumento capaz de desalojá-la da capacidade de empalmar o poder. Reagiram por sentir-se alijados da capacidade de nomear ministros e de participar da definição de políticas públicas. Por isso escolheram as armas e o campo de batalha.
Optando pelos meandros da interpretação jurídica, José Eduardo Cardozo desviou o embate sobre quem deve dominar a administração nacional, se a presidente ou o vice-presidente da República, se o PT ou o PSDB. Foi aplaudido, mas deu a impressão de pretender utilizar as regras do jogo de basquete numa partida de futebol. Misturou os objetivos. Será derrotado no primeiro round.
O impeachment segue seu curso, apesar das dificuldades de Dilma reunir o número necessário de deputados para mantê-la no palácio do Planalto. Poderá perder na guerra dos números, não conseguindo reunir os 172 votos em condições de afastar seu impedimento temporário de 180 dias. Haverá um segundo tempo, é claro, no Senado. Conquistando 40 senadores, estará garantida, mesmo precisando enfrentar um interregno fora da sede do Executivo. Um vexame, mesmo alcançando a vitória no gesto final, coisa que poderá deixar as instituições em frangalhos.
Em suma, os batalhões pró-impeachment parecem muito mais numerosos, na Câmara. Se bastarão para afastá-la pelos 180 dias, é outra história. Enquanto isso, o país despenca em meio ao caos administrativo, econômico e político. Trocar ministros como quem muda de camisa nunca foi solução, muito menos quando não se liga para a capacidade dos infelizes.
CPI da CBF e Fifa mostra plano de trabalho
Postado por Magno Martins
A CPI da CBF e Fifa na Câmara dos Deputados deu mais um passo nesta terça-feira. Em reunião nesta tarde, foram apresentados o plano de ações e o plano de trabalho da comissão. Entre os assuntos que serão abordados pela CPI, estarão supostas irregularidades durante a realização da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014. Além disso, os parlamentares pretendem entender como funciona a negociação de direitos de transmissão dos jogos de futebol no país.
A intenção da CPI da Câmara é trabalhar em conjunto com a semelhante que já ocorre no Senado, que é presidida por Romário e tem reunião marcada para a tarde de quarta-feira. Há, inclusive, a possibilidade do compartilhamento dos documentos que já foram obtidos no Senado.
“Já há um requerimento neste sentido e deve ser votado nas próximas sessões”, explicou o presidente da CPI, deputado Laudivio Carvalho.
A reunião transcorreu sem maiores problemas. Houve algumas ponderações sobre pontos do texto do plano de trabalho, mas nada que atrapalhasse o bom andamento do encontro.
Em ritmo acelerado, a CPI na Câmara terá mais uma reunião na quinta-feira, às 9h30. Nesta sessão, a intenção é que já sejam apreciados alguns requerimentos, nesta que deve ser a primeira reunião deliberativa da comissão.
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