Em outro cenário, Marina tem 23%, Lula, 22%, Alckmin, 9%. Pesquisa foi feita em 7 e 8 de abril; margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Do G1, em Brasília
Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (9) pelo site do jornal "Folha de S.Paulo" mostra os percentuais de intenção de voto em quatro simulações da corrida presidencial de 2018.
Cenário 1 (com Aécio Neves): Lula (PT): 21% Marina Silva (Rede): 19% Aécio Neves (PSDB): 17% Jair Bolsonaro (PSC): 8% Ciro Gomes (PDT): 7% Luciana Genro (PSOL): 2% Michel Temer (PMDB): 2% Eduardo Jorge (PV): 1% Ronaldo Caiado (DEM): 1% Branco/nulo: 17% Não sabe: 5%
Na pesquisa anterior, divulgada em março, Marina tinha 21% dos votos, Aécio, 19%, e Lula, 17%.
Cenário 2 (com Geraldo Alckmin): Marina Silva (Rede): 23% Lula (PT): 22% Alckmin (PSDB): 9% Ciro Gomes (PDT): 8% Jair Bolsonaro (PSC): 8% Luciana Genro (PSOL): 2% Michel Temer (PMDB): 2% Eduardo Jorge (PV): 1% Ronaldo Caiado (DEM): 1% Branco/nulo: 18% Não sabe: 6%
Nesse cenário, na pesquisa anterior, Marina aparecia com 23%, Lula com 17% e Alckmin, 11%.
Cenário 3 (com José Serra): Marina Silva (Rede): 22% Lula (PT): 22% José Serra (PSDB): 11% Jair Bolsonaro (PSC): 7% Ciro Gomes (PDT): 7% Luciana Genro (PSOL): 2% Michel Temer (PMDB): 2% Eduardo Jorge (PV): 1% Ronaldo Caiado (DEM): 1% Branco/nulo: 18% Não sabe: 6%
Em março, nesse cenário, Marina tinha 24%, Lula, 17% e Serra, 13%.
Cenário 4 (com três candidatos tucanos): Lula (PT): 21% Marina Silva (Rede): 16% Aécio Neves (PSDB): 12% Sérgio Moro (sem partido): 8% Jair Bolsonaro (PSC): 6% Ciro Gomes (PDT): 6% José Serra (PSDB): 5% Geraldo Alckmin (PSDB): 5% Luciana Genro (PSOL): 2% Eduardo Jorge (PV): 1% Ronaldo Caiado (DEM): 1% Michel Temer (PMDB): 1%
No cenário com três candidatos tucanos, em março, os três primeiros colocados eram Marina e Lula, com 17% cada, e Aécio, com 14%.
O Datafolha informou que fez a pesquisa nos dias 7 e 8 de abril, com 2.779 entrevistados em 170 municípios.
Datafolha: cai apoio da população ao impeachment
Uma nova pesquisa Datafolha revela que caiu de 68% para 61% o percentual de brasileiros que se dizem favoráveis ao impeachment, entre 18 de março e 8 de abril.
Um dos motivos é a percepção crescente de que se trata de um golpe, uma vez que não há nenhum indício de crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff.
A pesquisa também serviu para confirmar a tese lançada pela Folha na semana passada, quando o jornal pregou a renúncia de Dilma como do vice-presidente Michel Temer – proposta apoiada por 60% no caso de Dilma e 58% no tocante a Temer. Se os dois renunciarem, como defende a família Frias, quem assume o comando do País é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), beneficiários de diversas contas em paraísos fiscais.
A queda do apoio ao golpe também se deve à mobilização de estudantes, sindicatos, movimentos sociais, professores, artistas, advogados e intelectuais.
Para o levantamento, foram realizadas 2.779 entrevistas em 170 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Queda de Dilma pode livrar Temer da Lava Jato
Folha de S.Paulo - Aguirre Talento e Márcio Falcão
Citado em delações da Operação Lava Jato, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) pode escapar das investigações contra si caso assuma a Presidência da República, na hipótese do afastamento de Dilma Rousseff.
Isso porque a Constituição prevê que o presidente não pode ser responsabilizado por "atos estranhos" ao exercício do mandato. Sob essa justificativa, o procurador-geral da República Rodrigo Janot rejeitou, no início do ano passado, abrir inquérito contra Dilma sob acusação de irregularidades nas contas da campanha eleitoral de 2010.
Dois procuradores que acompanham a Lava Jato ouvidos pela Folhaafirmaram que provavelmente será impossível investigar Temer, sob esse entendimento, enquanto ele ocupar a Presidência.
Ressalvam, porém, que será necessário analisar o caso concreto.
Atualmente a PGR (Procuradoria-Geral da República) analisa se vai incluir Temer no inquérito que investiga a atuação de uma organização criminosa na Petrobras.
A base para essa inclusão seria a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que afirmou que Temer deu "chancela" para indicação de ex-diretores da Petrobras envolvidos em irregularidades.
O vice nega. Quando foi tornada pública a delação de Delcídio, a assessoria de Temer informou que as indicações foram feitas pela bancada do PMDB da Câmara.
Marina quer Rede votando pelo impeachment de Dilma
Durante palestra em Chicago, nos EUA, a ex-senadora também pediu urgência na cassação da chapa Dilma/Temer no TSE
O Estado de S.Paulo - Altamiro Silva
A ex-senadora e líder do Rede Sustentabilidade, Marina Silva, defendeu hoje que seu partido vote a favor do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Apesar de defender uma posição do partido, Marina Silva afirmou que haverá liberdade de votação no plenário. Em rápida entrevista a jornalistas antes de fazer palestra em Chicago (EUA), na noite deste sábado, Marina também pediu urgência ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a chapa que elegeu a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer seja cassada.
No início da semana, a candidata à presidência derrotada na última eleição afirmou que o processo de impeachment "cumpre com a legalidade, mas não com a finalidade". Para ela, a saída de Dilma e Temer via TSE "é o caminho ético". Naquela oportunidade, o Rede ainda não havia declarado um posicionamento sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Hoje, a posição favorável ao impeachment foi oficializada por Marina.
Questionada sobre a divisão de seu partido para a votação do impeachment de Dilma, Marina disse que "talvez só o PT hoje esteja unido" e que o PSDB está completamente desunido. "Trabalhamos com um consenso progressivo", disse ela.
Leia mais: Marina Silva defende que parlamentares do Rede votem pelo impeachment de Dilma
No último círculo do inferno
Clóvis Rossi, - Folha de S.Paulo
Se Dante Alighieri fosse um cronista da realidade brasileira diria que o Brasil chegou ao último círculo do inferno.
Eu, que conheço a realidade brasileira melhor do que ele, temo que seja possível afundar ainda mais.
É o que insinua, por exemplo, a pesquisa do Datafolha sobre a posição dos deputados a respeito do impeachment: hoje por hoje, não há número suficiente nem para aprovar o afastamento de Dilma Rousseff nem para barrá-lo.
Se essa situação se mantiver na hora da votação em plenário, ficaríamos assim: a oposição sem força para derrubar o governo, por sua vez sem força para governar, em minoria no Congresso e na sociedade.
Por si só, já seria o penúltimo círculo do inferno, mas há que se acrescentar o panorama socioeconômico, caracterizado pelo que o banqueiro Roberto Setúbal define, adequadamente, como a maior recessão em um século e suas inescapáveis consequências (aumento do desemprego e da pobreza).
Desceríamos pois um degrau no inferno.
Segundo me diz gente do governo, o impeachment passará na comissão que o avalia. É natural: nela basta a maioria simples.
Já no plenário, sempre segundo o que se ouve no governo, a coisa está "infernalmente complicada".
Meu palpite, tão bom ou tão ruim quanto qualquer outro: repetir-se-á, no caso do impeachment, o que aconteceu na votação da emenda das Diretas Já, em 1984. A maioria votou pela emenda, mas faltaram 22 votos para que ela alcançasse os dois terços necessários.
Se esse palpite estiver certo, Dilma fica e, com ela, fica o inferno.
A oposição, enraivecida até o ódio, aliás devolvido pela situação, não se conformará e continuará na rua; Eduardo Cunha liberará outras propostas pelo impeachment; o processo de cassação da chapa Dilma/Temer será apressado por um TSE agora presidido por Gilmar Mendes, chefe da oposição no Judiciário.
Enquanto isso, fora da ruína que é o universo da política, a crise continuará corroendo a vida do brasileiro, até porque "o governo da economia é um assunto morto", como escreveu na sexta-feira (8) esse excelente Vinicius Torres Freire.
Continuará morto depois da votação do impeachment, mesmo com resultado favorável, porque, primeiro, a prioridade do governismo continuará sendo evitar a sua morte política e, segundo, porque já ficou demonstrado que não tem capacidade para reverter o infernal cenário econômico.
Mesmo na hipótese de que o impeachment passe, o que produzirá algum alívio entre agentes de mercado e líderes empresariais, o inferno não ficará para trás.
Primeiro porque Michel Temer, o sucessor, também será acossado por processos legais, entre eles o de seu próprio impeachment. E, segundo, porque o seu projeto econômico soa muito como o austericídio adotado na Europa e que provocou substancial devastação social.
Sem falar que Temer não tem o apoio social suficiente para comandar o país em situação infernal.
Repito: só eleição é o caminho. Talvez seja uma utopia, mas é sempre melhor que o inferno.
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