Onde está o restante do dinheiro?
Postado por Magno Martins
Ilimar Franco - O Globo
O equipe tarefa do juiz Sérgio Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal tem um grande desafio pela frente. Suas estimativas, amplamente divulgadas na mídia, são de que foram desviados em propina da Petrobras cerca de R$ 6 bilhões. Esse número não foi desmentido por nenhum dos acima citados. Devem ser verdadeiros, embora existam procuradores que falem em até R$ 10 bi.
O TSE informa que a campanha da chapa Dilma Roussef/Michel Temer custou R$ 56,2 milhões. Sendo que as empresas investigadas pela Lava-Jato contribuíram com R$ 33,7 milhões para a chapa. Mesmo que todo o dinheiro dessa campanha tenha vindo de propina, há ainda muito dinheiro desviado sem destinatário. Muito mesmo! Para onde foi essa dinheirama?
O TSE também informa que as campanhas de todos os candidatos no país custaram R$ 5,1 bilhões. Mas sempre é preciso lembrar que as investigadas não são as únicas doadoras e que outras empresas também são generosas em suas doações. Os números sugerem que a investigação Lava-Jato está muito longe do final e deve abranger todas as áreas de atuação dessas empresas.
Esses R$ 6 bi (projetados) podem indicar que alguns conteúdos das delações premiadas estão sendo omitidos por alguma das instâncias da investigação. Onde está todo esse dinheiro de propina? As cifras são astronomicamente superiores ao custo da campanha da chapa Dilma/Temer. Quais foram os demais candidatos, nos mais diversos escalões, que também receberam dinheiro, suspeito de ser fruto dessa propina? A novela está longe do seu final.
Os delatores deram informações sobre o conjunto da obra? Os fatos até agora conhecidos são fatos graves e indesmentíveis! A Justiça não será condescendente com os que praticaram crimes. É isso o que todos esperam. Mas será que todos os fatos vieram à tona? Se há mais ou novos fatos, quando serão tornados públicos?
Afinal, a equipe do juiz Sérgio Moro chega a achar que o petrolão pode ter relação com o assassinato do prefeito petista de Santo André (SP), Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002, um ano antes da posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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