O volume do setor de serviços encolheu 4% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta quarta-feira o IBGE. No acumulado em 12 meses, o resultado da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) registrou baixa de 3,7%. Neste ano, a queda é de 4,5%. O cálculo do volume é obtido descontando a inflação da receita nominal.
O resultado de fevereiro ficou no vermelho, mas foi menos acentuado do que nos dois meses anteriores, quando o setor encolheu 5% em cada um deles. Já a receita nominal registrou alta de 1,9% em fevereiro, enquanto no acumulado em 12 meses houve avanço 1,2%, de acordo com os dados do IBGE. Em 2016, o crescimento foi de 0,9%.
O IBGE registrou queda no volume de vendas em todos os segmentos pesquisados: serviços prestados às famílias (-1,4%); de informação e comunicação (-5,3%); profissionais, administrativos e complementares (-4,3%), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-2,0%) e outros serviços (-6,1%). Já o agregado especial das atividades turísticas registrou crescimento pelo segundo mês seguido: 1,3%, em fevereiro e 0,5%, em janeiro, contra queda de 1,6%, em dezembro.
Os serviços de informação e comunicação foi o segmento que mais impactou a taxa da PMS em fevereiro, puxando o dado para baixo em 2,2 pontos percentuais. Em seguida aparecem os serviços profissionais, administrativos e complementares, com influência de -0,8 ponto percentual. A terceira pressão de baixa veio de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-0,6 ponto percentual), acompanhada por outros serviços (-0,3 ponto percentual) e serviços prestados às famílias (-0,1 ponto percentual).
Depois de recuar 7,3% em dezembro e 4,1% em janeiro, os serviços prestados às famílias — como atividades esportivas, de lazer, lavanderias e cabeleireiros — desaceleraram ainda mais a queda, registrando baixa de 1,4% em fevereiro. Desde maio de 2014, este segmento mantém a série constante de variações negativas de volume. No ano, acumula queda de 2,9% e em 12 meses, de 5,5%. Os serviços de alojamento e alimentação caíram 2,7%, enquanto outros serviços prestados às famílias cresceram 6,4%.
RESULTADOS REGIONAIS
Na contramão do resultado nacional, Rondônia (16,5%), Roraima (9,8%), Distrito Federal e Mato Grosso (ambas com 8,2%) aparecem como as áreas com maior crescimento no setor de serviços em fevereiro. As maiores variações negativas no volume de vendas ficaram com Amapá (-18,3%), Amazonas (-18,1%) e Sergipe (-9,7%).
Já as atividades turísticas registraram crescimento em Distrito Federal (12,8%), Goiás (6,2%), Pernambuco (5,7%), Ceará (5,3%) e Rio de Janeiro (5%). Ficaram no negativo Paraná (-6,9%), Santa Catarina (-5,3%), Minas Gerais (-3,7%), Espírito Santo (-1,6%), Rio Grande do Sul (-1,1%), Bahia (-0,4%) e São Paulo (-0,3%).
O volume do setor de serviços encolheu 3,6% em 2015, o pior resultado da série histórica iniciada em 2012 e o primeiro a ficar no terreno negativo. No ano anterior, o volume de serviços encerrou 2014 com expansão de 2,5%. A receita nominal registrou alta 1,3% em 2015. Em 2014, o faturamento dos serviços avançou 6%.
O setor de serviços é um dos mais importantes na composição do Produto Interno Bruto (PIB), respondendo por cerca de 60% do chamado lado da oferta — formado também por indústria e agropecuária. Primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços no país, a PMS inclui as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores de saúde, educação, administração pública e aluguel imputado — o valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem os imóveis onde moram.
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