Com 23 anos de Polícia Militar o novo comandante-geral da PM, coronel Paulo César Figueiredo estipula como principal objetivo da segurança pública o trabalho preventivo e tem consciência do desafio de reduzir drasticamente o índice de criminalidade, sobretudo no interior do Estado, onde a violência vem ganhando espaço, como aponta o Mapa da Violência 2011 divulgado pelo Ministério da Justiça recentemente.
Em entrevista ao Diário da Amazônia, o coronel Figueiredo enfatiza as metas para fechar o cerco contra a criminalidade e vencer obstáculos, como déficit do efetivo e falta de valorização profissional.
Diário: Como o senhor avalia o índice de criminalidade no Estado? Cel. Figueiredo: Bom, primeiramente o índice de criminalidade no Estado realmente é alto, considerando o número de ocorrências. Nós assumimos o comando da corporação em janeiro. A partir deste momento passamos a trabalhar o planejamento de forma estratégica para fazer estagnação frente aos crimes mais violentos. Então nós passamos a planejar, inclusive de forma contínua, as nossas atividades. Hoje a Secretaria de Segurança Pública trabalha com cinco eixos principais, que vão nortear nosso trabalho, inclusive com a questão do trânsito. Esses cinco eixos são integração, inteligência, tecnologia, polícia comunitária, valorização profissional, que estamos desenvolvendo em conjunto com a polícia civil, Bombeiros, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Diário: E quais são as primeiras metas? Cel. Figueiredo:Já no início de janeiro desencadeamos a Operação Cerco Integrado, em nível de Estado, com todas as instituições estaduais de segurança pública e também o Ministério Público. Ela teve o objetivo de prevenção através da Polícia Militar, que é a polícia ostensiva; com o apoio da Polícia Civil, com mandados de prisão e de busca e apreensão. Foram cumpridos no Estado todo 173 mandados de prisão e de busca e apreensão. Este tipo de operação deve ser feito de forma periódica, não de forma contínua, mas com um intervalo e outro, realizando o policiamento ostensivo. Eu ressalto também a operação que foi desenvolvida no ano passado, ainda no comando anterior, a Operação Muralha, em todo Estado e com apoio da Polícia Federal, que coibia a entrada de produtos ilícitos, tanto na questão de narcotráfico como armamentos. Paralela a isso tivemos a Operação Ordem Pública desenvolvida na área urbana dos municípios, fazendo o patrulhamento nas áreas de risco, com abordagem de pessoas. Após o carnaval devemos retomar essa operação. Sabemos que com essas operações os índices de criminalidade vão aumentar, inclusive no mês passado já constatamos esse aumento em relação ao mesmo período no ano passado. Mas a PM tem trabalhado de forma integrada para se alinhar aos objetivos do governo, que é reduzir em 30% a criminalidade com ações preventivas.
NOVA FILOSOFIA
O trabalho preventivo se dá nos eixos que mencionei anteriormente. A Polícia Comunitária já vem fazendo a implantação da filosofia junto à comunidade. Há mais de 10 anos estamos tentando mudar essa filosofia com planejamento e ouvindo a comunidade e junto com ela procuramos soluções. E por que é importante ouvir a comunidade? Cada comunidade tem um problema diferenciado que deve ter especificamente uma resposta. Podemos destacar também que temos dois novos conselhos de segurança pública que irão nos ajudar no planejamento da polícia militar.
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