O HSBC conseguiu demonstrar uma já conhecida prática de assédio moral dos bancos para com seus trabalhadores ao, na última sexta-feira (11/3), demitir, sumariamente, quatro funcionários da agência do município de Jaru, interior do Estado.
As demissões são práticas de desligamento comuns no mercado de trabalho. No entanto, a forma com que foram anunciadas aos bancários de Jaru, naquela pequena agência, exibem uma legítima prática de constrangimento ilegal que beira a humilhação e a degradação social.
Foi esta a denúncia recebida pelo Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado de Rondônia (SEEB/RO) nesta quarta-feira, na capital.
De acordo com os relatos, o fato aconteceu exatamente as 9h15 do último dia 11 de março, na única agencia do HSBC em Jaru, minutos após a agência ser aberta para atendimento.
Foram à unidade a superintendente do HSBC na Região Norte, o gerente de Administração Regional e o Staff/Pessoa Física. Os três executivos chegaram cedo ao local e até cumprimentaram com cordialidade e simpatia todos os funcionários. Embora o motivo da visita fosse exatamente a demissão de quatro bancários – o que corresponde à metade do quadro funcional daquela agência – os gestores, numa prova cabal de que estavam determinados a praticar o assédio moral, esperaram a agência abrir e cada trabalhador seguir à sua mesa para fazer o atendimento ao público.
Foi neste momento que os três diretores começaram a fazer as demissões, em pleno horário de atendimento e sem nenhum receio de constranger o trabalhador e os clientes que já estavam sendo atendidos.
Os anúncios de demissões vieram com as alegações de “lamentamos informar que é um momento triste para todos, mas devemos fazer seu desligamento neste momento”. A cena era embaraçosa e contribuiu para o desespero das duas primeiras bancárias demitidas, que caíram em prantos e foram observadas de perto pelos assustados clientes.
Em seguida mais dois bancários foram sumariamente demitidos, sem direito a sequer saber os motivos, e também diante dos olhos estupefatos dos clientes.
Dois destes quatro demitidos possuem mais de duas décadas de serviços prestados ao HSBC, sendo um com 21 anos e outra com 23 anos de banco.
As demissões feitas, literalmente, ‘em público’, causaram polêmica em Jaru, uma cidade de apenas 50 mil habitantes, onde quase todos se conhecem, e onde os boatos – especialmente os mais pejorativos – se espalham como vento.
O SEEB entende que este ato de demissão praticado pelos executivos regionais do HSBC demonstra um nítido despreparo e a falta de sensibilidade e diplomacia de pessoas que exercem altos cargos dentro da instituição, e esse comportamento de truculência e excessos vai exatamente de encontro ao discurso de ética e valorização tão regozijado pela própria instituição financeira e, por isso, vai lutar pelos direitos trabalhistas de seus associados, especialmente na esfera jurídica.
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