Uma fonte ligada ao Ministério da Justiça teria deixado vazar a informação de que o senador Ivo Cassol (PP-RO) conseguiu a indicação do genro dele para assumir a Superintendência da Polícia Rodoviária Federal de Rondônia. O PRF Bruno Malheiros, que é casado com uma das filhas do senador, assumira o cargo conquistado pelo sogro após o Carnaval. Nossa reportagem tentou ouvir o senador sobre esse assunto, mas não obteve êxito.

As últimas duas décadas a Polícia Rodoviária Federal não sofria influência política em seus quadros. Aliás, cargos de chefia são providos de capacidade técnica, folha de serviço protestada com méritos que justifiquem o cargo. O resultado disso é que a PRF tornou-se um dos braços da lei com credibilidade, grandes feitos, superando metas e respeitada pela sociedade.

Uma suposta indicação política ao cargo, cujo grande adjetivo de qualidade seja um grau de parentesco com um senador da República, traz à tona um sentimento de preocupação, pois, nas entrelinhas vem à pergunta: que interesses teria um político do quilate do senador Ivo Cassol, acostumando a mandar e desmandar, dar de dedo na cara dos outros para indicar um parente com pouco tempo de PRF para o cargo de chefe maior de uma PRF de um Estado?

A simples possibilidade da indicação política movimenta a opinião pública e, de certa forma, fragilizaria a instituição. Mesmo que não fosse essa a intenção ou à pratica, na possibilidade de que a indicação política acontecesse, despertaria o sentimento de que o Cassol manda na PRF.

Apesar do nome, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não é uma divisão da Polícia Federal (PF), mas, um órgão do Ministério da Justiça e faz parte do Poder Executivo Federal. Apesar de ser uma polícia ostensiva, uniformizada, não é militarizada, ou seja, não submete-se à hierarquia militar. Sua principal atribuição é realizar a fiscalização e o policiamento ostensivo das rodovias federais.

Por Roberto Gutierrez, jornalista em Ji-Paraná