Regionais : Empresário mata casal que fez foto sua em festa e enviou para sua esposa
Enviado por alexandre em 22/09/2017 18:12:28


O empresário Ricardo de Oliveira Sousa Lobo, de 27 anos, confessou, nesta quinta-feira (21), que matou a tiros Camila Edna Silveira, de 28, e o noivo dela, Mário Silva de Moura, de 26, em Goiânia. O homem, que é casado com uma prima de Camila, disse que cometeu o crime por “impulso”, depois que a vítima enviou para a mulher dele uma imagem em que ele aparece em uma festa com outras mulheres.

O homem afirmou que Camila se "se intrometia" com frequência no relacionamento dele. Isto o deixava irritado. "Quando cheguei em casa, olhei no celular da Gleicy [mulher dele] e chegou bem na hora a mensagem com o ‘print’. A Camila falou que no dia que ela quisesse sair com eles para festa, era só avisar que buscava", disse.

"Como tive outros problemas, fui lá para resolver a situação, saber o porquê daquilo. Não fui lá com a intenção de matar ninguém, foi impulso”, afirmou o homem.

Ricardo se entregou à Polícia Civil na madrugada desta quinta-feira, em Goiânia. Durante a apresentação dele na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), ele afirmou que, após ver a mensagem, foi com a mulher, Gleicy Pita, e o filho, de 1 ano e 9 meses, para a casa das vítimas, que fica próxima à deles.

“Chamei a Camila no portão e, assim que o portão abriu, eu estava com o celular da Gleicy na mão e mostrei pra ela. Perguntei o porquê daquilo e, quando ela viu o que aconteceu, assustou, pulou em mim, e foi na hora que, sem querer, atirei nela. O Mário veio correndo e no impulso do nervosismo, achei que ia dar uma facada em mim e atirei naquele impulso", contou.

O crime aconteceu após as 23h de domingo (17), na casa onde o casal morava, no Residencial Primavera, em Goiânia. Os dois estavam juntos há 10 anos e, segundo parentes, planejavam se casar. Câmeras de segurança registraram o momento em que o homem chega ao local do crime.

Responsável pelo caso, o delegado Thiago Martimiano chegou à autoria do crime após o relato de testemunhas de que o autor chamou pelo nome das vítimas e ver nas imagens das câmeras de segurança que o veículo era um Volkswagen Polo branco.

"Seria alguém conhecido por ter chamado o nome do Mário no portão. Diante disso, a gente buscou quem da família ou próximo tinha um Polo branco. Descobrimos que uma prima tinha e que ela era casada com um rapaz que tinha problema com a Camila e o Mário. Tivemos informação que estavam incomunicáveis, ela não foi ao velório, e fomos ligando os pontos", detalhou o delegado.

Ricardo disse que tem o costume de andar armado e não pegou a arma premeditando o crime. Ele afirma que está arrependido.

"Mexo com comércio, já fui assaltando várias vezes. Então, quando ia fazer depósito, uma hora ou outra a gente sempre andava com arma. E, por incrível que pareça, estava no carro. Estou muito arrependido. Estraguei a minha vida, a vida da minha família. Vou perder o contato com meu filho por um bom tempo, que é tudo o que eu mais prezo. Trabalho no meu comércio, sou honesto e manchei meu nome num ato de impulso", concluiu.

Apesar da alegação do suspeito, o delegado crê que ele agiu de forma premeditada. Ricardo será indiciado por duplo homicídio duplamente qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima e por motivo fútil.

Martimiano informou que ouvirá formalmente Gleicy nesta tarde. A princípio, ela não será responsabilizada pelo crime. "Me parece que ela não sabia que ele ia cometer o crime, mas a gente vai apurar. Caso haja indício de participação, pode responder como partícipe ou coautora", disse o delegado.

Comoção

Parentes e amigos se reuniram para velar o casal por volta de 19h30 de segunda-feira (18), na Igreja Católica da Sexta Etapa, no Conjunto Vera Cruz 2, em Goiânia. Colegas de trabalho deles enviaram coroas de flores para homenageá-los. O enterro aconteceu por volta das 13h20 de terça-feira (19), no Cemitério Santana, também na capital.

De acordo com a vendedora Mayara Keila da Silveira, prima de Camila, a família achou estranho a prima e o marido não irem ao velório do casal. Ela contou que, depois da prisão do suspeito, a esposa dele confessou à família que o companheiro era o autor do homicídio.

Segundo os familiares, Camila é natural de Estreito (MA). Já Mário nasceu em Palmeiras do Tocantins (TO). Conforme amigos das vítimas, Camila era contadora e Mário trabalhava em uma rede de farmácias. O estudante Marcos Vinícius Pereira dos Reis, de 17 anos, contou que era muito próximo deles e fica sem entender o que aconteceu.

“Saíamos muito, íamos muito para igreja, eram muito gente boa, não tem o que falar deles. Viviam no trabalho, não tinham inimizade com ninguém. Todo mundo era amigo deles. Fiquei chocado quando soube”, contou.

g1

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia