A Polícia Rodoviária Federal (PRF) começou a utilizar nesta quarta-feira um novo equipamento que vai auxiliar e dar agilidade na abordagem de motoristas com suspeita de consumo de álcool. Trata-se de uma bafômetro passivo, chamado assim, porque ao contrário do etilômetro tradicional não há necessidade de ser assoprado. Seu nome técnico é Alcolizer e basta aproximá-lo poucos centímetros para detectar no ar, pela respiração, se a pessoa está sob efeito de álcool ou não.
– Isso agiliza o trabalho dos agentes, principalmente durante as operações grandes, porque (pelo outro método) precisamos convidar o motorista para descer do veículo para fazer o teste e isso leva tempo, explica José Hélio Macedo, porta-voz da PRF.
Na verdade, o novo bafômetro não dispensa o uso do etilômetro tradicional, utilizado há cerca de dez anos nas operações. O equipamento é de apoio e sua principal função é fazer uma espécie de triagem prévia, até porque ele não aponta o teor de álcool no indivíduo, mas apenas se ele bebeu ou não. Também, quando apontado para dentro da cabine do veículo, ele apontará que um ocupante consumiu álcool e não necessariamente o motorista.
Durante as abordagens, o equipamento mostrará escrito na tela “Aprovado, álcool não detectado” se a pessoa não tiver ingerido bebida alcoólica. Se o motorista tiver bebido, a mensagem será “Alerta, álcool detectado”. No segundo caso, a pessoa será convidada a assoprar o bafômetro tradicional.
– O novo aparelho vai dar agilidade tanto para o policial, que não vai precisar parar tanta gente, como para quem está sendo fiscalizado, que vai perder menos tempo na fiscalização. Mas, para fazer a multa, vamos precisar usar o outro equipamento, porque ele não aponta o teor alcoólico, que é necessário para fins de autuação e detenção. Sendo assim, se ele apontar alerta de uso de álcool, a pessoa será submetida ao teste tradicional, acrescenta o porta-voz da PRF.
Hoje, durante as blitzes e operações, os agentes submetem ao bafômetro tradicional as pessoas que apresentam indícios de embriaguez pelo hálito, olhos vermelhos ou sinais de agressividade ou sonolência. O novo equipamento é considerado mais preciso, nesse sentido, e evita abordagens desnecessárias.
O novo aparelho também vai representar uma economia para a PRF. Isso, porque o etilômetro tradicional utiliza bocal descartável, onde o motorista assopra para fazer o teste. Seu custo é em torno de R$ 1,80 por unidade.
Quando esteve em Vitória da Conquista, na Bahia , há dois dias para inaugurar o Aeroporto Glauber Rocha, o presidente Jair Bolsonaro vestiu um chapéu de cangaceiro em busca da simpatia da população local após declarações controversas sobre governadores do Nordeste. O acessório, no entanto, não foi o único usado por ele durante a viagem. Por baixo do terno, Bolsonaro usava um colete à prova de balas. O evento ocorreu cercado de expectativa de protestos.
O uso do colete à prova de balas, no entanto, não está ligado a um aumento de risco da vida do presidente, de acordo com integrantes do Palácio do Planalto. O equipamento está sempre à disposição e, embora os principais auxiliares e agentes da segurança pessoal defendam o uso frequente, a decisão final tem sido sempre de Bolsonaro.
A resistência de Bolsonaro com o colete à prova de balas vem desde a campanha eleitoral. Na ocasião, ele relatava receber ameaças de morte frequentes, mas, segundo seus assessores, reclamava também do incômodo da peça: quente e pesada. Em algumas atividades, ele recorria à proteção, mas em outras dispensava o acessório. No dia em que foi atacado com uma faca por Adélio dos Santos Bipo em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, ele estava sem o colete. No dia da posse, ao desfilar em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios, ele usou.
Um outro integrante do Planalto explicou que o colete é usado em locais onde há multidões, mas também em eventos com poucas pessoas, mas que o trajeto a ser percorrido pelo comboio presidencial exija uma exposição do presidente a locais não controlados. A análise de risco é feita pela Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Nesta quinta-feira (25), por exemplo, o equipamento de segurança deve ser deixado de lado durante visita a Manaus por se tratar de uma agenda avaliada como de menor risco. Na ocasião, ele participará da primeira reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus.
Na Bahia, o colete foi usado pelo presidente porque não seria possível precisar o número de pessoas no evento, justificou um auxiliar. Antes de desembarcar em Vitória da Conquista, Bolsonaro publicou no Twitter que o governador Rui Costa (PT) não havia autorizado à presença da Polícia Militar para “a nossa segurança”.
Mais tarde, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que a segurança pessoal do presidente não foi colocada em risco em nenhum momento, uma vez que atuaram integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Forças Armadas. Ele justificou que a PM atuaria na segurança de área, ou seja, no entorno de onde ocorreu o evento.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que não comenta medidas de segurança para o presidente, o vice-presidente, Hamilton Mourão, e seus familiares.