Raupp, Expedito Júnior, Gurgacz e outros nomes que detinham o poder agora são meros coadjuvantes As eleições 2018 foram marcadas por necessidade de mudanças, desinformação, comodismo da classe política tradicional e denúncias de toda a natureza, que terminaram elegendo novatos com os discursos mais variados, alguns sequer sabem o que fazer, mas mudanças radicais foram feitas. No rescaldo, nomes como Expedito Júnior, Valdir Raupp, Marinha Raupp, Amir Lando e o próprio Confúcio Moura, eleito pela falta de entendimento por parte dos eleitores do PSL, que “votaram errado”, o cenário se renovou. Valdir Raupp, outrora uma das maiores lideranças políticas do Estado, desapareceu do circuito. Atolado em denúncias que afetaram sua legenda, o MDB, o ex-senador teve pouco mais de 80 mil votos em 2018 (ficou em 6º lugar, com 5,95% dos votos). Agora Raupp torce para que não lembrem dele, já que pesam sobre seu pescoço a “guilhotina” da Lava Jato e a qualquer momento pode vir a ter sérios problemas com a turma de Curitiba. Quem também sumiu do circuito foi Marinha Raupp, que em 2010 chegou a ter mais de 100 mil votos, amargou míseros 18.223 votos, caindo no mesmo limbo que seu marido. Contra Marinha não pesa nenhum tipo de acusação, mas já havia uma fuga de seus eleitores, registrada em 2014, quando, apesar de ter sido a mais votada, viu seu capital político cair de 100 para 60 mil votos. Além disso, as denúncias contra Raupp refletiram diretamente na ex-parlamentar. Além disso, ela sofria com o desgaste promovido por seus supostos apadrinhados, como o ex-secretário de saúde Williamens Pimentel, sempre apontado como “indicado por Marinha”, coisa que ela sempre negou. Pimentel também afundou com o mesmo grupo. Em 2016 chegou a disputar a prefeitura de Porto Velho e em 2018 tentou ser deputado estadual. Fracassou nas duas tentativas. Em 2018 também foram rechaçados nas urnas lideranças antigas, como Tiziu Jidalias, Lindomar Garçon, Maurão de Carvalho, entre outros. 2020 vai ser termômetro O chamado ‘fênomeno dos outsiders” teve início nas eleições municipais de 2016, quando foram eleitos João Dória (SP), Alexandre Kalil (BH), Hildon Chaves (PVH) e outros “estreantes” na política. Naquele momento já se vislumbrava uma necessidade de mudanças, e que 2018 a coisa seria ainda mais ampla. E foi o que ocorreu. Não que essas mudanças tenham sido necessariamente melhores, muita gente se arrependeu no meio do caminho, outros não se convenceram, mas elas foram feitas. Em 2018, nas eleições gerais, a bancada federal de Rondônia, de 8 apenas 3 conseguiram a reeleição, e isso porque o PSL, partido de Jair Bolsonaro estava totalmente desorganizado e sem recursos, do contrário certamente teria conseguido fazer pelo menos mais um ou dois deputados e teria emplacado uma vaga ao Senado, quiçá duas, se tivesse acreditado um pouco mais. Nas eleições de 2020 teremos uma visão mais ampla de como será o cenário em 2022, quando novamente teremos uma disputa presidencial, uma vaga ao Senado (em Rondônia a de Acir Gurgacz), governo do Estado e deputados estaduais. A depender do desempenho na economia de Bolsonaro, de índices de acerto de Marcos Rocha, se o atual mandatário não quiser disputar a reeleição, pode fazer uma composição e sair ao Senado, o que seria mais prudente para evitar desgastes e “sair por cima”. Nacionalmente o PSDB tenta se reinventar para polarizar com o PSL, já que a tendência é essas legendas se enfrentarem no futuro. Dória se prepara para isso. Em Rondônia o PSL ainda não se encontrou. Muitos ainda brigam por espaço e outros pensam em surfar na onda bolsonarista em 2020. Em Porto Velho, nomes como Miguel Raduan, o próprio Hildon Chaves, Daniel Pereira e até Roberto Sobrinho, se não tiver impedido, devem fazer parte da fauna política. Outro nome que vem sendo cogitado, mas de difícil definição é o deputado federal Léo Moraes, eleito com quase 70 mil votos, e que integra a chamada “nova política”. Na Assembleia, movimentos A eleição em 2018 também renovou consideravelmente a Assembleia Legislativa, e alguns nomes conseguiram se sobressair, como Laerte Gomes, Alex Redano, Jair Montes, outros se consolidam, como Edson Martins, Cássia das Muletas, Luizinho Goebel e Rosângela Donadon. A atuação parlamentar deles e de outros, é quem vai definir o futuro junto ao eleitor, que anda mais atento, principalmente com o fator ‘transparência” nos mandatos. E as “velhas lideranças”, ressurgem? Expedito Júnior, que disputou o segundo turno com Marcos Rocha nas eleições de 2018, detém cerca de 30% dos votos em Rondônia, e é um nome que não pode ser considerado “fora do cenário”. Mas, para garantir essa margem, ele precisa estar articulado, e principalmente, se reinventar, tal qual sua legenda (PSDB) vem tentando fazer. Mas, ele não é “nome para 2020”, possivelmente deva vir candidato ao Senado em 2022. Valdir e Marinha Raupp estão pela primeira vez, desde 1994, ambos sem um mandato. Mesmo quando perdeu o governo, Marinha seguiu na Câmara e agora o casal terá que construir, caso queiram é claro, uma nova história na política. Porém, atualmente estão mais preocupados em arquivar as denúncias que pesam contra Raupp. Ivo Cassol, ex-governador de Rondônia e ex-senador, trabalha para disputar o governo no futuro, e é um nome que não pode ser desprezado nem subestimado. Acir Gurgacz deverá estar inelegível ainda em 2022, o que lhe tira a possibilidade de disputar a reeleição. De qualquer forma, nenhum desses que são nomes tradicionais podem ser desprezados, principalmente quando temos os “novos” sem conseguir atender as expectativas do eleitorado. O Brasil todo está em suspenso aguardando a retomada econômica. Ela será fundamental para dar os rumos nos cenários de 2020 e 2022. |