Regionais : Crianças do Norte do país têm risco 34 vezes maior de contrair hanseníase do que as do Sul
Enviado por alexandre em 26/07/2019 09:35:36

Portador de hanseníase é atendido em Mesquita, na Baixada Fluminense Foto: Divulgação

Uma pesquisa identificou que o risco de uma criança contrair hanseníase na região Norte do Brasil é 34 vezes maior do que no Sul. O estudo foi realizado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília, Fiocruz Brasília, London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Eles possuem uma base de dados com informações de mais de 100 milhões de brasileiros.

— Descobrimos que há, proporcionalmente, uma incidência maior no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do que no Sudeste e no Sul, afirmou Júlia Pescarini, epidemiologista e pesquisadora do Cidacs/Fiocruz.

Os resultados da pesquisa já foram publicados pelo periódico”The Lancet Global Health” dentro do artigo “Socioeconomic determinants of leprosy new case detection in the 100 Million Brazilian Cohort: a population-based linkage study”.

O estudo aponta que moradores das regiões Norte ou Centro-Oeste têm de cinco a oito vezes mais chances de contrair a doença e que pessoas em situação de pobreza (sem renda ou com renda per capita abaixo de R$ 250 por mês) apresentaram um risco 40% maior em relação aos indivíduos que ganham acima de um salário mínimo.

Até a década de 1960, a hanseníase era tratada por meio da internação compulsória no Brasil. A doença atinge, ainda hoje, 200 mil pessoas por ano, sendo que, a cada dez novos casos no mundo, um ocorre no Brasil, de acordo com dados da Organização Pan-americana de Saúde (Opas/ONU).

— A hanseníase não acontece somente nos grupos em situação de pobreza, porém, na parcela mais pobre da população analisada, as pessoas que apresentaram os piores níveis de escolaridade, renda, ocupação, moradia e de cor preta estão sob maior risco, afirma Joilda Nery, da UFBA, que também participou da pesquisa.

Quando analisados somente os dados de pessoas com até 15 anos, crianças de negras possuem 92% mais risco de adoecer do que as brancas — essa taxa é de 40% quando incluída a população adulta. A aglomeração de pessoas na mesma casa e a carência de energia elétrica também foram consideradas fatores de risco nessa faixa etária. A ausência de rede pública de saneamento e a residência em moradias de feitas com materiais como taipa e madeira também foram relacionados a um maior risco de adoecimento pela hanseníase.

— A hanseníase é causada por uma bactéria e é transmitida por vias aéreas. Quem tem contato muito próximo com doentes tem maior risco de adoecer, diz Júlia Pescarini, pesquisadora da Cidacs/Fiocruz Bahia.

Doença tem cura

A doença ataca o sistema nervoso periférico e provoca manchas avermelhadas, esbranquiçadas e amarronzadas na pele, com perdas de sensibilidade. A hanseníase tem cura, e o tratamento leva de nove a 12 meses. 

— Em raríssimos casos pode levar a óbitos ou condições mais severas. O mais frequente é acontecer um diagnóstico tardio e deixar perda de sensibilidade irreversível, com deformações principalmente na pele, no nariz, nos pés e nos dedos da mão.

A pesquisa foi realizada a partir do acesso dos pesquisadores ao Coorte, um banco de dados com informações de 114 milhões de brasileiros construído desde 2003. Nele, estão informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) — que registra os casos de hanseníase no Brasil — durante o período de 2007 a 2014. É a primeira vez que dados individualizados são utilizados para estudos de saúde nessa magnitude.



Câmeras de segurança do aeroporto de São Paulo captam a ação dos ladrões.

Foi uma operação que não deve nada aos mais sofisticados roubos dos filmes. Oito homens armados disfarçados de policiais que chegaram em duas falsas viaturas da polícia roubaram 720 quilos de ouro nesta quinta-feira (25), avaliados em 120 milhões de reais, sem disparar um único tiro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Os ladrões tomaram como reféns dois agentes de segurança e, desde a noite anterior, a família de um deles para, assim, obter sua preciosa ajuda, segundo informações da polícia citadas pelo jornal O Globo. O ouro estava a caminho de Zurique (Suíça) e de Nova York (EUA).

O assalto aconteceu em pleno dia no armazém de exportação do terminal de carga do aeroporto mais movimentado do Brasil, quando o ouro estava sendo transportado por uma empresa de segurança. Os ladrões precisaram de apenas dois minutos e meio, segundo as imagens gravadas pelas câmeras de segurança, para fugir com o butim. Como, além de valiosa, a carga era pesada, tiveram de usar empregados do aeroporto e uma empilhadeira para colocá-la em uma das falsas viaturas nas quais fugiram. Horas depois, os reféns foram libertados e os veículos foram localizados na zona leste da metrópole.

Não se sabe a quem a carga pertence. Tanto o agente de segurança quanto seus parentes e os responsáveis da empresa Brinks, encarregada do transporte do ouro, foram interrogados pela polícia. Uma vez abandonados os veículos, a carga foi transferida para uma terceira caminhonete e uma ambulância. Foi como se a operação tivesse sido planejada por um roteirista. A mobilização para caçar os ousados ladrões inclui agentes das polícias militar, civil e de trânsito.

O Brasil foi durante mais de um século o principal país exportador de ouro do mundo.

O sofisticado roubo acabou tendo mais destaque do que a notícia do dia, segundo a qual os celulares de mil pessoas foram pirateados — de acordo com a polícia — pelos quatro hackers presos por invadirem o celular do ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro. Entre os espionados estão o presidente, Jair Bolsonaro; o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; o ministro da Economia, Paulo Guedes, além de altos funcionários da magistratura.

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