Regionais : Censura total imposta por Governo de Rondônia ao Sistema Eletrônico de Informações será analisada tanto pelo Tribunal de Contas quanto no Ministério Público
Enviado por alexandre em 01/08/2019 23:47:09

Entenda por que o chefe do Executivo restringiu integralmente o acesso a documentos públicos no protocolo eletrônico do Estado


Censura total imposta por Governo de Rondônia ao Sistema Eletrônico de Informações será analisada tanto pelo Tribunal de Contas quanto no Ministério Público

Porto Velho, RO – No final de abril deste ano, o Rondônia Dinâmica publicou reportagem exclusiva revelando detalhes sobre a operação negligente do Sistema Eletrônico de Informações (SEI/RO) praticada por alguns servidores do Estado.

A desatenção ao manusear o protocolo virtual desencadeou questões preocupantes que atentavam contra a segurança pública e à dignidade da pessoa humana.

Por exemplo: fichas funcionais de pelo menos cinquenta policiais militares (contamos só até aí) com fotografia, nome completo, CPF, RG, filiação, endereço e outros dados pessoais detalhados estavam à disposição do Planeta Terra.

RELEMBRE
Exclusivo – Governo de Rondônia expõe todos os dados de servidores públicos

Além disso, havia um documento de março de 2019 que atestava a produtividade de uma nutricionista vinculada ao Centro de Medicina Tropical de Rondônia (CEMETRON). Ali, estavam elencados nominalmente pacientes portadores do vírus HIV e que já haviam desenvolvido a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS).

Os dados específicos que deveriam ser resguardados sob sigilo estavam perambulando pela Internet de maneira volátil. Logo, entrou o jornalismo com a intenção de promover o alerta a fim de que as autoridades do Palácio Rio Madeira tomassem as devidas providências para fazer cessar o escoamento deliberado.

Foi o que aconteceu? É claro que não.

E este artigo pode soar como mea culpa, mas não é – deixo claro desde já.

A matéria sobre o vazamento de dados sigilosos causou tanta repercussão que abalroou as hostes palacianas.

Antes disso, fomos “visitados” por uma dupla de militares que, em vez de procurar o Comando-Geral da Polícia Militar e o governador Coronel Marcos Rocha (PSL), claro, optou por pressionar a redação deste veículo de comunicação.

Polidos e com avisos velados, porém ainda republicanos, ambos tentaram até mesmo o jogo do “policial bom/policial mau”, mas não colou: como nossa intenção jamais fora vilipendiar a corporação, mas sim admoestar o governo sobre os fatos relatados, nunca houve motivos para hesitar.

Marcos Rocha, por outro lado, escolheu a saída mais fácil – e ilegal: fechou o sistema de forma integral, enfim, impôs censura completa ao protocolo virtual de pesquisa pública. Como já disse em outro artigo, matou a vaca inteira para eliminar o carrapato.

O ato censor que gerou o eclipse total inclusive de dados públicos – outrora acessíveis a toda população – será analisado agora tanto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/RO) quanto através do Ministério Público (MP/RO).

O advogado e professor universitário Vinícius Miguel e eu protocolamos representação conjunta aos dois órgãos questionando a ação não motivada do governador.

E aqui chamo a atenção especificamente dos mandatários transitórios das instituições: Edilson de Sousa Silva, presidente do TCE/RO, e Aluildo Oliveira Leite, procurador-geral do MP/RO, reconhecidos pela promoção e auxílio de gestões transparentes e também por combater a corrupção reiteradamente.

Se a nossa argumentação prosperar, a lua obscurantista posta pelo liberal ante ao sol da transparência será removida pela força gravitacional das leis que Rocha ignorou: a imperícia varrida para debaixo do tapete não pode sobrepor-se ao interesse da coletividade.

Confira abaixo a íntegra da representação conjunta



 

 

 

 

 

 

 

 

 

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