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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi recebido por 30 minutos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira (30), na Casa Branca. Ao lado do chanceler Ernesto Araújo, que desta vez conseguiu entrar no Salão Oval, o filho do presidente da República posou como embaixador do Brasil em Washington, o cargo que pleiteia, e tratou de questões sensíveis no alinhamento da política externa brasileira à americana.
Pelo Twitter, o deputado disse ter conversado com Trump sobre uma “parceria para o desenvolvimento sustentável da Amazônia“, o interesse americano em um acordo de livre comércio com o Brasil e treinamentos militares conjuntos. Destacou que, ao receber uma comitiva não presidencial, Trump havia demonstrado a “deferência dos Estados Unidos para com o Brasil”.
Não publicou foto de seu encontro com Trump, que tampouco registrou a audiência no Twitter, como costuma fazer com seus favoritos. O ministro das Relações Exteriores, que fora substituído pelo deputado Bolsonaro no encontro entre seu pai e Trump em março passado, tampouco divulgou imagens da reunião. Limitou-se a declarar que Brasil e Estados Unidos “estão na mesma página” sobre os incêndios nas florestas tropicais.
Nem o deputado nem o chanceler deram detalhes sobre os projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia a serem elaborados pelos governos de Jair Bolsonaro e de Trump. “Qualquer tipo de anúncio ou fato mais detalhado, certamente o presidente falará. Inclusive, é uma deferência antes de falar com Bolsonaro estarmos falando com vocês”, disse o deputado do PSL à imprensa.
O deputado Bolsonaro ainda tem diante de si a sabatina da Comissão de Relações Exteriores do Senado e a votação do plenário antes de seguir a Washington como o primeiro embaixador não diplomata desde 1967. Antes dessas etapas, seu pai terá de bater o martelo sobre a nomeação, o que ainda não fez justamente por temor de uma derrota na votação.
“É o filho do embaixador?”
Conforme o deputado afirmou em Washington, a reunião com Trump, em si, foi uma “novidade” e marcou o “novo patamar” das relações bilaterais. Na sala de imprensa da Casa Branca, segundo o jornal O Estado de S Paulo, os jornalistas americanos se mostraram curiosos pela visita. “É o filho do embaixador?”, perguntaram à imprensa brasileira. Depois de informados sobre quem se tratava, a questão para o motivo de o “filho do presidente do Brasil” estar reunido com Trump se ele “ainda não é embaixador”.
Ainda segundo O Estado de S. Paulo, o deputado não quis responder a nenhuma questão da imprensa americana. Um jornalista local perguntou-lhe sobre a ofensa do presidente brasileiro à primeira-dama da França, Brigitte Macron. Bolsonaro não entendeu, consultou um assessor e mandou Araújo responder.
Depois da visita à Casa Branca, o deputado se encontrou com o guru ideológico do governo de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho, que mora no estado da Virgínia. Carvalho é o orientador de toda a comitiva brasileira. O encarregado de negócios da embaixada do Brasil, Nestor Forster, foi quem apresentou Araújo ao guru, que já tinha como discípulo o atual assessor Internacional do Palácio do Planalto, Filipe Martins.