Deputada federal Flordelis foi notificada do início do processo de cassação de seu mandato
Pleno.News
A deputada federal Flordelis foi notificada nesta quarta-feira (9) sobre o início do processo de cassação de seu mandato parlamentar. Ela é acusada de quebra de decoro, já que foi indiciada pela Polícia Civil como mandante do assassinato de seu próprio marido, pastor Anderson do Carmo.
Caso Flordelis tenha o mandato cassado, ela perderá a imunidade parlamentar e poderá ter um mandado de prisão expedido. Isso já aconteceu com outros dois integrantes do Congresso: o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, ex-coronel da Polícia Militar, e o ex-suplente a deputado federal Talvane Albuquerque.
Mas nem sempre o Congresso age da mesma forma. Em outras seis ocasiões indiciados por assassinato não foram cassados e puderam cumprir o mandato. Um deles, inclusive, segue atuando na Câmara dos Deputados, que é o deputado Éder Mauro (PSD-PA).
Ele responde a uma denúncia por homicídio de um possível traficante e já foi absolvido no STF por tortura. A esposa de Mauro, a advogada Alessandra Pereira, já foi vítima de atentado, e a sobrinha dele, a jovem Samara Mescouto, foi assassinada pelo Maníaco de Marituba.
OUTROS CASOS Além de Mauro, o ex-senador Júlio Campos (DEM-MT), o ex-deputado federal Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB), o ex-senador Arnon de Mello (pai de Fernando Collor de Mello) e o ex-deputado federal Ildefonso Simões Lopes também foram acusados de homicídio, mas não perderam seus mandatos.
Relembre os casos que terminaram em cassação.
HILDEBRANDO PASCOAL O ex-parlamentar foi cassado após ser acusado de liderar um grupo de extermínio que usava uma motosserra para cometer assassinatos. Pascoal foi apontado como responsável pela morte de um homem no Acre, tráfico de drogas, roubo de cargas, formação de quadrilha e sonegação fiscal.
Ele teve o mandato cassado em setembro de 1999, sete meses após tomar posse e foi preso logo em seguida. Em 2006 ele foi condenado por homicídio e respondeu a outros processos e suas penas acumulam mais de 100 anos de prisão. Atualmente cumpre pena em regime domiciliar.
TALVANE ALBUQUERQUE O ex-deputado federal Talvane Albuquerque foi cassado em abril de 1999 apontado como o mandante do assassinato da deputada federal Ceci Cunha, da qual era suplente. A motivação teria sido o cargo. Cunha faleceu na chamada Chacina da Gruta junto com três parentes.
Após ser cassado por quebra de decoro, Talvane foi preso. Posteriormente, em 2012, ele foi condenado pelo crime a 103 anos de prisão. Ele segue cumprindo pena em regime fechado desde então.