https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/09/3000.jpeg.jpg?quality=70&strip=all&resize=420,280 420w, https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/09/3000.jpeg.jpg?quality=70&strip=all&resize=360,240 360w, " data-pin-nopin="false" width="621" height="414" /> VEJA Na segunda-feira, pouco depois das comemorações de 7 de Setembro, em um restaurante de Brasília, dois importantes auxiliares do presidente Jair Bolsonaro especulavam sobre um dos segredos mais bem guardados da República: o nome que será indicado para ocupar a próxima vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “Deve ser um evangélico. Mas, se eu tivesse que apostar, aposto que será o Jorge”, diz o primeiro auxiliar. O segundo discorda: “O Jorge? O Jorge é muito talentoso, mas o presidente precisa dele no gabinete, por perto, ajudando a organizar as coisas. O André parece mais preparado para esse cargo. E tem o Aras, né?”. “É verdade. Mas o Aras ainda está fazendo curso para evangélico”, ironizou o primeiro. O tema da conversa não é aleatório. Há muitos interesses e muitos interessados no perfil do futuro ministro, especialmente porque pode acabar nas mãos dele uma decisão capaz de provocar a maior reviravolta política dos últimos tempos. No início do ano que vem, tão logo o STF volte a funcionar de maneira presencial, a Segunda Turma vai julgar se o ex-juiz Sergio Moro atuou ou não com parcialidade ao condenar o ex-presidente Lula por corrupção na Operação Lava-Jato. Quatro votos são conhecidos no colegiado — dois, dos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, favoráveis a punir Moro por falta de isenção, e dois, de Edson Fachin e Cármen Lúcia, em favor do ex-juiz. O quinto ministro da turma é Celso de Mello, que se aposentará em novembro. Se esse cronograma for cumprido e não ocorrer nenhuma manobra de ocasião (nenhum pedido para mudança de turma dos atuais componentes da Corte), o voto de minerva será proferido pelo ministro que Bolsonaro indicar. Em outras palavras, o destino de Lula passa pela caneta de seu maior desafeto. Ex-presidiário e condenado a 26 anos de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula ainda alimenta o sonho de voltar a comandar o país. A suspeição de Sergio Moro derrubaria, ainda que de forma temporária, a proibição imposta pela Lei da Ficha Limpa para que ele volte a se candidatar. O petista foi julgado e considerado culpado em dois processos em primeira e segunda instância. Beneficiário do maior escândalo de desvio de dinheiro da história, o ex-presidente acusa o ex-juiz Sergio Moro de persegui-lo e agir por motivação política. Caso o STF acolha esses argumentos, as condenações seriam anuladas e ele recuperaria, de imediato, seus direitos políticos. Sabe-se lá por que, Lula tem absoluta certeza de que o veredicto será a seu favor — e já tenta se recolocar no cenário político, mirando, claro, as eleições presidenciais de 2022. Continue lendo → |