ÉPOCA
Era fim de julho quando a diretora de Administração do Banco Central (BC), Carolina de Assis Barros, anunciou que o país ganharia uma nova cédula. A notícia da nota de R$ 200 estampada pelo lobo-guará pegou a todos de surpresa, gerando piadas e polêmicas nas redes sociais. No entanto, ela não era uma novidade para alguns poucos funcionários da Casa da Moeda e do Banco Central, que prepararam o layout inicial em 2010. Na época, a autarquia não via necessidade de lançar um valor maior, mas já se preparava caso a ocasião surgisse.
E a pandemia criou essa ocasião. Os efeitos do coronavírus causaram um desequilíbrio na circulação de papel-moeda no país. Mais receosas e inseguras com o futuro da economia, as pessoas começaram a guardar mais dinheiro vivo em suas casas, o que tira as cédulas de circulação. O segundo motivo foi o pagamento dos R$ 600 do auxílio emergencial, que, por outro lado, aumentou a demanda por notas, já que muitos preferiram sacar o dinheiro. O valor total de papel-moeda em circulação chegou a R$ 342 bilhões neste ano, muito acima da projeção inicial de R$ 301 bilhões.
Nessa situação, o Banco Central procurou opções para prevenir uma possível falta de papel-moeda. Antes de tomar a decisão de criar uma cédula de valor maior, pediu para a Casa da Moeda acelerar a produção das notas já existentes, mas percebeu que ela não teria a capacidade de produção necessária. Depois, procurou casas impressoras internacionais, recebendo em troca várias negativas, já que elas também estavam operando em sua capacidade máxima de produção. A terceira opção foi criar a nota de valor maior, que poderia atender à demanda da população com um número menor de cédulas impressas.
Tomada a decisão, o processo que envolve, além do Banco Central, a Casa da Moeda começa. Foram menos de dois meses de produção, um tempo recorde, muito inferior ao período normal de dois a três anos necessários para a criação de uma nova cédula. Continue lendo →