Deputados denunciam manobra de governistas, Edson Martins é o mentor deste esquema

Da reportagem do Tudorondonia

Porto Velho, Rondônia – Os deputados Neodi Carlos (PSDC-Machadinho do Oeste) e Ribamar Araújo (PT-Porto Velho) lavaram a roupa suja na sessão de quarta-feira (23), enquanto seguravam a cédula na votação que definiu a cassação do mandato do deputado Valter Araújo (PTB-Porto Velho).

O primeiro a discursar foi Neodi. Ele disse que nos quatro anos em que presidiu a Assembleia Legislativa a Polícia Federal não precisou ir até a Casa. Ele afirmou, ainda, que em nenhum momento feriu o regimento interno. Neodi falava dos deputados que haviam mostrado o voto em plenário.

Neodi se dirigia diretamente aos deputados Adelino Follador (DEM-Ariquemes), Edson Martins (PMDB-Urupá) e Lorival Amorim (PMN-Ariquemes). “Se esses deputados quisessem mesmo moralizar alguma coisa teriam votado pela cassação (do mandato) dois oito deputados, e não só no de Valter Araújo”, acusou.

O deputado Neodi Carlos foi mais além. Denunciou em plenário que os tres deputados governistas foram ao palácio Presidente Vargas e negociaram o relatório com o governo, de olho nos cargos que restarão na mesa diretora da Assembleia.
Neodi se dizia inconformado, porque depois de negociar o relatório somente pelo afastamento por 30 dias dos demais acusados, Adelino, Edson e Lorival estariam pressionando os demais a mostrar o voto também, para garantir a cassação do mandato de Valter Araújo.

“Eu não vou mostrar meu voto porque não preciso fazer isso. Sempre me posicionei pela cassação do mandato dos oito deputados. Votei pela cassação de Valter Araújo. Minha palavra basta, devido à minha conduta”, afirmou.
Depois disso ainda houve uma espécie de bate boca em plenário entre Adelino e Neodi. O primeiro reclamou do que considerou ofensas. Neodi respondeu que cada um é responsável pelas próprias atitudes, mas deve respeitar os demais membros da Casa.

Depois foi a vez de Ribamar Araújo, que também mostrou o voto. “Eu tenho moral para mostrar o meu voto, mas muitos dos que mostraram, não tem. Essa comissão (Parlamentar Processante) não tem moral nenhuma. Eu dizia que isso iria acontecer, porque conheço (os demais deputados)”, afirmou.