Política : Prestigio
Enviado por alexandre em 21/12/2010 00:35:18



Com licença de Temer, Raupp assume PMDB nacional



Fábio Góis

Se depender do presidente do PMDB de Rondônia, senador Valdir Raupp, o comando do partido na esfera nacional já está definido. Em almoço de confraternização de fim de ano nesta segunda-feira (20), Raupp anunciou que assumirá a presidência do partido a partir de 2011.

Ele informou que o atual presidente da legenda, o vice-presidente eleito Michel Temer (SP), sairá de licença. Caso Temer optasse pela renúncia, um prazo de 60 dias levaria a nova eleição, como define o estatuto do partido. Com a posse do vice-presidente da República, em 2 de janeiro, Raupp ocupará a presidência do PMDB, “automaticamente”, como ele mesmo diz.

Após a confraternização, o senador negou a pressão do PMDB por espaços e garantiu que, mesmo sem cargos-chave, o partido manteria no Congresso a base de apoio à presidente eleita Dilma Rousseff (PT). “Agora que temos o vice-presidente da República, a maior bancada no Senado, a segunda maior bancada na Câmara – com diferença mínima para a primeira bancada, que é o PT –, acho natural que o PMDB ajude a governar também", analisou Raupp.

"Mas não estamos brigando, até diminuiu [o espaço]. E, mesmo diminuindo o espaço do PMDB, não estamos colocando a faca no pescoço da presidente para dizer que queremos mais cargos”, disse o senador ao Congresso em Foco, negando que o partido condicione o apoio no Legislativo aos cargos recebidos.

“O PMDB, ao contrário do que às vezes falam, fica até sem cargo. No primeiro governo do presidente Lula, nós ficamos dois anos sem ocupar um ministério – tivemos um problema no início da composição, mas nem por isso o PMDB deixou de ajudar o governo. Acho que o PMDB, mesmo que não tivesse nenhum cargo, ainda assim continuaria na base aliada”, acredita Raupp.

Ele comparou Temer aos vice-presidentes Marco Maciel (Fernando Henrique, 1998-2002) e José Alencar (Lula, 2003-2010). “Terá uma postura cordial. É homem sério, educado, e terá uma convivência civilizada com a presidenta Dilma.”

Sarney de novo

Segundo Raupp, a sucessão de Temer terá um caráter formal, uma vez que a sede do partido em Brasília “estará fechada”. O próprio senador disse que estará fora da capital no início de janeiro. Para ele, com a base governista “mais forte” no Senado, é natural que seja confirmado um eventual quarto mandato (não consecutivo) do atual presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). “Há um acordo tácito pra isso.”

Raupp negou também haver mal-estar, dentro do partido, devido à opção de Dilma Rousseff por técnicos para cargos-chave em estatais do setor energético, a despeito da indicação política do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para retornar ao posto. Lobão chefiava o Ministério de Minas e Energia quando se desvinculou para disputar a reeleição de outubro. “Isso já era previsto. Já era sabido que, em algumas estatais, ela colocaria pessoas técnicas”, disse, mencionando Furnas e Eletrobrás, duas das principais empresas do setor.

A eventual posse de Raupp como presidente nacional do PMDB contraria, em tese, as aspirações de Temer em ver o senador eleito Eunício Oliveira (CE) em seu lugar. Também caem por terra os rumores em torno do nome do atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, para o posto. Filiado ao PMDB, Jobim foi presidente do Supremo Tribunal Federal e será reconduzido por Dilma ao comando da pasta, por indicação do presidente Lula.

Compromisso

Com o discurso de que o PMDB manterá o “compromisso com a nação”, Raupp defendeu a diplomacia com os chamados peemedebistas “dissidentes” – casos de Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE) e Geraldo Mesquita (AC), que não retorna ao Senado. “Nem sempre quem começa na base termina na base. Mas tem de saber conviver com eles [os independentes da legenda]”, ponderou o senador, para quem “é possível” que Renan Calheiros (AL) continue na liderança do partido no Senado.

“Acima dos cargos, o PMDB tem um compromisso com a nação, com a governabilidade do presidente eleito democraticamente, e não fazer oposição por oposição para prejudicar o país. O PMDB, mesmo sem ocupar cargos às vezes, acaba votando com o governo em projetos importantes para o país, porque sabe da responsabilidade”, observou o senador rondoniense.

Ele disse acreditar que Pedro Simon, um dos fundadores do PMDB, apoiará Dilma Rousseff – mesmo com a postura de oposição manifestada em diversas ocasiões, principalmente no segundo mandato de Lula. “O senador Pedro Simon gosta muito da Dilma, e se identifica muito com ela. Ele deve ajudá-la, os gaúchos estão muito unidos, embora ela não seja muito gaúcha”, destacou Raupp. Ele se referia ao fato de que a presidente petista, ex-secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, é mineira.

Por fim, Raupp agradeceu pela “boa convivência” com os profissionais da imprensa e ofereceu não presentes de fim de ano, mas “informações e amizade”. “Vamos torcer para que a nossa presidenta Dilma tenha a mesma luz, a mesma energia que o presidente Lula. Vai ser difícil, mas vamos procurar ajudá-la”, concluiu o senador, repetindo o compromisso do PMDB “com a nação”.

Regionais : Falso pastor que fundou mais de 140 igrejas em RO
Enviado por alexandre em 20/12/2010 23:40:46

Leia mais... | Mais 2186 bytes
Regionais : Rondônia tem 49 pontos de prostituição na BR-364
Enviado por alexandre em 20/12/2010 23:39:37

Leia mais... | Mais 1108 bytes
Publicidade Notícia