A história das lutas das mulheres é a soma de uma trama de enfrentamentos cotidianos e anônimos e de lutas coletivas e individuais.
Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.
A história das lutas das mulheres é a soma de uma trama de enfrentamentos cotidianos e anônimos e de lutas coletivas e individuais. Desde o golpe de 2016, aprofunda-se o desmonte das políticas sociais conquistadas, retração econômica, falência das instituições, opressão e preconceitos dirigidos às minorias, que representam sérias ameaças à democracia.
As mulheres seguem sendo as maiores vítimas. É alarmante o crescimento dos casos de violência contra a mulher. UMA MULHER MORTA A CADA DUAS HORAS! Chega! Todas as mortas e caladas pelos feminicídios estão presentes em nosso grito, às vezes preso na garganta.O Ministério da Saúde confirmou que uma mulher é agredida a cada quatro minutos e, mesmo assim, o governo federal não destinou verbas e zerou, em 2019, os repasses que poderiam ser usados no enfrentamento e atendimento às mulheres em situação de violência de gênero no Brasil.
Nos últimos 15 anos, conquistamos a terceira Lei mais importante do mundo: Lei Maria da Penha. Ainda em fase de se consolidar e ser estruturada, quando começou a dar efeitos significativos, o Governo Federal desestrutura, aniquila, acaba com o processo. E, sucessivamente, o mesmo acontece na maioria dos estados e municípios.
As formas de violência que a população empobrecida, principalmente as mulheres, sofrem, vão além da violência de gênero. Não podemos ignorar que no Brasil grande parte da população urbana vive em locais precários, sendo a maioria mulheres negras que estão à frente desses lares.Ainda são as mulheres que gastam horas substanciais de seu dia na arrumação da casa, no planejamento doméstico, em atividades de cuidado e acompanhamento de filhos/as, companheiros e pessoas idosas ou enfermas. Trabalho invisibilizado e não pago.
Outro elemento que diz respeito à vida das mulheres é que, em nosso país, a maior parte dos alimentos é envenenada, a soberania e saberes dos povos tradicionais são aniquilados, não há mais justiça ecológica e se aprofunda a ideologia da separação entre homens, mulheres e natureza. Diante disso precisamos resistir e reafirmar que nossa luta é indissociável da perspectiva ecológica do Bem Viver.
Em meio à crise e diante de um cenário que gera pouca certeza de garantia de direitos, a ordem do dia é RESISTIR. Cabe às lideranças e às organizações populares comprometidas, alertar e instrumentalizar para a luta.As mulheres com sua energia, conhecimento e criatividade, a partir da organização e ações coletivas, vão ocupando espaços e produzindo elementos e ferramentas para resistir e avançar na manutenção e conquista de direitos.
Um dos desafios é construir convergências, alianças e unidade na luta pela emancipação das mulheres e da classe trabalhadora, capaz de denunciar os retrocessos do momento e anunciar possibilidades que nos deem esperança de seguir resistindo e caminhando.As formas de organizar e resistir são as mais diversas e precisam ser criativas e alegres. Precisamos, coletivamente, transformar a dor das perdas de direitos, das ofensas e da vida em sementes férteis, que produzam frutos que alimentem de forma substancial a certeza de que é possível alcançar dias melhores.
Foto: Reprodução/Internet
Um exemplo disso é o caso da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), uma defensora dos direitos humanos e da vida das mulheres que foi agredida de forma absurda pelo atual presidente da República.A agressão foi punida com um valor por “danos morais”. Esse valor não diminui o sofrimento, mas foi transformado numa ação que foi chamada de “Por Todas nós”, e tornou-se um lindo projeto de encorajamento a todas as mulheres que sofrem violência, para que não se calem.
É fundamental que nossas iniciativas apresentem o “inédito viável”, despertem a crença na possibilidade de viver, mais do que apenas sobreviver. Nossas causas precisam ser apaixonantes, despertar desejo de mudança e alegria de dividir e experimentar a solidariedade de classe.As mulheres sempre precisaram lutar para defender suas vidas e para serem tratadas como seres de direitos. E mais do que nunca essa luta é necessária e justa. Sigamos de mãos dadas e cabeça erguida rumo à realização do sonho comum de justiça social e direitos iguais.
Censo registrou 12.348 favelas e comunidades urbanas em todo o país
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8) divulgou o Censo Demográfico 2022: Favelas e Comunidades Urbanas trazendo a informação de que nas favelas brasileiras há mais estabelecimentos religiosos que escolas e hospitais.
Ao somar todas as comunidades do país, o Censo identificou 958.251 estabelecimentos, destes, 50.934 são igrejas ou templos religiosos, 7.896 instituições de ensino e 2.792 locais de saúde.
A realidade das favelas brasileiras é semelhante com o que é registrado em todo o país, onde há 579,7 mil templos religiosos e igrejas, 247,7 mil unidades ligadas à saúde e 264,4 mil estabelecimentos educacionais, como escolas, faculdades e cursinhos.
O Censo contabilizou que 16,4 milhões de habitantes nas 12.348 favelas e comunidades urbanas que existem no Brasil. O número representa que 8,1% da população brasileira vive em favelas. Em comparação aos dados de 2010, é possível dizer que o número de favelas e de pessoas morando nessas áreas quase dobrou. Naquele ano, foram registradas 6.329 favelas, com 11,4 milhões de habitantes.
O preço das carnes subiu 5,8% em outubro, em relação a setembro, e foi o maior impacto da inflação de alimentos no mês passado, que subiu 1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (8).
Os destaques foram para os seguintes cortes: acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).Isso fez a inflação da alimentação no domicílio passar de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro.
Em setembro, o preço da carne já havia avançado 2,97% em relação a agosto. No acumulado de apenas dois meses, as carnes já apresentam alta de 8,95%.
Segundo André Almeida, gerente da pesquisa de inflação do IBGE, o avanço expressivo das carnes é consequência de três principais fatores: mudanças climáticas, menor número de animais para abate e um aumento das exportações, que reduziram a oferta no mercado interno.
A inflação da carne, em outubro, foi o segundo maior impacto da inflação total do mês, depois da energia elétrica. Altas também foram observadas no tomate (9,82%) e no café moído (4,01%). No lado das quedas, destacaram-se a manga (-17,97%), o mamão (-17,83%) e a cebola (-16,04%).
BRASÍLIA – O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, alertou nesta quinta-feira (7) para possível formação de nova zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS) no próximo fim de semana, dias 9 e 10.
A zona de convergência é um fenômeno meteorológico que provoca grande volume de chuvas e tempestades na nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, entre o fim da primavera e o verão. É caracterizada por uma faixa (corredor) de nuvens que se estende desde o sul da região amazônica, passando pela faixa central do país, em direção ao sul do oceano Atlântico.
O Inmet esclarece que para que haja a estrutura de uma ZCAS é necessária a persistência desse canal de umidade por, pelo menos, quatro dias consecutivos. Por isso, o instituto aconselha o acompanhamento de novas previsões climáticas e a observação da persistência da faixa de nebulosidade.
Enem
O alerta do Inmet engloba o segundo domingo de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2024, no próximo domingo (10). Os inscritos vão testar os conhecimentos em 90 questões de múltipla escolha de ciências da natureza (química, física e biologia) e de matemática.
Alerta
O Inmet também emitiu aviso meteorológico laranja, que indica perigo devido às chuvas intensas em toda a área dos estados de Goiás, de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e Distrito Federal, além de parte do Tocantins, no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, na região central de Minas Gerais, no extremo oeste baiano, no centro-sul amazonense e oeste catarinense, e região metropolitana do Rio de Janeiro.
O aviso é válido entre 13 horas desta quinta-feira (7) e 10 horas da manhã desta sexta-feira (8). As chuvas podem atingir até 60 milímetros por hora (mm/h) e os ventos intensos podem chegar à velocidade de 100 quilômetro por hora (km/h). De acordo com a instituição, há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
De acordo com a gravidade dos fenômenos meteorológicos, o Inmet classifica os alertas por cores. O amarelo representa perigo potencial. Enquanto, o laranja significa perigo. A mais alarmante é a vermelha, que representa perigo.
São Paulo
Especificamente para o estado de São Paulo, o Inmet tem aviso meteorológico de nível laranja que indica grande perigo causado por tempestades até o início da tarde desta quinta-feira em Itapetininga, no litoral sul paulista, e, também, na macro metropolitana paulista, área que abrange as seguintes regiões metropolitanas: de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, região metropolitana do Vale do Paraíba e o litoral Norte de São Paulo.
A Defesa Civil do estadual alerta para chuvas de forte intensidade que atingirão todas as regiões do território paulista entre esta quinta-feira (7) e sexta-feira (8).
Os níveis de acumulados de chuva poderão variar entre altos e muito altos, com atenção de maior risco às regiões dos municípios de Marília e Presidente Prudente. Na região metropolitana de São Paulo, Vale do Ribeira, regiões de Itapeva, Sorocaba, Campinas, Baixada Santista, litoral norte, Vale do Paraíba, São José do Rio Preto, Araçatuba, Barretos, Franca e Ribeirão Preto, o nível de acumulado de chuva será muito alto.
A Defesa Civil paulista destaca atenção especial para as regiões de Bauru e Araraquara, pois os níveis serão ainda mais elevados. As chuvas podem vir acompanhadas de raios, rajadas de vento e possibilidade de granizo. Este alerta é devido à passagem de uma frente fria pela costa da região sudeste, a qual criará condições para pancadas de chuva forte, além de condições para temporais.
Paraná
No Paraná, as fortes chuvas causaram alagamentos na cidade de General Carneiro, no sul do Paraná, na madrugada desta quinta-feira (7). Profissionais da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) atuam em parceria com o município no atendimento às vítimas.
As informações preliminares do governo estadual apontam que aproximadamente 200 pessoas precisaram sair de suas casas devido à situação mais crítica do nível de água.
Orientações
Em caso de rajadas de vento, a orientação é não se abrigar debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda, quando há risco de quedas.
Em casa e estabelecimentos comerciais, o melhor é desligar aparelhos elétricos e quadro geral de energia, se possível.
Em caso de emergências, o Corpo de Bombeiros Militar local deve ser acionado pelo telefone 193. E para ter mais informações, o número da Defesa Civil estadual é o 199.
Para solicitar o recebimento de avisos e alertas de riscos de desastres e eventos adversos, da Defesa Civil, basta enviar uma mensagem do tipo SMS para o número 40199, com o CEP da área de interesse.
No aplicativo WhatsApp é possível cadastrar o número 61 2034-4611 e enviar um “oi” para o robô de alertas, que automaticamente repassará os passos da tela para cadastrar as áreas de interesse ou pesquisar os alertas já vigentes.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu a marca de R$ 882 milhões em aprovações de projetos do Fundo Amazônia este ano. O valor é superior ao recorde anterior, alcançado em 2023, de R$ 553 milhões. O dado, relativo aos dez primeiros meses do ano, foi apresentado nessa quinta-feira, 7, em Brasília, na 31ª Reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA), presidido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
“Estamos com um nível de aprovação altíssimo, o maior da história do Fundo, com projetos em andamento, em contratação, e novos editais sendo lançado num forte ritmo. Esses números refletem o fortalecimento da governança, a ampliação do impacto do Fundo Amazônia, com foco na proteção ambiental, bioeconomia e inclusão social na região amazônica”, comentou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.
A diretora Socioambiental do BNDES apresentou na reunião do COFA alguns dos principais projetos apoiados pelo Fundo, como o Restaura Amazônia (R$ 450 milhões no Arco da Restauração), para restaurar floresta com captura de CO2, preservação da biodiversidade e geração de emprego e renda; Amazônia na Escola (R$ 332 milhões), que beneficia 140 mil produtores e 17 milhões de alunos; Sanear Amazônia (R$ 150 milhões), para tecnologias sociais de acesso à água, beneficiando 4.600 famílias; além de atuação com os povos quilombolas e indígenas; e a atuação emergencial com os corpos de bombeiros.
Foram 12 novos projetos contratados desde janeiro de 2023, totalizando mais de R$ 760 milhões. No mesmo período, houve desembolso de R$ 123 milhões para 19 projetos. Desde o início das atividades, em 2008, mais de 650 organizações da sociedade civil acessaram os recursos do Fundo Amazônia. “Foi muito importante já trazer para os membros do COFA os avanços obtidos. O BNDES está de parabéns pela capacidade de trabalho para que o dinheiro chegue na ponta e faça a mudança necessária”, disse o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, destacando que os recursos são diretamente voltados à conservação, promoção do desenvolvimento sustentável, inclusão social, melhoria da qualidade de vida das populações que vivem na Amazônia.
“Isso é extremamente relevante porque permite a consolidação de um novo modelo de desenvolvimento econômico. Nós queremos não apenas acabar com o desmatamento pelo comando e controle, queremos transformar a realidade e essa transformação está sendo viabilizada por investimentos em projetos estruturantes, como foram apresentados pelo BNDES”, concluiu o secretário-executivo.
O resultado foi possível com a reconstrução do Plano de Ação para Combate ao Desmatamento na Amazônia – PPCDAm, e com a recomposição das estruturas operacionais e de governança do Fundo Amazônia, o que possibilitou a retomada imediata das análises que haviam sido paralisadas em 2019, a construção e lançamento de chamadas públicas, com iniciativas acopladas a políticas públicas de abrangência em todo território, e a atuação em parceria com entes subnacionais.
Corpo de Bombeiros – Nos valores aprovados, está incluído o apoio a corpos de bombeiros dos estados da Amazônia Legal, em um esforço coordenado com MMA e os demais membros do COFA, que já em 2023 aprovaram o aumento do valor máximo de apoio a projetos de prevenção e combate a incêndios florestais e queimadas não autorizadas. Ainda em 2023, foi aprovada também a primeira operação, com o corpo de bombeiros do estado de Rondônia, no valor de aproximadamente R$ 34 milhões.
Nos primeiros meses de 2024, foi aprovado um projeto do Acre, para fortalecimento do corpo de bombeiros estadual, de cerca de R$ 22 milhões. Já no segundo semestre, foram aprovados outros 5 projetos, com Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Maranhão, totalizando aproximadamente R$ 225 milhões.
Com isso, o apoio do Fundo Amazônia a corpos de bombeiros já supera R$ 280 milhões.