Na frente de computadores, covardes, babões e afins esculhambam jornalistas como a classe fosse as genis de Rondônia Sempre tem alguém disposto a xingar os jornalistas. O jornalista é burro, o jornalista é comprometido, o jornalista é vendido, o jornalista é desinformado. Xingar jornalista, principalmente aqui em Rondônia, mas precisamente em Ouro Preto do Oeste, é mais que uma moda. É quase uma tradição, uma obrigação, uma profissão de fé.
O danado é que, na maioria das vezes, quem condena a suposta parcialidade do jornalista é algum puxa saco de político, daquele que mata e morre pelo deputado “pilantra”, o prefeito “Pinóquio”, o vereador “sem vergonha”, o governador Barnabé. É, portanto, o cara que vota inquestionavelmente em seu candidato, mesmo que ele seja incompetente, mesmo que ele seja burro, mesmo que ele seja corrupto, ficha suja e sem caráter, e se acha, mesmo assim, no direito de ofender os jornalistas.
Outro caso comum é o dos anônimos, gente que envia e-mail, comenta nos sites e blogs, quer sob um nome falso, quer sob nome nenhum. Mas se acha no direito de condenar quem, em Ouro Preto do Oeste sem a menor liberdade de imprensa, em que manifestar opinião é pôr o pescoço à disposição do carrasco, ousa dizer o que pensa.
Aqui no sitio, vez por outra aparece uma crítica, claro. Nada mais normal que a discordância. O que, na maioria das vezes, inviabiliza a liberação do comentário crítico é o nível do comentário, muitas vezes permeado de ofensas e xingamentos. É que tem muita gente que acha que a melhor forma de responder uma crítica de um jornalista é esculhambando com ele.
Como estamos postando matérias mostrando a realidade dos fatos que vem ocorrendo na prefeitura e Câmara de Vereadores, algum internauta muito ofendido registrou seus impropérios, dos quais não me dei ao trabalho de ler mais que as primeiras quatro ou cinco palavras e logo deletei. Provavelmente seria algum parente de homenageado, ou mesmo algum xeleléu do prefeito ou algum vereador.
Se argumentasse feito gente, o espaço estaria garantido. Mas não sou e nem quero ser o cara mais paciente, cabeça fria e moderado do mundo, para agüentar desaforo de ninguém. Sou jornalista, e busco pautar-me pelos princípios éticos em que creio. Mas, primeiro, não reconheço em ninguém a autoridade para estabelecer quais são esses critérios éticos e, segundo, antes de ser jornalista, sou homem, e não sou dos mais pacíficos.
Somos jornalistas, mas somos homens, e não lixeira para que toda a sorte de imbecil vomite seus atrevimentos, aproveitando-se do fato de não estar cara a cara conosco.
Autor: Alexandre Araujo
Fonte: ouropretoonline.com
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