“João Paulo II está vivendo ambiente de guerra”, diz secretário Milton Moreira
O secretário de Estado da Saúde, Milton Moreira, comparou hoje a situação do Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, a um hospital que estivesse funcionando em plena guerra devido ao grande caos que se instalou na unidade por falta de profissionais, superlotação de doentes e instalações que já não comportam o número diário de enfermos oriundos de todas as regiões do Estado.
“Atualmente, parece que o João Paulo II está vivendo um ambiente de guerra”, declarou ele em reunião ao interventor judicial do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Juscelino Amaral e sua equipe de assessores, no Gabinete da Sesau. De acordo com o secretário, os motivos para a situação caótica são vários e prevê que a solução para o caso será o envolvimento total da sociedade.
Na opinião do secretário, a superlotação do pronto-socorro também tem a ver com o que ele classificou de momento epidêmico de acidentes na capital do Estado. Somente na segunda-feira, 19.04, deram entrada no pronto-socorro 50 pacientes vítimas de acidente de trânsito. Para o secretário, a saúde pública no Estado chegou definitivamente ao fundo do poço.
Ele contou que, na segunda-feira esteve no João Paulo II e o cenário era desolador. O cheiro de sangue era horrível e a grande quantidade de pacientes no chão do hospital praticamente impedia que os profissionais de Saúde pelo menos caminhassem nos corredores do hospital. O secretário disse que chegou a falar com o governador em certa ocasião que, “ou o senhor envolve toda a sociedade nessa situação, ou vão acabar colocando fogo no hospital”.
O secretário admitiu que a Sesau possui algumas deficiências, mas que tem se esforçado muito para resolver os problemas. Ele ressaltou que um dos agravantes para esta situação continua sendo os municípios do Estado, principalmente Porto Velho, que não faz o dever de casa. “Apesar da reunião com as autoridades, o município de Porto Velho continua enviando para o João Paulo II doentes que deveriam ser tratados em postos ou policlínicas municipais. Também já cansei de estar brigando com o senhor Roberto Sobrinho”, declarou.
Da reunião participou também o diretor do Hospital de Base, Amado Rahal. Dentre os temas que foram discutidos com a equipe interventora do Sindsaúde estavam: pagamento da insalubridade, Plano Bresser, aprovação do PCCR, processos administrativos de servidores, e pagamento das horas extras. A reunião abriu um novo canal de negociação entre o sindicato e a Secretaria e as reivindicações serão discutidas após entendimento entre as partes sobre datas e horários.
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