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Brasil : Mortalidade relacionada ao calor entre idosos aumentou em 167% desde 1990, aponta estudo
Enviado por alexandre em 30/10/2024 14:59:44


Idoso caminhando na rua e tentando se proteger do calor com jornal
Idoso tentando se proteger do calor com jornal – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um novo relatório da revista científica The Lancet destaca que as ameaças à saúde provocadas pelas alterações climáticas estão em níveis alarmantes, reforçando a necessidade urgente de uma transição rápida de uma economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia de emissões zero.

Segundo o documento, 2023 foi “o ano mais quente já registrado”, resultando em uma média de 50 dias adicionais de temperaturas extremas que ameaçam a saúde humana. Além disso, a mortalidade relacionada ao calor entre pessoas com mais de 65 anos aumentou em 167% desde 1990.

A exposição a altas temperaturas compromete a atividade física e a qualidade do sono, com um declínio de 6% nas horas de sono em 2023 em comparação com a média de 1986 a 2005.

O Countdown on Health and Climate Change 2024, que contou com a colaboração de mais de 120 especialistas e agências da ONU, revela que 10 dos 15 indicadores sobre os riscos das alterações climáticas à saúde alcançaram novos recordes preocupantes.

Os especialistas pedem que os trilhões de dólares atualmente investidos em combustíveis fósseis sejam redirecionados para uma transição justa e sustentável para uma economia com emissões zeradas de gases de efeito estufa (GEE), visando proteger a saúde global.

O relatório também aponta um aumento de 61% nos dias de “precipitação extrema” na última década, aumentando o risco de inundações e a propagação de doenças infecciosas. Em 2023, 48% da área terrestre global enfrentou secas extremas, o segundo maior nível registrado. As secas e ondas de calor afetaram 151 milhões de pessoas em 124 países em 2022, exacerbando a insegurança alimentar.

A produtividade do trabalho também foi severamente afetada, resultando em uma perda recorde de 512 bilhões de horas de trabalho devido ao calor em 2023, o que representa um prejuízo potencial de 835 bilhões de dólares (cerca de 771,9 bilhões de euros).

O relatório ressalta que as mudanças climáticas resultaram em recordes de ondas de calor e incêndios florestais que impactam a saúde e o bem-estar de pessoas em todo o mundo. A expansão contínua do uso de combustíveis fósseis e as emissões recordes de GEE ameaçam reverter os avanços alcançados até agora em termos de saúde pública.

Marina Romanello, diretora executiva do Lancet Countdown na University College London, enfatiza que redirecionar os trilhões de dólares investidos na indústria de combustíveis fósseis é crucial para promover uma transição equitativa para fontes de energia limpa e saudável, beneficiando assim a economia global.

Os dados mostram que as perdas econômicas anuais causadas por fenômenos climáticos extremos aumentaram 23% entre os períodos de 2010-2014 e 2019-2023, totalizando 227 bilhões de dólares (209,8 bilhões de euros), um valor superior ao PIB de cerca de 60% das economias globais.

Idoso bebendo água em garrafa azul, ao ar livre
Homem se hidratando – Foto: Freepik

Infelizmente, os investimentos em combustíveis fósseis continuam a ser significativos, com 36,6% do investimento global em energia direcionado a essa área em 2023. A invasão da Ucrânia pela Rússia levou a um aumento nos subsídios aos combustíveis fósseis, refletindo a falta de ação climática eficaz.

Um relatório recente da Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicou que os níveis de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), os principais gases de efeito estufa, aumentaram novamente no último ano. Além disso, a destruição de quase 182 milhões de hectares de floresta entre 2016 e 2022 reduziu a capacidade do planeta de absorver CO2.

As empresas de petróleo e gás, sustentadas por muitos governos e o sistema financeiro global, continuam a perpetuar a dependência de combustíveis fósseis, o que é insustentável em um cenário de emergência climática.

Anthony Costello, copresidente do Lancet Countdown, enfatiza a necessidade de uma transformação global nos sistemas financeiros, colocando a saúde das pessoas no centro das políticas climáticas para garantir que o financiamento proteja o bem-estar, reduza desigualdades e maximize os ganhos em saúde, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.

A próxima cúpula das Nações Unidas sobre o clima (COP29), programada para 11 a 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão, será uma oportunidade crucial para reforçar essa mensagem. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que as emissões recordes são uma ameaça à saúde global e que a inação climática deve ser enfrentada com ações decisivas, buscando um futuro mais justo, seguro e saudável para todos.

Brasil : Técnicos do Ibama rejeitam estudos da Petrobras para perfuração na Foz do Amazonas
Enviado por alexandre em 30/10/2024 14:57:42


Foz do rio Amazonas. Foto: Victor Moriyama/Greenpeace

Técnicos do ​​Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) rejeitaram os novos estudos apresentados pela Petrobras para a exploração de petróleo no bloco 59 da bacia Foz do Amazonas. Com informações da Folha de S.Paulo.

Além de recomendarem o indeferimento da licença ambiental, os técnicos também recomendaram o arquivamento do processo.

O documento foi assinado por 26 técnicos do órgão ambiental e enviado ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Segundo parecer, a nova versão dos estudos não altera a recomendação feita pela área técnica no ano passado, quando “sugeriu o indeferimento da licença ambiental e o arquivamento deste processo de licenciamento ambiental”

Apesar da recomendação, o presidente do Ibama decidiu manter o processo ativo. Em sua decisão, Agostinho afirmou que a Coordenação-Geral responsável pela condução do processo e a Diretoria de Licenciamento Ambiental avaliaram “que os avanços apresentados pela Petrobras na elaboração PPAF (Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada) permitem o prosseguimento das discussões entre o empreendedor e Ibama, para ciência e apresentação dos esclarecimentos necessários”.

Na conclusão do parecer, os técnicos afirmaram que a reapresentação do “Pedido de Expedição da Licença Ambiental para a Atividade de Perfuração Marítima no Bloco FZA-M-59” e a revisão do PPAF não “não apresentaram solução compatível para as questões levantadas” anteriormente pelo órgão.

Parque Nacional do Cabo Orange, no Amapá, área costeira que pode ser afetada por um eventual acidente em caso de exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas. Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

“Esta condição é especialmente crítica tendo em vista a expressiva biodiversidade marinha e a alta sensibilidade ambiental dos ecossistemas que viriam a ser impactados. Desta forma, não foram identificados, nos documentos analisados, elementos suficientes que permitissem a revisão da sugestão de indeferimento da licença ambiental e do arquivamento deste processo de licenciamento ambiental”, escrevem.

Sobre os “impactos às comunidades indígenas em razão da operação de atividades de apoio aéreo”, o novo parecer afirma que a solução jurídica sustentada pela Petrobras “resultou em uma evidente contradição no estudo de impacto ambiental elaborado pelo empreendedor, uma vez que o mesmo considera os impactos das aeronaves sobre a avifauna como impacto da atividade de perfuração, mas quando as mesmas aeronaves impactam comunidades indígenas, são considerados impactos exclusivos do aeródromo de Oiapoque [no Amapá]”.

Em relação à fauna, os técnicos concluíram que “permanece uma série de inconsistências fundamentais para a sua adequação” ao manual de boas práticas para o manejo de fauna atingida por óleo.

Brasil : Rondônia está entre os estados mais degradados da Amazônia em setembro de 2024
Enviado por alexandre em 29/10/2024 15:42:16

Queimadas florestais impulsionam aumento de 38 vezes na degradação no estado, enquanto a Amazônia registra pior marca em 15 anos

Rondônia está entre os estados mais degradados da Amazônia em setembro de 2024
Por Rondoniadinamica

Porto Velho, RO – Segundo o SBT News, Rondônia figura entre os estados mais impactados pela degradação florestal na Amazônia, com uma área afetada de 1.907 km² em setembro de 2024, conforme dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em comparação com setembro de 2023, quando foram registrados 50 km², o estado apresentou um aumento expressivo de 38 vezes. Esse crescimento reflete o avanço das queimadas e da exploração madeireira, que ameaçam a biodiversidade da região.

O levantamento do Imazon aponta que, em toda a Amazônia, foram registrados 20.238 km² de área degradada em setembro de 2024, equivalente a mais de 13 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Esse volume é o maior dos últimos 15 anos, desde o início das monitorizações. Em comparação com o mesmo mês no ano passado, quando a área degradada foi de 1.347 km², o aumento foi de 15 vezes.

Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, explicou que a degradação é impulsionada principalmente pela exploração madeireira e pelas queimadas, fenômenos intensificados no mês de setembro devido ao clima seco. “Os números registrados em 2024 são muito mais elevados do que os vistos anteriormente. E a maioria dos alertas ocorreu devido à intensificação dos incêndios florestais”, comentou a pesquisadora, destacando que setembro foi o quarto mês seguido de alta nos índices de degradação.

O Pará liderou o índice de degradação, representando 57% do total, com a área degradada passando de 196 km² em setembro de 2023 para 11.558 km² no mesmo mês de 2024. Entre os dez municípios mais degradados, sete estão no Pará, incluindo São Félix do Xingu, que lidera com 3.966 km² de área afetada.

Brasil : NASA confirma alerta de Stephen Hawking sobre o ‘fim do mundo’; entenda
Enviado por alexandre em 29/10/2024 10:30:37


O físico teórico e cosmólogo britânico, Stephen Hawking, criador da teoria de que a Terra pode se tornar inabitável até 2600 – Foto: Reprodução

A teoria de Stephen Hawking sobre o “fim do mundo” ganhou força com a recente confirmação da NASA sobre seus alertas. Segundo Hawking, a Terra pode se tornar inabitável até 2600 devido ao aquecimento global, efeito estufa e consumo descontrolado de recursos naturais, transformando o planeta em uma ”gigantesca bola de fogo”.

O documentário ”The Search for a New Earth” registrou a visão de Hawking sobre a necessidade de expansão da humanidade para fora da Terra, mencionando o projeto ”Starshot Breakthrough”, que busca explorar Alpha Centauri. Para ele, esse seria um dos caminhos viáveis para garantir a continuidade da espécie humana, em meio aos crescentes desafios ambientais e populacionais.

Pete Worden, diretor do ‘Starshot Breakthrough’ e ex-diretor da Nasa Ames, compartilhou a visão de Hawking, afirmando que a primeira imagem de um planeta habitável próximo poderá ser capturada até a metade deste século. Esse projeto poderia revelar opções para futuras habitações e ajudar na busca por um novo lar fora do sistema solar.

Alertas

A NASA recentemente confirmou a urgência dos alertas de Hawking, afirmando que o ritmo atual de consumo de energia e o impacto ambiental podem acelerar o processo de destruição do planeta. A agência ressaltou a importância de tomar medidas urgentes contra as mudanças climáticas e seu compromisso em observar e mitigar essas ameaças por meio de seus programas de monitoramento terrestre.

Logo da Nasa, agência espacial americana – Foto: Reprodução

Para enfrentar a crise ambiental, Hawking e a agência estadunidense defendem a transição para energias renováveis e a redução das emissões de gases de efeito estufa.

A colaboração global, neste sentido, seria fundamental para conter os efeitos mais graves das mudanças climáticas e preservar a habitabilidade da Terra.

A teoria de Hawking, que inicialmente pareceu uma previsão apocalíptica, é cada vez mais respaldada por estudos científicos. Para ele, o futuro da humanidade não está perdido, mas requer ações decisivas e coordenadas para reverter a situação crítica.

Brasil : Mel da florada do açaí possui altos teores de compostos antioxidantes
Enviado por alexandre em 29/10/2024 00:47:14


O mel de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.), produzido a partir da florada do açaizeiro, possui elevados níveis de compostos bioativos derivados da palmeira amazônica. Essas substâncias são reconhecidas por ter um papel importante na promoção e manutenção da saúde humana. A descoberta é resultado da análise e comparação de méis com origens em diferentes regiões do País e abre caminho para a valorização de um produto da sociobiodiversidade amazônica.

O artigo, intitulado Evaluation of the Bioactive Compounds of Apis mellifera Honey Obtained from the Açai (Euterpe oleracea) Floral Nectar, foi publicado na revista científica Molecules por pesquisadores Embrapa, Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Para ser considerado um mel monofloral, o produto do trabalho das abelhas deve ter na sua origem a predominância de néctar da flor de uma determinada espécie vegetal. A legislação brasileira estabelece como critério para essa classificação a presença de pólen de uma única espécie superior a 45% em uma amostra de mel.

Essa concentração em um tipo de florada confere ao mel características únicas no sabor, aroma e cor, além de propriedades funcionais específicas. No caso do mel de açaí, as amostras coletadas no município de Breu Branco (PA) e Santa Maria (PA) foram analisadas e comparadas com méis monoflorais de quatro origens: mel de aroeira, de Minas Gerais; mel de cipó-uva, do Distrito Federal; mel de Timbó, do Rio Grande do Sul; e mel do mangue, do Pará.

De acordo com o pesquisador Daniel Santiago, da Embrapa Amazônia Oriental (PA) e um dos autores, a escolha desses méis para comparação se deveu às reconhecidas propriedades funcionais e à presença de compostos bioativos que eles possuem, em especial o mel de aroeira, um dos mais valorizados do País.

Benefícios à saúde

As análises revelaram que o mel de açaí possui elevada capacidade antioxidante. Entre as amostras, o mel monofloral da palmeira amazônica superou em quatro vezes o mel de aroeira na avaliação dessa atividade. “Isso sugere que os méis compostos predominantemente da florada do açaizeiro têm uma capacidade antioxidante mais forte, provavelmente devido a maiores concentrações de polifenóis e outros compostos bioativos”, afirmam os autores.

Outro autor do artigo, o professor da UFPA Nilton Muto, explica que os compostos bioativos, como os polifenóis presentes no mel de açaí, são substâncias encontradas em alimentos e, embora não sejam consideradas nutrientes essenciais (como vitaminas ou minerais), podem ter efeitos benéficos para a saúde. Eles ocorrem naturalmente em pequenas quantidades em plantas e animais e podem influenciar funções biológicas e processos metabólicos no organismo.

“Os polifenóis são uma classe de compostos bioativos e atuam como antioxidantes, neutralizando os radicais livres, e podem ter propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas e cardioprotetoras”, afirma Muto.

De acordo com a literatura científica, a maior concentração de compostos bioativos está relacionada à coloração do mel para um tom mais escuro. E isso se verificou na coloração das amostras de méis de açaí, que variaram de âmbar a âmbar escuro. Muto esclarece, no entanto, que outros fatores também podem influenciar a coloração escura do mel, como os processos de desumidificação e a maturação do produto. “No caso do mel de açaí, ele fica escuro, quase totalmente negro, o que acaba se tornando um atrativo para o produto”, avalia.

Quanto ao sabor do mel de açaí, o professor afirma que o produto foi muito bem avaliado pelos grupos de voluntários e analistas sensoriais. Ele não chega a ser tão doce quanto os demais e possui notas de café. “É um mel diferenciado. Acredito que será muito bem aceito pelo público em geral e facilmente incorporável na gastronomia”, observa o professor.

As análises da pesquisa também confirmaram a presença de vários compostos bioativos que a literatura científica relaciona a propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, antimicrobianas e antitumorais no mel de açaí. Segundo Muto, a verificação dessas capacidades já é objeto de outras pesquisas em andamento.

Atividade com potencial de expansão

Impulsionados pelo crescente preço do fruto, os plantios de açaizeiro têm se expandido no Pará e os produtores têm buscado formas de incrementar a produtividade por meio da polinização dirigida. Nesse processo, as abelhas são introduzidas nos locais de plantio para que visitem as flores e realizem a polinização.

No Pará, as abelhas que melhor desempenham o papel de polinizar o açaizeiro são as espécies nativas, conhecidas como abelhas sem ferrão. No entanto, o pesquisador da Embrapa explica que, como não existe um mercado estabelecido para oferecer colmeias de abelhas sem ferrão, a alta procura inviabilizou o acesso a muitos agricultores interessados na polinização dirigida do açaizeiro. “Há lugares onde uma colmeia de abelha sem ferrão chega a custar 600 reais”, exemplifica.

Dessa forma, uma alternativa utilizada pelos produtores de açaí para a polinização dirigida tem sido a criação de abelhas da espécie Apismellifera, conhecidas popularmente como africanizadas, por se tratar de um híbrido oriundo do cruzamento de raças europeias e africanas.

Elas são maiores que as nativas, o que representa uma desvantagem no contato com as flores pequenas do açaí, e visitam bem mais as flores masculinas que as femininas. “Ainda assim, as abelhas africanizadas possuem um raio de ação maior, que pode chegar a 1.500 metros, o que favorece que sejam colocadas nas bordas dos cultivos”, pontua.

De acordo com Santiago, ainda não há dados científicos sobre a efetividade da polinização dirigida com abelhas africanizadas para o cultivo do açaí, apenas a percepção positiva dos produtores. “Os resultados da caracterização do mel do açaí impõem que devem ser aprofundados estudos para averiguar o impacto da ação das abelhas Apismellifera nessa cultura. Ao identificar cientificamente esse impacto, a atividade ganhará mais conhecimento específico para o manejo dessas abelhas no trópico úmido”, afirma.

Em 2023, o Brasil produziu 64 mil toneladas de mel. À região amazônica, coube aproximadamente 2% desse total, dos quais o Pará figura com 1,5%. De acordo com o pesquisador, a atividade da apicultura tem grande potencial de ampliação no estado e hoje envolve cerca de 3 mil famílias. “Considerando que o açaí se transformou em um produto internacionalmente conhecido, é possível que osderivados relacionados à identidade dessa fruta também contribuam para aprimorar a apicultura da região”, conclui.

Artigo é resultado de pesquisa integrada sobre a biodiversidade da região

O estudo das propriedades do mel de açaí é fruto da parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental, produtores e academia. No Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia, ligado ao Parque de Ciência e Tecnologia Guamá e à Universidade Federal do Pará (UFPA), alunos e professores investigam as possibilidades de novos produtos a partir da biodiversidade da região, enquanto em propriedades de agricultores e na Embrapa aprendem sobre o manejo de abelhas, nativas e africanizadas, e sua relação com a polinização de cultivos. O tema foi trabalhado pelo projeto Agrobio, financiado pelo Fundo Amazônia/BNDES.

“Nessa parceria, ajudamos a formar profissionais que possam desenvolver novos produtos que venham a fortalecer a apicultura e meliponicultura da região”, afirma o pesquisador Daniel Santiago. Primeira autora do artigo, a mestranda em Biotecnologia Sara Ferreira (foto à esquerda) integra o grupo de pesquisa desde a sua graduação, quando iniciou o trabalho de análises do mel de açaí, sob a orientação do professor Nilton Muto. “Em campo, pude aprender desde o princípio sobre a produção do mel pelas abelhas e a importância do néctar floral nesse processo, o que me levou a ter outra visão sobre o trabalho de análise em laboratório”, afirma.

Para ela, a descoberta de uma ampla variedade de compostos bioativos no mel de açaí indica um caminho para a produção de ciência com base na biodiversidade da Amazônia. “É um ponto de partida para estudarmos futuramente aplicações em novos produtos”, conclui.

Também assinam o artigo Jéssica Lyssa Araújo, Marly Souza Franco, Camilla Mariane Moura de Souza, Daniel Santiago Pereira, Cláudia Quintino da Rocha, Hervé Rogez e Nilton Akio Muto.

Fotos: Ronaldo Rosa, Vinícius Braga.
Fonte: Embrapa

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