As autoridades chinesas criticaram, nas últimas horas, os EUA após o que consideram ser um sinal errado do veto norte-americano ao projeto de resolução que exigia um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza.
Pequim acusa Washington de ter dado "luz verde para que o massacre continue". Principal aliado de Israel, Washington acredita que a resolução teria posto em risco as negociações diplomáticas para conseguir uma trégua, incluindo a libertação de reféns.
Em resposta ao veto, o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, afirma que o argumento de que a proposta interferiria nas negociações diplomáticas em curso é “totalmente insustentável”.
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“As repercussões do conflito estão desestabilizando toda a região do Oriente Médio, levando a um risco crescente de uma guerra mais ampla”, acrescenta Zhang Jun.
Já a Argélia, que apresentou o texto propondo o cessar-fogo imediato, sublinhou que “infelizmente o Conselho de Segurança falhou mais uma vez”, disse o embaixador argelino na ONU. O diplomata afirma que os elementos do Conselho de Segurança têm que “fazer um exame de consciência” e pensar em “como a história vai julgá-los”.
A resolução da Argélia recebeu apoio de 13 dos 15 elementos do Conselho de Segurança da ONU. Os Estados Unidos vetaram e o Reino Unido se absteve, também com o argumento de que um apelo ao cessar-fogo agora poderia “pôr em risco as negociações que decorrem”.
No entanto, nem todos os aliados dos EUA apoiaram o veto de Washington. O embaixador francês na ONU lamentou que a resolução não tenha sido adotada "dada a situação desastrosa na região".
A Faixa de Gaza permanece mergulhada em uma situação humanitária de catástrofe, após os ataques israelenses. As Nações Unidas somam quase 1,5 milhão de pessoas na cidade de Rafah, localizada no sul do território palestiniano, junto à fronteira com o Egito.
Este é o terceiro veto norte-americano desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. Um veto “irresponsável e perigoso” e que envia a mensagem de que Israel pode “continuar a fazer qualquer coisa impunemente”, criticou o embaixador palestiniano.
A proposta da Argélia, vetada na terça-feira (20), não vinculava o pedido de cessar-fogo à libertação dos reféns, mas exigia separadamente a libertação de todos eles imediata e incondicionalmente.
Após o veto, a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas defendeu que a aprovação desta resolução seria "uma ilusão e uma irresponsabilidade".
De acordo com a Reuters, os EUA preparam um projeto de resolução alternativo que apela a um "cessar-fogo temporário" e se opõe a uma grande ofensiva terrestre por parte de Israel em Rafah.
A proposta norte-americana, a que a agência teve acesso, defende o "apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza o mais rapidamente possível, com base na fórmula de libertação de todos os reféns", e apela a que seja permitido prestar "assistência humanitária em grande escala".
Israel começou a atacar Gaza depois do ataque do Hamas no Sul de Israel, em 7 de outubro, durante o qual cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e mais de 240 feitas reféns.
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A campanha militar israelense provocou já mais de 29 mil mortos em Gaza, de acordo com um balanço feito pelo Ministério da Saúde do território palestiniano, gerido pelo Hamas.
Fonte:Agência Brasil