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Brasil : Parceria com Belmont Forum fomenta projetos sobre a Amazônia e Florestas Tropicais
Enviado por alexandre em 11/10/2024 09:48:36

Último texto da série do MCTI sobre entregas do Grupo de Pesquisa e Inovação do G20 destaca chamada internacional de apoio à produção de conhecimento nos biomas

O Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20, presidido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lançou nove entregas durante sua gestão, destacando-se a chamada colaborativa de pesquisa intitulada ‘Florestas tropicais: implicações globais e ações prementes’. O edital, fruto de uma parceria entre o Belmont Forum e o G20, está aberto para o recebimento de propostas até 12 de novembro deste ano.

No terceiro e último texto da série sobre entregas do Grupo de Pesquisa e Inovação do G20, o MCTI destaca a chamada internacional aprovada pelas principais economias do mundo em Manaus. Confira os textos anteriores sobre energia limpa e biodiversidade.

O objetivo da parceria é financiar projetos inovadores de pesquisa  focados em Florestas Tropicais, incluindo a Amazônia, e na sustentabilidade, conforme explicou Carlos Matsumoto, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MCTI.

"Esta ação é uma contribuição concreta, em que os países do G20 e  convidados participantes investirão recursos em projetos específicos, fomentando a pesquisa e inovação nas dimensões ambientais, sociais e econômicas do desenvolvimento sustentável", afirmou.

A chamada conta com o apoio de 19 agências de fomento, incluindo dez fundações estaduais de amparo à pesquisa no Brasil. "A parceria com o Belmont Forum é uma das prioridades para promover pesquisa e inovação voltadas para uma Amazônia sustentável", destacou Matsumoto.

Nicole Arbour, diretora executiva do Belmont Forum, explicou que o tema foi escolhido a partir das prioridades dos membros do fórum. "As florestas tropicais são um interesse global claro. Identificamos essa prioridade, e muitos membros concordaram que era também uma prioridade para eles", disse.

Fotos: Diego Galba/ Ascom MCTI
Fotos: Diego Galba/ Ascom MCTI


A chamada abrange as bacias da Amazônia, do Congo (na África) e de Borneo-Mekong (no Sudeste Asiático), com uma abordagem transdisciplinar que busca reduzir o desmatamento, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer economias locais. As áreas de foco incluem a função dos ecossistemas, conectividade, ciência climática, além de justiça ambiental e governança.

Nicole Arbour enfatizou que o edital permitirá o financiamento de projetos concretos, com a participação dos países do G20 e de outros convidados. “Será uma chamada inclusiva global com o objetivo de engajar essas bacias tropicais e compreender melhor em diferentes partes do mundo, como interagem com ecossistemas muito próximos, como caminhos em que interagem em ambientes globais. Também há muitas similaridades e melhores práticas que podem ser compartilhadas ao redor do mundo”, pontuou. Arbour também destacou a importância de envolver as comunidades indígenas e locais que dependem das florestas para viver e que fazem parte desses sistemas florestais.

Confira os detalhes da chamada e submeta sua proposta aqui.

Declaração de Manaus

O Grupo de Trabalho (GT) de Pesquisa e Inovação do G20, que reúne as 20 maiores economias globais, finalizou a reunião em Manaus, com a aprovação da Declaração de Manaus, no dia 19 de setembro.

O documento foi aprovado por consenso pelos delegados dos países participantes e destaca o papel da inovação aberta como ferramenta essencial para enfrentar desafios globais e reduzir desigualdades no acesso e produção de avanços científicos e tecnológicos.

Principais entregas do GT de Pesquisa e Inovação do G20:

1. Os Termos de Referência do Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20.

2. A Estratégia do G20 para promover a cooperação em inovação aberta.

3. A Recomendação do G20 sobre Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade em Ciência, Tecnologia e Inovação.

4. A Parceria do G20 e do Fórum Belmont para Pesquisa e Inovação na Amazônia e nas Florestas Tropicais.

5. O processo de facilitação do G20-GBIF para catalogação de espécies e expansão de bases de dados abertas de biodiversidade.

6. O Seminário internacional do G20 sobre desafios e oportunidades para pesquisa e inovação na Amazônia e nas Florestas Tropicais.

7. O panorama do G20 sobre tecnologias de energia limpa a serem alvos de co-desenvolvimento, transferência, disseminação e difusão de conhecimento voluntários em termos mutuamente acordados, com o objetivo de reduzir as emissões e alcançar a proteção do meio ambiente e de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa/neutralidade de carbono.

8. O compêndio do G20 de políticas nacionais de inovação em energia limpa para transições energéticas justas.

9. As recomendações do Grupo de Trabalho, na perspectiva da pesquisa e inovação, para a “Aliança para a Produção e Inovação Local e Regional”, em discussão no Grupo de Trabalho da Saúde do G20

G20 Brasil

A presidência brasileira do G20 encerra em novembro após com a Cúpula de chefes de Estado e de Governo do grupo, no Rio de Janeiro. O lema do mandato brasileiro é “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, que reforça os compromissos com a redução da fome, da pobreza e da desigualdade a nível mundial, bem como o desenvolvimento socioambiental com uma transição ecológica justa e inclusiva.

Saiba mais sobre as ações do país no G20 no site https://www.g20.org

Ciência e Tecnologia

Brasil : Senado debaterá enfrentamento de incêndios e eventos climáticos pelas Forças Armadas
Enviado por alexandre em 11/10/2024 09:34:20

 

Defesa será convidada para audiência pública; data ainda será confirmada

 

Brasília – A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (9), a realização de audiência pública, ainda sem data marcada, para debater a inclusão, no serviço militar alternativo (SMA), de ações de prevenção e enfrentamento de incêndios florestais e extremos climáticos, como as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.

Regulamentado pela Lei 8.239, de 1991, o SMA substitui o serviço militar obrigatório (SMO) com atividades administrativas, assistenciais, filantrópicas ou produtivas, sob a supervisão das Forças Armadas.

O requerimento (REQ 51/2024 – CMA) para o debate é da senadora Teresa Leitão (PT-PE), subscrito pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Na justificativa, Teresa explica que, devido a incêndios e eventos climáticos extremos ocorridos no país, é necessário fortalecer o papel da Defesa Civil.

“Ganha relevo (..) a atuação de contingentes das Forças Armadas em ações mitigadoras, de enfrentamento e de apoio em face dos incêndios florestais e eventos climáticos extremos e suas consequências (como disponibilidade de água potável e alimentos, aumento do risco de doenças, etc)”, expõe a senadora.

Debatedores

Serão convidados para a audiência:

– representante do Ministério da Defesa;

– representante do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima;

– representante do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;

– representante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional;

– representante do Ministério da Educação;

– representante da Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Agência Senado – Edição: Montedo.com

Brasil : Projeto autoriza policial estadual a comprar mesma quantidade de armas que militar do Exército
Enviado por alexandre em 10/10/2024 15:41:49

 

Na prática, policiais militares poderão comprar até seis armas de uso permitido e cinco de uso restrito; a Câmara discute a proposta
O Projeto de Lei 2395/24 autoriza militares estaduais, ativos e inativos, a comprarem a mesma quantidade de armas, incluindo as de uso restrito, prevista para militares do Exército Brasileiro. A Câmara dos Deputados analisa a proposta, que altera a Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares .

Na prática, o projeto autoriza policiais militares da ativa ou inativos a comprarem até seis armas de uso permitido e cinco de uso restrito, que são as com maior potencial ofensivo. Atualmente, os policiais só podem adquirir quatro armas de uso permitido e duas de uso restrito.

Para o autor do projeto, deputado Coronel Ulysses (União-AC) não existe justificativa para que os policiais tenham acesso a menos armas do que os membros do Exército. “O risco de um militar estadual sofrer um atentado contra a vida é infinitamente maior do que um militar do Exército”, afirma.

Segundo o Atlas da Violência, em 2022, 139 policiais militares foram assassinados no Brasil, 105 estavam fora de serviço.

Coronel Ulysses destaca ainda que o militar estadual inativo está sujeito a ainda mais riscos do que os da ativa. “Em face da atuação contra o crime, a simples passagem à condição de inativo não exime o risco derivado de represálias impostas pelo crime organizado.”

Próximos passos
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.

Agência Câmara

Carro da equipe de segurança de Lula com documentos, crachás e colete à prova de balas é roubado no ABC Paulista


Motorista esperava sozinha no carro enquanto membros do GSI faziam trabalho de reconhecimento da escola onde Lula irá votar no domingo. Nenhum armamento foi levado.
 Carlos Henrique Dias, Lívia Martins
g1 SP — São Paulo – Uma dupla roubou um carro que estava sendo usado por uma equipe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República na tarde desta sexta-feira (4). Foram levados documentos da equipe, credenciais, aparelhos e colete à prova de balas em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Até a última atualização desta reportagem, nennhum suspeito foi identificado.

A equipe estava a trabalho na Escola Estadual João Firmino Correia de Araújo, onde o presidente Lula irá votar no domingo (6), enquanto a motorista ficou esperando no carro, do lado de fora.

Escola onde Lula vota em São Bernardo do Campo — Foto: Reprodução/Google Street View

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima estava no veículo, na Rua Maria Azevedo Florence, no bairro Assunção, quando foi abordada por dois homens armados, que bateram na janela do carro e mandaram a mulher sair.

Com os ladrões segurando supostos revólveres, a vítima contou à polícia que saiu do carro e teve o automóvel levado também com vários pertences pessoais, como o celular que a dupla mandou que ela dissesse a senha de desbloqueio.

No momento do crime, a vítima estava sozinha no carro. A Polícia Militar foi chamada à área e ninguém foi preso.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, no veículo, modelo T Cross sem seguro, havia uma mala com roupas e calçados, uma mochila com notebook, óculos, coldre e porta-carregador, outra maleta com pins de identificação para eventos presidenciais, um terno cinza, outra mochila com carteira, CNH, funcional da Marinha, dois cartões de crédito e crachá da Presidência.

Também havia mais um crachá, roupa, identificação do GSI, bateria de rádio, celular, caderno operacional, dois relógios de pulso, um colete balístico, mais um celular, outro notebook, fone de ouvido e um Iphone.

O caso foi registrado como roubo em São Bernardo do Campo, com quatro vítimas.

Em nota, o GSI informou que um veículo alugado que prestava serviço à equipe da Presidência foi roubado.

“A única pessoa presente no veículo, no momento da ação criminosa, era a motorista da locadora que relatou o ocorrido aos agentes do GSI/PR. Nenhum armamento foi levado. Foi registrado o boletim de ocorrência e o fato está sendo apurado pelas forças policiais do Estado de São Paulo”.

g1

Guerras e defesa: a história das Forças Armadas e poder de fogo no Brasil


Embora o Brasil pouco se envolva em guerras, nossas forças armadas já foram muito respeitadas pela história, e ainda seguem; entenda!

 

Ricardo Lobato*
Como analista-chefe de uma empresa especializada em análise de risco político, sempre que possível, busco trazer para esta coluna o tema do “jogo de poder” entre as nações — afinal, o que é a guerra senão a forma mais “dura” da geopolítica?

Tenho visto, pelo retorno de vocês, queridos leitores, que mostrar a geopolítica por trás das guerras e dos assuntos militares tem encontrado eco. Entre as últimas mensagens que recebi, uma delas destaca o “papel geopolítico do Brasil para além da nossa diplomacia”. Resolvi, então, dedicar esta coluna ao tema sugerido, tão complexo quanto interessante — partindo, claro, da História!

O Brasil, que começou o século 19 como colônia, passando a Reino em 1815, se emancipando e virando Império em 1822, havia, em 1889, mudado de regime mais uma vez: agora, o país experimentava “ser uma República”. Ainda que, de forma autocrática e com uma democracia que não era para todos (bem longe disso, aliás), o novo sistema tinha mais liberdade do que os anteriores. Contudo, o início da experiência republicana brasileira coincidia com um momento “delicado” (para dizer o mínimo) da geopolítica internacional.

A virada para o século 20 foi o auge da “Era dos Impérios” (1875-1914), como bem chamou o historiador Eric Hobsbawm. Um momento em que as grandes potências de então, movidas pela sede por riquezas para alimentar as máquinas da revolução industrial, colonizavam África e Ásia. Essa sede expansionista iria levar justamente à Grande Guerra (1914-1918), mas, como geralmente acontece antes de um conflito, seus anos imediatamente anteriores são marcados por tensões latentes, e é aqui que entra a América do Sul, por conseguinte, o Brasil.

O continente, que se emancipara das potências coloniais no século anterior, mesmo que não estivesse na mira da colonização, estava longe de ser pacífico. Além de as grandes potências ainda possuírem muitos interesses por aqui (velados ou não), os próprios países do Cone Sul brigavam entre si pela supremacia da região. Para além de algumas feridas ainda abertas da Guerra do Paraguai (1864-1870), ainda havia outras disputas na região.

Militares paraguaios durante a Guerra do Paraguai / Crédito: Getty Images

Os países competiam para ver quem possuía o melhor e mais avançado armamento e, consequentemente, maior poder de fogo. Com Argentina e Chile batalhando pela supremacia naval sul-americana, e com orçamentos militares cada vez maiores, os brasileiros decidiram que precisavam fazer algo. Maior nação sul-americana, e em momento que ainda terminava de definir as fronteiras, o Brasil foi às compras — uma vez que viu seu status de potência regional (e internacional) ameaçado.

Novos projetos
A despeito de a República ter nascido em meio a uma crise financeira, a do Encilhamento (1889-1894), os líderes do país decidiram “não poupar gastos”. De modo a garantir o poder de fogo das Forças Armadas, Marinha e Exército (a Força Aérea seria criada apenas em 1941) foram contemplados com dois grandes projetos.

A Marinha, com plano de reorganização naval, encomendou em 1904 os “mais modernos vasos de guerra” que a Inglaterra — sua velha aliada e fornecedora — tinha a oferecer. Como se não bastasse, levando em conta a rapidez com que a tecnologia militar avançava no pré-Primeira Guerra, em 1906, o plano foi incrementado.

O Brasil iria adquirir agora três Dreadnoughts, navios com canhões revolucionários. Algo que causou apreensão não apenas dos vizinhos (a Argentina se apressou em encomendar dois), mas também dos próprios ingleses, que temiam que o Brasil fosse um intermediário da compra para uma potência antagônica, a Alemanha.

Por falar em Alemanha, o Império Alemão foi o selecionado para equipar o Exército Brasileiro com os canhões Krupp, as “mais maravilhosas armas que a humanidade já viu” — apesar de estranho, era assim o anúncio da empresa.

Com isso, para defender o Rio de Janeiro, então capital do país, decidiu-se que deveriam ser instalados obuseiros na Praia de Copacabana, protegendo a entrada da Baía de Guanabara. Por sugestão dos técnicos da própria Krupp, o marechal Hermes da Fonseca, presidente da época, optou por “canhões de grosso calibre, tiro rápido e longo alcance”, que possuíam maior poder de fogo em relação aos obuseiros inicialmente pensados.

Mas qual o resultado desta história? E de que forma esse aumento de poder de fogo do Brasil se relaciona com os atuais projetos estratégicos das Forças Armadas?

O que aconteceu?
Tanto os dreadnoughts (o tipo predominante de navio de guerra no início do século 20) quanto os canhões do Forte de Copacabana possuem sua importância histórica — ainda que nem tudo tenha saído conforme o planejado. O marechal Rommel costumava dizer que “Nenhum plano sobrevive ao primeiro contato com o inimigo”. Mesmo que não seja o caso, o aforismo cabe em nossa história, pois Argentina e Chile, os “inimigos em potencial” — o grande motivador para as compras das Forças Armadas de então —, acabaram sendo ofuscados por uma guerra maior.

Canhões no Forte de Copacabana / Crédito: Licença Creative Commons via Wikimedia Commons

Não por qualquer guerra, mas pela Primeira Grande Guerra — o conflito que, em tese, viria para acabar com todos os demais. O fato de as intrigas sul-americanas terem sido afetadas pela Grande Guerra é uma prova de como, mesmo afastado do centro do problema, a geopolítica reverbera por aqui.

Quando os dois primeiros dreadnoughts ficaram prontos, em 1910 — recebendo a designação de Classe Minas Geraes (com “e” mesmo) — os problemas econômicos haviam se intensificado, sobretudo pelo declínio do ciclo da borracha. O terceiro foi vendido ainda em 1911 para o Império-Otomano, um dos protagonistas da guerra que começaria três anos depois.

Já os canhões do Forte chegaram em 1914. Por uma questão de meses, não ficaram retidos na Alemanha, outro grande protagonista do conflito. Esse é um dos riscos de se comprar materiais de países em beligerância, dependendo de como as coisas andam por lá, tudo é direcionado para o esforço de guerra.

Projetos estratégicos
Uma Guerra Mundial e uma Guerra Fria depois, chegamos ao século 21. Como você já pode ter lido aqui nesta coluna, o ‘Fim da História’, obra de Francis Fukuyama e a sonhada “era de paz e estabilidade” pós-Guerra Fria duraram pouco mais de uma década, com os sonhos de esperança de um futuro pacífico sendo destruídos pelo ataque às Torres Gêmeas em 2001.

Assim sendo, principalmente depois da crise de 2008 e do início do fim do unipolarismo norte-americano, diversos países — entre eles o Brasil — começaram a perceber que não podiam mais contar apenas com a arquitetura de paz e segurança vigente, pois essa se tornara deveras frágil. É então, nesse momento, que surgem (no caso brasileiro) os “projetos estratégicos das Forças Armadas”.

Na definição do próprio Ministério da Defesa, os projetos estratégicos nada mais são que “a aquisição e modernização de material de emprego militar, o desenvolvimento de novos sistemas de armas e o fortalecimento da base industrial de defesa”. Ou seja, os formuladores de política perceberam que, assim como no passado, se o mundo estava “esquentando”, então era (e ainda é) melhor se preparar para o que vem por aí.

À semelhança do que ocorrera no início do século 20, quando as Forças Armadas foram contempladas com meios de garantir seu poder de fogo, um século depois, a história se repete. Cada Força foi consultada sobre quais eram suas prioridades e, apesar de possuírem vários eixos, todas definiram um principal.

A Marinha fez uma opção pela frota de submarinos, desenvolvendo, em parceria com a França, quatro submarinos de propulsão convencional e a tecnologia para um de propulsão nuclear. O Exército optou por mudar sua doutrina, passando de unidades motorizadas (caminhões) para unidades mecanizadas (veículos blindados), além de investir maciçamente no programa de lançador de foguetes ASTROS.

Por sua vez, a Força Aérea traçou dois eixos em torno de suas duas principais áreas: aviação de caça e de transporte. Usando a Embraer, empresa brasileira (sinônimo de excelência em aviação), a FAB fez uma parceria com a Suécia para a produção dos aviões de caça Gripen; concomitante, desenvolveu praticamente sozinha os aviões de transporte C-390.

Avião do modelo C-390 / Crédito: Licença Creative Commons via Wikimedia Commons

Imprevistos
É claro que, assim como no passado, nem tudo sai conforme o planejado. Com as sucessivas mudanças de governo nos últimos dez anos — muitas motivadas, também, por crises econômicas —, alguns projetos sofreram atrasos, enquanto outros foram descontinuados, sendo retomados ou postos em prática novamente apenas em 2023.

Quase 20 anos depois da idealização, muitos cenários, entre os mais assustadores previstos pelos planejadores em 2008 (pandemia, novas crises financeiras, guerras totais), se concretizaram. Contudo, desta vez com um elemento a mais: a ascensão dos totalitarismos. Tal qual o mundo do pós-Primeira Guerra, o de hoje vive o ressurgimento da extrema-direita.

Também as tecnologias, que eram vanguardistas no final dos anos 2000, hoje já são corriqueiras, o que demanda ajuste nos planos. Ademais, com sociedades inteiras se rearmando, há uma corrida pelos mesmos fornecedores. O medo de que, assim como quase aconteceu no caso dos canhões Krupp, uma guerra lá fora interfira na entrega de material aqui, é algo real.

Um exemplo é o que aconteceu recentemente com uma compra do Exército de canhões autopropulsados. Afora as disputas políticas na cena externa, a empresa escolhida, israelense, “ganhou, mas não levou”. O medo de que o conflito em Gaza possa afetar o fornecimento de materiais e peças fez com que o processo de compra fosse suspenso.

Seja com os projetos estratégicos ou com iniciativas adicionais, o investimento em defesa não é uma prerrogativa exclusiva do Brasil. Indo além do Velho Mundo, aqui ao lado, a Argentina também foi às compras — algo que alarmou os militares brasileiros. Soa familiar?

O ensaísta norte-americano Mark Twain dizia que “a História não se repete, mas, por vezes, rima”. Em um mundo em reconcerto, onde há mais conflitos e muros do que em 1991, no fim da Guerra Fria, o poder de fogo está mais em voga do que nunca.

Finalizo este artigo agradecendo aos militares da Chefia de Material do Comando Logístico do Exército e do Ministério da Defesa, que contribuíram no conteúdo deste primeiro artigo, e também a você, leitor que sempre me acompanha.

*Ricardo Lobato é sociólogo e mestre em economia, oficial da reserva do Exército Brasileiro e consultor-chefe de política e estratégia da Equilibrium — consultoria, assessoria e pesquisa @equilibrium_cap.

AVENTURASNAHISTÓRIA


Brasil : Forte tempestade solar deverá impactar Terra a partir desta quinta-feira dia 10
Enviado por alexandre em 10/10/2024 10:16:14

Este é um nível abaixo do máximo possível, G5, observado em maio

Por AFP

Em maio, o planeta experimentou as tempestades geomagnéticas mais potentes em duas décadas – Foto: Christo James V/Pexels

Uma enorme bola de plasma e seu campo magnético expelidos pelo Sol devem impactar a Terra na manhã desta quinta-feira (10), o que pode desencadear auroras boreais, segundo meteorologistas americanos.

Este fenômeno ocorre quando o Sol se aproxima – ou possivelmente já está – do pico de seu ciclo de 11 anos, momento em que a atividade solar é maior.

Em maio, o planeta experimentou as tempestades geomagnéticas mais potentes em duas décadas, produzindo espetáculos coloridos nos céus noturnos longe dos polos.

“A previsão atual é que chegue amanhã pela manhã até o meio-dia, no horário do Leste, e talvez continue até o dia seguinte”, disse Shawn Dahl, do Centro de Previsão Meteorológica Espacial dos Estados Unidos, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira.

Como a ejeção de massa coronal (EMC) viaja pelo espaço a quatro milhões de quilômetros por hora, a agência ativou uma vigilância de tempestade geomagnética de nível 4 (G4).

Este é um nível abaixo do máximo possível, G5, observado em maio, mas o resultado final pode ser inferior ou superior ao próprio G4.

Não será possível fazer previsões mais exatas até cerca de 15 ou 30 minutos antes do impacto, quando cruzarem com os satélites de monitoramento.

Segundo Dahl, a Agência Federal para a Gestão de Emergências (FEMA), já sob pressão pelas consequências do furacão Helene e pela proximidade do furacão Milton, foi informada, assim como as empresas que gerenciam a rede elétrica americana, para que possam tomar medidas de mitigação, se necessário.

Quando as EMCs colidem com a magnetosfera da Terra, podem criar tempestades geomagnéticas. Essas tempestades podem perturbar os satélites que orbitam a Terra e afetar tecnologias como sinais de rádio e sistemas de posicionamento GPS.

De acordo com especialistas, as auroras serão mais visíveis longe das luzes das cidades, em céus o mais escuros possível, para aqueles que vivem em latitudes adequadas, potencialmente tanto ao sul quanto ao norte da Califórnia ou do Alabama, nos Estados Unidos.

As pessoas podem usar suas câmeras ou telefones para observar o fenômeno, pois as atuais imagens digitais muitas vezes conseguem capturar as auroras, mesmo quando o olho nu não as enxerga.

Brasil : Incendiários colocam fogo em mata no Brasil e chamas atingem a Bolívia
Enviado por alexandre em 10/10/2024 10:05:27

Os investigados são suspeitos de atear fogo em área de aproximadamente 30 mil hectares para a criação de gado

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (10/10), a Operação Arraial São João para combater os crimes de incêndio, desmatamento, exploração ilegal de terras da União, associação criminosa, entre outros, na região de Corumbá (MS).

 

Os investigados são suspeitos de atear fogo em área de aproximadamente 30 mil hectares para a criação de gado. O fogo se alastrou, inclusive, para a Bolívia.

 

Policiais federais cumprem três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Corumbá (MS), em conjunto com o Ibama e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal.

 

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Durante as investigações dos incêndios ocorridos neste ano de 2024, os dados coletados revelaram que a área queimada é alvo reiterado deste tipo de crime ambiental e, posteriormente, alvo também de grilagem das áreas com a realização de fraudes junto aos órgãos governamentais. Há indícios ainda de manejo de gado irregular proveniente da Bolívia na área devastada.

 

A perícia da Polícia Federal identificou que aproximadamente 30 mil hectares do bioma pantanal foram queimados por ação dos investigados. A catástrofe ganhou grande repercussão, tendo em vista que o ápice das queimadas ocorreu no final de semana do Arraial São João, tradicional festa junina de Corumbá, revelando imagens impactantes enquanto a margem do Rio Paraguai ardia em chamas.

 


 

Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de provocar incêndio em mata ou floresta, desmatar e explorar economicamente área de domínio público, falsidade ideológica, grilagem de terras e associação criminosa.

 

Fonte: Metrópoles

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