Pesadelos frequentes podem ser sinal inicial de Parkinson, diz estudo
Uma das principais dificuldades trazidas pelas doenças neurodegenerativas é o diagnóstico precoce. Em pacientes com Parkinson, por exemplo, quando a pessoa finalmente recebe o diagnóstico, normalmente já perdeu entre 60% e 80% dos neurônios responsáveis por liberar dopamina.
Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, descobriram que o começo do desenvolvimento da doença pode estar associado a um sintoma incomum: o aumento da quantidade de pesadelos sem causa aparente, principalmente em homens.
Os cientistas acompanharam cerca de 3 mil homens idosos por 12 anos. Os participantes que começaram a ter mais sonhos ruins tiveram duas vezes mais chance de desenvolver Parkinson, e a doença nesses pacientes piorou mais rapidamente.
“Precisamos continuar estudando essa área para identificar se o aparecimento dos pesadelos sem motivos óbvios pode indicar que indivíduos idosos devem procurar acompanhamento médico”, escreve o neurologista Abidemi Otaiku, principal autor da pesquisa.
O cientista explica que a ligação entre pesadelos e a doença de Parkinson vem sendo pesquisada há anos, e cerca de um quarto dos pacientes com a condição diz estar sofrendo com o problema no momento do diagnóstico — alguns afirmam estarem tendo pesadelos há até dez anos. Estudos anteriores mostram que pessoas com Parkinson têm quatro vezes mais chance de ter pesadelos frequentes do que a população em geral.
A pesquisa de Otaiku, que foi publicada em pré-print na revista The Lancet, ainda precisa passar por revisão da comunidade científica, mas ajuda a mostrar que os pesadelos são uma consequência da doença.
Os cientistas querem expandir o estudo usando eletroencefalografia para entender o que exatamente causa os pesadelos: a principal hipótese é que algo relacionado à doença possa estar acontecendo no córtex frontal, a área do cérebro responsável por regular as emoções durante o sono.
O que é sangramento livre e menstruação consciente?
O momento midiático por excelência da menstruação livre veio em 2015, quando a corredora Kiran Gandhi começou a menstruar pouco antes de correr os 42 quilômetros que compõem a Maratona de Londres.
Claro, isso não era notícia, mas ela correu sem usar absorventes, tampões ou coletor menstrual. “Uma maratona é por si só, há séculos, um ato simbólico. Por que não usá-lo como um meio de conscientizar minhas irmãs que não têm acesso a absorventes internos e que, juntamente com dores menstruais e cólicas constantes, precisam fingir que nada está errado?” Kiran escreveu em seu blog para explicar por que o que havia acontecido.
Eu decidi defender o sangramento livre, que consiste em menstruar sem usar nenhum tipo de dispositivo. A repercussão foi imensa: as imagens rodaram o mundo, deixando claro que a menstruação ainda é silenciada. “Tanto homens quanto mulheres foram socialmente instruídos a fingir que a menstruação não existe, porque ainda existe um tabu social com o período. Ao estabelecer uma norma de vergonha em torno do assunto, as sociedades (que preferem os homens) impedem de forma muito eficaz a união por uma experiência que 50% da população humana compartilha mensalmente.” Por sua vez, Rupi Kaur revolucionou as redes sociais ao postar em seu perfil do Instagram uma imagem em que posava de costas com uma legging manchada de sangue. A rede social imediatamente apagou sua foto. “Não vou me desculpar por não alimentar o ego e o orgulho de uma sociedade misógina que me permite mostrar meu corpo de calcinha, mas não mostrar minha menstruação, quando a rede social está cheia de imagens em que mulheres, mesmo menores de idade, são objetificadas, pornificadas e tratadas como se não fossem humanas”, escreveu a poetisa, ilustradora e atriz canadense.
O que é sangramento livre e como treinar a consciência corporal
A verdade é que pode parecer que usar ou não produtos de higiene íntima não é uma escolha, porque quando menstruamos pela primeira vez, eles nos dão um absorvente… e não algo mais natural como uma calcinha menstrual. A primeira menstruação é um fato que marca uma mudança importante no desenvolvimento das meninas. As alterações geralmente demoram um pouco para entrar em vigor. Por se tratar de um novo método de higiene íntima, a tendência vai das mulheres mais jovens para as mais velhas, e não o contrário. Daqui a alguns anos, com certeza, as mães vão dar calcinha menstrual para suas filhas em vez de absorvente, porque elas vão se acostumar.
Um dos sinais de que a regra está saindo do armário é que a empresa de identificação, comparação e sistema de comunicação de cores, Pantone, criou a cor “Period Red”. Eles garantiram que a intenção era que as pessoas falassem sobre uma parte da vida em torno da qual ainda existem muitos tabus. Em geral, há muita desinformação sobre a menstruação e isso fez com que ela se tornasse um assunto tabu. Mas, felizmente, durante a última década a questão da menstruação foi normalizada como um processo natural, biológico do corpo e comum a todas as mulheres. Uma das ferramentas que mais tem ajudado a dar voz e visibilidade a essa questão tem sido as redes sociais.
O sangramento livre não é sobre segurar seu período, mas sobre sentir o aviso de que você precisa esvaziá-lo. Uma vez que você sabe que o sangue vai descer, você tem que apertar os músculos da vagina para segurar o sangue até chegar ao banheiro. Graças a este treino, algumas pessoas conseguem manter a menstruação entre duas e três horas sem usar nenhum produto menstrual. Camila Oliveira, fisioterapeuta especialista em assoalho pélvico ,explica como realizar este treinamento. “Sangramento livre significa ter consciência corporal suficiente para perceber quando seu útero está cheio e quando você precisa evacuar. Outra opção é saber como mantê-lo. Não existe exercício para conter a menstruação, pois é um exercício de conscientização e compreensão de que quando menstruamos não fazemos isso por 24 horas. Eles não nos ensinam a ter consciência de estarmos menstruadas . O fundamental é ter um assoalho pélvico bem trabalhado, com tônus e força adequados, que você se conheça anatomicamente, se olhe no espelho e, enfim, se entenda”, comenta.
“Para trabalhar a força do assoalho pélvico, por exemplo, fazer exercícios de Kegel é ótimo, mas tem que ser feito de forma personalizada. O ideal é visitar um profissional, pois são muitas hipertonias, nem sempre é uma área fraca e temos que ver o que está faltando. Também existem aparelhos no mercado ligados ao celular e que te ajudam a trabalhar os reflexos, a velocidade… O tom é trabalhado com bolas chinesas e hipopressivos. Um bom exercício é pegar um espelho para olhar a vagina e tentar movê-la. Abra-a, feche-a, empurre-a, contraia-a… Procure mobilizá-la e familiarizá-la, algo ideal para ganhar consciência”, assegura Camila. A chave é aprender a ativar a escuta do útero. Infelizmente, isso não é algo que nos ensinam a fazer, nem é algo que podemos aprender em tutoriais.
Menstruação consciente
A menstruação consciente é uma mudança na forma de entender a menstruação e a saúde feminina. Baseia-se em aprender a identificar as mudanças físicas e emocionais que ocorrem no corpo durante o ciclo menstrual. É muito importante nos conhecermos para termos uma vida mais fácil e nos cuidarmos como merecemos. Portanto, conhecer-se bem e apreciar o ciclo menstrual, é uma maneira de olhar para dentro, um olhar introspectivo que nos ajuda a dar ao nosso corpo e mente o que ele precisa em todos os momentos. Melhorar a saúde deve ser sempre o objetivo final. Além de todo o processo, a regra, o sangramento em si, também contém muitas informações que você não deve ignorar. Se falamos de menstruação consciente, é fundamental prestar atenção aos sinais que sua menstruação te manda na forma de quantidade de fluxo, cor, cheiro, duração, textura.
Golpistas forjavam casamentos com mortos para fraudar o INSS
Operação da Polícia Federal nesta quinta-feira estima um prejuízo de pelo menos R$ 21 milhões
Golpistas forjavam casamentos para receber benefícios do INSS Foto: Agência Brasil/Marcello Casal Jr
A Polícia Federal (PF) realiza, nesta quinta-feira (9), uma operação que tem como alvo um esquema contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no qual golpistas forjavam casamentos com mortos para receber pensão. Batizada de Operação União Póstuma, a ação tem servidores da Previdência Social entre os investigados.
Agentes cumprem, nesta quinta, 31 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Federal de São João de Meriti, que incluem tanto as residências dos alvos – em cidades como o Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Japeri e Mesquita — quanto a Agência da Previdência Social de Japeri.
A estimativa é de que pelo menos R$ 21 milhões tenham sido desviados do INSS, mas a força-tarefa estima ter impedido um prejuízo ainda maior, de R$ 110 milhões, com a suspensão de 700 benefícios irregulares. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça também decretou medidas cautelares como afastamento das funções públicas e o arresto de bens.
As investigações apontam que o grupo criminoso falsificava documentos, como selos e sinais de autenticação cartoriais, para fazer requerimentos de benefícios previdenciários, em especial pensões por morte. Com os documentos falsos, eram forjadas relações conjugais inexistentes entre segurados previdenciários falecidos que não tinham deixado dependentes ou companheiros.
– Para isso, os criminosos contavam com a participação ativa de servidores do INSS, que criavam as tarefas e movimentavam os sistemas informatizados da Previdência Social, ainda que não houvesse o comparecimento dos segurados às agências – relata a PF.
Os investigados devem responder pelos crimes de estelionato previdenciário, associação criminosa, falsificação de documento público e particular, uso de documento falso e peculato eletrônico. As penas, somadas, ultrapassam 15 anos de reclusão.
Com 33,1 milhões de pessoas sem comida no prato, Brasil regride três décadas
O número de pessoas com fome aumentou em todo o país. Cerca de 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer diariamente. Em números absolutos, 14 milhões estão em situação de fome. Foi o que revelou nesta quarta-feira, 8, o alarmante levantamento do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
"A preocupação é tão grande quanto a frustração. Estamos avaliando os piores dados da história, índices maiores do que os registrados na década de 90. É um cenário chocante, aterrador. E isso tem um significado enorme e triste. O Brasil um dos maiores produtores de alimentos do mundo? Na prática essa narrativa não é real, pois 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer todos os dias", destacou Rodrigo Kiko Afonso, diretor-executivo da ONG Ação da Cidadania.
Em três anos, o Brasil regrediu para o patamar semelhante ao da década de 90, quando a 'Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida', ONG fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, iniciou o movimento para combater a fome que batia à porta de mais de 30 milhões de brasileiros. Após deixar o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013, passo importante no caminho à promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável, o Brasil voltou ao trágico ranking em 2018, e não saiu mais.
Após voltar muitas casas no 'tabuleiro da fome', o cenário de incerteza sobre ter o que comer passou a ser uma realidade para a mais da metade da população: 58,7% dos brasileiras convivem com a insegurança alimentar em algum grau (leve, moderado ou grave). O processo de pobreza é crescente no país desde 2015. A pandemia de covid-19 acelerou o estado de flagelo, em especial nas áreas rurais no Norte e Nordeste do país. No entanto, não é preciso mergulhar no chamado Brasil 'profundo' para confirmar os fatos. Nas metrópoles do país o número de pessoas em situação de ruas é um pequeno recorte do Mapa da Fome.
Dados do 1º inquérito, divulgados em abril de 2021, revelaram que cerca de 19 milhões de brasileiros não tinham o que comer em 2020, cerca de nove milhões a mais do que em 2018, quando essa parcela da população somava 10,3 milhões de pessoas. No país que se orgulha dos recordes de safra do agronegócio, que, segundo os 'mágicos' números repetidos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), garante a segurança alimentar de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, o paradoxo criado pela falta de comida no prato de 33,1 milhões fica difícil de 'digerir'.
"O discurso que não reflete à realidade, pois a produção que chega à mesa dos brasileiros. O agronegócio visa à exportação e não representa benefícios efetivos na mesa do povo que vive em situação de fome. O agro foca produção de alimentos ultra processados, de animais... Não de frutas, legumes, grãos... Alimentos básicos na mesa do brasileiro", disse Afonso.
O desmonte de políticas públicas de incentivo ao pequeno agricultor, processo iniciado pelo governo de Michel Temer e consolidado na gestão Bolsonaro, tem impacto direto nos números divulgados pela pesquisa. A ideologia que pauta a família, o patriotismo, armamento, liberdade de expressão e Deus, embora o Estado seja laico, o bolsonarismo não colocou o combate à fome, garantido pela Constituição Federal, não foi uma prioridade do governo, na avaliação de Afonso.
"Temos as crises causadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, mas as narrativas de que o mundo todo passa fome encobrem outro lado da realidade. A insegurança alimentar tem aumentado desde 2015 no país. Hoje, quase 68% estão nessa situação. O que diferenciava é que tínhamos políticas públicas que faziam alimentos chegar à mesa. Programas que foram destruídos. O pequeno agricultor não tem apoio do governo. Infelizmente, não houve visão para criar alternativas para garantir a segurança alimentar no pais. São consequências de decisões politicas. A fome é uma decisão politica. Não falta dinheiro, sim, vontade", concluiu Afonso.
Toneladas de maconha foram despejadas no Brasil em 1987
Em 19 de setembro de 1987, quando a Polícia Militar apreendeu 6 latas cheias de cannabis na praia das Astúrias e do Tombo, no litoral paulista da cidade do Guarujá, eles já sabiam a possível procedência.
No começo de agosto, o governo dos Estados Unidos enviara um comunicado oficial ao governo brasileiro alertando sobre um navio chamado Solana Star, que viajava da Austrália carregado com 22 toneladas de maconha contrabandeada em 15 mil latas de 1,5 kg.
No entanto, os policiais ficaram um pouco mais desnorteados quando 18 latas foram entregues por pescadores locais que as resgataram na orla da praia, em 25 de setembro daquele ano, no município de Maricá, Rio de Janeiro.
O que havia acontecido com o Solana Star e por que aquelas latas estavam aparecendo em águas brasileiras?
LANÇANDO AO MAR
Tudo começou na Tailândia, quando o navio Solana Star, comprado na Austrália, foi fortemente carregado com maconha para ser contrabandeada para os EUA. A viagem foi a mais turbulenta que os criminosos poderiam enfrentar, forçados a aportar na costa brasileira para realizar reparos na embarcação após várias tormentas que quase colocaram um fim na operação.
A essa altura, contudo, a agência americana Drug Enforcement Administration (DEA), especializada no combate às drogas, havia prendido o líder do bando que delatou toda a operação. O DEA alertou a Polícia Federal, que contatou a Marinha para tentar localizar a embarcação, mas sem sucesso em identificar a localização emitida pela agência americana.
Ainda que os traficantes não fizessem ideia sobre o que havia acontecido nos EUA com o "cabeça" da facção, no momento em que avistaram o contratorpedeiro brasileiro, com medo de serem presos ou naufragados, eles despejaram as 15 mil latas com maconha no mar. Depois, atracaram no porto do Rio de Janeiro, passaram pela alfândega alegando apenas que os dois motores auxiliares do Solana Star apresentaram defeito, e foram se hospedar em um hotel de baixo orçamento em Copacabana.
Os homens estavam convictos do sucesso do abandono da operação, apesar da perda da carga, porém, só não contavam com o detalhe de que as latas boiariam em vez de afundar, aparecendo uma a uma em várias praias cariocas e paulistas, carregadas pelas ondas do mar.
O VERÃO DA LATA
Ao ganhar os noticiários brasileiros, a história da operação e do destino daquelas latas com maconha da melhor qualidade, que estavam sendo encontradas por populares, despertou uma espécie de euforia.
Durante todo o verão, as praias se tornaram um cenário caótico com as pessoas em uma corrida desenfreada entre curiosos e autoridades federais para encontrar alguma lata e desvendar o seu interior. O "verão da lata", como o episódio ficou conhecido, gerou uma mobilização tão grande que paralisou os demais casos da Polícia Federal, que focou os esforços apenas naquela investigação, abrindo margem para que o caos se instaurasse em outros âmbitos.
O que antes foi tido como "história de pescador", assim que as primeiras latas foram encontradas e rumores se espalharam, adquiriu o mesmo caráter do "verão do amor" norte-americano, um fenômeno social que arrebanhou milhares de pessoas em meados de 1967 em um frenesi massivo.
Os banhistas de Ubatuba e pescadores foram os que tiveram mais sorte em resgatar as latas, por isso o verão trouxe muito dinheiro para eles com a venda da droga para usuários, viciados e traficantes.
Por outro lado, muitas pessoas perseguiram as latas sem objetivo de vendê-las, apenas porque se tornou uma espécie de rito de passagem a abertura de uma lata. Isso foi tão absorvido pela sociedade que a gíria "da lata" foi cunhada para se referir quando a maconha era "da boa".
Fotos: Reprodução
Enquanto a sociedade prosperava nesse grande movimento, a polícia localizou o Solana Star, mas apenas um dos 7 tripulantes (dos quais 5 eram americanos, um haitiano e um costarriquenho), que se declarou cozinheiro do navio, sem envolvimento com a gangue.
Identificado como Stephen Skelton, o criminoso deveria ter fugido, mas acabou se apaixonando por uma brasileira. Sua decisão lhe custou uma condenação a 20 anos de prisão, ainda que ele tenha cumprido apenas um ano e liberado.
O Solana Star permaneceu no Brasil até ser leiloado, e seu nome foi alterado duas vezes até Tunamar fosse o definitivo. A embarcação foi vendida ao Japão, porém acabou no fundo do oceano após um naufrágio, em outubro de 1994, ceifando a vida dos 11 tripulantes.
Entre 1987 e 1988, a Polícia Militar, a Federal e a Marinha só conseguiram apreender 3.292 latas das 15 mil lançadas ao oceano pelos traficantes, das quais 1.735 foram recuperadas nas praias de São Paulo, 9 no Rio Grande do Sul e 799 no Rio.
O fenômeno que foi aquele verão inspirou letras de músicas, foi tema de livros e documentários, e refletiu em todos os aspectos da sociedade.