Operação do Governo Federal combate crimes ambientais na Amazônia Legal
Com ações fortes e integradas, envolvendo as Forças Armadas e órgãos de fiscalização, coordenadas pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, o Governo Federal lança operações e manda um duro recado aos infratores ambientais da região.
É época de seca na Amazônia e, tradicionalmente, nesse período há um acréscimo significativo no desmatamento e em queimadas na região.
A estiagem favorece a prática de diversos crimes ambientais: infratores aproveitam o acesso mais fácil – tanto por terra, quanto pelos rios – para extrair madeira e minerais de maneira ilegal da floresta. E ainda, alguns produtores locais também se aproveitam para fazer uso inadequado das terras.
Foi pensando nisso que, no dia 28 de junho, o Governo Federal anunciou a nova Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), denominada Samaúma, com o objetivo de combater àqueles que cometem crimes ambientais na região, em especial o desmatamento, ao mesmo tempo em que manda um duro recado de que o Governo não medirá esforços para agir de acordo com a lei. Inicialmente prevista para encerrar no dia 31 deste mês, a Operação poderá ser prorrogada.
O diferencial na nova GLO é a atuação integrada das Forças Armadas com os órgãos de fiscalização e controle ambiental e de segurança pública, e em uma área menor, mas justamente onde há mais registros de crimes.
A Operação ocorre em 26 municípios dos estados do Pará, Amazônia, Rondônia e Mato Grosso, que juntos somam cerca de 70% dos ilícitos ambientais da Amazônia Legal.
A Operação Samaúma é coordenada pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), presidido pelo Vice-Presidente da República, e é fruto de um Decreto assinado no dia 28 de junho pelo Presidente da República, que autoriza o uso das Forças Armadas nas terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental, em áreas federais em geral e mediante requerimento do respectivo Governador, em outras áreas dos Estados abrangidos.
Ao contrário do que muitas vezes é divulgado na comunidade nacional e internacional, o Governo Federal vem intensificando cada vez mais as ações conjuntas de combate aos crimes ambientais na Amazônia, bem como ações de prevenção e informação para as comunidades locais.
A nova GLO se juntou a diversas outras ações em andamento e já realizadas, como é o caso da Operação Verde Brasil 2, que também empregou as Forças Armadas em apoio às agências de fiscalização como o Ibama e o ICMBio; a publicação do Decreto de Moratória do Fogo, que proíbe queimadas legais pelo prazo de 120 dias e a Campanha Diga Sim à Vida e não à Queimada.
Todas essas ações foram alavancadas com a retomada do Conselho Nacional da Amazônia Legal, promovida pelo Governo Federal.
O Governo acredita que com essas ações de prevenção, informação e repressão é possível estimular o desenvolvimento sustentável na região, exercendo a soberania do Brasil sobre a Amazônia e mandando um recado duro, e toda a força da lei, para aqueles que continuam cometendo crimes ambientais na região.
É como diz o lema da campanha: “Infrator ambiental, o braço da lei vai te pegar.”
Os moradores da Amazônia estão sentindo os reflexos das altas temperaturas. Em Manaus, por exemplo, no dia 22 de agosto, último domingo, os termômetros marcaram 35,1ºC, o segundo dia mais quente do ano na capital amazonense. Visando o bem-estar dos amazônidas, o Portal Amazônia preparou 10 dicas para escapar do calor; confira:
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Do lado de fora
Dá para deixar o calor do lado de fora? Sim. Fechar janelas e/ou cortinas ajudam a bloquear a entrada excessiva de sol ou vento quente. Quando as fechamos, evitamos que o ambiente fique superaquecido.
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Lâmpadas
As lâmpadas quentes (incandescentes) já são substituídas pelas frias (brancas), ou de LED há algum tempo devido à economia e durabilidade. No entanto, essa troca também beneficia a temperatura interna das residências.
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Bebidas geladas
Hidratação é vida. Nos dias mais quentes, ingira bebidas geladas que possam hidratar e refrigerar o corpo. Abuse de água, sucos, vitaminas, sorvetes e chás. A cerveja também é liberada.
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Roupas
Evite roupas pesadas para andar pelas ruas da Amaz6onia. Deixe no seu guarda-roupa peças de jeans, cetim ou seda, afinal, elas só servem para temperaturas mais amenas. A dica é abusar do algodão, que permite ventilação através do tecido, ou seja, o corpo fica ventilado. Outra sugestão é trocar a roupa de cama para peças em algodão.
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Umidifique sua casa
Não curte plantas? Outra opção para umidificar o ar é apelar para baldes de água espalhados pela sua casa. Você pode substituir os baldes por toalhas ou tapetes molhados.
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Aparelhos eletrônicos
Use o mínimo de aparelhos eletrônicos possível. Afinal, as máquinas liberam calor, mesmo que estejam desligadas. Se você evitar utilizar os aparelhos, além de não passar calor vai economizar energia.
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Ambiente arborizados
Ambientes arborizados são mais frescos: isso é um fato. Leve a dica para dentro do seu lar. Espalhe plantas por todos os ambientes, assim é possível manter o espaço com umidade.
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Noite
No período da noite, o clima começa a amenizar. Aproveite para deixar a circulação de ar mais na sua residência. É o momento de abrir todas as janelas.
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Toalhas úmidas
Uma dica velha, mas que nunca falha. Umedeça toalhas e as use como cobertores para resfriar a temperatura corporal.
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Banho frio
A corrente de água fria ajuda a diminuir a temperatura do corpo que, além de retirar o suor excessivo, proporciona uma sensação agradável de frescor.
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Protetor solar
O protetor não espanta o calor, mas evita muitos problemas. Por esse motivo, não saia de casa sem estar devidamente protegido.
A região amazônica corresponde a uma das maiores regiões, ainda desconhecidas, com potencialidades para descobertas de minerais. Os programas de geologia revelam uma considerável variedade de ambientes geológicos de minerais, desde os mais utilizados na indústria até os mais valiosos.
Cerca de 40% do território da Amazônia estão na área do pré-cambriano, que apresentam grandes potencialidades para os depósitos minerais de ferro, manganês, cobre, alumínio, zinco, níquel, cromo, titânio, fosfato, ouro, prata, platina, paládio.
Tanto que a Amazônia foi e até hoje é palco de grandes debates e exemplos da mineração, como Serra Pelada, que atraiu milhares de garimpeiros para o Pará do século passado, e as constantes invasões de garimpeiros ilegais à Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Nos últimos cinco anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desativou 81 garimpos ilegais que funcionavam no norte de Mato Grosso, no sul do Pará e no Amazonas, na região da Transamazônica.
Como a atual corrida do ouro é muito recente, os dados ainda são precários e os órgãos oficiais não têm uma contagem global. Na década 1990, depois da corrida do ouro de Serra Pelada, foram feitos levantamentos que apontaram cerca de 400 mil garimpeiros em atividade no Brasil.
No infográfico abaixo, você conhece algumas das principais riquezas minerais da Amazônia brasileira:
Tópicos
Conheça oito etnias indígenas que integram a Amazônia Internacional
Relembre alguns dos principais povos indígenas da Amazônia Internacional, mas que não são tão conhecidos pelos brasileiros
No Brasil, a Amazônia é o lar de mais de 60% da população indígena. Importantes defensores da floresta, os povos originários foram os primeiros habitantes da região. O Portal Amazônia relembra alguns povos da Amazônia Internacional que não são tão conhecidos pelos brasileiros. Confira:
Bolívia
Na Bolívia, por exemplo, uma etnia é conhecida por ter um dos corações mais saudáveis do mundo. Eles são os Tsiname, uma população com pouco mais de 16 mil indivíduos que vivem um estilo de vida pré-industrial baseado na caça, pesca e cultivo de plantas. Entre 2002 e 2011, um grupo de pesquisadores cobriram mais de 85 comunidades indígenas, e dentre todos, a etnia Tsiname se destacou como a mais saudável.
Colômbia
Divididos entre o Brasil e a Colômbia, os indígenas Barasanas, possuem modo de vida simples, suas principais atividades são a caça e coleta, sendo a mandioca brava o destaque. Na Amazônia Colombiana, os Barasanas estão divididos em núcleos, um dos principais está na cidade de Mito, capital do departamento colombiano do Vaupés. Em 2012, o indígena barasano, Roberto Noreña, foi com uma comitiva para à Rio+20, sediado no Rio de Janeiro, na oportunidade, ele falou sobre a gestão de suas terras.
Equador
Os indígenas da etnia Waorani, do Equador, são conhecidos pela luta constante contra a instalação de petroleiras na Amazônia. Eles se auto-denominam protetores da floresta, e sua principal atividade é a caça. Em maio deste ano, os waoranis se mobilizaram com outras etnias e juntos foram até Quito, a capital do Equador, para exigir proteção para que suas terras não fossem mais exploradas, dessa forma, ganharam o processo e salvaram suas aldeias.
Guiana
O Povo Waiwai está disperso em várias partes das Guianas. Durante os anos, desenvolveram processos de troca e de redes de relações entre si. Em 1949, os irmãos Hawkings, missionários-lingüistas norte-americanos da Unevangelized Fields Mission (UFM), aprenderam a língua Waiwai, publicaram artigos analisando a sua estrutura e desenvolveram uma ortografia para ensinar aos indígenas a ler e escrever. Indígenas foram enviados para os estados de Roraima e do Pará, eles foram treinados para o magistério e começaram a ensinar a língua indígena nas comunidades.
Guiana Francesa
Apesar de habitarem Maná, na Guiana Francesa, os índios Galibi se consideram brasileiros. Nos anos 50 e 60, os governantes franceses tentaram trazer-los de volta para a Guiana, mas eles nunca aceitaram. Além de Maná, os Galibi eram encontrados em Couachi e Grand Village. Na Guiana Francesa, eles se definem como Kaliña, sendo Galibi uma palavra genérica utilizada pelos europeus para se referir aos povos de fala Caribe do litoral das Guianas.
Peru
Os indígenas da etnia Wampis costumavam viver dispersados na selva, depois da chegada dos missionários e escolas, nos anos 60, eles começaram a viver em sociedade e montar comunidades. Em 2015, eles decidiram criar o Governo Territorial Autônomo da Nação Wampis, o primeiro em toda a Amazônia. Os wampis afirmam que seu novo estatuto de povo livre e autônomo se baseia nas obrigações do estado peruano que precisa respeitar os direitos e a autonomia dos povos e nações indígenas.
Suriname
Os indígenas da etnia Wayana estão localizados no sul do Suriname, no total, são mais de duas mil pessoas. Como para a maioria dos grupos indígenas da região das Guianas, a estrutura social dos Aparai e Wayana caracteriza-se pela ausência de unidades sociais permanentes (clãs, linhagens, classes de idade etc.), pela distribuição em aldeias pequenas (cuja população não costuma ultrapassar dois dígitos), dispersas e autônomas politicamente, mas interligadas em diferentes graus por laços de parentesco, intercâmbios matrimoniais, de bens e rituais. Foto: Paula Morgado, 2001.
Venezuela
Em meio aos venezuelanos que ingressaram no Brasil pelo município de Pacaraima, em Roraima, estão os indígenas da etnia Warao. Na Venezuela, eles habitavam o estado Delta Amaracuro e regiões adjacentes dos estados Bolívar e Sucre. A tradução de Warao é Povo do Barco, e tem haver com a conexão que eles possuem com a água.
Em 2001, de acordo com Censo Nacional da Venezuela os Warao somavam 36 mil pessoas. Eles formam a segunda maior população indígena da Venezuela, atrás da etnia Wayúu.
Brasil duplica armas registradas em um ano, e mortes violentas crescem na pandemia
Leandro Machado e Paula Adamo Idoeta
Da BBC News Brasil em São Paulo
O Brasil praticamente dobrou em um ano o número de armas registradas em posse de cidadãos, ao mesmo tempo em que as mortes violentas cresceram, a despeito do maior isolamento social durante a pandemia.
Essas são algumas das conclusões da mais recente edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira (15/7) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Segundo os dados do Sinarm, sistema da Polícia Federal que cadastra posse, transferência e comercialização de armas de fogo, houve 186.071 novos registros em 2020, um aumento de 97,1% em um ano. A maioria desses registros é de cidadãos privados.
A liberação de armas é uma das principais bandeiras defendidas pelo governo Jair Bolsonaro.
Enquanto especialistas em segurança pública apontam que a facilitação no acesso a armas favorece a violência, o governo argumenta que as medidas adotadas visam a desburocratização, a clareza das normas e "adequar o número de armas, munições e recargas ao quantitativo necessário ao exercício dos direitos individuais".
Também mais do que dobrou (aumento de 108%) a autorização de importações de armas de fogo de cano longo, categoria que inclui, por exemplo, carabinas, espingardas e fuzis.
Houve, ainda, alta de 29,6% nos registros de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, os chamados CACs.
"Diversos estudos mostram essa associação grande entre mais armas e homicídios", diz à BBC News Brasil David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, embora ele destaque que homicídios são um fenômeno com múltiplas causas no país.
"Essa flexibilização no acesso a armas em curso desde 2019, junto à fragilização dos mecanismos de controle e rastreamento de armas cria um cenário explosivo do ponto de vista dos homicídios."
Abaixo, a BBC News Brasil mostra outros dados de violência no país durante a pandemia e que foram compilados pelo relatório.
Aumento de homicídios
Segundo o Anuário, o Brasil teve um aumento de 4% no número de mortes violentas intencionais em 2020, em comparação com o ano anterior.
Ao todo, 50.033 pessoas foram assassinadas no país no ano passado 78% morreram com ferimentos provocados por armas de fogo.
A maioria das vítimas era homens (91,3%), negros (76,2%) e jovens (54,3%).
O relatório aponta, também, que o Ceará foi o Estado com maior índice de homicídios no país, com 45,2 mortes violentas intencionais por grupo de 100 mil habitantes, seguido por Bahia (44,9) e Sergipe (42,6).
São Paulo é o ente federativo com menor taxa de homicídios, com nove mortes por 100 mil pessoas. Em seguida, vêm Santa Catarina (11,2) e Minas Gerais (12,6).
Letalidade policial
No ano passado, o número de mortos em intervenções da polícia chegou a 6.416 pessoas, uma ligeira alta de 0,3% em relação a 2019.
Segundo o anuário, 98,4% dos mortos eram do sexo masculino, 78,9% eram negros, e 76,2% tinham entre 12 e 29 anos.
O número de vítimas subiu mesmo com uma decisão do STF, de junho de 2020, que proíbe operações policiais em favelas do Rio durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em "hipóteses absolutamente excepcionais".
Por outro lado, 194 policiais foram assassinados no país no ano passado, alta de 12,7%. O relatório aponta que 62,7% deles eram negros, 98,4% homens e 58,9% tinham entre 30 e 49 anos. Além disso, 72% dos policiais foram mortos durante o horário de folga.
Violência contra meninas e mulheres
No ano passado, 1.350 mulheres foram mortas em episódios classificados como feminicídio — quando o crime é motivado por violência doméstica ou discriminação por gênero. Alta de 0,7% em relação a 2019.
Segundo a publicação, 61,8% das vítimas eram negras e 74,7% tinham entre 18 e 44 anos. O relatório aponta que 81,5% dos crimes tiveram como acusados companheiros ou ex-companheiros das mulheres.
O número de denúncias de violência doméstica pelo telefone 190 cresceu 16%, chegando a uma por minuto em todo o país. As medidas protetivas de urgência, concedidas pela Justiça, também cresceram 3,6% no período.
Mesmo com aumento das denúncias, a quantidade de boletins de ocorrência de violência doméstica e lesão corporal teve uma queda de 7,4%. Para Marques, com a pandemia, mulheres vítimas de violência podem ter enfrentado uma maior dificuldade de acesso a delegacias especializadas em investigar esses crimes.
Queda nos crimes patrimoniais
No ano passado, o registro de crimes contra o patrimônio também caiu durante a pandemia, sintoma da queda de circulação de pessoas nas ruas.
Segundo o relatório, roubos de veículos tiveram queda 26,9% em relação a 2019. Assaltos a residência caíram 16,6% e a transeuntes, 36,2%. Já roubos de carga e a estabelecimentos comerciais registraram queda de 25,4% e 27,1%, respectivamente.
"Vínhamos notando desde 2019 a redução de crimes patrimoniais, mas alguns tiveram queda mais intensa na pandemia, como roubos a transeuntes. Com certeza a menor circulação de pessoas nas ruas contribuiu para a redução de oportunidades", explica Marques.
Veneno de cobra brasileira tem molécula que inibe o vírus da Covid-19 em 75%
Veneno de cobra brasileira tem molécula que inibe o vírus da Covid-19, segundo pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Unesp. Eles identificaram no veneno da espécie Jararacuçu um peptídeo – que é um pedaço de proteína – capaz de conter a reprodução do vírus da Covid-19 (SARS-CoV-2).
A descoberta aconteceu depois de testes realizados em laboratório, em que observaram que a molécula extraída do veneno da cobra inibiu em 75% a capacidade do vírus se multiplicar em células de macaco. Os resultados obtidos no trabalho geraram um artigo que foi publicado na última semana na revista científica internacional Molecules.
Com isso, o estudo apresenta um caminho promissor na busca por medicamentos para tratar pacientes contaminados pela Covid-19. O desafio para a criação de um novo imunizante é garantir que ele seja eficiente contra determinada patologia e não gere reações adversidades.
“Nós encontramos um peptídeo que não é tóxico para as células, mas que inibe a replicação do vírus. Com isso, se o composto virar um remédio no futuro, o organismo ganharia tempo para agir e criar os anticorpos necessários, já que o vírus estaria com sua velocidade de infecção comprometida e não avançaria no organismo”, explica Eduardo Maffud Cilli, professor do IQ e um dos autores do trabalho.
Como o veneno da cobra atua?
De forma fácil de ser obtida, o peptídeo é encontrado na Jararacuçu e é uma molécula que interage e bloqueia a PLPro, uma das enzimas da Covid-19 responsáveis por sua multiplicação nas células. Segundo com o docente do IQ, esse mecanismo de ação é interessante porque todas as variantes do SARS-CoV-2 possuem a PLPro.
Portanto, a tendência é de que a molécula mantenha sua eficácia contra diferentes mutações do vírus. Embora diversas vacinas tenham sido aprovadas recentemente, a imunização completa da população mundial ainda levará tempo, o que, junto com o surgimento de novas variantes, reforça a importância da procura por tratamentos eficazes.
O ensaio é feito da seguinte forma: as células de macaco cultivadas em laboratório recebem o peptídeo e, após uma hora, o vírus é adicionado na cultura. Passados dois dias, os pesquisadores avaliam os resultados e, por meio de alguns cálculos, descobrem o quanto o vírus deixou de se reproduzir.
Isso é possível porque os estudiosos já sabem previamente qual seria a multiplicação do vírus em condições normais, ou seja, se ele estivesse em contato apenas com as células. Em uma segunda etapa do estudo, na qual os pesquisadores identificaram um dos mecanismos de ação do peptídeo da cobra, o composto foi testado especificamente contra a enzima PLPro, que foi obtida no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP.
Fotos: Reprodução
Para os próximos passos do estudo, os especialistas irão avaliar a eficiência de diferentes dosagens da molécula, bem como se ela pode exercer outras funções na célula, como a de proteção, evitando até mesmo que o vírus a invada. Após o fim desses testes, o objetivo é que a pesquisa avance para a etapa pré-clínica, em que será estudada a eficácia do peptídeo para tratar animais infectados pelo novo coronavírus.
“Nossos resultados são promissores e representam um recurso valioso na exploração de novas moléculas para a descoberta e desenvolvimento de fármacos contra a infecção por SARS-CoV-2”, finaliza Cilli.