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Coluna Você Sabia? : Mulher conta como foi cair na planta mais perigosa do mundo
Enviado por alexandre em 06/04/2023 00:25:57

Imagine fazer um passeio tranquilo de mountain bike e acabar colidindo com uma das plantas mais mortais do mundo. Essa experiência aterrorizante aconteceu com Naomi Lewis, de 42 anos, perto de Cairns, na Austrália, quando ela caiu na notória Dendrocnide moroides, ou gympie-gympie, também conhecida como a árvore-urtiga.

 

Esta urtiga tóxica, particularmente nociva em seus caules, foi descoberta pela primeira vez pelo topógrafo de estradas de North Queensland, A.C. Macmillan, em 1866. Em um de seus primeiros encontros, Macmillan testemunhou seu cavalo de carga ser atingido pela árvore, fazendo com que ele enlouquecesse e morresse em duas horas. Sem dúvida, essa não é a planta com a qual você quer ter contato.

 

Após seu acidente, Lewis descreveu a dor como insuportável, chegando a causar vômitos. Seu marido e outras pessoas tentaram remover os pelos da planta de suas pernas usando tiras de cera aquecidas enquanto esperavam pela ambulância. Ao chegar ao hospital, ela ficou internada por uma semana, recebendo cobertores térmicos e tratamento para a dor. Apesar de ter vivenciado o parto quatro vezes, Lewis afirmou que a dor causada pela gympie-gympie foi muito pior.

 

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Mesmo nove meses após o incidente, ela ainda sente dores agudas nas pernas, como se fossem estalos de elástico. Outras pessoas que sofreram com a gympie-gympie descrevem a dor como a pior imaginável. Ernie Rider, que encontrou a planta em 1963, lembrou-se da sensação de mãos gigantes esmagando seu peito, com a dor durando dois anos e retornando sempre que tomava um banho frio.

 

Segundo a pesquisadora Marina Hurley, que também foi vítima da gympie-gympie, os pelos da planta podem permanecer na pele por até seis meses. Durante esse período, as picadas podem retornar se a pele for pressionada com força ou lavada com água quente ou fria.

 

Surpreendentemente, existem criaturas que podem resistir aos efeitos tóxicos da gympie-gympie. Hurley encontrou marcas de mordida nas plantas, indicando que alguns animais são capazes de lidar com o toque mortal da planta. Entre essas criaturas resilientes estão besouros, outros insetos e pademelões de patas vermelhas – um tipo de marsupial pequeno.

 

 

 

A história assustadora de Lewis serve como um lembrete dos perigos que podem se esconder no mundo natural. Para quem se aventura na natureza australiana, fique atento à gympie-gympie e sua picada excruciante – um encontro que você nunca esquecerá.

 

Fonte: Mistérios do Mundo

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Coluna Você Sabia? : 7 obras de arte que causaram polêmica na história recente
Enviado por alexandre em 04/04/2023 10:06:15

O caso da diretora de uma escola forçada a pedir demissão depois de mostrar aos alunos a estátua de Davi, de Michelangelo, nos faz refletir sobre a história da censura no mundo da arte.

Quando a diretora de uma escola na Flórida, nos Estados Unidos, foi forçada recentemente a pedir demissão depois que pais de alunos reclamaram que os filhos haviam sido expostos à pornografia porque ela mostrou em sala de aula imagens da famosa escultura de Davi, de autoria de Michelangelo, muita gente ao redor do mundo ficou surpresa.

 

Isso por si só é surpreendente.

 

Praticamente desde o momento em que a estátua nua de mármore de 5 metros de altura foi esculpida, por volta de 1504, a obra-prima do mestre renascentista Michelangelo se manteve firme diante das acusações de indecência.

 

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Ainda no século 16, a escultura foi adornada com uma espécie de tanga de folhas de figueira de metal para mitigar sua suposta falta de pudor.

 

Só em meados do século 20 que uma tanga de folhas semelhante foi finalmente retirada de uma réplica da célebre estátua em exibição no Victoria & Albert Museum, em Londres, que havia sido concedida à rainha Vitória em 1857.

 

A decisão controversa tomada recentemente pelo conselho da escola americana de pressionar a diretora Hope Carrasquilla a pedir demissão oferece uma oportunidade para refletir sobre como algumas obras de arte da história moderna — embora consideradas inaceitavelmente chocantes por alguns — mudaram a maneira como pensamos a arte.

 

A seguir, estão sete obras de arte criadas desde que as folhas de figueira foram retiradas da escultura de Davi do Victoria & Albert Museum.

 

São peças que chocaram a sensibilidade contemporânea e ajudaram a redefinir a própria essência da arte.

 

1. MARC QUINN, 'SELF', 1991


A cada cinco anos, ao longo de cinco meses, o artista britânico Marc Quinn tira 5 litros do seu próprio sangue e os derrama em um molde translúcido e refrigerado do seu rosto.

 

O resultado é uma série sempre emergente de autorretratos nos quais o artista pode afirmar de forma legítima ter dado mais de si do que qualquer artista que veio antes dele.

 

Para alguns críticos, a série em andamento de Quinn, Self, nada mais é do que uma artimanha macabra própria de um vampiro.

 

Para outros, a obra representa uma contribuição pungente e ousada para a tradição de autorretratos para a qual grandes artistas como Rembrandt, Van Gogh e Cindy Sherman contribuíram — que destaca profundamente a fragilidade do ser.

 

2. ALLEN JONES, 'CHAIR', 1969

 

Allen Jones, 'Chair', 1969 — Foto: Rune Hellestad/Getty via BBC

 

Lançada em meio a acusações de que seu criador, o artista pop britânico Allen Jones, tratava objetos como mulheres e vice-versa, Chair (assim como as peças complementares Hatstand e Table) contorceu manequins femininos seminuas em um conjunto não ergonômico de móveis obscenos.

 

No Dia Internacional da Mulher de 1986, a obra foi encharcada com removedor de tinta por uma dupla de ativistas chocadas com o senso chauvinista da escultura.

 

O ácido corroeu o rosto e o pescoço da manequim.

 

3. JUDY CHICAGO, 'DINNER PARTY', 1979

 

Judy Chicago, 'Dinner Party', 1979 — Foto: STAN HONDA/AFP VIA GETTY IMAGES

 

Composta por 39 lugares que celebram a contribuição das mulheres para a história cultural (de Safo a Virginia Woolf), a mesa de banquete triangular da artista americana Judy Chicago foi aclamada por sua perspectiva pioneira e ridicularizada pela suposta chocante vulgaridade.

 

A obra é dominada por pratos de porcelana pintados à mão, muitos dos quais são decorados com o símbolo de uma borboleta desabrochando em forma de vulva.

 

A artista britânica contemporânea Cornelia Parker menosprezou a instalação em artigo publicado no jornal britânico The Guardian.

 

Segundo ela, a obra tem "vaginas demais" — e "se trata mais sobre o ego de Judy Chicago do que sobre as pobres mulheres que ela deveria estar enaltecendo".

 

“Estamos todas reduzidas a vaginas, o que é um pouco deprimente.”

 

4. RICHARD SERRA, 'TILTED ARC', 1981

 

Richard Serra, 'Tilted Arc', 1981 — Foto: ROBERT R. MCELROY/GETTY IMAGES

 

Mais de um muro icônico caiu em 1989. Na calada da noite de 15 de março, oito meses antes do início das marretadas no Muro de Berlim, uma equipe de trabalhadores da construção civil chegou à Federal Plaza, na cidade de Nova York, para cortar em pedaços uma controversa barricada de aço de 36 metros de comprimento e 3,6 m de altura que havia sido erguida oito anos antes.

 

Alegando que a obra, uma escultura inovadora do artista americano Richard Serra, fornecia abrigo para terroristas, vermes e vândalos, um júri concluiu que a escultura minimalista deveria ser removida e levada para um depósito.

 

5. TRACEY EMIN, 'MY BED', 1998

 

Tracey Emin, 'My Bed', 1998 — Foto: ROB STOTHARD/GETTY IMAGES

 

Embora a cama, como objeto arquetípico, tenha servido como suporte indispensável para algumas das maiores obras de arte ocidentais — da Vênus de Urbino, de Ticiano, e o Quarto em Arles, de Van Gogh, até a Maja nua e a Maja vestida, de Goya, e o diabólico O Pesadelo, de Henry Fuseli —, a indignação do público com a instalação My Bed, da artista britânica Tracey Emin, para a exposição do Prêmio Turner de 1998 foi intensa e prolongada.

 

A cama, que refletia um episódio de depressão na vida da artista, mostra os detritos materiais de uma psique bagunçada.

 

E logo se tornou a amostra perfeita para aqueles que afirmavam que a arte contemporânea havia perdido o rumo.

 

Os defensores da obra ficaram surpresos com o fato de que, mais de 80 anos depois do mictório de Marcel Duchamp, uma cama bagunçada pudesse provocar tamanha indignação — e se perguntaram se a verdadeira objeção era que uma mulher ocupasse descaradamente um lugar no museu de um homem.

 

6. DAVID CERNÝ, 'SHARK', 2005

 

David ?erný, 'Shark', 2005 — Foto: MICHAL CIZEK/AFP VIA GETTY IMAGES

 

Partindo da audaciosa instalação do artista britânico Damien Hirst, The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living ("A Impossibilidade Física da Morte na Mente de Alguém Vivo"), de 1991, que apresentava um tubarão suspenso em uma solução de formol, o artista tcheco David ?erný se atreveu a fazer flutuar diante dos visitantes uma escultura do ditador iraquiano deposto Saddam Hussein amarrado.

 

Para alguns, a obra chegou muito perto de colocar Hussein no papel de vítima. Para outros, era gratuitamente explícita.

 

A exibição da polêmica obra em um museu de Middelkerke, na Bélgica, no início de 2006, acabou sendo cancelada por decreto do prefeito da cidade, Michel Landuyt, por medo "de que certos grupos populacionais achariam a obra provocativa demais".

 

7. PAUL MCCARTHY, 'TREE', 2014

 

Paul McCarthy, 'Tree', 2014 — Foto: Chesnot/Getty Images via BBC

 

Às vezes, a vontade de censurar uma obra de arte controversa parte de observadores ofendidos, em vez de curadores cautelosos.

 

Foi o que aconteceu em outubro de 2014, quando a enorme escultura inflável Tree, do artista americano Paul McCarthy, erguida para uma exibição de Natal na Praça Vendôme, em Paris, foi fatalmente derrubada por vândalos e posteriormente esvaziada.

 

Uma vez que observadores apontaram a grande semelhança da escultura com a forma de um acessório sexual, não houve como proteger a colossal obra de um ataque.

 

Nem o próprio artista escapou ileso. Um visitante indignado com a instalação da escultura confrontou McCarthy e deu três tapas na cara dele antes de sair em disparada para o meio da multidão.

 

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Fonte: G1

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Coluna Você Sabia? : Por que temos dor de cabeça se o cérebro não sente dor?
Enviado por alexandre em 27/03/2023 10:14:25

Apesar de ser um pouco surpreendente, o cérebro realmente não sente dor.

 

Então, por que temos dor de cabeça? Para entender isso, precisamos primeiro compreender um pouco sobre a dor e como ela funciona no corpo.

 

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O que é a dor?

 

A dor é uma sensação desagradável e complexa que o corpo usa para nos alertar sobre possíveis danos ou problemas. Essa sensação ocorre quando receptores específicos, chamados nociceptores, são ativados. Eles estão presentes em várias partes do corpo e, quando estimulados, enviam sinais para o cérebro, que os interpreta como dor.

 

Agora que entendemos o que é a dor, vamos explorar o motivo pelo qual sentimos dor de cabeça mesmo quando o cérebro não sente dor.

 

A DOR DE CABEÇA E O CÉREBRO

 

cérebro

 

Embora o cérebro em si não tenha nociceptores e, portanto, não sinta dor, existem outras estruturas ao redor dele que podem sentir dor. Essas estruturas incluem os vasos sanguíneos, os músculos e os nervos que estão na cabeça e no pescoço.

 

Existem várias causas para a dor de cabeça, e cada uma delas pode afetar essas estruturas sensíveis à dor de maneiras diferentes. Vamos dar uma olhada em algumas dessas causas:

 

Tensão muscular: Uma das causas mais comuns de dor de cabeça é a tensão muscular, que pode resultar do estresse, da má postura ou do aperto involuntário dos músculos da cabeça e do pescoço. A dor nesses casos geralmente é sentida como uma pressão constante ou uma dor em toda a cabeça.

 

Enxaqueca: A enxaqueca é um tipo específico de dor de cabeça que pode ser extremamente debilitante. Acredita-se que ela seja causada por uma combinação de fatores, incluindo alterações nos vasos sanguíneos e desequilíbrios químicos no cérebro. As enxaquecas geralmente são caracterizadas por dor latejante intensa, geralmente em um lado da cabeça, e podem ser acompanhadas de náusea, vômito e sensibilidade à luz e ao som.

 

Sinusite: A inflamação dos seios paranasais, conhecida como sinusite, também pode causar dor de cabeça. Essa inflamação pode ser causada por infecções ou alergias e geralmente resulta em dor e pressão na testa e nas maçãs do rosto.

 

Cefaleia de rebote: Esse é um tipo de dor de cabeça que ocorre quando alguém toma medicamentos para dor de cabeça com muita frequência. O uso excessivo desses medicamentos pode levar a um ciclo de dor de cabeça e uso de medicamentos, tornando a dor de cabeça crônica.

 

A dor de cabeça pode ser tratada e prevenida de várias maneiras, dependendo da causa subjacente. Algumas dicas incluem:

 

Por que temos dor de cabeça se o cérebro não sente dor?

Fotos: Reprodução

 

Reduzir o estresse: O estresse é um gatilho comum para a dor de cabeça, principalmente do tipo tensional. Praticar técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou exercícios de respiração profunda, pode ajudar a aliviar o estresse e reduzir a frequência das dores de cabeça.

 

Manter uma boa postura: A má postura pode contribuir para a dor de cabeça, especialmente se você passa muito tempo sentado em frente a um computador ou usando dispositivos eletrônicos. Certifique-se de manter a coluna reta, os ombros relaxados e a cabeça em uma posição neutra ao longo do dia.

 

Dormir o suficiente: A falta de sono é outro fator que pode contribuir para a dor de cabeça. Tente manter uma rotina regular de sono, garantindo que você durma o suficiente todas as noites.

 

Hidratar-se: A desidratação pode ser um gatilho para a dor de cabeça. Beber água ao longo do dia e manter-se adequadamente hidratado pode ajudar a evitar dores de cabeça.

 

Evitar gatilhos de enxaqueca: Se você sofre de enxaquecas, é importante identificar e evitar seus gatilhos específicos. Isso pode incluir alimentos, bebidas, luzes brilhantes ou cheiros fortes.

 

Tratar infecções sinusais: Se a sinusite for a causa da dor de cabeça, o tratamento pode incluir medicamentos anti-inflamatórios, descongestionantes e, em alguns casos, antibióticos, que devem ser prescritos por um médico.

 


Ser cauteloso com o uso de medicamentos: Evite o uso excessivo de medicamentos para dor de cabeça, o que pode levar a dores de cabeça de rebote. Siga as instruções do médico ou do fabricante quanto à dosagem e frequência dos medicamentos.

 

Fonte: Mistérios do Mundo

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Coluna Você Sabia? : Melatonina não é remédio para dormir nem suplemento, mas é essencial para o sono
Enviado por alexandre em 24/03/2023 00:26:11

Você já ouviu alguém falar que toma melatonina para dormir? Por vezes, ela é vista como um remédio, mas a melatonina é, na verdade, um hormônio produzido pelo nosso próprio organismo. Em algumas situações, o que ocorre é a suplementação desse hormônio. Mas atenção: ela só deve ser tomada com orientação médica.

 

Outro erro quando o assunto é melatonina é classificá-la como hormônio do sono. A melatonina é o hormônio que prepara o nosso corpo para dormir. Essa produção é sempre noturna. Por isso, ela pode ser considerada um hormônio da escuridão.

 

"A melatonina só é produzida na ausência de estímulo luminoso. Ela informa o nosso corpo de que é noite e que o processo de dormir pode ser iniciado", diz Sandra Doria, pesquisadora do Instituto do Sono.

 

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José Cipolla Neto, professor de fisiologia no Instituto de Ciências Biomédicas da USP e pesquisador sobre os efeitos fisiológicos e mecanismos de ação da melatonina, explica que a substância é responsável por todas as mudanças no nosso corpo para o período de repouso.

 

"Ela sinaliza para o nosso sistema nervoso, portanto, o nosso organismo como um todo, que acabou o dia e começou a noite. Ou seja, ela é a grande responsável por todas as mudanças fisiológicas do nosso organismo para o período diário de repouso – sono, mudanças metabólicas, cardiovasculares, respiratórias, digestoras, endócrinas e imunológicas, todas elas típicas do repouso humano".

 

A melatonina teve a comercialização liberada no Brasil em 2021 pela Anvisa. Ou seja, a substância pode ser encontrada em farmácias e ser vendida sem a necessidade de prescrição médica. De acordo com a Anvisa, ela está liberada para pessoas com idade igual ou maior que 19 anos e para o consumo máximo diário de 0,21 mg.

 

Melatonina é a grande responsável por todas as mudanças fisiológicas do nosso organismo para o período diário de repouso — Foto: TV Globo

Foto: Reprodução

 

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Especialistas reforçam que, mesmo com a venda liberada no país, a melatonina só deve ser usada com indicação médica.

 

Fonte: G1

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Coluna Você Sabia? : Quem foi Lilith, primeira mulher de Adão, e por que ela renunciou ao Paraíso
Enviado por alexandre em 23/03/2023 09:55:32

Ela foi a primeira mulher do Paraíso, segundo vários relatos da lenda, mas, ao contrário de Eva, não foi criada de Adão ou para Adão.

"Quem é aquela?"

 

"Olhe bem, é Lilith."

 

"Quem?"

 

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"A primeira mulher de Adão. Não se apaixone por seu cabelo lindo, por mais que seja um rico adorno que contribui para a sua beleza, porque quando ela usa para alcançar um jovem, ela nunca o solta”.

 

Assim disse Mefistófeles a Fausto no magistral drama teatral de Johann Wolfgang Von Goethe de 1808, uma descrição com a qual a própria Lilith não concordaria muito.

 

Ao longo dos séculos, diversos relatos a retrataram como tendo sido a "primeira mulher do Paraíso". Mas, ao contrário de Eva, não foi criada de Adão ou para Adão. E Lilith estava muito consciente disso.

 

Sua história foi se modificando de uma tímida lenda para a de uma heroína. Ela inspirou desde encantamentos e exorcismos até literatura e música, e hoje em dia caminha livremente pelo mundo dos videogames.

 

A MULHER DESAPARECIDA

 

No contexto da Bíblia, Lilith nasceu de um vazio.

 

Seu nome aparece apenas uma vez, em Isaías 34:14.

 

"Os gatos selvagens se juntarão a hienas, e um sátiro clamará ao outro; ali também repousará Lilith e encontrará descanso."

 

Mas nos manuscritos do Mar Morto, o testemunho mais antigo do texto bíblico encontrado até agora, Lilith também aparece na Canção para um sábio, um hino possivelmente usado em exorcismos.

 

Apesar das poucas menções, para os judeus, a Torá – os Cinco Livros de Moisés ou o Pentateuco do Antigo Testamento para os cristãos – deve ser interpretada como a fonte das principais leis e da ética, já que é considerada uma forma de revelação divina para a humanidade.

 

E há um fragmento no Gênesis (1:27) que suscita muitas dúvidas e várias interpretações: "E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e disse: frutificai e multiplicai-vos".

 

Isso ocorre no sexto dia da Criação. No sétimo, Deus descansou.

 

Mais adiante, conta que ele colocou "o homem que havia se formado" no Éden, e só depois...

 

2:18 "E disse o senhor Deus: Não é bom que o homem esteja sozinho; darei uma ajuda idônea a ele.”

 

2:21 "E o senhor Deus fez um sono profundo cair sobre Adão, e ele adormeceu. Então ele pegou uma de suas costelas e fechou a carne em seu lugar;

 

2:22 e da costela que Deus tomou do homem, fez uma mulher e a levou ao homem”.

 

O que aconteceu com aquela fêmea criada no sexto dia?

 

No Renascimento, Michelangelo retratou Lilith na Capela Sistina, enrolada em torno da Árvore do Conhecimento — Foto: GETTY IMAGES

 

DA BABILÔNIA PARA A BÍBLIA

 

Uma interpretação é que esse primeiro ser criado era andrógino, uma criatura que era simultaneamente homem e mulher e foi separada depois.

 

Outra leitura é de que houve duas Evas: Adão não gostou da primeira e Deus a substituiu por outra.

 

Embora esta última versão tenha surgido cedo, a associação com Lilith demorou a aparecer, apesar de ela já estar viva no imaginário da região há pelo menos um milênio e meio antes de a Bíblia começar a ser escrita (séculos VI-V a.C).

 

A menção mais antiga ao seu nome aparece na Epopeia de Gilgamesh – a mais antiga obra épica escrita – e em A Árvore Huluppu, um poema épico sumério encontrado em uma tabuleta em Ur que remonta a aproximadamente 2 mil a.C.

 

Como escreveu a especialista em literatura bíblica Janet Howe Gaines, "suas origens obscuras estão na demonologia babilônica, onde amuletos e encantamentos eram usados para neutralizar os poderes sinistros deste espírito alado que atacava mulheres grávidas e bebês".

 

"Lilith logo migrou para o mundo dos antigos hititas, egípcios, israelitas e gregos."

 

Isso provavelmente explica por que no Livro de Isaías ela aparece sem nenhuma apresentação: uma indicação de que o escritor confiava que os leitores a conheciam.

 

Também foi mencionada no Talmude da Babilônia (cerca de 500-600 d.C.), uma coletânea de discussões, relatos de grandes rabinos e meditações sobre passagens da Bíblia.

 

Vitral de Adão, Eva e Lilith no Jardim do Éden, Catedral de Auxerre, França — Foto: GETTY IMAGES

 

Essa Lilith talmúdica tinha, como a babilônica, cabelos longos e asas, e encarnava práticas sexuais insalubres.

 

Existem outros textos posteriores que incorporam Lilith na história da criação, como o Zohar, escrito por volta de 1300 d.C. na Espanha, um dos dois livros fundamentais do pensamento místico judaico conhecido como Cabala.

 

Esse texto afirma que essa criatura andrógina inicial foi dividida, criando seres humanos distintos: o homem, Adão, e a mulher, "a Lilith original, que estava com ele e concebeu dele".

 

Quando viu Adão com sua rival Eva, em um ataque de ciúmes, ela foi embora, transformando-se em um súcubo que seduzia homens solitários e roubava seu sêmen para gerar crianças demoníacas, deixando-as infectadas com doenças.

 

Mas foi um texto anônimo escrito em algum momento entre os séculos VIII e X que acrescentou mais detalhes sobre esse primeiro relacionamento.

 

DIFERENÇAS IRRECONCILIÁVEIS

 

No Alfabeto de Ben Sirá, Lilith é a protagonista de um episódio que conta que quando Ben Sirá foi atender o filho doente do rei Nabucodonosor da Babilônia, inscreveu um amuleto com os nomes dos três Anjos da Saúde: Senoy, Sansenoy e Semangelof.

 

Quando Nabucodonosor perguntou quem eram os anjos mencionados no amuleto, Ben Sirá contou que pouco depois de Deus criar o homem, Adão, e a mulher, Lilith, eles começaram a discutir.

 

Lilith: "Não me deitarei por baixo."

 

Adão: "Não me deitarei debaixo de ti, mas acima de ti, porque és apenas digna de estar na posição inferior enquanto eu, na superior."

 

Lilith: "Somos iguais, pois ambos fomos criados da terra."

 

Quando Lilith se deu conta de que não chegariam a um acordo, ela pronunciou o Tetragrama – as sílabas sagradas do nome inefável de Deus – e voou para longe.

 

Adão orou ao seu Criador e disse: "Senhor do Universo, a mulher que me deste fugiu de mim!"

 

Deus então enviou os três anjos para dizer a ela que, se não voltasse, cem de seus filhos morreriam diariamente.

 

Lilith, no entanto, se recusou e disse que havia sido criada para "enfermar as crianças: se são meninos, do nascimento até o oitavo dia de vida terei poder sobre eles; se são meninas, desde o nascimento até o vigésimo dia".

 

Mas ela jurou que cada vez que visse nos bebês os nomes ou imagens dos anjos em um amuleto, não faria mal.

 

Essa é a versão mais conhecida da passagem de Lilith pelo Paraíso. E a mais polêmica.

 

Isso porque muitos estudiosos não reconhecem O alfabeto de Ben Sirá como uma representação do pensamento rabínico.

 

Alguns até o consideram uma peça deliberadamente satírica que zomba da Bíblia, do Talmude e de outras exegeses rabínicas, pois sua linguagem é muitas vezes vulgar e seu tom, irreverente.

 

O relato de Lilith em si leva a debates sobre mitologia versus história, textos sagrados e adições não sagradas, assim como a discussões controversas entre aqueles que consideram a Bíblia como a Palavra de Deus e aqueles que a veem como parte do rico acervo cultural universal que admite não só uma história de origem, mas muitas outras.

 

Mas, se lembrarmos que estamos percorrendo os caminhos de histórias antigas, a versão de Ben Sirá tem um valor particular.

 

Embora a segunda parte dessa narrativa restabeleça Lilith como o demônio alado conhecido, a disputa em que Adão se recusa a admitir que são iguais apresenta uma mulher que se rebela contra a "ordem natural".

 

Uma mulher que preferiu renunciar ao Paraíso em vez de seus direitos; e mais, ela foi viver no Mar Vermelho, o mesmo que se abriu para libertar os judeus da escravidão.

 

Tudo isso no início do período Medieval.

 

Essas poucas linhas do relato de Ben Sirá explicavam por que Eva foi então criada da costela de Adão e instruída a obedecê-lo.

 

Mas além disso, por que Lilith passou de um demônio tão temível a um ícone do feminismo, em si tão temido.

 

Por milênios, Lilith tem continuado a voar pelo mundo com essas asas que ganhou quando não pôde ser igual, refletindo a visão que sucessivas gerações têm da mulher.

 

Uma mostra é o soneto que o artista Dante Gabriel Rossetti escreveu no século XIX para acompanhar a sua admirada obra Lady Lilith.

 

 

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"Imóvel permanece; jovem, enquanto o mundo envelhece; e, delicadamente ensimesmada, atrai os homens a contemplar a rede brilhante que tece, até que seu coração e corpo e vida com ela fiquem presos".

 

Fonte: G1

 

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