Cabo entendeu que sindicalistas ofenderam superior hierárquico na PM e deu voz de prisão aos sindicalistas Sede da Associação de Cabos e Soldados da PM e Bombeiros de MT Um desentendimento dentro da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS/PMMT) por causa da prestação de contas da diretoria relativa ao ano de 2017 foi parar na delegacia, após o presidente do conselho fiscal, cabo-PM Marlon Jackson Gonçalves, dar voz de prisão ao presidente e ao vice-presidente da diretoria executiva, os soldados Adão Martins da Silva e Edinelson da Silva Nazário, por agirem de forma agressiva e ou desrespeitosa contra um superior hierárquico. O boletim de ocorrência foi registrado nesta terça-feira (17), depois que os dois entraram em atrito por causa da ata da reunião extraordinária na qual foi decidido não se conceder mais prazo para os diretores apresentarem as tais contas. O cabo pediu e conseguiu que o presidente assinasse o documento, mas o vice questionou a competência do conselho fiscal para lavrar atas. Um segurou de um lado, o outro puxou de outro e o papel rasgou-se. “Me retirei da sala, fui até uma viatura, esperei ele sair e dei-lhe voz de prisão”, explicou o cabo Jackson Gonçalves. ENTENDA Conselho fiscal (composto por presidente e dois membros) e diretoria executiva (feito por presidente e vice) foram eleitos juntos em novembro de 2016. A gestão começou no dia 18 de janeiro de 2017. Em 31 de maio de 2018 foi convocada uma assembleia ordinária para aprovação das contas, porém estas não foram enviadas ao conselho para análise e parecer anteriores. O que seria aprovação de contas acabou virando demonstrativo de contas. Os associados então solicitaram que fosse feita uma auditoria administrativo-financeira externa. O conselho fiscal fez um orçamento e apresentou três propostas à diretoria executiva, que deveria proceder à auditoria. Acabou escolhida a empresa Contamat por ser a mais barata. De acordo com o cabo Jackson Gonçalves, os auditores tiveram muita dificuldade para acessar todas as contas e documentos solicitados por causa de aduzida má vontade da diretoria. Os meses se passaram, solicitações não foram atendidas, chegou dezembro e a Contamat tinha que apresentar o relatório de seus trabalhos, feitos com pouquíssima documentação. Assim, como ficou prejudicada, a equipe de auditoria recomendou revisões e correções na prestação de contas 2017, porque esta acabou realizada de forma precária. Em janeiro do ano seguinte, a mesma Contamat tentou fazer uma reunião com a diretoria executiva, mas sem sucesso, pois ninguém respondia às tentativas de contato. Em fevereiro, o conselho fiscal solicitou a reunião, realizada nesta terça (17), com a diretoria executiva para decidir como proceder. Foi informado então que providências já estavam sendo tomadas com um contador identificado apenas como Leandro. Agora, na semana passada, o cabo pediu novamente a prestação das contas 2017 e não foi atendido. Pediram então mais prazo. Foi quando o conselho se reuniu novamente e decidiu não conceder prazo nenhum e ainda proceder ao relatório e parecer recomendando a reprovação das contas pelo não atendimento à solicitação. Foi aí que começou a confusão na reunião, logo depois que a diretoria executiva questionou a competência do conselho fiscal para proceder à ata. “O diretor-presidente, que já havia assinado uma das vias, repassou para mim a via assinada, mas no meio da celeuma foi pedido para que eu devolvesse o documento. Quando olhei pro documento, o soldado Nazário, vice-presidente, veio de forma agressiva, puxou o documento da minha mão, segurei, rasgou um pedaço e ele entregou o pedaço que ficou com ele, a maior parte, ao diretor-presidente, que terminou de rasgar. Diante dessa agressividade, como somos militares, me retirei da sala, chamei a viatura e dei voz de prisão ao soldado por agir de forma agressiva e desrespeitosa contra um superior”. |