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Ciência & Tecnologia : É o fim da bolha? Vagas de tecnologia devem passar por uma desaceleração dos salários, dizem especialistas
Enviado por alexandre em 17/04/2023 09:33:32

Profissionais do setor e analistas observam um congelamento ou até diminuição nos valores oferecidos nas contratações nos últimos meses. Levantamento da Robert Half mostra que salários aumentaram menos de um ano para outro em diversas áreas da TI.

"Era uma sexta-feira de manhã, eu acordei e não conseguia acessar o Slack (aplicativo de mensagens) e o e-mail da empresa. Entrei no WhatsApp e outros colegas mandaram mensagens se despedindo porque haviam sido demitidos. Quando finalmente consegui um acesso, vi que eu também fazia parte do corte", conta o desenvolvedor Rhamses Soares, de 34 anos.

 

Com 16 anos de experiência, ele passou por uma demissão em massa em uma startup de tecnologia, em fevereiro último.

 

Pouco mais de um mês depois, Rhamses conseguiu se recolocar, mas com um salário 20% menor — uma realidade que deve se tornar mais comum no mercado de tecnologia, segundo especialistas.

 

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O g1 conversou com profissionais da área e recrutadores para saber quais as perspectivas para os próximos meses. Eles destacaram as seguintes:

 

os salários das vagas em tecnologia devem passar por um processo de congelamento, com o estouro da "bolha" de valores muito altos para atrair talentos;


isso tem a ver com as demissões em massa nas empresas do setor, que estão devolvendo ao mercado mão-de-obra qualificada que antes era mais disputada;

 

Vagas de tecnologia devem passar por uma desaceleração dos salários, dizem  especialistas | Jornal Acontece Botucatu


de 2022 para 2023, o salário inicial para um desenvolvedor sênior, por exemplo, teve aumento 30% inferior ao observado período anterior, segundo dados da consultoria Robert Half;


assim, o mercado continuará gerando vagas para profissionais de tecnologia , mas as oportunidades devem vir principalmente de empresas de outros setores, como os de finanças, saúde e educação;


dois perfis devem continuar em alta: o de profissionais com menor nível de experiência (que ganham menos) e os especialistas em segurança da informação, área que deve continuar com remuneração mais alta.


DO 'BOOM' AO SALÁRIO MENOR


Rhamses trabalhou por mais de quatro anos na equipe de tecnologia de uma operadora de planos de saúde.

 

Em outubro do ano passado, recebeu uma proposta para atuar também como desenvolvedor em uma startup de seguros. Surfando no "boom" da área de tecnologia, onde sobravam vagas e bons salários, decidiu embarcar na nova jornada.

 

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"A proposta era muito melhor, eu ganharia o dobro do salário, fazendo basicamente a mesma função, também no modelo CLT", explica sobre a troca de empresa.


A troca, no entanto, não terminou da melhor forma. Menos de cinco meses depois, em fevereiro, foi mandado embora quando a empresa demitiu boa parte de seu quadro de funcionários.

 

"Fui demitido dois meses depois de terem dito que não demitiriam ninguém", conta Rhamses. "A justificativa foi que fizeram a conta errado, que acharam que seria difícil, mas a verdade é que estava muito pior do que imaginavam. Basicamente, todas as 20 e poucas últimas pessoas que tinham contratado foram demitidas."

 

O desenvolvedor teve dificuldades para encontrar uma vaga com bom salário e que permitisse a flexibilidade do home office. Ele precisou contatar toda sua rede de networking por cerca de um mês e meio até conseguir uma oportunidade.

 

Com essa experiência, percebeu que o salário que recebia na startup era muito maior do que o oferecido pelo mercado nacional atualmente, independente do modelo de contração.

 

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No fim de março, ele foi contratado por outra operadora de plano de saúde, com um salário menor e como PJ, deixando de ter carteira assinada pela primeira vez em mais de cinco anos.

 

"Vai impactar na receita do meu mês, mas fiz essa escolha para tentar equilibrar qualidade de vida, trabalho descente e salário", destaca.
Impacto das demissões em massa


Segundo a plataforma Layoffs Brasil, apenas nos primeiros três meses deste ano mais de 30 empresas da área de tecnologia realizaram cortes.

 

A situação é semelhante em outros lugares do mundo, principalmente nos Estados Unidos, berço das “big techs” - o grupo que abrange Amazon, Apple, Google, Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) e Microsoft.

 

Essas companhias já demitiram cerca de 70 mil funcionários desde novembro passado, incluindo profissionais no Brasil. A única exceção entre as big techs é a Apple.

 

Os desligamentos estão relacionados a uma mudança estrutural, explica Lina Nakata, professora da FIA Business School e pesquisadora FEEx.

 

Ela afirma que, até pouco tempo, havia uma baixa oferta de profissionais de tecnologia, enquanto a demanda pela mão-de-obra nas empresas não parava de crescer.

 

Isso levou as companhias a contratarem funcionários por um salário muito maior do que o comumente praticado no mercado, com o objetivo de atrair e reter talentos.

 

"Nos últimos anos, vimos profissionais plenos (jargão para intermediários) ganhando salários de sêniores. Sêniores ganhando salários de líderes", pontua Viviane Sampaio, gerente de recrutamento para TI na consultoria Robert Half.


Agora, a realidade começa a mudar. Vinicius Mesel, de 23 anos, trabalha como programador há mais de seis anos e diz que os cortes nas companhias têm impactado diretamente os salários no setor.

 

Com todos os desligamentos, cresceu a oferta de mão-de-obra qualificada no mercado e, por isso, as empresas já não têm mais a necessidade de oferecer salários tão altos.

 

Viviane, da Robert Half, compartilha da visão de que os valores ofertados para profissionais da TI devem passar por uma estabilização.

 

SALÁRIOS AUMENTARAM MENOS DE UM ANO PARA OUTRO


A média salarial de profissionais de tecnologia vem passando por uma desaceleração, indica o levantamento de Guia Salarial da Robert Half.

 

O salário inicial de um desenvolvedor back-end de nível sênior (caso do Rhamses), em média, era de R$ 8.600 em 2021 Ele passou para R$ 10.750 em 2022 — um aumento de R$ 2.150 de um ano para o outro.

 

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Fotos: Reprodução

 

Agora, em 2023, a média salarial começa em R$ 12.250 — um crescimento de R$ 1.500 sobre o ano anterior. Ou seja, de 2022 para 2023 o salto foi 30% menor do que entre 2021 e 2022.

 

A mesma situação foi observada nos salários de outros cargos, como analista de sistemas, agile coach, analista de DevOps, analista de big data, gerente de BI, desenvolvedor mobile, desenvolvedor full-stack e desenvolvedor front-end, por exemplo.

 

Algumas áreas dentro de tecnologia, porém, ainda seguram as altas mais gordas, tendo em vista que se tratam de segmentos que estão com a demanda aquecida dentro das empresas. É o caso de segurança da informação (leia mais sobre o tema abaixo).

 

"Apesar de que a demanda por tecnologia sempre será alta (o que deve continuar gerando vagas), os salários vão se adaptar à nova realidade do mundo e devem diminuir", destaca o executivo de uma empresa focada em tecnologia para transporte de passageiros que não quis se identificar.

 

Ele conta que, após uma recente demissão em massa, sua empresa passou a investir apenas o necessário em tecnologia.

 

Antes da crise, ele conta que "tudo estava sendo automatizado", mas agora esse investimento só é feito nas áreas que vão gerar um bom retorno para a companhia, o que reduz a necessidade de tantos profissionais do setor.

 

O MERCADO VAI CONTINUAR AQUECIDO?

 

Segundo a gerente de recrutamento para TI na Robert Half, apesar da onda de demissões em massa, o mercado deve continuar gerando vagas para profissionais de tecnologia.

 

As oportunidades, porém, devem vir de empresas de outras áreas, como o setor financeiro, educação e saúde, por exemplo, uma vez que "a maioria das empresas depende da área de tecnologia hoje", explica.

 

A especialista aponta ainda que, neste ano, as contratações devem estar focadas sobretudo nos trabalhadores de menor nível profissional - ou seja, com menos experiência.

 

Justamente por terem menos experiência, os salários ofertados para esses profissionais podem ser menores do que o dos veteranos.

 

Na área de desenvolvimento, por exemplo, já é possível observar essa tendência. Dentre os cargos de nível sênior ou superior, o salário inicial, em média, era de R$ 8.900 em 2021 e R$ 11.125 em 2022, uma alta de R$ 2.225.

 

Do ano passado para este, também houve aumento, mas menor: a média salarial começa em R$ 12.250.

 

Por outro lado, entre os cargos de nível júnior, os valores dos aumentos se mantiveram praticamente estáveis, em torno de R$ 1.000, como mostra o Guia Salarial. Em 2021, a média salarial começava em R$ 4.000; em 2022, em R$ 5.175. Neste ano, partia de R$ 6.175.

 

A ÁREA QUE AINDA ESTÁ BOMBANDO


Na contramão, explica Viviane, há um segmento dentro de tecnologia que deve continuar com as contratações com salários elevados: segurança da informação.

 

"É possível perceber uma crescente. Vemos especialistas ganhando o valor de gerentes, por volta dos R$ 22 mil. Nesta área, a tendência de ocupação está com os profissionais com maior experiência, especialmente para os especialistas em Pentest", diz ela.


A maior procura por profissionais de segurança da informação pode ser explicada porque as empresas, de todos os segmentos, precisam ter maior proteção em suas operações envolvendo tecnologia.

 

Os salários dentro dessa área, segundo o levantamento da Robert Half, também indicam que ela está aquecida. A média dos valores para analistas de segurança é de R$ 8.400. Há um ano, era de R$ 6.900 e, em 2021, R$ 6.150.

 

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O maior valor registrado pelo Guia Salarial entre os cargos da área é de R$ 23.750, para coordenador de segurança da informação — uma alta de R$ 3.550 ante 2022 e de R$ 5.650 ante 2021, quando as médias salariais para tal ocupação eram de R$ 20.200 e R$ 18.100, respectivamente. 

 

Fonte: G1

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Ciência & Tecnologia : Musk cria a X.AI, empresa de inteligência artificial que deve competir com a dona do ChatGPT
Enviado por alexandre em 15/04/2023 10:38:29

Bilionário chegou a assinar uma carta no final de março pedindo interrupção nas pesquisas sobre inteligência artificial.

O bilionário Elon Musk criou uma empresa de inteligência artificial chamada X.AI, que deve competir com a OpenAI, dona do robô ChatGPT, programado para responder diversos tipos de perguntas.

 

Por enquanto, Musk consta como o único diretor da empresa, enquanto, Jared Birchall, ex-banqueiro da Morgan Stanley que gere a fortuna do bilionário, é secretário.

 

A X.AI foi registrada no estado de Nevada (EUA), no dia 9 de março. No final daquele mês, Musk chegou a assinar uma carta, junto com mais de mil executivos e especialistas em tecnologia, pedindo uma pausa de seis meses no treinamento de sistemas de inteligência artificial.

 

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Na ocasião, o documento afirmava que, nos últimos meses, várias empresas lançaram sistemas de inteligência artificial "que ninguém – nem mesmo seus criadores – pode entender, prever ou controlar de forma confiável".

 

Além de não existir um planejamento adequado para as mudanças que a tecnologia vai causar.

 

Apesar dos riscos apontados pela carta, a competição entre as empresas por tecnologias de inteligência artificial tem crescido nos últimos meses, principalmente após o lançamento do ChatGPT, no final de novembro de 2022.

 

Musk chegou a fundar a OpenAI, em 2015, mas deixou a empresa em 2018.

 

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Desde então, ele criticou a companhia, inclusive em um tuíte em dezembro do ano passado em que afirmava que a inteligência artificial está sendo treinada para ser "woke", um termo que significa "acordado" e é usado para definir a esquerda americana preocupada com as injustiças sociais.

 

Fonte: G1

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Ciência & Tecnologia : Museu Nacional ganha meteorito de 4,5 bilhões de anos e anuncia reabertura parcial para 2024
Enviado por alexandre em 13/04/2023 15:39:03

Pequeno, rochoso e extraterrestre. É assim que o pedaço do meteorito Santa Filomena, o mais novo a integrar o acervo de mais de 400 peças do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi descrito e entregue, nesta quinta-feira, pelo grupo de pesquisadoras da UFRJ, as "Meteoríticas".

 

A cerimônia que ocorreu na entrada principal, marca a retomada do calendário de pesquisas e estudos da unidade e foi apresentada junto à peça do meteorito Bendegó, de 5,360 quilos, encontrado na Bahia em 1784, e transferido para o museu em 1888, a pedido de Dom Pedro. Segundo o diretor da unidade, Alexander Kellner, apenas a entrada principal e o hall de acesso serão reabertos para visitação do público, previsto para ocorrer em 6 de junho de 2024. Já as obras de toda a complementação do museu devem ficar prontas no final de 2026.

 

— De uma forma geral, o projeto de reconstrução do museu está sendo feito em três partes. A primeira parte é a área do palácio, no Parque de São Cristóvão, que está avançando bastante. Tanto é que vamos abrir este bloco para visitação. A área do porto botânico que fica dentro do parque precisa de atenção. Na terceira área, do campo de pesquisa, nos preocupa muito, que é justamente a área onde nós estamos construindo as estruturas provisórias. Isso ainda não está do jeito que deveria estar. Precisamos de verbas e estamos trabalhando nisso. Este é o primeiro passo da retomada — afirmou o diretor.

  

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O meteorito Santa Filomena, que pesa 2,85 quilos, é composto de fragmentos do sistema solar e tão antigo quanto a terra e o sol, com mais de 4,5 bilhões de anos. Antes, o meteorito orbitava a aproximadamente duas unidades astronômicas da Terra, ou seja, a uma média de 15 quilômetros por segundo, equivalente a 54 mil quilômetros por hora.

 

Foi no início da tarde de 19 de agosto de 2020, no céu da pacata cidade de Santa Filomena, em Pernambuco, que uma chuva de pedras estrondou a localidade. Eram meteoritos classificados como condritos, tipos rochosos comumente encontrados. Um dos pedaços que integrou o estudo do grupo caiu no telhado da casa de uma senhora, ao lado de uma igreja. No momento da queda, a moradora achou que fosse um gato. Quando identificou ser uma pedra, resgatou o artefato e o guardou, à espera das pesquisadoras. No dia seguinte, o grupo chegou à cidade para começar o estudo de identificação das pedras encontradas. O pedaço que, agora, está em solo carioca, no entanto, é um outro fragmento.

 

Segundo a pesquisadora do departamento de Geologia e Paleontologia Maria Elizabeth Zucolotto, que integra o grupo, o Santa Filomena veio de um cinturão dos asteroides, um espaço sem planetas, que fica entre Marte e Júpiter.

 

— É a primeira vez que a queda de um meteorito é registrada no Brasil, num estudo sobre a classificação dele, iniciado em 2019. O trabalho científico foi publicado ontem, e teve que ser bem completo — disse a pesquisadora detalhando a diferença dos achados rochosos:

 

— É importante que a população saiba a diferença até para nos ajudar na hora da entregar uma peça encontrada para pesquisa e classificação. Meteoro é um rastro luminoso no céu. Já a tocha que chega no chão e sobrevive a queda é o meteorito.

 

O grupo Meteoríticas, composto por quatro pesquisadoras, surgiu em 2017 através de um trabalho de campo em Palmas de Monte Alto, na Bahia. Segundo a pesquisadora Amanda Tose, do Instituto de Geociência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o coletivo atua em três frentes: pesquisa, trabalho de campo e publicação de artigo científico.

 

— São várias mulheres que trabalham na ciência. Somos mais que três. Nós criamos as Meteoríticas a partir de um trabalho em conjunto. Antes nós, cientistas, só atuávamos nos laboratórios.

 

Segundo o grupo, cerca de 400 peças do acervo de meteoritos foram recuperadas do incêndio. Pouco mais de 30 peças estão em exibição no Planetário do Rio. O trabalho da equipe com o Museu Nacional é terminar o trabalho de recuperação até 2026 para que as peças possam voltar a serem exibidas ao público no espaço.

 

— Concentramos as buscas nos locais que tinham meteoritos. Mas existia muita coisa que não era meteorito. Nosso trabalho agora é tentar identificar o que é meteorito e o que não é. Já que as peças se misturaram com o incêndio — afirmou Maria Elizabeth, uma das pesquisadoras.

 

Quando caiu no telhado de uma casa e é o primeiro registrado por câmeras de clima ao vivo

 

Meteorito caiu em Santa Filomena, em Pernambuco, em 19 de agosto de 2020 — Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo

Foto: Reprodução

 

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A pesquisadora Maria Elizabeth adiantou ao GLOBO que as Meteoríticas tem uma rota internacional a caminho: a primeira viagem de caça de meteoritos no Peru, na última semana do mês de abril. Segundo a professora, a viagem marca o início de uma série de pesquisas em parceria com laboratórios internacionais de relevância científica, histórica e pioneira no Brasil.

 

Fonte: Extra

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Ciência & Tecnologia : A 'zona incerta' do cérebro, que está intrigando os cientistas há quase 150 anos
Enviado por alexandre em 11/04/2023 14:58:51

O cérebro humano é um órgão tão poderoso quanto misterioso. Nesta massa de aproximadamente 1,5 kg habitam cerca de 86 bilhões de neurônios que compõem a massa cinzenta. Isso é quase igual ao número de estrelas na Via Láctea. Esses neurônios se conectam entre si por meio de sinapses. Estima-se que o número de sinapses no cérebro humano seja próximo a um quatrilhão, ou seja, 1 seguido de 15 zeros.

 

Os cientistas sabem que essas conexões existem, mas ainda não conseguem descobrir exatamente como e onde toda a informação que chega e sai do nosso cérebro é produzida, armazenada e processada graças a essas sinapses.

 

Um exemplo desses enigmas do cérebro e da memória é a chamada “zona incerta” — uma região sobre a qual há mais perguntas do que respostas. O primeiro a descrever essa parte do cérebro foi o neuroanatomista suíço Auguste-Henri Forel, em 1877 “É uma região sobre a qual nada pode ser dito com certeza”, escreveu Forel.

 

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ILUSTRAÇÃO DE UMA  SINAPSE ENTRE DOIS NEURÔNIOS

 

Ilustração de uma sinapse

 

Hoje, quase 150 anos depois, a situação permanece praticamente a mesma. Apesar de todos os avanços da medicina e da tecnologia, ninguém realmente entende o que é a zona incerta.No entanto, os especialistas têm noção de que a zona incerta desempenha um papel em processos-chave do corpo humano, como a memória.

 

Mesmo assim, ela ainda é uma parte pouco estudada do corpo.Mas estudos recentes encontraram novas informações sobre essa região importante, mas negligenciada, do nosso cérebro.

 

POUCAS CERTEZAS 

 

Duas mulheres juntas

 

A zona incerta é uma faixa de massa cinzenta localizada na área central do cérebro. “É como uma folha de neurônios que se estende entre o tálamo e o hipotálamo”, disse Huizhong Tao, professor de fisiologia e neurociências da University of Southern California, à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

 

Ao longo da zona incerta, pelo menos quatro sub-regiões foram identificadas, cada uma associada a um papel específico, que variam de funções motoras e viscerais a excitação e atenção.A zona incerta também tem sido associada a funções como sono, regulação da dor e aprendizado, explica Huizhong.

 

E um estudo recente em camundongos mostrou que a zona também pode desempenhar um papel importante na consolidação da memória de longo prazo.Mas além disso, pouco se sabe sobre os mecanismos sob os quais essa zona do cérebro atua e como se comunica com outras regiões do cérebro para realizar tarefas.

 

A zona incerta é uma das poucas regiões comumente visadas para estimulação em pacientes com Parkinson Por exemplo, a zona incerta é uma das poucas regiões comumente visadas para estimulação em pacientes com Parkinson, mas os cientistas não sabem ao certo por que ela tem a capacidade de aliviar os sintomas da doença.

 

POR QUE É DIFÍCIL ESTUDAR ESSA ZONA? 

 

Ilustração de sinapses

 

 

A zona incerta é uma estrutura fina, localizada no fundo do cérebro, por isso é difícil de estudá-la em pessoas vivas, diz Huizhong. Além disso, explica o especialista, a composição química e celular dessa membrana é complexa.

 

Cada uma de suas subdivisões aparentemente tem funções distintas, e seus neurônios envolvem a ação de até 20 neurotransmissores diferentes, dificultando sua análise como um todo. E, como se isso não bastasse, “sua conexão com outras partes do cérebro é extremamente complexa”, diz Huizhong. A zona incerta se comunica com quase todos os centros dos circuitos neurais

 

A zona incerta se comunica com quase todos os centros dos circuitos neurais, desde o córtex cerebral até a medula espinhal, o que também ajuda a explicar por que ela está envolvida em papéis tão diversos.

 

O QUE SE DESCOBRIU?

 

Ilustração de cérebro

 

Um estudo recente em camundongos, conduzido pela Universidade de Freiburg e pelo Instituto Max Planck para Pesquisa do Cérebro na Alemanha, encontrou novas evidências de que a zona incerta pode desempenhar um papel fundamental na atenção e na memória duradoura. A análise mostrou que a zona incerta tem uma conexão particular com o neocórtex cerebral, a maior e mais evoluída região do cérebro.

 

Nos humanos, o neocórtex é considerado o maior depósito de memórias de longo prazo. Também é responsável por várias das funções cognitivas que nos distinguem, como o raciocínio, a consciência e a linguagem. Porém, não se sabe exatamente como as memórias e experiências chegam e ficam armazenadas ali.A zona incerta desempenha um papel na consolidação da memória

 

SINAS INTERNOS E EXTERNOS

 

Semáforos

Fotos:Reprodução

 

Para formar novas memórias, o cérebro deve fazer uma conexão entre os estímulos sensoriais que vêm de fora e os sinais internos que contêm informações de experiências passadas. Para fazer isso, os neurônios trocam sinais que excitam (ativam) ou inibem (desativam) certas áreas do cérebro conforme necessário.

 

No passado, os estudos se concentravam em observar o efeito que os sinais de excitação tinham sobre o aprendizado e a memória. Este novo estudo concentrou-se em sinais inibitórios decorrentes da zona incerta. Cientistas observaram que a zona incerta desempenha um papel no aprendizado e na memória, não pela excitação de outros neurônios, mas pela inibição.

 

A zona incerta funciona como uma rede de semáforos que otimiza o tráfego de sinais no cérebroEssa inibição acaba criando uma “rede de inibição” que desativa certas conexões para otimizar o fluxo de conexões excitatórias em outras áreas.

 

Essa “rede inibitória” poderia ser comparada a um sistema de semáforos que se coordenam entre si para interromper o tráfego em algumas ruas e, assim, permitir que ele flua mais rapidamente em outras. “O que observamos foi uma redistribuição completa da inibição dentro do sistema”, diz Anna Schroeder, principal autora do estudo Por meio desse mecanismo, o resultado líquido é uma excitação dos circuitos do neocórtex para facilitar o aprendizado.

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE? 

 

“Este estudo é muito interessante”, diz Huizhong, que não participou da pesquisa. “Ele oferece novas visões sobre mecanismos neurais para aprendizagem e memória.”BOs autores da pesquisa afirmam que entender os mecanismos pelos quais as memórias são formadas pode ser útil para tratamentos contra perda de memória, transtornos de ansiedade ou Parkinson.

 

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Eles ainda mencionam que a zona pode ter implicações para o desenvolvimento de inteligência artificial e desenvolvimento de software. Por enquanto, porém, eles estão convencidos de que seu estudo serve para “inspirar outros pesquisadores” a continuar procurando pistas para resolver o mistério da zona incerta. 

 

Fonte:Times

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Ciência & Tecnologia : HBO Max vai chegar ao Fire TV Stick? Entenda o impasse
Enviado por alexandre em 10/04/2023 13:19:50

Usuários da plataforma de streaming e do dispositivo da Amazon aguardam anúncio oficial sobre a disponibilidade

O Fire TV Stick é um dispositivo que transforma qualquer televisor em Smart TV. A proposta do aparelho é permitir acesso a serviços de streaming e aplicativos como YouTube.

 

Entretanto, um detalhe vem chamando atenção dos usuários e se tornando uma demanda: o aplicativo da HBO Max não tem versão disponível para o aparelho, mas acredita-se que uma versão do app chegue em breve.

 

A expectativa se dá devido ao fim do impasse entre a HBO Max e a Amazon Fire TV. Desde novembro de 2022, o app da WarnerMedia está disponível para a transmissão nos dispositivos Amazon FireTV, incluindo Fire Stick, Smart TVs Fire TV Edition e Fire Tablets, nos Estados Unidos. A partir disso, há chance de a HBO Max ter um aplicativo disponível e compatível com os dispositivos da Amazon, mas nenhum anúncio oficial foi feito sobre a chegada.

 

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Enquanto o aplicativo da HBO não chega ao dispositivo, é possível encontrar Prime Video, Netflix, Disney+ e muito mais no aparelho. Compare as versões e encontre-as clicando no link correspondente:

 

1. Fire TV Stick Lite (a partir de R$ 224): as especificações garantem uma reprodução de imagem em Full HD (1080p) de até 60 quadros por segundo. Já a transmissão de áudio tem tecnologia Dolby para uma experiência de som imersiva.

 

2. Fire TV Stick (a partir de R$ 242): o modelo também oferece imagens em Full HD (1080p), assim como a opção Lite. A reprodução de áudio tem tecnologia Dolby Atmos, e o suporte ao HDR oferece qualidade de imagem e contrastes melhores nas exibições se comparado à versão mais básica. Neste aparelho, é possível acionar comandos da própria televisão pelo controle da Amazon.

 

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3. Fire TV Stick 4K (a partir de R$ 332): a exibição em 4K é um dos diferenciais do dispositivo, mas é preciso ter uma TV compatível com a resolução para que a imagem alcance tal qualidade. Outra diferença em relação aos modelos da lista é o acréscimo da tecnologia Dolby Vision, que promete otimizar a imagem.

 

Fonte: Extra

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