O indigenista Rieli Franciscato em palestra em terra índigena
Foto: Mario Vilela/Funai (13.nov.2014) Dois dias após a morte do indigenista Rieli Franciscato, com uma flechada no peito nos limites da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, o MPF (Ministério Público Federal) solicitou reforço da Polícia Federal na região habitada por povos nativos isolados, “para evitar o risco de conflito entre o grupo e a população”.
Nesta sexta-feira (11) o MPF também afirmou haver possibilidade de que a “pressão territorial” tenha levado os indígenas para fora da reserva — onde foram avistados, na última quarta (9), culminando no que o órgão chamou de “trágica morte” de Rieli.
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“Recentemente, indígenas isolados foram avistados em propriedades rurais provavelmente em busca de comida ou instrumentos domésticos para auxílio nas caças, possivelmente impulsionados a se deslocarem para fora do território em virtude de pressão territorial causada por invasões ilícitas”, disse o MPF, em nota.
O órgão também ressaltou, nesta sexta, que “até o momento, todos os elementos apontam que o referido fato não tem repercussão criminal, já que foi praticado por pessoas que, devido à situação de isolamento cultural, não tinham condições de avaliar se estavam em risco”.
No centro, o indigenista Rieli Franciscato
Foto: Roberto Ossak/Arquivo Pessoal A PF e a Funai (Fundação Nacional do Índio) assumiram a investigação da morte de Rieli, por se tratar de morte de servidor durante o trabalho. Os agentes já estão no local desde quinta-feira (10).
Os moradores de Seringueiras (RO), a cidade mais próxima, foram orientados, segundo o MPF, a chamar a Funai ou a polícia caso outro índio isolado seja avistado e a não abordar, ameaçar ou agredir o grupo.
Os policiais federais solicitados pelo MPF também terão a função prevenir o contato acidental pela Covid-19 entre indígenas isolados e não-indígenas.
De acordo com o monitoramento do Instituto Socioambiental, a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau é ocupada por cerca de 209 índios.