Em live pelo canal do You Tube do meu blog, ontem, com transmissão simultânea pela Rede Nordeste de Rádio, presente hoje com 43 emissoras nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia, o empresário e apresentador Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, confirmou que começou a investir no Nordeste num projeto de confecções em Santa Cruz do Capibaribe, orçado em R$ 28 milhões, que deve entrar em operação a partir do ano que vem.
Esbanjando simplicidade, bem à vontade, Ratinho, 64 anos, dono de um império de rádio e TV entre os Estados do Paraná e São Paulo, falou de tudo, inclusive da concorrente Globo, emissora de televisão, que, em sua visão, presta um desserviço ao País com perseguição implacável ao Governo Bolsonaro na adoção de um jornalismo parcial. “A Globo faz um jornalismo extremamente parcial, de falar mal do Governo. Bolsonaro inaugurou a Transposição e a Globo não mostrou. Acho isso muito ruim. Tem que falar nos erros e nos acertos. E não tenho visto isso na Globo. Existe na TV Globo um excesso de opiniões de esquerda”. Abaixo sua entrevista na íntegra.
Por que o senhor resolveu investir no Nordeste?
A gente, que fica mais no Sudeste, só ouve falar de festas do Nordeste, de carnaval, de seca, etc. Ninguém fala da pujança do Nordeste. A pessoa começa a conhecer o Nordeste quando conhece os nordestinos que vivem em São Paulo, que trabalham e muito. O empresário já sabe que o nordestino é bom de trabalho. Já sabe que o cara do Piauí é bom de restaurante, que o cearense é bom de comércio. Eu fiquei impressionado com Nordeste, com a prosperidade para ver negócios.
Quem convenceu o senhor a investir em Santa Cruz do Capibaribe?
O Marcelo Tortato, dono da "Pitbull" e que tem vários hotéis pelo Brasil a fora. Ele agora está investindo em shoppings populares e alguém falou para ele de Santa Cruz. Ele perguntou se eu toparia entrar como sócio e eu falei que ia com ele. E fui. Eu não imaginava a força do Nordeste e hoje vejo a região com outros olhos. A verdadeira independência do Nordeste vai vir agora. O Nordeste já foi o grande produtor de açúcar. Mas depois acabou esse ciclo e o povo foi para o interior. Só que mesmo naquele sol quente, ele foi firme. Eu acho que vou ajudar nessa nova independência do Nordeste. A gente ouve muito falar de corrupção no Nordeste, mas a gente não pode conhecer o Nordeste só por isso ou pelas festas. Em Santa Cruz, as pessoas fabricam as próprias peças de roupas ali e levam para a feira. Voltei de lá feliz, pois quero ajudar o Brasil a conhecer esse outro Nordeste.
O senhor conheceu e está investindo numa área do Nordeste em que o desemprego é quase zero.
E agora com esses empresários abrindo um grande galpão, será uma coisa fabulosa. A ideia é levar o Brasil para comprar lá. A ideia é justamente mostrar essa região como uma região forte. Todo mundo vem na Rua 25 de Março, em São Paulo, fazer compras. Pode vir, mas tem outra opção, tem Santa Cruz, também. Por que não comprar jeans em Toritama?
Lá existe um problema seriíssimo de água. Chega água nas torneiras duas vezes por semana. Agora, tem um programa do governo que envolve a transposição, com a adutora do Agreste, mas não se sabe quando funcionar. O senhor está inteirado dessa situação?
Não, não sabia, mas se está vindo essa adutora estão a situação vai estar resolvida, vai ficar melhor ainda. Aproveito, sem querer fazer campanha, já que só faço campanha para meu filho, que é governador do Paraná, mas gostei muito da atitude do Governo de ir agora para o Nordeste. O atual presidente foi agora. Foi ver como funciona. E acho que essa ideia de fortalecer o Nordeste é boa para o Brasil, é uma necessidade.
Nós temos o velho Nordeste, que é o da seca, do político corrupto e o novo Nordeste. Como o senhor ainda enxerga esse velho Nordeste?
Eu acho que isso do político corrupto já está acabando. Está indo embora. Os nordestinos é que vão fazer a região crescer. O meu entusiasmo é criar coisas para o povo de o Brasil inteiro ir consumir aí. Eu tenho sido procurado por empresários que me conhecem, querendo saber por que estamos indo para o Nordeste.
O senhor está interessado em investir em outros setores no Nordeste. É verdade que o senhor abriu negociações para comprar o grupo de comunicação da família Collor em Alagoas?
Alguém conversou com a minha equipe, mas nós não avançamos. Eu não acredito que alguém vá vender uma empresa como a do Collor, então a gente não vai perder tempo. Ninguém vai vender uma empresa que tem a programação da TV Globo. E se vender, é muito caro.
Quais as áreas que o senhor investe hoje no País?
Em comunicação, logística e hotelaria. Mas estou investindo bem em comunicação. Hoje temos 53 emissoras, a nossa empresa já é a terceira do País, e a gente pretende chegar até o final do ano com 70 emissoras de rádio.
Silvio Santos fez um caminho parecido e acabou criando o próprio canal de televisão. Passa pela sua cabeça seguir esse exemplo?
Não, acho que estou feliz dessa forma. No Paraná, por exemplo, temos seis emissoras. Acho que não tenho mais tempo para televisão. E sou tão feliz com o SBT, que prefiro ficar assim, trabalhando para o Silvio Santos.
Como está sua audiência no SBT?
Eu continuo em segundo lugar no País inteiro. Ela não cresce, mas também não cai. Eu disputo com novela, e outros bons produtos. Quem ganha de novela? Ninguém. A Record já colocou em cima do meu programa 78 programas diferentes, para ver se derruba o meu horário. E até agora não derrubou. Espero continuar a ganhar deles por muito tempo.
Como o senhor reage aos comentários que é um comunicador de povão, sem chega ao público A e B, formador de opinião?
Eu nunca me preocupei com isso. Até 1998, a revista Veja chamava Silvio Santos de camelô e ele já eram um homem de sucesso. A imprensa faz o que quiser. A gente tem que trabalhar com nosso negócio. Nessa pandemia, não desempreguei ninguém. Tenho meio público, pessoas que eu preciso dar satisfação e vou continuar trabalhando, sem se preocupar com título. Já me chamaram de "rei do brega", sensacionalista, falem o que quiser. Deixa falar.
As emissoras hoje desencadearam para programas explorando a violência. O senhor não entra nessa área, mas está muito no popular. Deu certo?
Eu saí dessa área de sensacionalismo já tem mais de 10 anos, optando pela área do entretenimento, a qual faço com mais paz, com mais resultados. Hoje, meu programa está com todas as cotas de patrocínio vendidas até o final do ano, não tenho mais vagas para cotas comerciais. Então, não tenho essa preocupação. Silvio Santos me paga muito bem, pois eu sou sócio no programa. Mas eu trabalharia de graça, pois gosto. As pessoas que estão fazendo propaganda comigo já estão há 15 anos.
A pandemia atingiu fortemente a economia e os empresários. O senhor sofreu prejuízos?
Não, não. Eu não vou ter lucro, mas minha empresa mantém o mesmo tamanho. Vou pegar de um lado que deu lucro e colocar em outro que não deu. Fui mal no investimento em hotelaria, mas bem na agricultura, por exemplo. Vendemos soja a quase 90 reais.
Em que setor o senhor ganha mais dinheiro hoje?
Comunicação. O meu programa me dá muito lucro.
Voltando à Santa Cruz do Capibaribe, quando o senhor pretende inaugurar o shopping popular?
Nós queremos inaugurar ano que vem. A ideia é fazer seis mil boxes de vendas de pequenos comerciantes. Vamos fazer uma área para ônibus bem arejada, arborizado. Vai ser um shopping popular de muito conforto. O projeto é mais moderno e mais arrojado do que o Moda Center, para dar conforto aos clientes. O carro da pessoa ficará na sombra, vamos ter hotéis ali na mesma área. São 17 hectares. E vamos gerar muitos empregos. Num cálculo básico, são 18 mil pessoas trabalhando.
Então, o Ratinho estará mais presente no Nordeste a partir de agora?
Pretendo. Estou apaixonado pelo Nordeste e em especial pelo povo nordestino. Eu vi o povo colocando saco de roupa naquelas Toyotas, que são produzidas ali. Fiquei doido com aquilo, vou até compra uma para mim.
O senhor vai buscar apoio do Governo do Estado para concretizar o investimento em Santa Cruz do Capibaribe?
Não, não temos esse interesse. Temos um fundo de investidores e quando a gente precisa, ele nos socorre. E lá para Santa Cruz foi muito fácil. Eles fizeram uma pesquisa e viram que lá é um sucesso.
Qual o valor do investimento?
Não vou poder te responder com muita precisão, mas em torno de R$ 28 milhões. Mas acho que vai ser muito mais, mas não tenho autorização para falar. Virão novos parceiros depois, que eu ainda não posso revelar.
Eu recebi um vídeo do senhor lá, mas não vi no seu programa. O senhor colocou no ar em seu programa de TV?
Coloquei imagens que captei na hora. E peguei imagens de dois anos atrás. Muita gente achou ruim, pois as pessoas estavam sem máscara. Mas eram filmagens antigas. Eu falei no programa que tinha ido conhecer e que ia montar um grande negócio lá.
Certamente sua audiência aqui no Nordeste vai crescer depois desses investimentos...
Vai. E acho que o mais importante é usar o meu programa para mostrar o Nordeste. É mais valoroso do que mostrar o projeto. O maior investimento que eu vou dar vai ser divulgar as coisas boas da região. E repito: se o Governo continuar olhando para o Nordeste, vamos ter o verdadeiro descobrimento do Nordeste.
O senhor tem que bater muito em dois problemas terríveis na região que optou em investir: falta de água e estradas. Está consciente disso?
Eu não sabia, mas vou começar a falar. Assista ao programa de segunda-feira. Eu já começo. Vou cobrar. Temos que lembrar ao governador que a infraestrutura é vital.
O senhor sabia que há um projeto de um aeroporto em Brejo da Madre de Deus parado, mas de um grupo privado?
Eu não sabia desse aeroporto. Mas vamos marcar para poder dar uma olhada. Isso seria muito importante para o escoamento de tudo que vamos produzir e vender.
Como o senhor avalia o Brasil de hoje?
Estou muito animado. Acho que o Brasil vai sair da pandemia mais estruturado. Muitos governadores trabalharam direito. Acho que em 2022 vamos estar em situação boa. Nós estamos a 1 ano e 8 meses sem casos de corrupção. A gente não pode ter governos que entrem em história de comunismo, pois isso é bobagem. Não tem nenhum um só País que deu certo enveredando pelo comunismo ou o socialismo.
O senhor percebe também uma radicalização pelas redes sociais entre bolsonaristas e lulistas?
Sim, percebo, é verdade. Acho que o que acontece é que dentro do governo do PT existiam muitas vantagens para a classe artística. E temos vários jornalistas que estão nas faculdades ouvindo que socialismo é um bom negócio. Então, ensinam isso. Temos que ter livre mercado. É o que estamos fazendo no Nordeste. Abrir e levar mais gente. FHC fala em social-democracia, mas ninguém sabe o que é isso.
O senhor foi deputado federal. Tem plano para voltar ao Congresso?
De jeito nenhum, a única coisa que não quero. Não gosto nem de ir a Brasília. Fui um deputado que não consegui fazer nada. Fui um péssimo deputado. Não nasci para isso. É tudo muito demorado e tudo com interesses. Jô Soares uma vez me perguntou se eu já tinha visto corrupção lá, mas nunca vi. Mas foi um período infeliz na minha vida. Perdi minha casa, perdi tudo. Passei necessidade e tive que recomeçar do zero.
O senhor sonha em ser candidato a presidente?
Nem pensar, não tenho interesse nenhum. Presidente, não vou me entenderia com o Congresso, sairia no tapa com deputado, iria pegar no pescoço de senador. Não vou entrar nessa fria nunca. Eu sou bom vendedor de publicidade e essa é minha função.
A comunicação no Brasil vive uma crise de identidade?
Sim. É uma crise que se muda tudo, toda hora. E atinge inclusive a Globo. A TV Globo nunca fez desconto na publicidade dela e hoje está fazendo. A TV Globo é a emissora que mais sabe fazer novela, mas faz um jornalismo extremamente parcial, de falar mal do Governo. Bolsonaro inaugurou a transposição e ninguém mostrou. Acho isso muito ruim. Tem que falar nos erros e nos acertos. E não tenho visto isso na grande imprensa. Existe na TV Globo um excesso de opiniões de esquerda.
Em relação a Lula e Dilma, a TV Globo teve um tratamento diferenciado?
Sim, diferente de hoje, que só fala mal do Governo. Bolsonaro sempre reclama muito da TV Globo, pois se acha injustiçado.
O senhor acha que vai surgir um candidato anti-Bolsonaro? Pode ser Moro?
Eu acho que Moro entrou bem, mas se saiu mal. Foi mal aconselhado. Ele podia ter saído agradecendo, escrito um livro sobre a Lava Jato e ter ganhado muito dinheiro. Da forma que saiu, não ficou bem nem com direita, nem com esquerda, nem com centro.
O cenário político é favorável à reeleição do presidente?
Hoje, sim. Não tem ninguém para ganhar dele. Bolsonaro tinha cisma de ir para o Nordeste, mas agora ele viu que tem gente que gosta dele aí. Acho que ele vai voltar muitas vezes e vai ganhar também no Nordeste se continuar investindo em programas sociais.
Quais conselhos o senhor daria a Bolsonaro?
Eu falaria para ele deixar de ser pavio curto.
Qual a participação que o senhor tem na rede Massa de sua propriedade como jornalista e comunicador?
Quase nenhuma. Eu raramente vou lá. Não tenho nenhum programa. Meu filho toca as coisas por lá. Eu estou modernizando as rádios para todas virarem televisão. Por falar nisso, gostaria de destacar o trabalho do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que está trazendo o 5G para o Brasil e fazendo um excelente trabalho.
Em relação ao agronegócio, quais são seus investimentos?
Nós temos queimadas naturais, mas o agronegócio é que vai segurar tudo. Não estamos mais só vendendo soja e café, agora estamos industrializando tudo. O Brasil ainda vai crescer muito nisso. Eu tenho produção de soja e café.
Quais são as lições que o Brasil vai tirar dessa fase da pandemia?
Acho que vamos aprender a ficar mais em casa. Tenho falado no meu programa para as pessoas terem mais paciência e ficar em casa. Mas acho que tem coisas exageradas. Vi o pessoal andando de bicicleta bem longe e de máscara. Não adianta. Só pega se estiver próximo. Isso também é um exagero!
Qual a expectativa do senhor em relação à vacina?
Acho que em janeiro já está todo mundo vacinado. E acho que a primeira vai ser a russa. Tudo que vem da Rússia e China a gente desconfia. Mas vacina, se não funcionar, o mundo denuncia. A primeira vacina que tiver, eu tomo. Pode ser de onde for. Eu acredito em vacina. Nesse período, fiquei em casa e na fazenda, mas não deixei de trabalhar.
Qual a opinião do senhor em relação ao uso de cloroquina no tratamento da Covid-19?
Acredito. Jamais um presidente faria propaganda se ninguém tivesse orientado. Cloroquina o Exército sempre usou e ela funciona. Dizem que ele faz mal para quem tem problema sério de coração. Mas é a mesma coisa de quem toma Viagra.
Foi difícil vencer na vida tendo sido filho de pais pobres e trabalhado de engraxate na infância?
Eu sou muito chorão, bastante emotivo. Choro com tudo, mas, sobretudo, de alegria. Não é fácil a vida para ninguém. Seu sempre fui um grande batalhador, desde que engraxei sapato para não ter que pedir dinheiro ao meu pai que, coitado, nem tinha, de tão pobre, mas nunca passei fome. Meus pais não permitiram que a fome nos cercasse. Minha mãe diz que eu trabalhei muito. Eu tenho a qualidade de ser persistente. Acho que isso me dá vontade de viver. E sobre o Nordeste, está na hora de crescer. Precisamos divulgar essa parte boa do Nordeste. Precisamos mostrar o novo Nordeste.
Por Hylda Cavalcanti
O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, se diz “encantado pelo Nordeste”. Ele adquiriu recentemente um terreno em Santa Cruz do Capibaribe, município onde está construindo um shopping popular, e negocia com um grupo de empresários várias parcerias para incrementar o negócio. Homem da Comunicação com uma audiência de mais de 25 milhões de pessoas, Ratinho é também um homem da Agropecuária e do Turismo, entre outros negócios que possui nestes segmentos. Mas acha que agora é a vez de destacar a pujança da região.
“Acredito que agora é o momento da verdadeira independência do Nordeste. Precisamos mostrar ao mundo esse povo trabalhador, que dá muito duro confeccionando peças de roupa em casa, depois carrega quilos de tecidos nas toyotas e ainda sai para vender na feira. É esse dinamismo que precisamos mostrar. Quero que o Brasil conheça esse nordeste pujante que eu vi de perto”, afirmou, durante live concedida para o Blog do Magno.
Para o apresentador, se as pessoas têm o hábito de fazer compras na rua 25 de março em São Paulo (um dos pontos comerciais mais conhecidos do país, para onde sacoleiros de todos os estados viajam para abastecer lojas diversas), “também podem passar a fazer compras em Toritama”.
“Não estou aqui fazendo campanha, porque só faço campanha para o meu filho (o atual governador do Paraná, Ratinho Júnior), mas gostei muito da atitude do Governo Federal de fortalecer o Nordeste. É uma iniciativa boa para o país como um todo”, destacou.
Ao ser questionado sobre se conhece o antigo Nordeste, marcado por casos de corrupção entre políticos e pela seca, ele disse estar otimista com a perspectiva de desenvolvimento da região e não pensa nisso. “Essa era dos políticos corruptos está acabando. O nordestino com a força do seu trabalho é que vai fazer a região crescer. Tanto é que tenho sido procurado por empresários para parcerias neste empreendimento”, contou.
Ratinho disse que quer inaugurar o negócio “no ano que vem”. Explicou que sua pretensão é fazer 6 mil boxes de venda para pequenos comerciantes e uma área grande para estacionamentos, com vistas a receber ônibus de todo o país, com 17 hectares de terreno no total.
“Não queremos levar luxo para o local, mas construir um shopping popular gostoso e confortável”, afirmou. A expectativa inicial é de gerar 18 mil empregos para as pessoas que vão trabalhar nos boxes, fora os empregos indiretos. Todos na região do Agreste pernambucano.
Segundo o apresentador, embora ele não possa falar no valor total do investimento a ser feito porque ainda depende de parcerias que estão sendo confirmadas, o valor aplicado é de mais de R$ 28 milhões. “Não estou autorizado, ainda, para dar mais detalhes sobre isso”, ponderou.
Fora do Nordeste, ele tem investido em comunicação e também em fazendas de soja, de café e na hotelaria. Possui seis emissoras de TV, 53 emissoras de rádio e pretende até dezembro ampliar o número para 70 emissoras de rádio, mas não pensa em criar seu próprio canal. “Estou feliz com a Rede Massa no Paraná. Não tenho tempo para uma rede. Tenho 64 anos, não dá mais para investir nisso com minha idade. E depois, adoro o SBT”, confidenciou.
Ratinho também falou do período em que foi deputado federal, que considera “uma grande decepção”. “A única coisa que não quero mais na vida é ser deputado. Não gosto nem de ir a Brasília. Fui um péssimo deputado, um deputado que não conseguiu fazer nada. Não nasci para isso”, destacou.
Conforme desabafou, “o período no Congresso foi uma fase infeliz da minha vida. Larguei tudo para virar deputado e em função disso, perdi tudo e tive de recomeçar do zero”. Sobre ser considerado um comunicador voltado para as classes C e D, ele disse que nunca se incomodou com o rótulo. “A TV Record já colocou 78 programas diferentes para ver se passa meu programa e nunca conseguiu esse feito. Tenho público, nunca deixei de pagar nenhum funcionário, nem mesmo com essa pandemia, e isso é o que importa. Dizem que sou brega e sensacionalista. Deixa pra lá. Até hoje chamam Silvio Santos de camelô também”.
O apresentador relatou que tem, hoje, todas as cotas de patrocínio do seu programa deste ano vendidas, o que mostra o sucesso da empreitada e que está muito satisfeito com a careira. Ele considera a crise da comunicação no Brasil grande e acha que atingiu também a TV Globo. “Tanto é que a Globo nunca fez desconto em sua publicidade e agora também faz, como sempre fizeram as outras emissoras”.
O quesito no qual a Globo está perdendo, em sua opinião, é no jornalismo. “Estão fazendo um jornalismo parcial, assim como outros veículos da grande imprensa, como a Folha de São Paulo, mas a Globo é muito poderosa, ainda tem muita gordura para queimar”, frisou.
Na avaliação de Ratinho, nos governos de Lula e de Dilma Rousseff, a situação era mais equilibrada. “As matérias veiculadas tinham dois lados, agora não”, observou. “Nas entrevistas que concedeu a mim, o presidente Bolsonaro sempre se queixou de que se acha injustiçado pela emissora”, afirmou, se referindo à vênus platinada.
Indagado se acha que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, pode ser um nome a atrapalhar a reeleição de Bolsonaro em 2022, o apresentador disse não acreditar nesta possibilidade. Acha que o atual presidente será reeleito. Segundo ele, Moro entrou bem no governo, mas foi mal aconselhado e não saiu bem.
“Da forma como foi sua saída, ele não ficou bem com a direita, nem com a esquerda nem com o centro. Além do mais, Moro não foi amigo o suficiente a ponto de o presidente o querer no Supremo”, disse. Ratinho afirmou também que, se tivesse liberdade com Bolsonaro, o único conselho que daria a ele seria “para encompridar mais o seu pavio”. “É curto demais!”.
Carlos Massa, o Ratinho, empresário múltiplo, com destaque na área de comunicação, apresentador do SBT, fala, daqui a pouco, ao Nordeste, com exclusividade ao meu blog, numa live pelo YouTube com transmissão simultânea pela Rede Nordeste de Rádio no horário do programa Frente a Frente, de 18 às 19 horas. São 43 emissoras, hoje estreando mais uma, a Polo, de Santa Cruz do Capibaribe, cidade onde o comunicador investe na área de confecções.
Ratinho nasceu entre São Paulo e Minas Gerais e foi registrado em Águas de Lindóia (SP). Mas desde a infância pobre, onde viveu em cidades paranaenses como Jandaia do Sul, teve que ajudar a família trabalhando como engraxate, lavador de carro e açougueiro, porque o pai era pedreiro.
A alcunha de Ratinho o acompanha desde a infância e teria surgido do fato de ele 'dar sumiço' nas bolas de partidas de futebol de várzea e os jogadores dizerem, culpando-o pelo sumiço: 'foi aquele ratinho', em função de sua rapidez e agilidade.
Iniciou sua carreira televisiva em 1991 na Rede OM (atual CNT) como repórter policial e logo em seguida apresentador do programa Cadeia, do ex-deputado Luiz Carlos Alborghetti, de quem adotou o estilo espontâneo, irreverente, desafiador, escrachado e acalorado de atuação, assim como o uso do cacetete durante os programas. Ratinho entrou na Record em setembro de 1997 estreando o programa Ratinho Livre.
Seu programa na Record era das 20h30 às 22h. Um mês depois alcançou Globo e SBT no Ibope. Naquela época, também obteve certa visibilidade nacional e até internacional. Ficou conhecido por seu temperamento explosivo, seu estilo polêmico e brincalhão, por não ter papas na língua. Hoje, além de fazer sucesso no SBT, Ratinho construiu um império de comunicações no Paraná.
Lá, é dono de cinco emissoras de televisão e 32 de rádio (Rede Massa e Massa FM). Há vinte anos no SBT, hoje tem 19 fazendas produtivas, a maioria no Paraná, e investe em outros setores da economia, tendo aviões e até hotel. Emprega 1,5 mil trabalhadores. Fora as emissoras de rádio e TV, Ratinho também ganha dinheiro com produtos licenciados que tem direito a 6,5% das vendas.
Sardinha, atum, adoçante, café, achocolatado, ração animal e esponja de limpeza são alguns dos itens que ele deixa ter sua imagem vinculada. Ao todo, o patrimônio de Ratinho, de acordo com ele mesmo há alguns anos, estava em 125 milhões de dólares. Hoje em dia, esse valor ultrapassaria os 500 milhões de reais.
Mas se for levar em consideração o tempo que ele falou isso e acrescentar a informação de que recentemente Carlos Massa comprou mais uma emissora de rádio, o valor pode facilmente ultrapassar a fortuna de Silvio Santos que está avaliada em 2,6 bilhões de reais.
Outro ponto que vale ressaltar é que Ratinho possui mais funcionários que o próprio SBT. São três mil pessoas que trabalham para Carlos Massa em suas empresas, enquanto na emissora paulistana, o número de funcionários está em 2,3 mil.
Ratinho também é humorista, radialista e político, além de ter sido ator na novela "Vende-se um Véu de Noiva" e no filme "Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro", e em especiais do SBT. É também pai do político Ratinho Júnior, governador do Paraná. Foi político no final da década de 1970 até meados da década de 1990, quando foi vereador de Curitiba e deputado federal pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
Em Pernambuco, Ratinho se deslumbrou com o polo de confecções de Santa Cruz do Capibaribe, onde esteve recentemente para acompanhar um grande investimento que está tirando do papel para entrar, definitivamente, no Nordeste. Hoje, ele conta detalhes da sua nova paixão: Pernambuco.
Uma live imperdível!