Regionais : Palestra Sobre Prevenção do Suicídio e Valorização da Vida é proferida a estudantes de Mirante da Serra
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Enviado por alexandre em 30/09/2017 23:06:11 |
Palestra Sobre Prevenção do Suicídio e Valorização da Vida é proferida a estudantes de Mirante da Serra
Os alunos e professores da Escola Estadual Migrantes do município de Mirante da Serra, assistiram uma palestra sobre a prevenção de suicídios e a valorização da vida. A palestra, intitulada " Suicídio: saber para prevenir ", foi ministrada pelo psicólogo/clinico Pedro Paulo de Carvalho, que abordou aspectos da luta em favor da vida e a quebra de certos tabus relacionados ao tema que faz parte da campanha Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio. O evento faz parte do Projeto “Habilidades Sociais e Emocionais e os Desafios do Século XXI”, desenvolvido e executado pela Secretaria Executiva Regional de Governo polo Ouro Preto do Oeste tendo à frente a secretária Maria Araújo de Oliveira.
A Organização Mundial de Saúde considera o suicídio um caso de Saúde Pública. Segundo o psicólogo Pedro Paulo de Carvalho, 90% dos casos são tratáveis e preveníveis, e todos podem ajudar a fazer algo em favor da vida daqueles que estão em risco. Com especialização em psiquiatria, Dr. Pedro Paulo explica que a maioria dos casos está relacionada à depressão, ao uso de álcool, droga e casos passionais. Para o psicólogo, o suicídio é um problema de saúde pública e a prevenção pode ser possível, desde que se propicie o desenvolvimento de políticas públicas e também envolvam diversos setores da sociedade, entidades ligadas ao tema e profissionais.
Pedro Paulo asseverou que os aspectos que devem ser levados em consideração quando uma pessoa apresenta sinais de depressão e em como a família pode reconhecer uma situação de risco. “O importante é saber identificar os primeiros sinais que a pessoa dá, para isso é preciso que prestemos mais atenção no outro e assim possamos intervir e auxiliar quem está ao nosso redor precisando de ajuda”, disse o psicólogo acrescentando - É importante refletirmos sobre o nosso estilo de vida, sobre o que é felicidade e saber lidar com as emoções –
A palestra reuniu aproximadamente 250 pessoas entre alunos e professores e ao final todos foram unanimes em afirmar que a temática foi de grande valia para um aprendizado sobre um assunto tão delicado e que vem aumentando em todas as camadas da sociedade civil organizada.
Setembro amarelo
A campanha Setembro Amarelo se originou, em 2014, por meio das parcerias entre o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Centro Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psicologia (ABP). No mesmo ano, o World Health Statistics (WHO 2014) divulgava que o Brasil estava na 4ª posição entre os países latinos americanos com maior crescimento no número de casos.
O mesmo instituto divulgou que, em 2015, no mundo, a cada segundo, 40 pessoas cometem suicídio. Essa já é a segunda maior causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos de idade. Além disso, na contramão, existem apenas 28 países no mundo que possuem estratégias para prevenção. Segundo o relatório, indivíduos do sexo masculino cometem mais suicídio do que o feminino e a maior taxa de ocorrências, 75% delas, acontece em países de baixa e média renda.
O Japão, apontado como um país com alta taxa de suicídios, apresentou mais de 25 mil mortes em 2014 – 18,5 autocídios por 100 mil habitantes. Algo em torno de 70 mortes por dia.
No Brasil, de acordo com o último relatório divulgado, ocorrem 32 suicídios por dia – números superiores ao falecimento pelo vírus do HIV. São seis suicidas a cada 100 mil brasileiros.
Apesar de todos os riscos, o tema ainda é um tabu. Pessoas preferem não discuti-lo. Por esse motivo, para desmitificar o assunto, debates, seminários e palestras são tão necessários. A escolha de uma data mundial para trabalhar a prevenção do suicídio – dia 10 de setembro – também foi necessária.
Fonte
Texto: Alexandre Araujo
Fotos: Alexandre Araujo
Secom – Governo de Rondônia
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Regionais : Governador do Lions Clube em Rondônia visita Ouro Preto do Oeste
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Enviado por alexandre em 30/09/2017 22:04:42 |
Governador do Lions Clube em Rondônia visita Ouro Preto do Oeste O Governador do Distrito LA-1 do Lions Clube de Rondônia, Josias Ferreira de Souza e sua esposa Hilda de Freitas de Souza, esteve visitando oficialmente o município de Ouro Preto do Oeste. Ele foi recebido pelos Companheiros Leões de Ouro Preto do Oeste no ato represe pelo presidente Waldeci Neves, Enaldo Mendonça e outros companheiros. O ano de 2017 é comemorado os 100 anos do Lions no mundo. Lions Internacional é a maior organização de serviços do mundo. São 1,35 milhão de associados em mais de 46.000 clubes servindo comunidades de mais de 200 países.
A visita oficial do governador do Distrito LA-1 Josias Ferreira, serviu para orientar sobre os caminhos por onde o Lions deve trilhar para auxiliar, sempre que possível, os menos favorecidos. Josias destacou que o objetivo das visitas oficiais é acompanhar de perto os trabalhos desenvolvidos pelos Lions junto às suas comunidades e também repassar aos clubes as diretrizes dos trabalhos da governadoria. Quanto ao que pode acompanhar em Ouro Preto do Oeste, o governador, diz que só comprovou o que já conhece de longa data, sobre os trabalhos desenvolvidos por este clube, que realiza diversas atividades em prol da comunidade.
No que se refere ao Distrito LA-1, Josias, informou que o foco do trabalho da governadoria para este Ano Leonístico 2017/2018 é trabalhar em campanhas voltadas para o lado social. Já em âmbito mundial, segundo o governador, o Lions vai inserir em suas metas, um plano de ação global para ações de Combate a Diabetes e o Câncer Infantil. Junto a isto se mantém também os trabalhos voltados a saúde dos olhos (visão), Meio Ambiente, Combate à Fome e Engajamento de Jovens.
“Vejo em Ouro Preto do Oeste um clube de serviço atuante e focado no bem da coletividade, em especial da camada mais vulnerável e que precisa de nossa mobilização voluntária e filantrópica em todas as áreas, educação, saúde, meio ambiente, assistência social, esporte, cultura, entre outras. Realmente é uma referência regional e os companheiros estão de parabéns no cumprimento de metas e objetivos deste centenário Leonístico”, declarou o Governador Josias Ferreira de Souza que fez uma visita a Escola municipal Leãozinho unidade escolar construída pelo Lions Clube de Ouro Preto do Oeste e doada ao município fato este há mais de 30 anos o que consolida instituição exemplo.
– Foi uma satisfação receber este casal em Ouro Preto do Oeste. O companheiro Josias possui uma brilhante trajetória no leonismo, tendo ocupado praticamente todos os cargos do Distrito LA-1, culminando com o cargo de governador. Além do incentivo, nestas visitas cabe ao governador cobrar uma atuação frente ao Lions de cada município. Portanto, muito nos honrou esta visita e da sua esposa – pontuou o presidente do Lions Clube de Ouro Preto do Oeste Waldeci Neves.
Ascom
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Regionais : Nos últimos seis anos PF só abriu uma delegacia
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Enviado por alexandre em 30/09/2017 20:13:13 |
Nos últimos seis anos PF só abriu uma delegacia
O Globo - Coluna de Lauro Jardim Por Juliana Braga
A crise orçamentária da Polícia Federal teve impacto também na sua capilaridade. Nos tempos de vacas gordas, entre 2004 e 2010, foram abertas 10 novas delegacias. De 2011 para cá só uma, em Barreiras, na Bahia. O mesmo aconteceu com os postos da PF, estruturas mais enxutas que precedem a instalação de uma delegacia. De 2004 a 2010 foram abertos 13 postos e fechados cinco. Já nos últimos seis anos, apenas um novo posto foi aberto, mas outros seis foram fechados. |
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Regionais : Promotor: afastamentos de políticos só em 2018
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Enviado por alexandre em 30/09/2017 20:11:37 |
Promotor: afastamentos de políticos só em 2018
Afastamento de políticos? Só em 2018! E olhe lá, hein?
Rodrigo Merli Antunes. FOTO: DIVULGAÇÃO
O Estado de S. Paulo
Rodrigo Merli Antunes*
Com a recente decisão do STF determinando o afastamento do cargo de um senador da República, bem como o seu recolhimento domiciliar noturno, surgiu então a discussão acerca da necessidade ou não dessa determinação ser referendada pela respectiva Casa Legislativa, no caso, o Senado Federal. E, particularmente, entendo que essa confirmação é sim necessária.
Se é bem verdade que a CF/88 somente prevê essa necessidade de ratificação nos casos de prisão em flagrante por crime inafiançável, bem como na hipótese de perda do cargo em decorrência de condenação criminal definitiva, é fato que, ainda assim, a manifestação da Câmara Alta me parece indispensável no caso em apreço. Em que pese a suspensão da função pública e o recolhimento domiciliar noturno não se confundam (por óbvio) com prisão propriamente dita e/ou com perda definitiva dos direitos políticos após uma sentença condenatória, isso não significa dizer que o Legislador Constituinte se omitiu propositadamente lá nos idos de 1988.
Naquela época, as medidas cautelares alternativas agora aplicadas ao conhecido Senador sequer existiam no universo jurídico, sendo elas uma inovação recente, inserida no Código de Processo Penal no ano de 2011. Desta forma, não me parece que o silêncio do Constituinte em relação a essas cautelares tenha sido um silêncio eloquente e proposital, afastando da esfera do Senado a possibilidade de referendar ou não a eventual imposição de tais medidas a seus pares.
Em 1988, consoante já sugerido, somente existia em nosso ordenamento jurídico a medida cautelar de prisão, e não o atual e extenso rol de cautelares alternativas enumeradas no art. 319 do Código de Processo Penal. Em outras palavras, se a CF/88 não previu a necessidade de ratificação pelo Congresso das cautelares alternativas eventualmente impostas a seus membros, isso não se deu de modo proposital, mas sim porque naquela época era impossível dispor a esse respeito por absoluta inexistência das mesmas no nosso sistema legal vigente. E, como sabido, somente se o silêncio do legislador for eloquente e/ou proposital é que não podemos estender as regras legais para casos semelhantes.
Nas hipóteses contrárias, ou seja, quando a omissão não for proposital, a lacuna legal que recair sobre situações semelhantes deverá ser resolvida pela aplicação da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito. Isso é básico e ensinado nos cursos jurídicos desde os primeiros anos de aprendizado.
Nesse passo, se para a situação mais grave (prisão em flagrante por crime inafiançável), há a necessidade expressa de ratificação da respectiva Casa para que o Congressista fique mesmo recluso, muito mais lógica é a necessidade dessa homologação ocorrer em situações menos gravosas (recolhimento noturno, por exemplo).
De igual modo, se para a situação extrema de perda do cargo em razão de condenação criminal definitiva também é necessária a chancela da respectiva Casa, com muito mais razão essa ratificação deverá ocorrer nas hipóteses de afastamento cautelar sem condenação alguma. Quem pode o mais (revogar prisão em flagrante por crimes graves e manter o mandato do parlamentar mesmo depois de definitivamente condenado), certamente também poderá providenciar o menos, que é suspender as medidas cautelares alternativas impostas em decorrência de ilícitos ainda sob investigação. Isso não significa dizer, no entanto, que tal regramento seja o ideal.
Sinceramente, isso me parece tornar letra morta qualquer tentativa de moralização de nossos Congressistas. Ora, se o corporativismo é inegável em quase todos os setores profissionais, o que dizer então do espírito de corpo de nossos políticos? Por óbvio, os mesmos não ratificarão qualquer medida aflitiva contra um de seus pares, ainda mais quando a grande maioria deles vem sendo investigada por delitos de corrupção semelhantes ao do famoso senador em voga.
E, exatamente por isso é que afirmei no título deste artigo que eventuais afastamentos de políticos somente ocorrerão em 2018, isso por ocasião das próximas eleições diretas. Pelo menos é isso que deveríamos supor, algo que, todavia, não posso garantir com tanta certeza, haja vista as últimas pesquisas de opinião recentemente divulgadas. Ao que tudo indica, os mesmos políticos de sempre deverão ser eleitos e/ou bem votados, não havendo que se falar em renovação política nem mesmo por vontade popular.
Triste realidade a nossa, não?
Em vez de sermos coerentes, adequando o nosso discurso com as nossas atitudes, parece que muitos ainda insistirão em acreditar nas mesmas pessoas, colocando no Poder os velhos figurões de sempre. Mas, é fato, coerência não é mesmo uma virtude muito encontrada por aqui.
No Brasil, muitos se dizem contra a corrupção, mas vivem criticando todas as tentativas do Ministério Público e do Judiciário no sentido de moralizar as instituições. Por outro lado, em que pese diversas pessoas também se declarem contra a violência em geral de nossas cidades, é certo que ficam aos quatro cantos do país a defender um desencarceramento em massa, e justamente daqueles que cometem os atos mais perniciosos para a sociedade.
Há ainda aqueles que se dizem contrários às guerras nos morros e favelas em geral, mas que curtem vez ou outra fumar um baseado e cheirar a cocaína que levam os traficantes a se digladiarem pelos pontos de venda de drogas em território nacional.
E o que dizer ainda dos tais políticos tidos como “novos”, mas que pedem apoio e apertam a mão justamente daqueles que estão sendo processados e afastados por escândalos de corrupção?
Mas isso não é só! Existem também os que são contra a pena de morte de facínoras irrecuperáveis, mas que, por outro lado, são a favor do aborto de crianças inocentes e indefesas.
Querem mais? Há ainda os que falam em tolerância e respeito frente às diversidades, mas que cospem na cara dos outros e que até defecam na imagem de seus adversários.
Existem também os que exigem vagões separados para homens e mulheres nos transportes públicos, mas que, ao mesmo tempo, acham lindo a existência de banheiros unissex aqui e acolá. Por fim, há ainda os que defendem a caracterização de um estupro quando nem sequer há contato físico entre autor e vítima, mas que, quando uma criança põe a mão em um marmanjo pelado, aí isso é absolutamente normal e aceitável, sendo apenas uma manifestação de arte moderna que precisa ser apreciada (?!)
Está tudo perdido mesmo! Chegamos ao fundo do poço!
Gostaria de saber onde está a maioria silenciosa dos brasileiros conservadores e cristãos que as últimas pesquisas anunciaram (cerca de 70%). É preciso que essa gente se manifeste, principalmente nas urnas. Precisamos de mudanças, e daquelas bem grandes e drásticas.
E, para bom entendedor, meia palavra basta!
Caso isso não venha a ocorrer nos próximos anos, melhor então desistir de afastar os políticos corruptos de nosso país, passando nós mesmos a nos afastar desta Nação. Quem puder e tiver condições, que procure um Estado decente para criar os seus filhos. Acho que é isso que vou procurar fazer.
*Promotor de Justiça do Tribunal do Júri de Guarulhos Especialista em Direito Processual Penal pela Escola Paulista da Magistratura Coautor do livro O Tribunal do Júri na visão do Juiz, do Promotor e do Advogado |
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Regionais : Cunha: Moro queria destruir a elite política. Conseguiu
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Enviado por alexandre em 30/09/2017 20:09:29 |
Cunha: Moro queria destruir a elite política. Conseguiu
Preso há quase um ano, o homem que derrubou Dilma fala pela primeira vez. Ele denuncia um mercado clandestino de delações – e diz estar pronto para contar o que sabe à nova procuradora-geral da República
ÉPOCA - Diego Escosteguy
Trecho da entrevista de Eduardo Cunha, publicada em ÉPOCA desta semana:
Trezentos e quarenta e cinco dias no cárcere não quebraram Eduardo Cunha. O homem que derrubou Dilma Rousseff, encerrando abruptamente 13 anos do PT no poder, pária para boa parte dos brasileiros, herói para alguns poucos, o homem que se consagrou como o mais vistoso preso da Lava Jato, esse homem que segue gerando memes e açulando paixões – eis um homem que se recusa a aceitar o destino que se lhe impôs, da política como passado e das grades como futuro. Cunha não aceita ser o que esperam dele: um presidiário obsequioso, a cumprir sem muxoxos sua sentença. “Sou um preso político”, disse, num encontro recente em Brasília, aquele cuja delação o presidente Michel Temer mais teme. Na primeira entrevista desde que foi preso, Cunha, cujo corpo, fala e espírito não traem um dia submetido ao xilindró, foi, bem, puro Cunha: articulado, incisivo, bélico. Falou da vida na prisão, da negociação frustrada de delação com o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e do que considera uma clara perseguição judicial contra ele. Acusou a existência de um mercado de delações premiadas, revelando detalhes substantivos. Pôs-se à disposição da sucessora de Janot para voltar a negociar sua delação, talvez sua única saída viável para escapar da cadeia – ele foi condenado em primeira instância e responde a processos por corrupção em Curitiba, Brasília e no Rio de Janeiro. A seguir, trechos da entrevista.
ÉPOCA – O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot não aceitou sua proposta de delação premiada. O senhor ainda está disposto a colaborar, caso a nova procuradora-geral, Raquel Dodge, aceite negociar? Eduardo Cunha – Estou pronto para revelar tudo o que sei, com provas, datas, fatos, testemunhas, indicações de meios para corroborar o que posso dizer. Assinei um acordo de confidencialidade com a Procuradoria-Geral da República, de negociação de colaboração, que ainda está válido. Estou disposto a conversar com a nova procuradora-geral. Tenho histórias quilométricas para contar, desde que haja boa-fé na negociação.
ÉPOCA – Não houve boa-fé na negociação com Janot? Cunha – Claro que não. Nunca acreditei que minha delação daria certo com o Janot. Tanto que não deu.
ÉPOCA – Então, por que negociou com a equipe dele? Cunha – Topei conversar para mostrar a todos que estou disposto a colaborar e a contar a verdade. Mas só uma criança acreditaria que Janot toparia uma delação comigo. E eu não sou uma criança. O Janot não queria a verdade; só queria me usar para derrubar o Michel Temer.
ÉPOCA – Como assim? Cunha – Tenho muito a contar, mas não vou admitir o que não fiz. Não recebi qualquer pagamento do Joesley [Batista, dono da JBS] para manter silêncio sobre qualquer coisa. Em junho, quando fui depor à Polícia Federal sobre esse episódio, disse que tanto não mantinha silêncio algum que ninguém havia me chamado a colaborar, a quebrá-lo. Naquele momento, o Ministério Público e a Polícia Federal me procuraram para fazer colaboração. Autorizei meus advogados a negociar com o MP.
ÉPOCA – O que deu errado? Cunha – Janot queria que eu colocasse mentiras na delação para derrubar o Michel Temer. Se vão derrubar ou não o Michel Temer, se ele fez algo de errado ou não, é uma outra história. Mas não vão me usar para confirmar algo que não fiz, para atender aos interesses políticos do Janot. Ele operou politicamente esse processo de delações.
ÉPOCA – O que há de político nas delações? Cunha – O Janot, na verdade, queria um terceiro mandato. Mas seria difícil, tempo demais para um só. O candidato dele era o Nicolao Dino [vice de Janot], mas a resistência ao Dino no PMDB era forte. Se o Dino estivesse fora, a Raquel Dodge, desafeto do grupo dele, seria escolhida. É nesse contexto que aparece aquela delação absurda da JBS. O Janot viu a oportunidade de tirar o Michel Temer e conseguir fazer o sucessor dele na PGR.
ÉPOCA – O que há de absurdo na delação da JBS? Ou o senhor se refere aos benefícios concedidos aos delatores? Cunha – O Joesley fez uma delação seletiva, para atender aos interesses dele e do Janot. Há omissões graves na delação dele. O Joesley poupou muito o PT. Escondeu que nos reunimos, eu e Joesley, quatro horas com o Lula, na véspera do impeachment. O Lula estava tentando me convencer a parar o impeachment. Isso é só um pequeno exemplo. Eu traria muitos fatos que tornariam inviável a delação da JBS. Tenho conhecimento de omissões graves. Essa é uma das razões pelas quais minha delação não poderia sair com o Janot. Ele, com esses objetivos políticos, acabou criando uma trapalhada institucional, que culminou no episódio do áudio da JBS. Jogou uma nuvem de suspeição no Supremo sem base alguma.
ÉPOCA – Mas o que houve de político na negociação da delação do senhor? Cunha – A maior prova de que Janot operou politicamente é que ele queria que eu admitisse que vendi o silêncio ao Joesley para poder usar na denúncia contra o Michel Temer. Não posso admitir aquilo que não fiz. Como não posso admitir culpa do que eu não fiz, inclusive nas ações que correm no Paraná. Estava disposto a trazer fatos na colaboração que não têm nada a ver com o que está exposto nas ações penais. Eles não queriam.
ÉPOCA – Havia algum outro fato que os procuradores queriam que você admitisse? Que não foi uma admissão espontânea, como determina a lei? Cunha – Janot queria que eu colocasse na proposta de delação que houve pagamentos para deputados votarem a favor do impeachment. Isso nunca aconteceu. Um absurdo. Se o próprio Joesley confessou o contrário na delação dele, dizendo que se comprometeu a pagar deputados para votar contra o impeachment, de onde sai esse tipo de coisa? Qual o sentido? Mas aí essa história maluca, olha que surpresa, aparece na delação do Lúcio [Funaro, doleiro próximo a Cunha]. É uma operação política, não jurídica. Eles tiram as conclusões deles e obrigam a gente a confirmar. Os caras não aceitam quando você diz a verdade. Queriam que eu corroborasse um relatório da PF que me acusa de coisas que não existem. Não é verdade. Então não vou. Não vou.
ÉPOCA – Janot estabeleceu uma disputa entre o senhor e Funaro. Só um fecharia delação, por terem conhecimento de fatos semelhantes envolvendo o PMDB da Câmara. Cunha – O Janot tem ódio de mim. Mas o ódio dele pelo Michel Temer passou a ser maior do que a mim. Então, se eu conseguisse derrubar o Michel Temer, ele aceitava. Mas eu não aceitei mentir. E ele preferiu usar o Lúcio Funaro de cavalo.
ÉPOCA – Alguma outra razão para a delação não ter saído? Cunha – O que eu tenho para falar ia arrebentar a delação da JBS e ia debilitar a da Odebrecht. E agora posso acabar com a do Lúcio Funaro.
ÉPOCA – O que o senhor tem a contar de tão grave? Cunha – Infelizmente, não posso adiantar, entrar no mérito desses casos. Quebraria meu acordo com a PGR. Eu honro meus acordos.
ÉPOCA – Nem no caso de Funaro? O senhor já mencionou um fato que diz ser falso. Cunha – Ainda não tive acesso à íntegra da delação do Lúcio Funaro. Mas, pelo que li na imprensa e pelo que já tive conhecimento, há muito contrabando e mentiras ali. A delação do Lúcio Funaro foi feita única e exclusivamente pelo que ele ouviu dizer de mim. O problema é que ele disse que ouviu de mim coisas que não aconteceram. Como um encontro dele com Michel Temer e comigo na Base Aérea em São Paulo. Ou esse episódio da véspera do impeachment, de compra de deputados, que o Janot colocou na boca do Lúcio Funaro. Tudo que ele falou do Michel Temer que disse ter ouvido falar de mim é mentira. Ele não tinha acesso ao Michel Temer ou aos deputados. Eu tinha.
ÉPOCA – O senhor está preso preventivamente há quase um ano. Já foi condenado em primeira instância e ainda enfrenta inquéritos e ações penais em Curitiba e em Brasília. Tem esperança de sair da cadeia um dia? Cunha – Minha prisão foi absurda. Não me prenderam de acordo com a lei, para investigar ou porque estivesse embaraçando os processos. Prenderam para ter um troféu político. O outro troféu é o Lula. Um troféu para cada lado. O MP e o Moro queriam ter um troféu político dos dois lados. Como Janot já era meu inimigo, todos da Lava Jato estavam atrás de mim. Mas acredito que o Supremo vá julgar meu habeas corpus, parado desde junho, e, ao seguir o entendimento já firmado na Corte, concedê-lo.
ÉPOCA – As decisões de Moro sobre a necessidade das preventivas na Lava Jato têm sido mantidas nas instâncias superiores. Não é um sinal de que ele está certo? Cunha – Nós temos um juiz que se acha salvador da pátria. Ele quis montar uma operação Mãos Limpas no Brasil – uma operação com objetivo político. Queria destruir o establishment, a elite política. E conseguiu.
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