Ciência & Tecnologia : A 'zona incerta' do cérebro, que está intrigando os cientistas há quase 150 anos
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Enviado por alexandre em 11/04/2023 14:58:51 |
O cérebro humano é um órgão tão poderoso quanto misterioso. Nesta massa de aproximadamente 1,5 kg habitam cerca de 86 bilhões de neurônios que compõem a massa cinzenta. Isso é quase igual ao número de estrelas na Via Láctea. Esses neurônios se conectam entre si por meio de sinapses. Estima-se que o número de sinapses no cérebro humano seja próximo a um quatrilhão, ou seja, 1 seguido de 15 zeros. Os cientistas sabem que essas conexões existem, mas ainda não conseguem descobrir exatamente como e onde toda a informação que chega e sai do nosso cérebro é produzida, armazenada e processada graças a essas sinapses. Um exemplo desses enigmas do cérebro e da memória é a chamada “zona incerta” — uma região sobre a qual há mais perguntas do que respostas. O primeiro a descrever essa parte do cérebro foi o neuroanatomista suíço Auguste-Henri Forel, em 1877 “É uma região sobre a qual nada pode ser dito com certeza”, escreveu Forel. Veja também Como celulares mudaram nossos cérebros Exame revelou que um universitário não tinha cérebro. Sua cabeça estava cheia de água ILUSTRAÇÃO DE UMA SINAPSE ENTRE DOIS NEURÔNIOS Hoje, quase 150 anos depois, a situação permanece praticamente a mesma. Apesar de todos os avanços da medicina e da tecnologia, ninguém realmente entende o que é a zona incerta.No entanto, os especialistas têm noção de que a zona incerta desempenha um papel em processos-chave do corpo humano, como a memória. Mesmo assim, ela ainda é uma parte pouco estudada do corpo.Mas estudos recentes encontraram novas informações sobre essa região importante, mas negligenciada, do nosso cérebro. POUCAS CERTEZAS A zona incerta é uma faixa de massa cinzenta localizada na área central do cérebro. “É como uma folha de neurônios que se estende entre o tálamo e o hipotálamo”, disse Huizhong Tao, professor de fisiologia e neurociências da University of Southern California, à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC. Ao longo da zona incerta, pelo menos quatro sub-regiões foram identificadas, cada uma associada a um papel específico, que variam de funções motoras e viscerais a excitação e atenção.A zona incerta também tem sido associada a funções como sono, regulação da dor e aprendizado, explica Huizhong. E um estudo recente em camundongos mostrou que a zona também pode desempenhar um papel importante na consolidação da memória de longo prazo.Mas além disso, pouco se sabe sobre os mecanismos sob os quais essa zona do cérebro atua e como se comunica com outras regiões do cérebro para realizar tarefas. A zona incerta é uma das poucas regiões comumente visadas para estimulação em pacientes com Parkinson Por exemplo, a zona incerta é uma das poucas regiões comumente visadas para estimulação em pacientes com Parkinson, mas os cientistas não sabem ao certo por que ela tem a capacidade de aliviar os sintomas da doença. POR QUE É DIFÍCIL ESTUDAR ESSA ZONA? A zona incerta é uma estrutura fina, localizada no fundo do cérebro, por isso é difícil de estudá-la em pessoas vivas, diz Huizhong. Além disso, explica o especialista, a composição química e celular dessa membrana é complexa. Cada uma de suas subdivisões aparentemente tem funções distintas, e seus neurônios envolvem a ação de até 20 neurotransmissores diferentes, dificultando sua análise como um todo. E, como se isso não bastasse, “sua conexão com outras partes do cérebro é extremamente complexa”, diz Huizhong. A zona incerta se comunica com quase todos os centros dos circuitos neurais A zona incerta se comunica com quase todos os centros dos circuitos neurais, desde o córtex cerebral até a medula espinhal, o que também ajuda a explicar por que ela está envolvida em papéis tão diversos. O QUE SE DESCOBRIU? Um estudo recente em camundongos, conduzido pela Universidade de Freiburg e pelo Instituto Max Planck para Pesquisa do Cérebro na Alemanha, encontrou novas evidências de que a zona incerta pode desempenhar um papel fundamental na atenção e na memória duradoura. A análise mostrou que a zona incerta tem uma conexão particular com o neocórtex cerebral, a maior e mais evoluída região do cérebro. Nos humanos, o neocórtex é considerado o maior depósito de memórias de longo prazo. Também é responsável por várias das funções cognitivas que nos distinguem, como o raciocínio, a consciência e a linguagem. Porém, não se sabe exatamente como as memórias e experiências chegam e ficam armazenadas ali.A zona incerta desempenha um papel na consolidação da memória SINAS INTERNOS E EXTERNOS Fotos:Reprodução Para formar novas memórias, o cérebro deve fazer uma conexão entre os estímulos sensoriais que vêm de fora e os sinais internos que contêm informações de experiências passadas. Para fazer isso, os neurônios trocam sinais que excitam (ativam) ou inibem (desativam) certas áreas do cérebro conforme necessário. No passado, os estudos se concentravam em observar o efeito que os sinais de excitação tinham sobre o aprendizado e a memória. Este novo estudo concentrou-se em sinais inibitórios decorrentes da zona incerta. Cientistas observaram que a zona incerta desempenha um papel no aprendizado e na memória, não pela excitação de outros neurônios, mas pela inibição. A zona incerta funciona como uma rede de semáforos que otimiza o tráfego de sinais no cérebroEssa inibição acaba criando uma “rede de inibição” que desativa certas conexões para otimizar o fluxo de conexões excitatórias em outras áreas. Essa “rede inibitória” poderia ser comparada a um sistema de semáforos que se coordenam entre si para interromper o tráfego em algumas ruas e, assim, permitir que ele flua mais rapidamente em outras. “O que observamos foi uma redistribuição completa da inibição dentro do sistema”, diz Anna Schroeder, principal autora do estudo Por meio desse mecanismo, o resultado líquido é uma excitação dos circuitos do neocórtex para facilitar o aprendizado. POR QUE ISSO É IMPORTANTE? “Este estudo é muito interessante”, diz Huizhong, que não participou da pesquisa. “Ele oferece novas visões sobre mecanismos neurais para aprendizagem e memória.”BOs autores da pesquisa afirmam que entender os mecanismos pelos quais as memórias são formadas pode ser útil para tratamentos contra perda de memória, transtornos de ansiedade ou Parkinson. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram. Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram Eles ainda mencionam que a zona pode ter implicações para o desenvolvimento de inteligência artificial e desenvolvimento de software. Por enquanto, porém, eles estão convencidos de que seu estudo serve para “inspirar outros pesquisadores” a continuar procurando pistas para resolver o mistério da zona incerta. Fonte:Times LEIA MAIS |
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Ciência & Tecnologia : HBO Max vai chegar ao Fire TV Stick? Entenda o impasse
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Enviado por alexandre em 10/04/2023 13:19:50 |
Usuários da plataforma de streaming e do dispositivo da Amazon aguardam anúncio oficial sobre a disponibilidade O Fire TV Stick é um dispositivo que transforma qualquer televisor em Smart TV. A proposta do aparelho é permitir acesso a serviços de streaming e aplicativos como YouTube. Entretanto, um detalhe vem chamando atenção dos usuários e se tornando uma demanda: o aplicativo da HBO Max não tem versão disponível para o aparelho, mas acredita-se que uma versão do app chegue em breve. A expectativa se dá devido ao fim do impasse entre a HBO Max e a Amazon Fire TV. Desde novembro de 2022, o app da WarnerMedia está disponível para a transmissão nos dispositivos Amazon FireTV, incluindo Fire Stick, Smart TVs Fire TV Edition e Fire Tablets, nos Estados Unidos. A partir disso, há chance de a HBO Max ter um aplicativo disponível e compatível com os dispositivos da Amazon, mas nenhum anúncio oficial foi feito sobre a chegada. Veja também Cientistas usam inteligência artificial e Twitter para medir risco de depressão e ansiedade TikTok é proibido na China; saiba o motivo Enquanto o aplicativo da HBO não chega ao dispositivo, é possível encontrar Prime Video, Netflix, Disney+ e muito mais no aparelho. Compare as versões e encontre-as clicando no link correspondente: 1. Fire TV Stick Lite (a partir de R$ 224): as especificações garantem uma reprodução de imagem em Full HD (1080p) de até 60 quadros por segundo. Já a transmissão de áudio tem tecnologia Dolby para uma experiência de som imersiva. 2. Fire TV Stick (a partir de R$ 242): o modelo também oferece imagens em Full HD (1080p), assim como a opção Lite. A reprodução de áudio tem tecnologia Dolby Atmos, e o suporte ao HDR oferece qualidade de imagem e contrastes melhores nas exibições se comparado à versão mais básica. Neste aparelho, é possível acionar comandos da própria televisão pelo controle da Amazon. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram. Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram 3. Fire TV Stick 4K (a partir de R$ 332): a exibição em 4K é um dos diferenciais do dispositivo, mas é preciso ter uma TV compatível com a resolução para que a imagem alcance tal qualidade. Outra diferença em relação aos modelos da lista é o acréscimo da tecnologia Dolby Vision, que promete otimizar a imagem. Fonte: Extra LEIA MAIS |
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Ciência & Tecnologia : 'Múmias' congeladas estão aparecendo em montanhas da Mongólia
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Enviado por alexandre em 08/04/2023 01:24:13 |
As montanhas do leste da Eurásia estão revelando seus segredos arrepiantes, à medida que o permafrost derrete lentamente, desvendando os corpos há muito escondidos do Império Mongol e oferecendo uma visão única de seu modo de vida – e seu amor pelo leite de iaque. Pesquisadores voltaram sua atenção para um cemitério do século 13 chamado Khorig, aninhado nas alturas das montanhas Khovsgol. O local remonta à época de Genghis Khan, o notório líder que uniu as tribos mongóis e esculpiu o maior império territorial contíguo do mundo. Onze esqueletos foram desenterrados neste local de enterro de elite em 2018 e 2019, preservados por mais de 800 anos pelas temperaturas geladas. Encontrados junto a objetos funerários luxuosos e vestidos com materiais finos, fica claro que esses indivíduos tinham alto status social. Veja também Sinal de rádio repetitivo de um exoplaneta do tamanho da Terra é detectado Robôs inspirados em origami podem sentir, analisar e agir em ambientes desafiadores Na tentativa de entender as dietas e estilos de vida desses aristocratas mongóis, os cientistas analisaram as proteínas do cálculo dental antigo. Eles descobriram que esses indivíduos consumiam leite de uma variedade de animais, incluindo cavalos, ovelhas, cabras, vacas e, o mais notável, iaques. A evidência do consumo de iaque entusiasmou os pesquisadores, já que esses animais são culturalmente significativos nas regiões de alta altitude do leste da Eurásia. Perfeitamente adaptados ao ambiente hostil, os iaques fornecem alimentos ricos em calorias, tecidos quentes e até gordura para fazer velas. Alicia Ventresca-Miller, professora assistente de antropologia da Universidade de Michigan, comentou sobre a descoberta mais importante: “uma mulher da elite enterrada com um chapéu de casca de bétula chamado bogtog e roupões de seda representando um dragão dourado de cinco garras.” Análises proteômicas revelaram que ela bebeu leite de iaque durante sua vida, ajudando a verificar o uso de longo prazo desse animal icônico na região e seus laços com governantes de elite. J. Bayarsaikhan, pesquisador do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana e do Museu Nacional da Mongólia, acrescentou que “vasos de cerâmica foram transformados em lanternas feitas de produtos lácteos, revelando ideias religiosas duradouras e a vida cotidiana das elites do Império Mongol.” No entanto, o degelo do permafrost que permitiu essas descobertas também está colocando restos históricos em risco de saque. Se as temperaturas continuarem a subir, muitos tesouros arqueológicos congelados podem ser destruídos antes que possam ser estudados e apreciados. “O grau de saque que estamos vendo é sem precedentes. Quase todos os sepultamentos que podemos localizar na superfície foram recentemente destruídos pela atividade de saque”, disse Julia Clark, arqueóloga da Nomad Science. Foto: Reprodução Este estudo inovador pode ser encontrado no periódico Communications Biology. O permafrost derretido pode ser um tesouro de segredos do Império Mongol, mas também serve como um lembrete da necessidade de proteger e preservar essas preciosas janelas para o passado. Fonte: Mistérios do Mundo LEIA MAIS Foto: Reprodução As montanhas do leste da Eurásia estão revelando seus segredos arrepiantes, à medida que o permafrost derrete lentamente, desvendando os corpos há muito escondidos do Império Mongol e oferecendo uma visão única de seu modo de vida – e seu amor pelo leite de iaque. Pesquisadores voltaram sua atenção para um cemitério do século 13 chamado Khorig, aninhado nas alturas das montanhas Khovsgol. O local remonta à época de Genghis Khan, o notório líder que uniu as tribos mongóis e esculpiu o maior império territorial contíguo do mundo. Onze esqueletos foram desenterrados neste local de enterro de elite em 2018 e 2019, preservados por mais de 800 anos pelas temperaturas geladas. Encontrados junto a objetos funerários luxuosos e vestidos com materiais finos, fica claro que esses indivíduos tinham alto status social. Veja também Sinal de rádio repetitivo de um exoplaneta do tamanho da Terra é detectado Robôs inspirados em origami podem sentir, analisar e agir em ambientes desafiadores Na tentativa de entender as dietas e estilos de vida desses aristocratas mongóis, os cientistas analisaram as proteínas do cálculo dental antigo. Eles descobriram que esses indivíduos consumiam leite de uma variedade de animais, incluindo cavalos, ovelhas, cabras, vacas e, o mais notável, iaques. A evidência do consumo de iaque entusiasmou os pesquisadores, já que esses animais são culturalmente significativos nas regiões de alta altitude do leste da Eurásia. Perfeitamente adaptados ao ambiente hostil, os iaques fornecem alimentos ricos em calorias, tecidos quentes e até gordura para fazer velas. Alicia Ventresca-Miller, professora assistente de antropologia da Universidade de Michigan, comentou sobre a descoberta mais importante: “uma mulher da elite enterrada com um chapéu de casca de bétula chamado bogtog e roupões de seda representando um dragão dourado de cinco garras.” Análises proteômicas revelaram que ela bebeu leite de iaque durante sua vida, ajudando a verificar o uso de longo prazo desse animal icônico na região e seus laços com governantes de elite. J. Bayarsaikhan, pesquisador do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana e do Museu Nacional da Mongólia, acrescentou que “vasos de cerâmica foram transformados em lanternas feitas de produtos lácteos, revelando ideias religiosas duradouras e a vida cotidiana das elites do Império Mongol.” No entanto, o degelo do permafrost que permitiu essas descobertas também está colocando restos históricos em risco de saque. Se as temperaturas continuarem a subir, muitos tesouros arqueológicos congelados podem ser destruídos antes que possam ser estudados e apreciados. “O grau de saque que estamos vendo é sem precedentes. Quase todos os sepultamentos que podemos localizar na superfície foram recentemente destruídos pela atividade de saque”, disse Julia Clark, arqueóloga da Nomad Science. Foto: Reprodução Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram. Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram Este estudo inovador pode ser encontrado no periódico Communications Biology. O permafrost derretido pode ser um tesouro de segredos do Império Mongol, mas também serve como um lembrete da necessidade de proteger e preservar essas preciosas janelas para o passado. Fonte: Mistérios do Mundo LEIA MAIS |
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Ciência & Tecnologia : 'Superlua rosa de Páscoa' poderá ser vista nesta quinta-feira no Brasil
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Enviado por alexandre em 06/04/2023 00:24:58 |
Fenômeno poderá ser visto assim que a Lua aparecer no céu, mas o satélite atingirá às 4h35 seu momento mais brilhante no céu. Uma lua cheia batizada de "Superlua Rosa" será visível em todo o Brasil na quinta-feira (6), segundo a Nasa, a agência espacial norte-americana. Nesta fase, a Lua vai aparecer maior e mais brilhante do que o normal durante as três noites em que ficara na fase cheia, já que ela estará próxima ao seu perigeu, o ponto mais próximo da Terra durante sua órbita. No Brasil, isso acontecerá especificamente às 4h35 da madrugada. O nome "Superlua Rosa" foi dado por povos nativos dos Estados Unidos porque a flor desabrocha nessa época do ano, quando é primavera no Hemisfério Norte. Apesar do nome, a Lua não terá nenhuma mudança de cor. Veja também Descoberta nova família de buracos negros na Via Láctea A criança de lapedo: uma descoberta fascinante na evolução humana No calendário cristão, esta é a Lua Pascal, a partir da qual se calcula a data da Páscoa. De acordo com a tradição, o feriado cristão da Páscoa é celebrado no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera. Foto: Reprodução O termo "superlua" surgiu em 1979 e não é um conceito astronômico propriamente dito. Ele é usado fora do meio acadêmico para fazer referência à união do perigeu (o ponto mais próximo da Terra durante sua órbita) com a Lua cheia. Não é uma situação rara, mas é uma excelente oportunidade para quem quer começar a observar o céu. Fonte: G1 LEIA MAIS |
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Ciência & Tecnologia : Lançado há 50 anos, tijolão da Motorola foi o primeiro celular do mundo; inventor critica vício aos aparelhos
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Enviado por alexandre em 04/04/2023 10:03:36 |
"O problema com os celulares é que as pessoas não param de olhar para eles". Essa é opinião de Martin Cooper, de 94 anos, o homem que inventou esses aparelhos, há 50 anos, em 3 de abril de 1973. O engenheiro americano que ganhou o apelido de "Pai do Celular", diz que o aparelho tem um potencial virtualmente ilimitado e que, um dia, pode ajudar na batalha contra algumas doenças. Mas, neste momento, podemos estar um pouco obcecados por eles. "Quando vejo alguém atravessando a rua olhando para o telefone, eu me sinto péssimo. Eles não estão pensando", disse Cooper à AFP. "Mas depois que várias pessoas forem atropeladas, vão entender", brincou. Veja também Deputado sugere que governo Lula crie 'Waze' da gasolina mais barata VIGIADOS DA DITADURA: regime militar espionou 71 mil pessoas em Brasília Cooper tem um Apple Watch e o iPhone mais recente, no qual ele pula, intuitivamente, de seu e-mail para suas fotos, para o YouTube e para o controle de seu aparelho auditivo.Ele troca o aparelho a cada nova versão, a qual submete a uma análise minuciosa. Reconhece, no entanto, que, com milhões de aplicativos disponíveis, pode ser demais. "Nunca vou aprender a usar um telefone celular da mesma forma que meus netos e bisnetos", afirma. Mobilidade real O iPhone de Cooper, que ele usa essencialmente para ligações, é uma versão bem distante do pesado bloco com fios e circuitos usado para fazer a primeira chamada móvel, em 3 de abril de 1973. Na época, ele trabalhava para a Motorola, liderando uma equipe de designers e engenheiros em uma corrida para produzir a primeira tecnologia verdadeiramente móvel e evitar ficar de fora de um mercado emergente. A empresa havia investido milhões de dólares no projeto, com a esperança de derrotar a Bell System, um gigante que dominou as telecomunicações nos Estados Unidos desde sua criação em 1877. Os engenheiros da Bell lançaram a ideia de um sistema de telefonia celular logo após a Segunda Guerra Mundial e, no final da década de 1960, conseguiram colocar telefones em veículos, em parte por causa da enorme bateria necessária para funcionar. Para Cooper, isso não era mobilidade real. No final de 1972, ele decidiu que queria um dispositivo que as pessoas pudessem usar em qualquer lugar. Com os recursos da Motorola, reuniu especialistas em semicondutores, transistores, filtros e antenas, que trabalharam sem parar por três meses. No final de março, a equipe revelou o modelo DynaTAC (acrônimo para Cobertura Dinâmica e Adaptativa de Área Total). "Esse telefone pesava mais de um quilo e tinha bateria para 25 minutos de conversação", lembra. "Mas este último não foi um problema. O telefone era tão pesado que você não conseguia segurá-lo por mais de 25 minutos", completa. Essa primeira ligação não precisava ser longa. Bastava ser bem-sucedida. E que melhor destinatário do que o rival? "Eu estava na Sexta Avenida [em Nova York] e me ocorreu ligar para meu concorrente na Bell System, o doutor Joel Engel". "E eu disse: 'Joel, aqui é Martin Cooper. Estou ligando de um celular de mão. Mas um celular de mão de verdade, pessoal, portátil, de mão. Houve um silêncio do outro lado da linha. Acho que ele estava rangendo os dentes", contou.Avaliados em US$ 5 mil (em torno de R$ 131 mil), os primeiros telefones celulares definitivamente não eram baratos, mas trouxeram benefícios para seus primeiros usuários, que, segundo Cooper, incluíam pessoas no ramo imobiliário. "Acontece que quem trabalha com imóveis, mostra casas, ou recebe novos clientes, pelo telefone (...) Agora, eles podiam fazer as duas coisas ao mesmo tempo, o que dobrou sua produtividade", explicou. "O telefone celular se tornou uma extensão da pessoa, pode fazer tantas coisas", disse Cooper. DESAFIOS "E estamos apenas no começo. Estamos apenas começando a entender o que ele pode fazer. No futuro, esperamos que o telefone celular revolucione a educação. Ele revolucionará a área médica", antecipa. "Sei que parece exagero, mas em uma, ou duas, gerações vamos vencer doenças", completou. Assim como seu relógio monitora sua frequência cardíaca enquanto nada, e seu telefone controla seus aparelhos auditivos, os celulares um dia estarão conectados a uma série de sensores corporais que detectarão doenças antes que elas se desenvolvam. Entre aquele tijolo cinco décadas atrás e os aparelhos atuais, a distância é gigantesca. Cooper sempre soube, no entanto, que o dispositivo que ele e sua equipe criaram mudaria o mundo. "Sabíamos que um dia todos teriam celulares. Estamos quase lá. Há mais assinaturas de celular no mundo do que pessoas. Então, parte do nosso sonho se tornou realidade", afirmou. Com frequência, novas tecnologias trazem desafios. "Quando surgiu a televisão, as pessoas ficavam hipnotizadas. Mas, de alguma maneira, (...) conseguimos entender que há uma qualidade associada a assistir televisão", observou. Segundo ele, estamos na fase de olhar nossos telefones sem pensar, mas isso não vai durar. "Cada geração é mais inteligente do que a anterior. Eles aprenderão a usar o celular com mais eficiência. Mais cedo, ou mais tarde, os humanos vão descobrir isso", completou. Fonte: G1 LEIA MAIS DEIXE SEU COMENTÁRIO |
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