A prisão Tuol Sleng, localizada em Phnom Penh, capital do Camboja, possui uma das historiais mais cruéis da humanidade.
Comandada pelo Khmer Vermelho no período entre 1975 e 1979, por lá passaram 14 mil pessoas mas somente 7 saíram com vida.
TuolSleng era na verdade a escola secundária Tuol Svay Prey, mas em 1975 a escola foi transformada em um centro de prisão e interrogatório.
Foi mais precisamente em agosto de 1975, pouco tempo depois dos Khmer Vermelho – seguidores do Partido Comunista da Kampuchea liderado por Pol Pot – chegarem ao poder, a escola secundária virou Unidade de Aprisionamento e Interrogatório S-21.
O que antes era um centro de ensino foi fechado com cercas de arame farpado e as salas de aulas foram transformadas em minúsculas celas. O governo do Khmer Vermelho perseguia todos aqueles que se diziam ou pareciam ser contrários a ele.
No início da existência da S-21, a maioria dos presos e vítimas era de trabalhadores do regime de Lon Nol, bem como pessoas com nível de educação formal, como professores, médicos, oficiais do governo, engenheiros, funcionários públicos e até mesmo monges budistas.
As estimativas de pessoas mortas estão na casa de 14.000, das quais apenas 7 sobreviveram. Os detentos dessa prisão eram torturados e mortos em nome do regime. Os mortos eram jogados em valas comuns e quase 9.000 corpos foram encontrados ali. Hoje existe um memorial às vítimas onde estão guardados os crânios e ossos de cadáveres.
Até hoje, só existem notícias de 7 sobreviventes, sendo que alguns deles somente tiveram suas vidas poupadas pois possuíam habilidades consideradas úteis. Por exemplo, um dos sobreviventes chamado Vann Nath era artista e foi indicado para pintar quadros do ditador Pol Pot.
A prisão só encerrou as atividades quando as relações entre Camboja e Vietnam ficaram abaladas. O ditador Pol Po temia um ataque vietnamita, então decidiu se antecipar e atacar as ilhas próximas à fronteira, mas o Vietnam revidou o ataque, invadiu o Camboja e tomou a cidade de Phnom Penh, onde estava localizada a prisão S-21.
A prisão foi transformada em museu no ano de 1980 para mostrar e denunciar as atrocidades cometidas pelo Khmer Vermelho. Ele está aberto até hoje recebe cerca de 500 visitantes por dia. Algumas celas foram deixadas intactas para servir de registro fiel de como era essa prisão macabra. Também são exibidas fotos que foram encontradas, para mostra até onde pode chegar a crueldade humana.
Chum Mey é um dos sobreviventes da prisão de Tuol Sleng. Ele escreveu um livro sobre o tempo que passou no local. Confira o vídeo de Chum explicando um pouco de como era estar preso em Tuol Sleng:
BBC / Jornal Ciência
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