Do G1
Oito meses após ser derrotado na corrida pelo Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (MG) foi reeleito, hoje, por integrantes do PSDB para mais um mandato no comando do principal partido de oposição do país. Candidato único na eleição interna, o parlamentar tucano foi aclamado pelos colegas de sigla durante convenção nacional realizada em um hotel de Brasília. Expoentes do PSDB, como o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os senadores José Serra (SP) e Aloysio Nunes (SP), prestigiaram o evento partidário. Além deles, centenas de militantes, parlamentares e dirigentes tucanos de todo o país lotaram o centro de convenções do hotel Royal Tulip, localizado a cerca de 500 metros de distância do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Aécio ingressou no auditório do centro de convenções, por volta das 11h30, acompanhado por FHC. No percurso até o palco, o presidente reeleito do PSDB foi assediado por militantes tucanos, que tentavam se aproximar dele para tirar selfies. Em coro, integrantes da ala jovem do PSDB saudaram o senador mineiro com palavras de ordem, como "A juventude já decidiu, Aécio Neves presidente do Brasil". Mesmo depois da derrota nas urnas para a presidente Dilma Rousseff em 2014, Aécio se fortaleceu internamente no PSDB nos últimos meses diante da crise política e econômica enfrentada pelo governo da petista. Ele é um dos potenciais candidatos do partido oposicionista para disputar a sucessão de Dilma em 2018. Outros nomes lembrados pelos tucanos para a próxima disputa presidencial são os de Geraldo Alckmin e José Serra, que também já concorreram à Presidência. Aécio assumiu o comando do PSDB em maio de 2013, antes de ele oficializar sua candidatura à Presidência da República nas eleições do ano passado. Na ocasião, o tucano foi eleito para a presidência da legenda com 97,3% dos votos dos integrantes do PSDB. Críticas ao governo Dilma Ao longo da convenção, os oradores do PSDB centraram seus discursos em críticas e acusações à presidente da República e ao PT. Candidato derrotado à Presidência em 2002 e 2010, José Serra declarou, durante discurso de cerca de 20 minutos, que o Brasil está enfrentando, neste momento, a pior crise que ele já viu desde que se conhece por gente. Conforme o senador tucano, o país registra desemprego elevado, além de queda do consumo e da renda. Serra disse que o Brasil só voltará a apresentar crescimento consistente do emprego e da renda se ocorrer uma "reindustrialização". "Será uma missão muito dificil [sair da crise], por conta do estrago feito pela era petista, que foi e é gigantesco. [...] Se Deus quiser, o Brasil terá melhores governos", opinou. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), convocou os integrantes da sigla a irem às ruas para "salvar o país". Em tom irônico, ele disse que o partido não defende golpe. "Golpe foi o que eles praticaram contra o povo brasileiro", ressaltou o senador tucano, em referência ao governo petista. Cunha Lima declarou ainda que, durante anos, o PT tentou dividir o Brasil. "O Brasil hoje está dividido. Do lado de lá, governo corrupto do PT, do lado de cá, o povo brasileiro que vai às ruas." O líder do partido na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), atribuiu ao governo do PT a responsabilidade por problemas registrados na saúde pública. Oposição Dirigentes e parlamentares de outros partidos, incluindo um senador de uma legenda que integra a base aliada da presidente Dilma Rousseff, também discursaram na convenção nacional do PSDB. Diante da militância tucana, eles teceram duras críticas à gestão petista. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), defendeu uma "intervenção das forças democráticas" do país para fazer frente à gestão de Dilma. Para ele, o clímax da crise econômica ainda não foi atingido no Brasil. "[A crise econômica] vai se aprofundar, piores consequências teremos", enfatizou. Presidente do DEM, o senador Agripino Maia (RN) chegou a falar em "antecipar eleições", em razão de suspeitas de abuso de poder econômico por parte do PT na eleição de 2014. Na visão de Agripino, Dilma "terceirizou o país" e não controla todas as áreas do governo. "O Brasil quer um presidente que manda", observou o presidente do DEM. Já o senador do PR Magno Malta (ES) disse que, apesar de o partido dele fazer parte da base governista, ele se considera "da base do povo". O parlamentar do PR arrancou aplausos da militância tucana ao afirmar que os parlamentares não devem "dar refresco" aos pacotes que são enviados pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional. Em meio ao evento, o locutor leu uma carta enviada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que não compareceu à convenção. No texto, o dirigente do PSB, partido que apoiou Aécio no segundo turno da eleição presidencial do ano passado, falou em superar a situação atual do país. "Expresso minha esperança de que forças políticas e democráticas possam criar condições necessárias para superar as dificuldades vividas pelos brasileiros", disse Siqueira no comunicado. Executiva Nacional Em meio ao evento, além de elegerem Aécio para presidência da legenda, os 528 delegados do PSDB também definiram os novos integrantes da Executiva Nacional e do Diretório Nacional. Na votação, Fernando Henrique foi mantido como presidente de honra da sigla. Foram escolhidos ainda para a Executiva Nacional sete vice-presidentes, um vice-presidente jurídico, secretários e tesoureiros (veja a lista completa ao final desta reportagem). Na convenção, também foram definidos os membros dos conselhos de ética, fiscal e político, além do presidente do Instituto Teotônio Vilela. Veja a composição da nova executiva nacional do PSDB: Presidente de honra Fernando Henrique Cardoso (SP), ex-presidente da República Presidente Aécio Neves (MG), senador Vice-presidentes Aloysio Nunes Ferreira (SP), senador Flexa Ribeiro (PA), senador Tasso Jereissati (CE), senador Bruno Araújo (PE), deputado federal Giuseppe Vecci (GO), deputado federal Mariana Carvalho (RO), deputada federal Alberto Goldman, ex-vice-governador de São Paulo Vice-presidente jurídico Carlos Sampaio (SP), deputado federal Secretário-geral Silvio Torres (SP), deputado federal 1º Secretário Antonio Imbassahy (BA), deputado federal 2º Secretário Nilson Leitão (MT), deputado federal Tesoureiro Rodrigo de Castro (MG), deputado federal Tesoureira-adjunta Thelma de Oliveira Vogais Paulo Bauer (SC), senador Jutahy Junior (BA), deputado federal Eduardo Cury (SP), deputado federal Daniel Coelho (PE), deputado federal Arthur Bisneto (AM), deputado federal Rita Camata (ES), ex-deputada federal Yeda Crusius, ex-governadora do Rio Grande do Sul Firmino Filho, prefeito de Teresina (PI) Andrea Matarazzo, vereador de São Paulo Eduardo Jorge, ex-ministro da Secretaria-Geral Suplentes Alfredo Kaefer, deputado federal Geovania de Sá, deputada federal Moema São Thiago Terezinha Nunes Nancy Thame Marcos Antonio Fernandes Luislinda Valois
Aécio: PSDB em breve será governo Postado por Magno Martins
Da Folha de São Paulo Em meio às especulações sobre o desfecho para a crise que atinge o PT e a presidente Dilma Rousseff, e a possibilidade de afastamento da petista do poder, o senador Aécio Neves disse que seu partido, o PSDB, terá "coragem para fazer o que precisa ser feito" e que deve se preparar porque, "em breve", deixará de ser oposição para "ser governo". "Hoje, grande parte do Brasil espera uma posição do PSDB. Um partido como o nosso não pode temer o futuro. Nós vamos ter coragem para fazer o que precisa ser feito", disse o mineiro. "E podem se preparar, porque dentro em breve vamos deixar de ser oposição e vamos ser governo. O PSDB é o futuro", concluiu. A fala encerrou o discurso de Aécio na convenção nacional dos tucanos, hoje, em Brasília. Derrotado por uma pequena margem de votos na última eleição presidencial, ano passado, Aécio voltou a dizer que não foi "derrotado por um partido, mas por uma organização criminosa". Ele disse que "este grupo político caminha a passos largos para a interrupção do mandato", numa referência ao impeachment de Dilma. Aécio disse que o PT optou pela "política de terra arrasada e que "ajuste sem reforma não é ajuste, é arrocho". Aécio apresentou uma carta de princípios da sigla, defendendo a retomada do crescimento econômico, as liberdades individuais, e a atuação dos órgãos de fiscalização. Da Folha de São Paulo Em meio às especulações sobre o desfecho para a crise que atinge o PT e a presidente Dilma Rousseff, e a possibilidade de afastamento da petista do poder, o senador Aécio Neves disse que seu partido, o PSDB, terá "coragem para fazer o que precisa ser feito" e que deve se preparar porque, "em breve", deixará de ser oposição para "ser governo". "Hoje, grande parte do Brasil espera uma posição do PSDB. Um partido como o nosso não pode temer o futuro. Nós vamos ter coragem para fazer o que precisa ser feito", disse o mineiro. "E podem se preparar, porque dentro em breve vamos deixar de ser oposição e vamos ser governo. O PSDB é o futuro", concluiu. A fala encerrou o discurso de Aécio na convenção nacional dos tucanos, hoje, em Brasília. Derrotado por uma pequena margem de votos na última eleição presidencial, ano passado, Aécio voltou a dizer que não foi "derrotado por um partido, mas por uma organização criminosa". Ele disse que "este grupo político caminha a passos largos para a interrupção do mandato", numa referência ao impeachment de Dilma. Aécio disse que o PT optou pela "política de terra arrasada e que "ajuste sem reforma não é ajuste, é arrocho". Aécio apresentou uma carta de princípios da sigla, defendendo a retomada do crescimento econômico, as liberdades individuais, e a atuação dos órgãos de fiscalização. FHC: nunca antes se roubou tanto neste país Postado por Magno Martins
Do G1 O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, há pouco, em meio à convenção nacional do PSDB, que, na opinião dele, "nunca antes se roubou tanto neste país". O tucano fez a declaração ao criticar, sem citar nome, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento partidário reconduziu o senador Aécio Neves (MG) para mais um mandato de dois anos à frente do PSDB. FHC ingressou ao lado de Aécio no auditório do centro de eventos que sediu a convenção e ficou sentado ao lado dele. "Eu ouvi durante 13 anos alguém que dizia 'nunca como antes'. É verdade, nunca como antes se roubou tanto neste país", discursou FHC. Serra: "O PT acabou com o País" Postado por Magno Martins
Já visto pelo PSDB como uma alternativa presidencial, o senador José Serra afirmou que os governos do PT deixaram o Brasil como terra arrasada. "Com o PT, o País andou para trás feito caranguejo. O PT foi capaz até de acabar com o crescimento e com isso os empregos", afirmou. Para Serra, o País só tem rumo com desenvolvimento, o que o PT não sabe fazer. O PT, infelizmente, só sabe fazer corrupção. "Este governo é o mais fraco de toda a história. Perto da Dilma, Jango foi um gigante". |