Moro só chama Lula de "Nine", diz colunista Postado por Magno Martins
Não é de hoje que os críticos mais rasos do ex-presidente Lula recorrem ao fato de ele ter um dedo a menos na mão esquerda (em decorrência de um acidente quando era torneiro mecânico) para tentar diminuir sua capacidade. A atitude, de caráter nitidamente preconceituoso, estaria sendo replicada pelo juiz Sérgio Moro (segundo o jornalista Ricardo Noblat), responsável pela operação Lava Jato, que investiga a corrupção em contratos de empreiteiras com a Petrobras. De acordo com Noblat, em seu Twitter, Moro se refere ao petista como "Nine" - nove em inglês -, quando está entre amigos. "Tem esperança de pegá-lo", afirma o colunista de O Globo, em referência à fase mais recente da operação, que prendeu Marcelo Odebrecht, empreiteiro próximo de Lula. Caso a afirmação de Noblat não seja rapidamente desmentida por Moro, ficará escancarada a intenção política do magistrado que comanda os rumos da Lava Jato. Neste fim de semana, todos os veículos da imprensa familiar - Folha, Veja e afins - dão como certo que o próximo passo da operação é tentar criar uma vinculação com Lula, para assim prendê-lo, o que traria consequências político-eleitorais muito negativas para ele e para o seu partido, o PT. Mas como esperar correção, imparcialidade e respeito nas investigações e decisões de um juiz que se refere a um ex-presidente da República não pelo nome, mas por uma vocativo fascista? Ao chamar Lula de "Nine", Moro se aproxima de políticos da extrema-direita brasileira, como Ronaldo Caiado, do DEM, que, nos protestos do início deste ano, vestiu uma camisa que trazia uma mão com quatro dedos sujas de petróleo acompanhadas da expressão "Basta". A atitude reprovável de Caiado, que foi duramente criticado por tal indecência, não pode ser repetida por um magistrado responsável pelo julgamento de um processo que envolve políticos e empresários. A forma pejorativa como faria referência ao ex-presidente guarda ainda outros significados. Além de demonstrar a posição adversa ao político e ao partido que ele lidera, tal atitude reforça a informação de Moro ignorou realmente trecho da delação do doleiro Alberto Youssef, que acusou o senador Aécio Neves (presidente nacional do PSDB e candidato derrotado a presidente no ano passado) como dono de uma diretoria em Furnas que pagava mensalão de US$ 100 mil/mês a parlamentares no governo tucano de FHC. (Do Portal BR 247)
Preparado desde a "reunião do fim do mundo" Postado por Magno Martins
Leandro Mazzini - Coluna Esplanada Os executivos da Odebrecht se preparam desde fevereiro deste ano para o pior, o que classificavam nos corredores da empresa como a prisão do herdeiro do grupo, o empresário Marcelo Odebrecht, detido pela Polícia Federal na manhã desta sexta (19) no âmbito da Operação Lava Jato. Àquela ocasião meses atrás, os principais executivos fizeram 'a reunião do fim do mundo', assim chamada devido ao risco de a PF bater à porta do herdeiro e dos escritórios da construtora em nova busca – o que aconteceu hoje. O objetivo era tranquilizar Marcelo sobre a continuidade das atividades da holding caso ele fosse preso. Há quatro meses a Coluna antecipou e detalhou a preocupação dos empresários. A assessoria da Odebrecht negara veementemente as informações.
A água que essa onça bebe Postado por Magno Martins Carlos Brickmann Operação Erga Omnes - a expressão latina usada pela Polícia Federal significa "Contra Todos", ou "A Todos Atinge". E já atingiu boa parte do todo: os grupos Odebrecht e Andrade Gutierrez. Um dos detidos é Alexandrino Alencar. De acordo com publicação oficial da Odebrecht, publicação oficial da Odebrecht (anúncio em O Globo de 13 de abril de 2014), Alencar é seu diretor de Relações Institucionais e foi quem contratou o ex-presidente Lula para participações remuneradas em eventos no Exterior; e, "neste tipo de ação, de estímulo à exportação de bens e serviços, é comum que fornecedores e subcontratistas participem dos esforços e arquem com alguns custos" (OK: quando uma empresa contrata alguém, paga suas despesas, além da remuneração. A Odebrecht contratou também Fernando Henrique e o ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González. Mas três delatores premiados da Operação Lava-Jato citaram Alexandrino Alencar como pagador de propinas no Exterior já na época dos Governos petistas. A Odebrecht é a empreiteira que obteve mais empréstimos do BNDES lulista para obras no Exterior. A segunda é a Andrade Gutierrez. Empreiteiras sempre tiveram boas relações com todos os Governos. Mas a Andrade Gutiérrez, atingida agora, tem relações ainda melhores com Lula. Foi em Paris, na casa de Marília Andrade, da família controladora da Andrade Gutiérrez, que a filha de Lula, duramente exposta na campanha eleitoral que elegeu Collor, passou quase um ano; o então marido de Marília, Luís Favre, trotsquista, se ligou a Lula, e levou boa parte dos trotsquistas brasileiros para o PT.
Lava Jato: novos presos lotam carceragem da PF Postado por Magno Martins
A carceragem da Polícia Federal em Curitiba para onde foram levados os presos da nova fase da "lava jato" tem capacidade para 18 prisioneiros. Com a prisão de 12 executivos ligados à Odebrecht e à Andrade Gutierrez, a lotação máxima foi atingida. Isso porque já havia outros seis presos envolvidos na investigação lá. Na Suíça, o economista Bernardo Schiller Freiburghaus, apontado como intermediário do pagamento de propina da Odebrecht no exterior, foi incluído na lista de procurados pela Interpol. Nascido no Brasil e naturalizado suíço, ele se mudou para a Suíça em outubro de 2014, antes da nona fase da "lava jato", quando a Polícia Federal pretendia interrogá- lo. Segundo a investigação, Bernardo teria destruído provas de esquemas irregulares de que participou.
Cardozo contesta abuso de poder do juiz Moro Postado por Magno Martins
Para Cardozo, afastamento só pode ocorrer após devido processo legal. Moro mostra preocupação com empresas investigadas não serem proibidas. Do Portal G1 O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou neste sábado (20) que é "ilegal" a tese de que empresas, investigadas ou acusadas de ilícitos, tenham que ser afastadas de antemão de licitações, ou ter seus contratos rescindidos, e acrescentou que é "absolutamente descabido que se possa lançar hoje qualquer suspeita" sobre a execução do plano de concessões do governo federal, lançado neste mês com previsão de investimentos de R$ 198,4 bilhões nos próximos anos. No despacho da nova fase da Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação na primeira instância, demonstrou preocupação com o fato de as empreiteiras investigadas pela Polícia Federal não terem sido proibidas de manter contratos com o governo federal. O magistrado destacou na decisão que as construtoras acusadas de montar um cartel estão habilitadas a contratar com a administração federal até "mesmo em relação ao recente programa de concessões lançado" pelo Palácio do Planalto. Na avaliação de Moro, essa autorização pode gerar risco de "reiteração das práticas corruptas". Neste sábado, Cardozo disse que, em um estado de direito, o afastamento de empresas nos termos da legislação em vigor só pode ocorrer legalmente após a realização do "devido processo legal em que se assegure o direito ao contraditório e à ampla defesa". "Um afastamento independentemente do exercício do direito de defesa, sem um devido processo legal, qualificaria um evidente abuso de poder, que inexoravelmente seria revisto pelo Poder Judiciário e ensejaria punição das autoridades que eventualmente tivessem praticado esse tipo de decisão. O embasamento legal é claro. O contraditório e a ampla defesa em processo administrativos está assegurado no artigo 5, inciso 55, e a tramitação das licitações na lei 8666", afirmou o ministro da Justiça. Segundo sua visão, o plano de concessões lançado pelo governo federal é indispensável ao país. "O país precisa de infraestrutura para o seu desenvolvimento econômico. Portanto, também afirmamos que nos parece inadimissivel que se utilize de um plano de concessões que, sequer teve quaisquer dos seus editais, ou mesmo licitações lançados, como alegação para eventuais medidas judiciais. Esse plano será realizado com total trasnsparência e lisura e amplo acompanhamento dos órgãos de fiscalização, sendo absolutamente descabido que se possa lançar hoje qualquer suspeita sobre a sua forma de execução", afirmou Cardozo.
Governo quer Odebrecht e Gutierrez em licitações Postado por Magno Martins Um dia após as prisões dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que seria “descabido” impedir a participação das empresas em licitações antes do fim das investigações. Foi uma resposta ao juiz Sérgio Moro, para quem a inclusão das construtoras no programa de concessões lançado pela presidente Dilma representa risco de continuidade do esquema de corrupção. "Qualquer decisão governamental ou administrativa de não participação de quaisquer empresas investigadas sem que se instaure, ou que se tenha concluído, um processo que assegure o princípio do contraditório e da ampla defesa é inconstitucional e ilegal. A decisão de afastar empresas, sem base legal, de uma licitação qualifica abuso de poder", disse Cardozo. As informações são do jornal O Globo.
Fio da meada Postado por Magno Martins
A prisão de Marcelo Odebrecht levou pânico ao mundo político pelo grau de conhecimento que o presidente da empreiteira tem dos pormenores da engrenagem do financiamento eleitoral ao PT nos últimos anos. Mesmo negando participação de sua empresa no escândalo de corrupção na Petrobras, o executivo teria feito relatos de como o esquema abasteceu campanhas petistas em 2010 e 2014. O temor é que, se ficar preso por muito tempo, Marcelo resolva desfiar esse novelo. A avaliação é de Vera Magalhães, hoje na Folha de S.Paulo. Diz mais a colunista da Folha: -Dados o potencial de estrago de uma possível fala de Marcelo e a falta de elementos para sustentar as prisões, advogados apostam que a libertação dos presos desta sexta-feira será mais rápida que o padrão. Advogados da Odebrecht sustentam que não faz parte da linha de defesa dos executivos presos selar acordos de delação premiada, como fizeram investigados de outras empreiteiras. A entrada da Odebrecht e da Andrade Gutierrez na Lava Jato vai levar o Planalto a reforçar o empenho para fechar os acordos de leniência na CGU (Controladoria-Geral da União). Com todas as grandes empresas envolvidas, o governo não quer travar ainda mais o setor de infraestrutura, já em crise.
Odebrecht e o foro íntimo do juiz Postado por Magno Martins
Frederico Vasconcelos – Folha de S.Paulo Se a nova fase da Operação Lava Jato –com a prisão dos dirigentes da Odebrecht– envolver a empreiteira baiana e alguma autoridade com prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça, como governadores, o ministro Luís Felipe Salomão terá que enfrentar uma questão de foro íntimo. Relator dos inquéritos da Operação Lava Jato no STJ, lá atrás Salomão se deu por impedido para votar numa ação na disputa entre a Odebrecht e o grupo Gradin. Alegou que seu filho na época era estagiário de uma empresa da Odebrecht, prestes a ser efetivado. Luís Salomão Filho é engenheiro naval e foi contratado para trabalhar numa empresa do grupo baiano que atua na construção de submarinos.
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