Eduardo Omeltech Rodrigues, preso em Portugal e extraditado ao Brasil. Foto: reprodução

Eduardo Omeltech Rodrigues, de 29 anos, preso em Lisboa, Portugal, foi extraditado ao Brasil nesta quinta-feira (1°). Ele é suspeito de participar de uma organização que aplicava golpes em brasileiros oferecendo falsos investimentos, inspirados no filme “O Lobo de Wall Street”.

Rodrigues foi preso em março do ano passado enviado para a Papuda, em Brasília, e seis pessoas, que aguardam extradição, foram detidas na 1ª etapa da operação, com mais duas prisões na 2ª fase.

Os golpistas, segundo a investigação da 9ª Delegacia de Polícia no Lago Norte, em Brasília, empregavam brasileiros ilegais em Portugal para trabalhar em call centers, fazendo ligações para o Brasil. As vítimas eram abordadas com ofertas de investimentos em ações fictícias, utilizando empresas de fachada e sites elaborados para dar credibilidade ao esquema.

Segundo a defesa de Eduardo, em nota enviada ao G1, ele era apenas prestador de serviços da empresas e inocente. Os investimentos feitos pelas vítimas eram redirecionados para as contas dos suspeitos. Até março do ano passado, 945 vítimas haviam sido identificadas.

Além de Portugal, o grupo atuava na República Tcheca, Israel, Emirados Árabes Unidos, Inglaterra e Espanha. O esquema internacional também fez vítimas em outros países, como México e Chile.

Casamento de luxo em praia causa briga com pescadores e vira alvo do MPF

Um casal de Brasília escolheu a paradisíaca península de Maraú, no sul da Bahia, para realizar um casamento luxuoso, marcado para o próximo sábado (3). No entanto, a celebração chamou a atenção do Ministério Público Federal (MPF) devido a uma invasão de área pública pela Pousada Barrabella, onde a festa será realizada.

O estabelecimento iniciou uma expansão pela praia, desrespeitando a constituição do Estado da Bahia, que garante o livre acesso da população às praias, com proibição de construções particulares em uma faixa mínima de 60 metros do mar. A pousada, que cobra R$ 800 pela diária, ultrapassou esse limite, deixando apenas 31 metros disponíveis.

A Barrabella é de propriedade da família da noiva, e parentes têm entrado em confronto com moradores locais para tomar parte da praia, que é de domínio público. A área recém-apropriada corresponde a 338 metros quadrados, em um terreno que já possui 4.995,15 metros quadrados, conforme alvará da Prefeitura de Maraú.

O MPF emitiu um alerta na terça-feira (30), recomendando à prefeitura a suspensão do alvará em três dias úteis. Caso a obra esteja concluída, a orientação é interditar a área e adotar medidas para restabelecer a liberação da faixa de praia de 60 metros, conforme estabelecido por lei.

Em um vídeo divulgado por moradores da região, é possível ver funcionários realizando as obras ilegais no estabelecimento. Veja:

Após o Ministério da Cultura e Educação (MEC) divulgar os resultados dos aprovados nas faculdades públicas por meio do Sistema Unificado de Seleção (Sisu), um estudante paraibano está sendo acusado de fraudar o programa de cotas para conseguir vaga no curso de medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Segundo usuários do X, antigo Twitter, Mateus Henrique, considerado branco, se cadastrou no sistema como pardo. A denúncia foi feita a partir de uma publicação do aluno em seu Instagram. Ao postar um print de sua aprovação no Sisu, internautas afirmam que ele tentou cobrir sua declaração de raça com uma mensagem de agradecimento: “Obrigado, Deus”.

O autor da denúncia, André, que se apresenta como estudante de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca que o suspeito da fraude não percebeu que no mesmo print havia outra descrição da vaga por cota racial, o que teria exposto Mateus.

Após a acusação, o recém-aprovado alterou as configurações de privacidade em sua conta no Instagram, e o perfil do Colégio New Way, que oferece o cursinho onde ele teria se preparado para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), apagou o post que comemorava sua seleção na UFPB.

Na sequência, usuários das redes sociais iniciaram uma campanha de denúncia de outras possíveis fraudes. A estudante Maria Eduarda Bastos, aprovada na Universidade Federal do Ceará no curso de medicina, também se declarou parda.

A exposição aconteceu no perfil do seu professor, o influenciador Rennan Torres, que publicou uma foto da jovem e o print da imagem que exibia a mensagem: “Você foi selecionada em 2° de 15 vagas para candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas”. Após a repercussão, Rennan excluiu o post de seu perfil.

A situação gerou revoltas nas redes sociais, levantando a discussão sobre a representatividade das pessoas pardas. Segundo os usuários, há uma variação contraditória nas estatísticas brasileiras, com “falsos pardos” sendo representados nas universidades, eleitos para cargos públicos e empregados.

Essa mesma parcela da população que, junto de pretos, somam 55% dos brasileiros, se encontra em maioria na população carcerária, sendo vítima de violência e com pouco acesso aos estudos.

Vereador do PP já mudou de declaração de raça quatro vezes desde 2014

Desde 2014, o vereador Lucas do Liceu (PP), de Itaquaquecetuba, na Grande SP, alterou quatro vezes sua declaração de raça à Justiça Eleitoral.

Lucas afirma que o partido sempre fez suas declarações e que, por falta de “letramento racial”, se definia como branco ou pardo, mas atualmente se declara preto.

O Tribunal Superior Eleitoral tem discutido a possibilidade de coibir candidatos de alterarem a autodeclaração de raça entre eleições. Em diferentes pleitos, Lucas já se declarou branco, pardo e, mais recentemente, preto.

Apesar das mudanças, o vereador ressalta que nunca foi favorecido pelas declarações e que na última eleição não recebeu recursos financeiros do partido ou do fundo eleitoral. Ele justifica sua autodeclaração como negro, considerando sua ascendência e o Estatuto da Igualdade Racial: “Minha ascendência provém de pessoas pretas, entendendo que pardo não existe como raça, é apenas uma definição de cor criada pela colonização para definir a mistura”.