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Meio Ambiente : Fogo acaba com 71% da biomassa da floresta amazônica em apenas duas passagens
Enviado por alexandre em 18/10/2024 10:39:46

Incêndios recorrentes alteram a estrutura física, a diversidade e a composição das espécies, podendo levar a floresta ao colapso, mostra estudo

As florestas tropicais do mundo armazenam cerca de 460 bilhões de toneladas de carbono, o que representa quase metade do estoque terrestre total e as colocam em uma posição crucial na regulação do clima do planeta. Mas as queimadas cada vez mais intensas estão mudando este cenário. Estudo publicado esta semana na revista científica Environmental Research Letters mostra como o fogo modifica a estrutura da floresta e, em última instância, pode levar ao seu colapso, com impactos que vão além do local.

 

A pesquisa, realizada por cientistas de cinco diferentes instituições, revelou que a biomassa acima do solo diminuiu em 44% na floresta queimada uma vez, e 71% em porções florestais queimadas duas vezes. O dossel florestal foi o estrato mais afetado após o segundo incêndio, com uma redução de 44% em comparação com a floresta não queimada. O mesmo padrão de redução surgiu para a área basal – soma das áreas que os troncos das árvores ocupam na porção da floresta estudada –, que diminuiu em média 27,5% após o primeiro incêndio e em 53,8% após o segundo evento de incêndio.

 

No geral, as comunidades de plantas experimentaram uma perda de 50% da riqueza de espécies após dois incêndios, incluindo espécies dominantes e raras. As comunidades de plantas também se tornaram mais diferentes à medida que os eventos de incêndio se acumulavam, com diferença de até 61% nas espécies após dois eventos de incêndio.

 

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O estudo foi realizado na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, localizada na região de Santarém, Amazônia Oriental, e considerou o impacto do fogo em árvores e palmeiras. Foram analisadas porções da reserva impactadas pelo fogo uma e duas vezes, nos incêndios de 2015 e 2017.

 

Quase 40% da Amazônia foram degradados por atividades humanas, diz estudo

 

“A principal mensagem que trazemos com o estudo é o impacto que o fogo tem na floresta em termos de mudança de estrutura, considerando biomassa, área basal, carbono e composição florística. Todo mundo hoje fala de carbono, mas nós temos hoje uma grande parte da Amazônia degradada pelo fogo. Então, temos que olhar essa questão com preocupação, porque as florestas estão queimando e o fogo faz com que você tenha uma perda de até 71% de carbono”, explicou a ((o))eco Ima Célia Guimarães Vieira, pesquisadora titular do Museu Paraense Emílio Goeldi e uma das autoras do estudo.

 

O trabalho ressalta que as perturbações humanas na floresta – incluindo efeitos de borda e extração seletiva de madeira – abrem o dossel e permitem que os incêndios se propaguem. O fogo também atua como uma perturbação que promove mais incêndios. Florestas em regeneração, surgindo após incêndios florestais, frequentemente apresentam altas densidades de espécies pioneiras de rápido crescimento e demandantes de luz. Essa nova estrutura florestal tende a ser mais inflamável do que a floresta original não perturbada, tornando as florestas em regeneração mais vulneráveis a incêndios subsequentes e potencialmente criando um ciclo de feedback de degradação.

 

Fogo acaba com 71% da biomassa da floresta amazônica em apenas duas  passagens - ((o))eco

Foto: Reprodução

 

“Nossas descobertas destacam a necessidade urgente de garantir um futuro resiliente para as florestas amazônicas com ações necessárias para apoiar os meios de subsistência locais, ao mesmo tempo em que reduzimos a prevalência de fontes de ignição e permitimos a recuperação da floresta”, diz trecho do trabalho.

 

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Segundo Vieira, o estudo sobre o impacto do fogo nas florestas, realizado com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), deve ser continuado, com aumento de amostragem para áreas que queimaram em três eventos de fogo.

 

Fonte: O Eco

 

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Meio Ambiente : Marina reforça responsabilidade privada na prevenção de incêndios
Enviado por alexandre em 17/10/2024 10:08:22

Ministra participou hoje de audiência pública na Câmara dos Deputados

Em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, alertou nesta quarta-feira (16) sobre a importância de a iniciativa privada trabalhar junto aos governos federal, estadual e municipal na prevenção aos incêndios.

 

Segundo a ministra, é necessário que fazendas também mantenham estruturas preventivas e brigadas próprias para atuar nessas áreas.

 

“Se você tem uma farmácia, tem ali medidas e hidrantes para apagar o fogo. Da mesma forma, precisamos estar equipados onde não é possível estar o Corpo de Bombeiros”, afirmou, sobre o emprego de recursos públicos nos incêndios ocorridos em áreas privadas no estado de São Paulo.
Marina ressaltou que foram enviados para o estado paulista brigadistas e uma aeronave da Força Aérea Brasileira, com alta capacidade de transporte de água e enfrentamento ao fogo, mas se esforços de prevenção também tivessem sido empregados, os equipamentos poderiam ser melhor direcionados para áreas públicas federais, que são de fato responsabilidade da União.

 

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“São Paulo é, de longe, o estado mais rico, de longe o estado que tem maior capacidade de infraestrutura: são mais de 8 mil pessoas no Corpo de Bombeiros, chegando a quase 9 mil. A iniciativa privada tem brigadistas que são treinados para cuidar de suas propriedades”, destacou.

 

Por outro lado, segundo a ministra, há estados e regiões onde o poder público ainda não tem essa capacidade de enfrentamento a incêndios florestais. Nesses casos, o governo federal entra, para além daquilo que é sua responsabilidade. "No caso do Pantanal, isso é notório. O maior contingente era nosso, a maior quantidade de equipamento também”, afirmou.

 

De acordo com Marina, quase 900 pessoas atuam no Pantanal. Na Amazônia, embora 60% do território seja de área pública federal, o governo federal atua em mais de 70% da região, enfrentando os incêndios florestais.

 

“O governo federal tem trabalhado, não só em parceria com os estados, mas também com a iniciativa privada, inclusive ajudando a iniciativa privada. Porque diferentemente de São Paulo, Rio e Minas, que são estados com maior condição em termos econômicos, a maioria não tem essas estruturas”, disse.

 

FINANCIAMENTO

 

A ministra lembrou que foram destinados do Fundo da Amazônia mais de R$ 400 milhões para equipar o Corpo de Bombeiros nos estados, mas que isso é insuficiente. "Também é necessário que a iniciativa privada tenha um programa estruturado de enfrentamento ao fogo."

 

Marina sugeriu que o Banco da Amazônia poderia ter uma linha de crédito de financiamento com juros mais reduzidos para que empresas fiquem, "devidamente equipadas" para esse enfrentamento.

 

CRIME

 

Por outro lado, a ministra afirmou que todo o esforço preventivo e de enfrentamento não será suficiente se o fogo por ação humana não acabar, seja se origem culposa, sem intenção, ou dolosa, “quando se tem a intenção deliberada de queimar”.

 

“No caso de São Paulo, os incêndios começaram 10h45 da manhã. À uma da tarde, 17 municípios já estavam pegando fogo. Em mais de 300 cidades foi ateado fogo e mais de 26 pessoas foram presas, porque o faziam de forma criminosa”, afirmou.

 

Em São Félix do Xingú, no Pará, um jornal local publicou declarações de pessoas insatisfeitas com a desocupação de uma unidade de conservação. Por eeste motivo, ameaçavam incendiar o local.

 

CORTE ORÇAMENTÁRIO

 

A ministra destacou ainda que, mesmo com a antecipação das ações pelo governo federal, e com a recuperação de 37% no orçamento da pasta - após cortes de R$ 18,4 milhões - continua sendo necessário a incrementação constante de ações e de recursos públicos, que poderiam ser economizados com prevenção compartilhada.

 

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“Obviamente que precisamos ampliar os recursos, mas o que nós precisamos mesmo é que as pessoas não coloquem fogo. Senão vamos ficar simplesmente pegando dinheiro público e utilizando para algo que preventivamente se poderia fazer, o recurso nunca será suficiente.”

 

Fonte: O Dia

 

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Meio Ambiente : Expansão rápida das áreas verdes na Antártida preocupa cientistas
Enviado por alexandre em 16/10/2024 15:27:55

Dados de satélite que mostram o avanço verdejante sobre o solo da península foram apresentados recentemente em artigo na revista científica Nature Geoscience

As áreas colonizadas por vegetação estão aumentando cada vez mais rápido na península Antártica, a área do continente gelado mais próxima das demais massas de terra do planeta. A mudança é fruto do impacto da crise climática sobre a Antártida, com repercussões imprevisíveis sobre os ecossistemas da região.

 

Dados de satélite que mostram o avanço verdejante sobre o solo da península foram apresentados recentemente em artigo na revista científica Nature Geoscience.

 

As informações de sensoriamento remoto indicam que as áreas cobertas por vegetação ali passaram de um total de 0,86 km2 em 1986 para 12 km2 nesta década.Em termos absolutos, ainda é muito pouco, mas os dados indicam que o ritmo desse avanço está se acelerando, chegando a quase meio quilômetro por ano. A rigor, a aceleração não destoa de outras tendências de transformação em território antártico trazidas pelo aumento da temperatura global.

 

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Conforme explica a equipe liderada por Thomas Roland, da Universidade de Exeter (Reino Unido), o processo está intimamente ligado à perda de massa de 90% das geleiras da península, o que também corresponde ao aumento das áreas com solo livre de gelo da região, que podem triplicar ao fim deste século.

 

Faz sentido que essas mudanças mais radicais afetem primeiro o trecho peninsular da Antártida porque a área tem mais contato com as correntes marinhas que fluem pelos diferentes oceanos do planeta, além de estar mais próxima da extremidade meridional de continentes como a América do Sul. Parece haver uma correlação, por exemplo, entre o avanço das áreas verdes e a diminuição do gelo marinho antártico.

 

Homem ao lado de rocha coberta de musgo verde em um morro

 

Tais alterações favorecem principalmente o crescimento dos musgos nativos da península, embora também impulsionem a colonização do solo por plantas mais complexas. Já há dados mostrando que as camadas de musgo estão ficando mais espessas na península Antártica, mas os pesquisadores queriam investigar até que ponto elas também estão se espalhando lateralmente.Os dados de satélite confirmaram essa expansão “para os lados”. Revelaram ainda que ela está acontecendo principalmente em áreas “pioneiras”, em que antes não se encontrava vegetação nenhuma.

 

Um dos mecanismos que talvez explique isso seja o aumento do número de dias do ano com temperatura favorável ao crescimento das plantas, embora essa hipótese ainda careça de comprovação. Ao que tudo indica, o processo também afeta preferencialmente certas áreas da península: devido à presença de elevações e outros fatores, certas áreas são mais quentes e recebem mais chuva, e é nelas que os musgos avançam mais rápido.

 

Planície coberta de musgo verde; ao fundo, há uma montanha alta com gelo na ponta

Fotos: Reprodução

 

O avanço dessas plantas tem outra repercussão importante: por conseguirem crescer em áreas rochosas, sua presença é capaz de produzir novos solos com o passar do tempo. Ou seja, elas podem abrir caminho para o estabelecimento posterior de plantas cujo crescimento exige mais do substrato debaixo delas, modificando ainda mais um ambiente que antes era apenas pedregoso e coberto periodicamente por neve e gelo. Esse tipo de mudança poderia inclusive facilitar a vida de espécies invasoras trazidas de outros continentes, favorecendo seu estabelecimento definitivo por lá.

 

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Por fim, outra repercussão possível do processo é conectar ambientes da península Antártica que hoje estão separados por obstáculos naturais (como as próprias geleiras). Um tapete mais contínuo de musgos eliminaria as antigas diferenças entre esses habitats e poderia homogeneizar a biodiversidade da região como um todo.

 

Fonte: Revista Cenarium 

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Meio Ambiente : Rio Paraguai registra seu nível mais baixo em ano de seca no Pantanal
Enviado por alexandre em 15/10/2024 10:50:31

A mínima anterior, registrada em 1964, foi de 61 centímetros abaixo da cota

O Rio Paraguai chegou ao seu nível mais baixo já medido, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), atingindo a marca de 62 centímetros abaixo da cota de referência. A série de medições foi iniciada pela Marinha em 1900, no posto de Ladário, junto à cidade de Corumbá (MS), na fronteira com Porto Quijarro (Bolívia). A mínima anterior, registrada em 1964, foi de 61 centímetros abaixo da cota.

 

A cota padrão é de 5 metros (m) de profundidade média, segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que já havia feito um alerta sobre o menor nível histórico do rio na última quarta-feira (9), a partir de medições próprias. A estação serve como referência para a Marinha na análise das condições para navegação e definição de medidas de restrições.

 

O Rio Paraguai corre pelos estados de Mato Grosso, onde nasce, e Mato Grosso do Sul, de onde segue para o Paraguai e a Argentina. Suas nascentes são alimentadas por águas que vêm da Amazônia, como as do Rio Negro. A região também passa por seca histórica. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA) a Região Hidrográfica Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro, abrangendo parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que inclui a maior parte do Pantanal mato-grossense, a maior área úmida contínua do planeta.

 

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Para o SGB, a situação era esperada desde fevereiro, quando os pesquisadores alertaram sobre a possibilidade de se chegar a uma mínima histórica na região. “Essa seca vem sendo observada em razão das chuvas abaixo do normal durante toda estação chuvosa, desde outubro de 2023. Por isso, temos alertado sobre esse processo que se desenhava na bacia”, explica o pesquisador Marcus Suassuna na nota da instituição.

 

Rio Paraguai registra mínima histórica em ano mais seco no Pantanal | Folha  MS

 

Segundo o Imasul, a queda no nível do Paraguai tem implicações diretas para a economia e para o meio ambiente, afetando turismo e pesca, além do abastecimento de comunidades ribeirinhas. ˜Especialistas associam essa redução drástica à variabilidade climática e à escassez de chuvas na bacia hidrográfica. O Pantanal, um dos biomas mais frágeis e importantes do planeta, está particularmente vulnerável a essas mudanças, que afetam tanto a biodiversidade quanto as comunidades humanas”, destaca o instituto em nota.

 

RECUPERAÇÃO LENTA

 


De acordo com as projeções do SGB, a recuperação dos níveis na Bacia do Rio Paraguai será lenta. O nível em Ladário (MS) deve ficar abaixo da cota até a segunda quinzena de novembro. “Observamos que o ritmo de descida do rio tem diminuído consideravelmente e estava estabilizado desde a última segunda-feira (7) em razão dessas primeiras chuvas da estação chuvosa. As precipitações devem continuar, mas não em ritmo muito forte que vá contribuir para subidas rápidas neste trecho e em toda a bacia”, analisa Suassuna na nota.

 

A década tem sido marcada por estações chuvosas insuficientes para a recuperação das reservas. Segundo o SGB, durante a estação chuvosa iniciada em outubro de 2023, foi registrado um déficit acumulado de 395 (milímetros) mm de chuvas. O total estimado foi de 702 mm, enquanto a média esperada seria de 1.097 mm. Na década, considerando o acumulado de 2020 a 2024, o déficit foi de aproximadamente 1.020 mm, valor equivalente ao total de um ano hidrológico.

 

Rio Paraguai fica 3 metros abaixo da média esperada para junho e seca expõe  Pantanal ao fogo | Mato Grosso do Sul | G1

Fotos: Reprodução

 

Ainda segundo o relatório do SGB, na última semana, a Bacia do Rio Paraguai registrou um volume de chuvas de 3 mm. Os rios da região apresentam níveis abaixo do normal para este período do ano, com exceção do Rio Cuiabá, que apresenta nível dentro do esperado. A situação do Rio Cuiabá, porém, deve-se à regularização das vazões ocasionada pela operação da Usina Hidrelétrica de Manso.

 

Em Barra do Bugres e Porto Murtinho, o Rio Paraguai alcançou o nível mais baixo do histórico de toda a série de monitoramento das estações. O estudo explica que as projeções utilizadas indicam acumulados de chuva de 27 mm nas próximas semanas, levando ao início da recuperação dos níveis em Cáceres, Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho, além da estabilização em outros locais.

 

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), considerando a estimativa para a Energia Natural Afluente (ENA), a Região Sul deve atingir com 86% da Média de Longo Termo (MLT). A medida indica a capacidade dos sistemas hidrelétricos de geração. Para as demais regiões, os índices são os seguintes: Norte, com 49% da MLT; Sudeste/Centro-Oeste, com 45%; e Nordeste, com 34%.

 

RISCOS À NAVEGAÇÃO


A Marinha mantém uma série de alertas para o Rio Paraguai, boa parte indicando piora nas condições de navegação. Em um deles, afirma a necessidade de precaução de segurança. “Em virtude do rígido regime de seca observado no Rio Paraguai e o consequente afloramento de bancos de areia e rochas, os navegantes devem redobrar a atenção, fazendo uso da carta náutica em vigor, atentando para o balizamento e mantendo uma velocidade segura.”

 

Além disso, antes de iniciar a navegação, devem consultar o boletim diário de avisos-rádio náuticos disponível no site do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, a fim de verificar a diferença entre o nível do rio e o nível de referência da carta náutica (nr), eventuais alterações no balizamento e outros avisos para segurança do navegante.

 

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A região tem trânsito constante de barcos desde ao menos o século 18, estabelecendo importante corredor de integração com os países vizinhos. Hoje é uma das seis hidrovias cuja licitação para concessão à iniciativa privada está estabelecida como prioridade pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), junto com as hidrovias Madeira, Tapajós, Tocantins, Lagoa Mirim e Barra Norte. O projeto visa acelerar o transporte de cargas, especialmente de produção agrícola e mineral, para beneficiamento e exportação, o que deve favorecer o aumento da exploração desses itens na região, atividades que levam ao aumento do consumo de água.

 

Fonte: Agência Brasil 

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Meio Ambiente : Manejo com fogo, contrafogo e queimada - entenda a diferença
Enviado por alexandre em 26/09/2024 00:48:14

Técnicas de controle exigem conhecimento técnico e qualificação

O uso controlado de fogo como instrumento na agricultura e na prevenção de queimadas é instrumento importante para o combate aos incêndios descontrolados e queimadas, porém demanda conhecimento técnico e qualificação dos profissionais que irão aplicá-lo.

 

Seu uso foi regulado no final de julho, por meio da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, e é avaliado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como estratégia integrada e relacionada aos aspectos sociais, saberes tradicionais e técnicas, com fins de conservação dos ecossistemas naturais, diminuição de conflitos sociais relacionados a seu uso e de incêndios, principalmente em áreas remotas.

 

Para entender um pouco mais sobre o manejo com fogo, a Agência Brasil consultou especialistas. Vladimir Arraes, coordenador da Operação São Paulo sem Fogo, que organiza os esforços do governo paulista na prevenção de queimadas e incêndios criminosos ou acidentais nos meses de seca, explicou que uma das principais ferramentas é a Queima Prescrita, que consiste em uma técnica planejada e controlada de uso do fogo, empregada por especialistas (geralmente brigadistas ou engenheiros florestais) para reduzir a quantidade de material combustível (como folhas secas, galhos e vegetação densa) em área específica.

 

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Seu uso, comum em unidades de conservação como as geridas pela Fundação Florestal, na qual Arraes atua, ajuda a prevenir incêndios descontrolados e a manter a saúde de ecossistemas que dependem do fogo.

 

"É executada em condições meticulosamente monitoradas, como clima adequado, umidade e ventos moderados, para garantir que o fogo fique confinado à área planejada. Seus efeitos são benéficos para o manejo ambiental, prevenindo incêndios maiores e promovendo a biodiversidade", completa o gestor.

 

Outra técnica importante é o uso de fogo como instrumento para controlar incêndios, o chamado contrafogo. Se trata do "fogo ateado de encontro a um incêndio florestal ou campestre para impedir-lhe a propagação, técnica que exige conhecimento especifico de manejo", completa Arraes. Ambas as técnicas são de uso de brigadistas, bombeiros técnicos e engenheiros florestais.

 

A queimada controlada, por sua vez, é o uso do fogo para fins agrícolas, e pode ter diferentes finalidades, como explicou o professor Edson Vidal, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), para quem "o uso do fogo foi e sempre será uma alternativa viável em alguns contextos e biomas como o cerrado, desde que siga orientações técnicas e científicas.

 

O fogo é ferramenta de manejo importante por contribuir para promover resultados ecológicos. O manejo da queimada deve levar em consideração a frequência, intensidade e época da queima e se o período não é atípico como agora, em que a seca extrema aliada à umidade baixa deixa os recursos florestais bem suscetíveis ao fogo". Ela pode ter diversas finalidades e deve ser autorizada pelos órgãos de controle estaduais.

 

Entre as funções que pode desempenhar estão o controle, com estímulo ou diminuição de nutrientes disponíveis no solo, da produção de folhas e frutos ou mesmo de algumas espécies de animais ou plantas em uma região, ou ainda para ralear ou adensar a vegetação.

 

"Dessa forma, o uso do fogo pode ser instrumento de manejo e contribuir para a manutenção de pastagens naturais protegendo ecossistemas do Cerrado de forma adequada e com poucos recursos financeiros investidos", complementa o professor.

 

Embora haja alternativas em estudo, sua popularização depende de recursos técnicos mais complexos, como é o caso de alternativas com uso de maquinário para trituração de vegetação, que pode ser usada como adubo verde no lugar do fogo, explicou Vidal.

 

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Tanto a queimada quanto o incêndio descontrolados e sem finalidade são crimes, com reclusão que pode variar de seis meses a quatro anos, dependendo da intenção e dos meios usados. Seus impactos são intensos e foram experimentados nos últimos meses, quando o país viu a quebra de marcas históricas de incêndios em diversos biomas. 

 

Fonte:Agência Brasil

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