Regionais : Mãe de senador diz “É aqui que vocês [senadores, incluído o filho] trabalham? Cadê os outros vagabundos que ganham o nosso dinheiro nesta mordomia?
Enviado por alexandre em 04/04/2016 00:30:00


Rainha e o príncipe

Roberto Vaz



Essa não é uma história de uma princesa e um príncipe, apesar de o enredo sugerir isso, mas é um relato verdadeiro entre uma mulher e um dos homens mais simples e forte politicamente do Acre.

Na semana passada, diante da turbulência em que vive o noticiário político brasileiro, o senador Sérgio Petecão publicou com orgulho em sua página no facebook a foto de sua mãe dentro do plenário do Senado Federal, com os seguintes dizeres: “Estou muito feliz. Pensei que nunca ia ter o prazer de receber está autoridade no plenário do Senado. Minha querida mãe, dona Raimunda”.

Raimunda do Pelado, como é conhecida, não tem mesmo papa na língua. Quando entrou no plenário, chamou o filho e disse: “É aqui que vocês [senadores, incluído o filho] trabalham? Cadê os outros vagabundos que ganham o nosso dinheiro nesta mordomia?

Diante da frase da mãe, o senador mais “brincalhão” do senado Federal, capaz de fazer rir até a carrancuda presidente do País, Dilma Roussef riu e disse: “mamãe tenha modos, aqui é o Senado Federal” e sorrindo foi tirando-a do espaço dos nobres.

A mulher mais conhecida e “desbocada” do bairro 6 de Agosto, o antigo bostal, em Rio Branco, capaz de mandar toma no c* qualquer um que lhe faça um simples elogio, estava de passagem pela capital da república, e só foi no lugar de trabalho do seu filho porque foi enganada pela sua nora Mafisa. Estava ela de passagem por Brasília em direção a Goiânia, onde hoje encontra-se internada em um hospital para a retirada de um tumor que apareceu no seu intestino.

Aos 75 anos, Raimundo de Oliveira Cunha nunca viajou em férias. Tem pavor de ambiente muito frequentado e não gosta de roupas sofisticadas. “Ela prefere andar mal arrumada e isso parece que não recebe atenção dos filhos, o que é um engano”, diz o senador, ao informar que constantemente as filhas retiram as roupas que considera trapos de seu guarda roupas.

O senador disse que a simples expressão que usou no seu face é realmente o que ele pensava, pois dona Raimunda sempre lhe disse que jamais pisaria naquela “casa dos bacanas”, se referindo ao Congresso Nacional.

Mas Petecão diz que nem sempre ela foi assim. Conta que dona Raimunda era uma mulher forte, de bonita aparência, mas que desde que fez uma cirurgia para diminuir o peso, passou a viver em um estado elevado de depressão.

Orgulhoso pela visita, Petecão disse que é ela é uma mulher muito amada entre a família e amigos do bairro e faz questão de declarar que a simples publicação da foto dela no plenário do Senado, foi um das publicações de maior alcance em sua página no facebook.

“Aa manifestações das pessoas sobre a minha mãe e as curtidas e compartilhamentos me deixaram muito feliz. Ela é maravilhosa e como eu gostaria de conviver mais com ela”, disse na manhã deste domingo o senador que está em descanso em uma chácara próximo da cidade de Rio Branco, conhecida como Boi Cagão.


DONA RAIMUNDA NO SENADO

E completou: “olha, tem muita gente que diz que nós [família] não damos atenção a ela. Isso não é verdade. É um estilo de vida que ela adotou. Nós vamos sempre na casa dela, nós convidamos ela para sair, para viajar, mas ela não gosta. Ainda este ano eu a levei comigo para uma viagem de férias em Alagoas. Ele ficou dois dias reclamando e tive que trazê-la de volta, interrompendo as férias que seriam de 20 dias”, explicou ele.

No final, bem ao estilo despojado, ele conclui: “mas ela é a minha rainha…”







Regionais : ‘A esquerda e Lula perderam a credibilidade’, diz fundador do PT
Enviado por alexandre em 03/04/2016 22:08:45


SÃO PAULO — Aos 82 anos, sociólogo e fundador do PT Francisco de Oliveira diz que impeachment de Dilma não é golpe, mas aposta que ele não se concretizará.

É um jogo pesado mas não é golpe. Não tem as características institucionais de um golpe, é apenas um jogo extremamente pesado. O processo de perda de credibilidade do Lula é o que deveria preocupar mais o PT. Dilma se salvará do impeachment. É difícil reunir a quantidade de votos necessários para derrubá-la. Fazer declarações é uma coisa, mas, na hora de votar, o que acontece é outra. Agora, a direita está muito forte. O governo Dilma está acabado, independentemente do resultado de impeachment. O governo está apenas cumprindo prazos, os quatro anos constitucionais que lhe cabem, mas Dilma está muito desgastada, não tem mais força política para nenhuma iniciativa, não vai aprovar nada no Congresso. O difícil é saber o que vem depois disso, em 2018.

Foi uma manobra infeliz. Quem tem a experiência do Lula não pode cometer um passo em falso desses. Ficou muito evidente que era uma jogada para salvar o próprio Lula e o governo. Isso político experiente não faz, fica muito na cara! E deu tudo errado. Foi surpreendente, o Lula não é um aprendiz, está lá há 50 anos. Só o que explica é o desespero para tentar segurar o governo, o que também é uma bobagem, já que o governo Dilma não existe mais.

Há uma forte acusação ao PT que se reflete em cima do Lula, que de fato não conseguiu formar um partido. A explicação é que ele personalizou tanto o partido que na prática o PT não existe. Quem são os quadros do partido? José Dirceu está na cadeia, Genoino apagou-se, a saída da Marta foi uma perda inominável. O (prefeito Fernando) Haddad é um universitário, ele não tem uma pegada forte. Para ser referência, ele teria que perder o ar acadêmico, esse estilo de falar, e ser mais populista. Não sobrou nem surgiu ninguém, então eles primeiro recorreram a Dilma e, depois, sempre o recurso único foi o Lula. O PT hoje não tem ninguém, não acredito que o Lula será o candidato para 2018. O PT, que tirou a esquerda brasileira do limbo em que ela sempre vegetou e a levou à Presidência, já perdeu no confronto de forças políticas. E a esquerda voltou para o limbo. A esquerda e Lula perderam a credibilidade.

Da perspectiva do Lula, ele tem que fazer campanha todo dia até lá. Como ele está fazendo, tem que estar na mídia todo dia, precisa incendiar a massa para não acabar incendiado. É uma manobra tática muito arriscada do Lula se lançar candidato, ninguém pode garantir o que acontecerá até lá, mas acho improvável isso se confirmar. O Lula está tentando reaglutinar as forças, organizar a tropa. E espera que o pau coma do lado adversário, o que também pode acontecer, porque (José) Serra, (Geraldo) Alckmin e Aécio (Neves) precisam decidir quem comanda a articulação de oposição. Isso vai desgastá-los. Mas, de qualquer maneira, o cabeça da oposição terá grande chance de ganhar.


O PMDB é isso que sempre foi, uma aglutinação heterogênea que nunca define chapa de cabeça. A ruptura não é para valer. O PMDB embaralha as cartas mas não as dá. Ele é um agregado, não forma forças nacionais. Quem acredita no (vice-presidente Michel) Temer? Quem se entusiasma com ele? O risco para o PT não é o PMDB, são os tucanos. Não é à toa que o Serra voltou a aparecer. Ele é um risco real para o PT, é um político competente, duro e contundente. Está sempre com os dados na mão.


Não vai fazer nada, vai ser um refém das forças que fizeram o processo contra Dilma. Vai ser um governo fraco, incapaz de formulações. Até porque a somatória dessas forças anti-PT é muito heterogênea, aquilo é um saco de gatos. Os próprios tucanos não lideram nem definem as diretrizes em um governo Temer. Aquele programa “Uma ponte para o futuro” é meramente formal. Se você me pedir, eu faço um programa daqueles em meia hora aqui nessa mesa.

Não. A Marina, com essa história de sustentabilidade, não comove ninguém, não tem apelo popular. Em política, ou você dá um murro na mesa, ou sai da frente. Ela é uma preferência civilizada do eleitor, mas não passa disso.

É evidente que (o juiz) Sérgio Moro está fazendo uma opção política. Quem quiser acreditar que ele está orientado pela busca da verdade jurídica, que acredite, mas estamos assistindo a uma operação política poderosa. Ele não dorme de touca e sabe que está tirando a credibilidade do Lula, que é o alvo, e do PT e beneficiando o PSDB. Isso ficou claro no episódio do áudio entre Lula e Dilma, muito embora a conversa seja de uma ingenuidade gigantesca da presidente. Como dois políticos experimentados vão ter uma conversa como essa pelo telefone?

Não acho que alguém esteja patrocinando a operação com algum fim, a situação vai se desenhando. O que não tira a gravidade da coisa. Dar encaminhamento jurídico a uma disputa política é um erro.

PORTAL HOLANDA

Regionais : Lula usa hotel em Brasília como QG da crise
Enviado por alexandre em 03/04/2016 21:52:13

Lula usa hotel em Brasília como QG da crise



Lula é ministro? Site criado recentemente responde a pergunta em tempo real



Alvo da Lava Jato e impedido de pisar no Planalto, ex-presidente recebe ali ministros e dirigentes de partidos

Estadão conteúdo

Menos de sete quilômetros separam o Palácio do Planalto do hotel onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito articulações políticas desde que teve a nomeação suspensa para a Casa Civil. Alvo da Operação Lava Jato e impedido de pisar no Planalto, Lula recebeu ali, nos últimos dias, ministros e dirigentes de partidos, além de deputados e senadores da fraturada base de sustentação do governo no Congresso. "Nunca pensei que a situação estivesse tão crítica", disse ele, numa referência às "demandas represadas" dos aliados. "Estamos comendo o pão que o diabo amassou".

A suíte do hotel onde Lula costuma se hospedar, em Brasília, foi transformada em uma espécie de quartel-general do "Fica Dilma". O hotel é o mesmo onde morava o senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS), que ali foi preso pela PF, acusado de atrapalhar a Lava Jato.

Vez por outra Lula sai do gabinete de crise improvisado e se reúne com interlocutores em local reservado. Na quarta-feira, por exemplo, ele foi ao apartamento do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e acertou a permanência de Helder Barbalho na Secretaria dos Portos, mesmo após o PMDB ter anunciado o divórcio do governo. Helder é filho de Jader.

Na quinta, antes de voltar para São Paulo, acometido por forte gripe, o ex-presidente se encontrou com o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), que foi ministro da Integração no governo Dilma Rousseff. Partido do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 2014, o PSB passou para a oposição, sob o argumento de que Dilma "perdeu a credibilidade e a capacidade de governar".

Ainda assim, Lula tenta "pescar" votos avulsos naquela seara. Pela sua contabilidade, o PSB poderia contribuir com "uns seis ou sete votos" de um total de 31. Já o PMDB, mesmo rachado, teria "potencial" para dar a Dilma cerca de 35 dos 68 votos da bancada.

Se depender de Lula, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), deve sair da equipe. Dilma resiste porque Kátia é sua amiga, mas ele avalia que a ministra não tem como conseguir apoio para a presidente. Numa das reuniões, petistas lembraram que o filho de Kátia, o deputado Irajá Abreu (PSD-TO), já votou contra o Planalto.

Novos tempos

Nas conversas para convencer aliados, Lula diz que, vencido o impeachment, Dilma está disposta a "refundar" o governo e a mudar a cara da administração. Foi dele a ideia de dialogar com todas as forças políticas, incluindo a oposição, liderada pelo PSDB, para tentar um "pacto nacional".

Na avaliação de Lula, porém, Dilma precisa lançar com urgência medidas para pôr "dinheiro na mão do pobre". Ele chegou a se irritar com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para quem essas iniciativas já estão em andamento. "Então vocês precisam se comunicar melhor porque, se eu não sei, ninguém sabe", retrucou Lula.

Em outra frente, emissários do ex-presidente também procuraram, nos últimos dias, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pediram ajuda para enfrentar a crise. O governo diz estar preocupado com o acirramento dos ânimos e o clima de intolerância que tomou conta do País.

"Não podemos deixar o Brasil se fragmentar em nome de uma disputa política. Precisamos conviver com a diversidade de forma pacífica", afirmou o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva.

Durante muitos dias, Lula também tentou um acordo com o vice-presidente Michel Temer, antes do encontro do PMDB que selou o rompimento com o governo. Levou um chá de cadeira e, quando finalmente conseguiu falar com Temer, fracassou na missão. "A presidente nunca quis me ouvir", disse-lhe o vice.

No 4º andar do Planalto, um acima de Dilma, o gabinete da Casa Civil - até 16 de março ocupado pelo ministro Jaques Wagner - foi esvaziado para receber Lula. Até agora, porém, está fechado. Virou "ponto turístico" de servidores, que querem saber quando o ex-presidente vai ocupá-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Regionais : Listas, vídeos e passeatas
Enviado por alexandre em 03/04/2016 21:50:29

Listas, vídeos e passeatas



No momento por que passa o país, o risco de virar massa de manobra de algum picareta profissional

José Padilha, O Globo

Considere os seguintes enunciados e pergunte a si mesmo se são verdadeiros ou falsos:

1- Lula e o PT se apresentaram ao Brasil como guardiões da moralidade. Lula disse inclusive que no Brasil bandido vira ministro.

2- O PT apresentou quatro pedidos de impeachment contra FHC — sem base jurídica ou representação popular para tal. Hoje, o PT chama os pedidos de impeachment contra Dilma de golpe.

3- O PT votou contra o Plano Real, contra as metas de inflação e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.

4- Apesar da importância das privatizações e do Proer, o PSDB e alguns de seus líderes obtiveram recursos ilegais para si próprios e para seu partido durante a administração desses processos. Também o fizeram usando informação privilegiada na compra e venda da dívida externa brasileira.

5- O ex-senador, ex-governador e ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo foi condenado a 20 anos de prisão pelo STF por ter montado, com a ajuda do marqueteiro Marcos Valério, um esquema de corrupção para financiar sua campanha ao governo de Minas Gerais.

6- O PT montou, sob a batuta de vários líderes históricos do partido e com a ajuda de Marcos Valério, um sistema de corrupção para comprar votos no Congresso Nacional. O sistema ficou conhecido como mensalão.

7- Vários autores do mensalão, inclusive José Dirceu e José Genoino, foram condenados pelo STF com base em provas e testemunhos que demonstram claramente que o esquema ocorreu. Alguns estão presos.

8- Lula, então presidente da República e principal beneficiário do mensalão, afirmou que o mensalão nunca existiu.

9- Faz tempo que a Petrobras e várias outras estatais são predadas por políticos e empreiteiros, que superfaturam contratos e desviam recursos para si mesmos ou para seus partidos. Isso ocorre pelo menos desde o governo Sarney.

10- Desde a primeira eleição de Lula à Presidência, líderes do PT, associados a políticos do PMDB, chefiam uma quadrilha formada por grandes empreiteiras e agentes financeiros. Juntos, desviaram comprovadamente mais de R$ 7,2 bilhões de estatais — dos quais R$ 2,9 bilhões já foram recuperados pela Lava-Jato. O esquema ficou conhecido como petrolão.

11- Lula e Dilma receberam volumosos recursos de caixa dois e de corrupção das empreiteiras do petrolão para suas campanhas presidenciais, via esquemas operados pelos “marqueteiros” João Santana e Duda Mendonça.

12- Conforme afirmou Delcídio Amaral, ex-líder do PT no Senado, em delação premiada homologada pelo STF, Erenice Guerra e Antonio Palocci comandaram uma operação de corrupção em Belo Monte que desviou mais de R$ 40 milhões para a vitoriosa campanha de Dilma e de Temer à Presidência e à Vice-Presidência da República.

13- Conforme delatou Delcídio Amaral, Aécio Neves recebeu propina de Furnas, uma subsidiária da Eletrobras.

14- Conforme delatou Delcídio Amaral, Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, tinha pleno conhecimento do processo de aquisição da refinaria de Pasadena e de tudo o que este encerrava.

15- O TCU condenou 11 diretores da Petrobras a devolver US$ 792 milhões pelo prejuízo causado na compra da refinaria de Pasadena.

16- Apesar de não haver provas formais divulgadas, todas as campanhas de FHC, de Serra e de Aécio à Presidência receberam recursos de caixa dois.

17- Eduardo Cunha, atual presidente da Câmera dos Deputados, recebeu milhões de dólares em propina no Brasil e no exterior, como afirmam os delatores Fernando Baiano e Mario Góes e como comprovam documentos obtidos no exterior.

18- Apesar de não haver provas formais divulgadas, outros políticos implicados pela Lava-Jato e denunciados por Delcídio e/ou por empreiteiros — como Renan, Temer, Dirceu, Mantega, Mercadante, Aécio, Cabral e Sarney — participaram do petrolão ou de esquemas semelhantes.

19- Lula recebeu propina e favores das grandes empreiteiras envolvidas no petrolão e enriqueceu por conta disso. Ele usou laranjas e falsas palestras para fingir que isso não aconteceu.

20- Conforme afirmou Delcídio Amaral, Lula lhe pediu que comprasse o silêncio de Nestor Cerveró, testemunha-chave da Operação Lava-Jato.

21- O ministro Aloizio Mercadante ofereceu ajuda financeira à família de Delcídio e prometeu usar a influência política do governo para conseguir sua libertação na Justiça em troca de proteção a Dilma em sua delação.

22- Dilma nomeou Lula ministro para que ele tivesse foro privilegiado, ganhasse tempo e ficasse em posição de negociar um acordo de impunidade com outros políticos ameaçados pela Lava-Jato.

23- A Lava-Jato chegou primeiro à corrupção do PT e do PMDB porque o PT e o PMDB estão juntos no poder há mais de 13 anos e são responsáveis pelos primeiros delitos expostos pela investigação. Todavia, se a Lava-Jato continuar, vai expor delitos mais antigos de políticos de outros partidos.

24- Inúmeros políticos sabem que, eventualmente, serão implicados pela Lava-Jato. Esses políticos tentam denegrir o juiz Sérgio Moro e os procuradores, para desmoralizar a investigação antes que isso aconteça. Tentam fazer isso no contexto de uma pretensa saída negociada para a atual crise política e econômica do país.

25- Ajudar a Lula, Dilma e ao PT em sua tentativa de politizar e denegrir a Lava-Jato implica necessariamente ajudar também os políticos corruptos de outras siglas que ainda podem ser expostos pela operação.

Se você acredita, como eu, que a maioria dos enunciados acima é verdadeira, pense bem antes de assinar listas, gravar vídeos ou participar de manifestações em defesa de políticos brasileiros envolvido com a Justiça. Ao fazê-lo, você corre o risco de virar massa de manobra (vide Pierre Bourdieu) de algum picareta profissional.

José Padilha é cineasta

À espera do primeiro cadáver



Os dois lados precisam baixar a bola das paixões, reconhecer que, numa democracia, todo episódio político deve servir para fortalecê-la, fazê-la avançar

Cacá Diegues, O Globo

Repito, pela enésima vez, o que já disse aqui: embora lamente, em vários aspectos, o atual governo, sou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, por injusto e inconsequente.

Injusto porque ainda não se configurou nenhum crime de responsabilidade que ela tenha cometido no governo. Inconsequente porque vai dividir mais ainda o país, ameaçando seriamente a paz democrática que custamos tanto a conquistar.

Pelo que vemos nas ruas, o país está rachado ao meio, se aproximando seriamente de um impasse que pode ter graves consequências. É impossível saber qual dos dois lados tem mais eleitor, Ibope e Datafolha não são o voto universal, livre e democrático da população.

Nessas condições, o impeachment de uma presidente eleita regularmente promove uma ruptura social que pode se tornar trágica e sangrenta.

Nem por isso o impeachment seria um golpe. Pode ser (como acho que é) uma iniciativa política gravemente equivocada; mas, se o instituto se encontra na Constituição do país, não há por que chamá-lo de golpe.

Golpe seria desrespeitar a Constituição, desmoralizar seu valor, ignorar o que ela diz. Golpe seria chamar de golpe o que ela afirma ser legítimo.

Os dois lados precisam baixar a bola das paixões, reconhecer que, numa democracia, todo episódio político deve servir para fortalecê-la, fazê-la avançar. Numa democracia, as crises políticas são inevitáveis e sempre bem-vindas, desde que sirvam para aprimorar seu exercício e o do direito de todos.

Não podemos usar as crises como pretexto para eliminar o outro, o que pensa diferente de nós. Nem usá-la como alavanca para a reversão do que é certo.

A presidente Dilma errou quando disse, aos artistas que se reuniram em Brasília, que seu impeachment, com base nas “pedaladas fiscais”, não se justifica porque todos os governos anteriores ao dela também as praticaram.

Ora, é uma insanidade ou uma desfaçatez moral achar que um crime deixa de ser crime porque os outros já o cometeram impunemente e ele se tornou “prática corriqueira”, como disse um senador governista.

Nesse mesmo encontro com artistas, a presidente acertou em cheio ao dizer que “ninguém vai unir o país destilando ódio, rancor, raiva e perseguição”. Como fez a tal pediatra gaúcha, Maria Dolores Bressan, que se recusou a atender uma criança de 1 ano, porque era filho de uma mãe filiada ao PT. Aí, é quase Holocausto mesmo.

Como pode ser um holocausto cultural a censura que os dois lados tentam fazer ao “inimigo”. A Editora 34, por exemplo, vetou a publicação do livro mais recente do pensador e escritor baiano Antonio Risério, “Que você é esse?”, sob o argumento de que, no capítulo oitavo do romance, um personagem vai se prostituir no marketing político, correndo o risco de ser identificado, pelos leitores, aos marqueteiros de Dilma e do PT.

Esses são os intelectuais que denunciam o complô midiático da grande imprensa que, segundo eles, não dá visibilidade às pessoas, aos fatos e às ideias do outro lado.

Mesmo que Sérgio Moro e sua turma tenham cometido erros, notadamente na condução coercitiva de Lula e no grampo do telefonema da presidente, nem por isso deixam de ser heróis nacionais.

Quando antes, neste país, vimos banqueiros e empresários corruptos na cadeia? Quando antes vimos políticos poderosos ameaçados de perder seus mandatos ou simplesmente já em cana?

Atá agora, a Lava-Jato já bloqueou, em bancos suíços, 800 milhões de dólares da nossa corrupção; obteve 93 condenações criminais de corruptos e corruptores, lavadores de dinheiro e formadores de quadrilha; revelou departamentos de propina em respeitáveis empresas clientes do Estado.

Quando antes, neste país, esperávamos assistir, um dia, a esse espetáculo de limpeza política e financeira, só comparável à bem sucedida Mani Pulite, de Antonio di Prieto, que mudou a vida pública na Itália? É preciso blindar a Lava-Jato de toda resistência a ela.

Diante do mau exemplo dos poderosos, o cidadão comum se acha no direito de fazer suas próprias regras, a partir de suas próprias necessidades pessoais. Essa semana, um réu ameaçou atear fogo a uma juíza, se ela não gravasse um vídeo inocentando-o.

Se nossos líderes preferem a companhia de Jader Barbalho e Jair Bolsonaro à de Sérgio Moro, eles estão dizendo ao povo que vale qualquer coisa para conquistar o poder e permanecer nele, custe o que custar.

Os militantes estão nas ruas, com os nervos à flor da pele; é dever dos líderes acalmar os que acreditam neles. Não estou pedindo conciliação, esse clássico instrumento de poder das oligarquias no Brasil; estou pedindo entendimento e concertação, um acerto de modos.

Em vez de gastar o tempo com poses de estadista e ranger de dentes, esse devia ser o papel de gente como Fernando Henrique Cardoso e Lula — um encontro cívico para negociar a distensão.

Se não, o ministro Edinho Silva, da Comunicação Social, é que terá razão: “A radicalização não está no seu auge e, se algo não for feito urgentemente, vai piorar. Vamos esperar o primeiro cadáver? Porque ele vai existir”.


Regionais : Temer larga mal nas redes sociais
Enviado por alexandre em 03/04/2016 21:46:18


Temer larga mal nas redes sociais

Monitoramento feito pela Hekima revela que 84% das postagens que citavam o peemedebista na semana passada eram desfavoráveis a ele

Da Veja On line

O vice-presidente Michel Temer pode ser alçado à Presidência graças ao eventual impeachment de Dilma Rousseff. Falta combinar com a população. Monitoramento de redes sociais feito pela empresa de big data Hekima, em parceria com VEJA, na semana passada, revela que entre as dezenas de milhares de posts citando Temer cerca de 84% foram desfavoráveis ao vice. O monitoramento foi realizado entre 0h da segunda-feira e 13h59 da quinta. Foram coletadas 38.243 mensagens do Twitter e Facebook (posts públicos). Vale lembrar: na terça-feira, o PMDB anunciou seu "desembarque" do governo, o que colocou Temer no foco da disputa política, fazendo aumentar o número de comentários sobre o peemedebista e motivando até a criação da hashtag #RenunciaTemer.

Confira os resultados do monitoramento no quadro abaixo.

Outra análise feita pelo monitoramento ajuda a iluminar as razões da insatisfação com Temer. Pouco mais de metade (54%) das postagens foi dividida de acordo com sete temas predominantes expressos nos textos: 1. críticas de personalidades políticas (32% dos posts classificados por tema), muito compartilhadas pelos usuários das redes; 2. críticas ao comportamento de Temer (28%), chamado de "conspirador", entre outras denominações desabonadoras, e atacado por dilmistas e antidilmistas; 3. críticas à suposta incoerência do vice (18%), que permaneceu vice a despeito de seu partido romper com Dilma; 4. previsões agourentas para o "Temer presidente" (10%); 5. ataques ao PT (6%); 6. apoio a Temer (só 4%); 7. outros assuntos (2%).

A predominância do "sentimento negativo" relativo a Temer coincide com pesquisa de opinião realizada em 13 de março, data dos últimos grandes protestos contra o governo pelo país. A sondagem, realizada na avenida Paulista, foco do ato paulistano, apontou que 96,8% dos manifestantes queriam dizer "adeus" a Dilma, mas apenas 11% gostariam de substituí-la pelo peemedebista. Para o lugar deles, 78% queriam um novo nome, escolhido em nova eleição.

O monitoramento em redes sociais desta semana também classificou as postagens de acordo com idade, sexo e localização dos autores dos posts. Entre as 38.243 mensagens coletadas, foi possível identificar 26.108 quanto à faixa etária, 17.550 quanto ao sexo e 11.539 quanto à localização geográfica. Não há, contudo, grandes variações de humor em relação a Temer nos subgrupos. As críticas são generalizadas.

Para o monitoramento, foram coletados posts que continham os termos "Michel Temer" e "vice-presidente", publicados juntos ou separadamente. Para a chamada "análise de sentimento", foi usado um método híbrido, que inclui análise humana e feita por inteligência artificial. O objetivo da análise automática é simular a leitura humana e permitir a avaliação de milhares e até milhões de postagens em um curto espaço de tempo.

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