Regionais : Cunha e a família tinham rotina de luxo em viagens
Enviado por alexandre em 06/03/2016 10:44:53


BRASÍLIA - Restaurantes famosos, lojas de grife e hotéis cinco estrelas. Essa era a rotina das viagens ao exterior do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a mulher dele, Cláudia Cruz, e a filha Danielle, revelada pelas despesas de cartões de créditos pagas com recursos das contas secretas mantidas na Suíça. As despesas foram destacadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em cinco páginas da nova denúncia contra Cunha, protocolada anteontem.

Mereceu destaque para o procurador-geral a viagem feita pelo presidente da Câmara a Miami no réveillon de 2013. Os gastos mostram que entre 28 de dezembro de 2012 a 5 de janeiro de 2013, somente no cartão de Cunha, foram registrados gastos de US$ 42,2 mil, o equivalente a R$ 84 mil na cotação de 2013. Cunha, na época, recebia salário de R$ 17,8 mil mensais.

Nessa semana em Miami, ele gastou US$ 23 mil para se hospedar no The Perry, um luxuoso complexo de apartamentos em Miami Beach. Gastou mais US$ 6,1 mil em restaurantes, como nos refinados Nobu, Il Mulino e Prime Italian. Não houve pechincha também nas compras. Cunha gastou, por exemplo, US$ 3,5 mil na Ermenegildo Zegna, US$ 3,8 mil na Salvatore Ferragamo e US$ 1,5 mil na Giorgio Armani.

No mês seguinte, o peemedebista fez mais gastos nos Estados Unidos. Em 11 de fevereiro de 2013, gastou US$ 1,9 mil no restaurante Per Se, em Nova York, que é comandado pelo renomado chef Thomas Keller. Ele fez um pagamento de US$ 2,7 mil no dia seguinte pela hospedagem no hotel Hilton, em Nova York, e no mesmo dia seguiu para Zurique, na Suíça, onde registrou gastos em dois hotéis, de US$ 4,6 mil.

Dia 15 de fevereiro, porém, Cunha já usava o cartão de crédito em Paris, tendo pago US$ 2,5 mil por um jantar no Le Grand Vefour, um luxuoso restaurante no coração da capital francesa.



O procurador Rodrigo Janot relata ainda na denúncia gastos do cartão do deputado Eduardo Cunha em Barcelona, São Petersburgo, Roma, Florença, Dubai, Cascais, além de outras despesas nos Estados Unidos e na França. Destacou que há registros de gastos quando ele já ocupava o cargo atual.

“Tais despesas — incompatíveis com o patrimônio lícito e declarado do denunciado e pagas com dinheiro proveniente de desvios da Petrobras — continuaram mesmo após a eleição de Eduardo Cunha para presidente da Câmara dos Deputados (em fevereiro de 2015)”, frisou Janot.

Cunha e seu advogado, Antônio Fernando de Souza, procurados, não comentaram a denúncia. Eles afirmaram que não tiveram acesso ao documento.

Em 14 de fevereiro, o peemedebista gastou US$ 1,3 mil no restaurante Guy Savoy, em Paris. Dois dias depois, gastou mais US$ 8,1 mil na loja Textiles Astrum France. Fez ainda outros gastos no hotel e, no dia 18 de fevereiro, pagou US$ 15,8 mil no hotel Plaza Athénée. No dia seguinte, já em Portugal, Cunha teve gastos no Paço D'Arcos e Real Villa Hotel.

Quando esteve com o marido em Paris em fevereiro de 2015, a jornalista Cláudia Cruz gastou, US$ 1,4 mil na Louis Vutton, US$ 4 mil na Chanel e US$ 6,5 mil na camisaria Charvet Place Vendôme. Em 9 de janeiro de 2014, Cláudia gastou US$ 7,7 mil na Chanel em Paris. Dois dias depois, gastou US$ 2,9 mil na Balenciaga e US$ 4,1 mil na camisaria Carvet Place Vendôme. Em março, Cláudia gastou US$ 4,5 mil na Prada, em Roma, US$ 3,5 mil na Louis Vuitton, em Lisboa. No mês seguinte, deixou US$ 3,8 mil na Chanel de Dubai.

As despesas da filha também são altas. Há gastos em Barcelona, Nova York e Orlando. Foram gastos US$ 5,2 mil na Chanel e US$ 4,6 mil na Fendi.

PORTAL HOLANDA

Regionais : Lula fortão, Lula fraquinho e a crise
Enviado por alexandre em 06/03/2016 10:37:35


Lula fortão, Lula fraquinho e a crise



Vinicius Torres Freire - Folha de S.Paulo

Lula no papel de vítima é uma personagem que mais preocupa do que anima a oposição, o PSDB pelo menos; prejudica o plano de deposição de Dilma Rousseff. Lula na delegacia e o tumulto decorrente vão fazer o PMDB deixar como está para ver como é que fica até os protestos contra a presidente, no dia 13. Vai à breca a discussão parlamentar de planos para conter a ruína econômica, que assim mais ruína será.

Essas parecem ser algumas consequências do transe da semana passada e de Lula ter sido levado, sob vara, a uma delegacia.

Lula vítima das elites, o "Lula fraquinho", a seguir pode se tornar o "Lula fortão", o pobre que venceu na vida, vingador do povo. Relembra-se aqui uma mistura de teoria com roteiro de cinema inventada lá por 2006 por João Santana. "Fortão" e "fraquinho" eram os papéis subliminares desempenhados pelo ex-presidente em campanhas e discursos orientados pelo marqueteiro.

O Lula "fraquinho" que, tal como o Hulk dos quadrinhos, se torna "fortão", assusta oposicionistas. Mais que isso, embates contra Lula tiram o foco da derrubada de Dilma, na análise de senadores tucanos.

"Bater em Lula é desperdiçar energia. Não resolve o problema do país. Lula não está no poder, é um problema da Justiça. Dilma é o foco", diz um líder tucano. Pior ainda, os ataques a Lula podem reaproximá-lo da presidente e reunificar o "campo petista" ou da esquerda. Movimentos sociais, partes do PT e o governo vinham se insultando.

Na sexta-feira de noite, movimentos sociais que andavam chamando Dilma Rousseff de "traidora" da esquerda juntaram-se para saudar Lula e "barrar o golpe", no comício de desagravo no Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A "condução coercitiva" levou Lula a relançar sua candidatura para 2018 e prometer uma "caravana" pelo país. O PT prepara protestos para esta semana e para 31 de março, data do golpe que derrubou João Goulart. A princípio, essa manifestação deve se chamar "1964 Nunca Mais".

O PMDB fica quieto, por ora. Antes de tomar um rumo, até o do impeachment, a ideia é: 1) Continuar o programa de pacificação até a convenção do partido, no dia 12: passar uma cola na relação entre Renan Calheiros e Michel Temer; 2) Esperar o que "será das ruas": avaliar a força de Lula e, principalmente, o tamanho do protesto do dia 13 contra Dilma.

Segundo o pessoal do PSDB, praticamente foi por água abaixo a ideia de "colaborar" com programas de reformas ou remendos econômicos do governo. O plano é atravancar tramitações e insistir em destravar o processo de impeachment. Eduardo Cunha vai pelo mesmo caminho, emperrando a Câmara enquanto o Supremo não der definições sobre o rito de impeachment.

Um trio de empresários e banqueiros relevantes ficou incomodado com o cerco a Lula, uma "irresponsabilidade, vai insuflar os ânimos e aumentar o conflito no país arrasado, como se já não bastasse a Dilma", no dizer de um deles, de resto nem favorável ao impeachment. O resumo da ópera dessa visão é que os processos "precisam ser resolvidos", com o mínimo de conflito, rapidamente, para que o país possa tomar um rumo, o que de qualquer modo julgam improvável –a crise ainda iria longe. Mas conflito na rua preocupa muito essas pessoas.

Moro deu a Lula o papel de coitadinho



Elio Gaspari - Folha de S.Paulo

Realizou-se parcialmente o primeiro objetivo dos procuradores da Lava Jato: o juiz Sergio Moro determinou a condução coercitiva de Lula a uma delegacia. Ele não foi preso, foi submetido a um constrangimento inédito: um ex-presidente da República entrou numa viatura policial. É bom lembrar que, quando os coronéis de IPMs da ditadura chamavam Juscelino Kubitschek para depor num quartel, marcavam hora e ele ia. O grande JK deixava-se fotografar entrando no prédio com seu inesquecível sorriso.

Há mais de um ano, Moro e os procuradores mostram que sabem o que estão fazendo. Indicações de contas mal explicadas envolvendo Nosso Guia, eles as têm, e podem ser encontradas nas 89 páginas em que o Ministério Público mostrou como o dinheiro de empresas metidas em petrorroubalheiras ia para as arcas do Instituto Lula e da família Silva. Como indício não é prova, podem ter dado um passo maior que a perna. Sobretudo porque a condução coercitiva deu ao episódio uma teatralidade desnecessária.

Lula foi presenteado com o papel de vítima, que desempenha há 40 anos com maestria. Como o marqueteiro João Santana já explicou, ele alterna a condição de coitadinho com a de poderoso. O coitadinho é perseguido pela elite. O poderoso defende as empreiteiras.

Lula teve seu mau momento quando respondeu a uma pergunta sobre os pedalinhos de Atibaia dizendo que ela não honrava a Polícia Federal. Deu-se ares de poderoso quando na verdade está diante de um caso em que um suboficial do Exército pagou do seu bolso brinquedos caros para os netos do chefe. O que não honra a Presidência da República é a família Silva ter se metido nesse tipo de transações. Os policiais fizeram muito bem ao perguntar e Lula continua devendo diversas respostas.

Uma conjunção dos astros fez com que, no mesmo dia em que se soube da colaboração de Delcídio do Amaral, o IBGE divulgasse uma contração de 3,8% da economia.

Governo em crise política é coisa comum. Crise política junto com recessão é coisa mais rara. Ambas, somadas a um governo catatônico, ecoam o ocaso do mandato de Fernando Collor de Mello.

Por que Moro autorizou condução coercitiva?



Além disso, a expressão “condução coercitiva” sugere alguém transportado à força. Mas não foi bem isso que aconteceu com o ex-presidente Lula

Silvana Battini, O Globo

Em quase todas as fases da Lava-Jato têm ocorrido buscas, conduções coercitivas, prisões temporárias e prisões preventivas. Lula está no radar da Lava-Jato e esta fase da operação não difere das demais na forma de atuar.

A condução coercitiva do investigado é ferramenta de investigação. O Código de Processo Penal prevê a condução coercitiva apenas de testemunhas e vítimas, quando se recusam a comparecer. Nada diz sobre a condução coercitiva de investigados e réus. A jurisprudência, porém, vem entendendo que a medida é possível — com outra justificativa.

No Direito brasileiro, réus e investigados não podem ser obrigados a produzir prova contra si . E têm o direito ao silêncio: não podem ser forçados a falar se não quiserem. Cabe ao Estado investigar e produzir a prova por outros meios, como a busca e apreensão na casa dos investigados.

É nesse contexto — auxiliar a busca por provas, e não para forçar um depoimento — que a condução coercitiva se encaixa.

A preparação prévia do próprio investigado, ou sua presença no local, pode prejudicar a colheita da prova em buscas e apreensões. Pode ocultar elementos que o incriminem ou avisar outros envolvidos. Em crimes mais complexos, como é o caso da Lava-Jato, é comum realizar as buscas em vários endereços, com muitos alvos. Dificultar a reação do investigado nesses casos é decisivo para o êxito da operação. Mesmo um depoimento com hora marcada pode atrapalhar ou frustrar a medida. Daí a importância do efeito surpresa. Por isto, aliás, a lei também prevê medida muito mais drástica: a prisão temporária. Nesse contexto, a condução coercitiva é uma medida mais branda. Mas tem o mesmo objetivo da prisão temporária: garantir a colheita da prova da forma mais eficaz possível.

Mas é preciso atentar para duas coisas quanto à execução da medida. Mesmo quando conduzido coercitivamente, o investigado poderá se manter calado e, no Brasil, pode até mentir em sua própria defesa.

Além disso, a expressão “condução coercitiva” sugere alguém transportado à força. Mas não foi bem isso que aconteceu com o ex-presidente Lula. Embora o emprego da força estivesse autorizado no despacho do juiz Moro, o fato é que Lula, apesar de surpreso, ao que tudo indica, acabou aceitando a intimação. Não precisou ser de fato conduzido coercitivamente.

Menos mal.

Vox Populi: ação contra Lula foi tiro pela culatra



O Instituto Vox Populi foi o primeiro a medir o impacto da operação deflagrada pelo juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Lula nesta sexta-feira.

Com mais de 15 mil questionários válidos, a pesquisa comprova que o efeito foi contrário ao desejado pela Globo e pelos demais meios de comunicação engajados na destruição de Lula.

Nada menos que 56% desaprovaram a inclusão de Lula na Lava Jato e 43% desaprovaram a conduta de Moro (mais do que os 34% que aprovam).

Além disso, 65% viram exagero na condução coercitiva e 57% disseram acreditar na palavra de Lula.

Para completar no dia de ontem, nada menos que 63% dos entrevistados disseram ter visto a entrevista de Lula na sede do PT. Os dados mostram que ainda não mataram o "jararaca".

Estou pronto para o combate, diz Lula



O deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, afirmou que o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu em "um clima bom", de solidariedade e alegria. Vicentinho disse que durante a conversa entre eles, o assunto central foi o "abuso cometido pelo juiz Sérgio Moro", referindo-se aos excessos da condução coercitiva do ex-presidente nesta sexta-feira (4), na 24ª fase da Operação Lava Jato. segundo ele, ex-presidente demonstrou animação e afirmou que "está pronto para o combate".

Ainda segundo o parlamentar, a presidente teria voltado a afirmar que considerou a ação "desnecessária", além de criticar o "espetáculo" em torno da operação. "Não era preciso fazer isso", teria dito Dilma segundo o relato feito por Vicentinho. "

"Você é muito importante para o país e para os trabalhadores, Lula", teria dito Dilma.

A presidente também teria dito à dona Marisa, esposa de Lula que ela tivesse ânimo" para enfrentar a situação. "Vicentinho, estou cada vez mais animado para a luta", terá dito Lula.

O deputado também afirmou que "a ação comprova um conluio entre Moro, PSDB e as elites que não querem Lula no poder".

Volta ao palanque



Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

A sexta-feira quente fez as peças avançarem no tabuleiro da crise. A Lava Jato ensaiou seu movimento mais ousado ao obrigar Lula a depor sob condução coercitiva da polícia. O ex-presidente reagiu com fúria e convocou a tropa para defendê-lo. A tensão transbordou para as ruas, com cenas de pancadaria que podem se repetir nos próximos dias.

Em Curitiba, Sergio Moro abandonou de vez o discurso de que Lula não seria alvo das investigações. O juiz deixou claro que o petista está em sua mira e já indicou que pretende condená-lo. Em decisão, apontou "fundada suspeita" de que o ex-presidente recebeu "benefícios materiais" de fornecedoras da Petrobras.

Curiosamente, Moro não esperou o petista se defender nos autos. Ele contestou uma nota enviada à imprensa sobre o tríplex do Guarujá. A seu juízo, apresentaria um "álibi" de "pouca consistência com os fatos".

Em São Paulo, Lula se pintou para a guerra. Reuniu aliados, criticou o juiz e prometeu reagir. "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça. Bateram no rabo, porque a jararaca está viva", desafiou.

A ofensiva da Lava Jato pôs o ex-presidente de volta no palanque. Em tom de campanha, ele escancarou o discurso de candidato ao Palácio do Planalto. "O que aconteceu hoje era o que precisava acontecer para o PT levantar a cabeça", afirmou. "Estou disposto a andar por este país."

Aos 70 anos, Lula mostrou que ainda tem força para mobilizar aliados a defendê-lo de forma incondicional. No dia em que acordou com a polícia na porta, ele voltou para casa nos braços de seguidores.

Resta saber se o discurso aplaudido pelos petistas será capaz de hipnotizar plateias mais amplas no Brasil de 2018. O país está mudando, e a imagem do ex-presidente também. Ele não está fora do jogo, mas terá dificuldade de sustentar o velho figurino de vítima das elites. Pelo menos enquanto não explicar bem a relação de simpatia, quase amor, que manteve com empreiteiras do petrolão.

Lula volta a percorrer o país em abril



Menos de 24 após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que está de volta ao cenário eleitoral, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, publicou um vídeo pedindo que a militância do partido contribua com "a agenda de campanha". Segundo ele, Lula retomará sua agenda de viagens pelo Brasil a partir de abril.

"Vamos entrar num processo eleitoral", avisa Falcão, no vídeo. "Tivemos ontem a noticia de que o presidente Lula, se for necessário, estará (em campanha) em 2018. Ele vai iniciar agenda pelo país, viagens no Brasil inteiro, a partir de abril, e temos que contribuir com essa agenda", diz Falcão no vídeo.

Ele também pediu que a militância, eleitores e simpatizantes do ex-presidente compareçam aos atos públicos em favor do ex-presidente, marcados para o dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), 18 e 31

Falcão conclamou ainda aos eleitores de Lula a participarem dos próximos eventos a favor do ex-presidente, programados para o dia 8, no Dia Internacional da Mulher, e nos dias 18 e 31 de março.

Regionais : Cadê o japonês?, indaga Lula ao ver a PF à sua porta
Enviado por alexandre em 06/03/2016 10:30:55


Cadê o japonês?, indaga Lula ao ver a PF à sua porta



Natuza Nery – Folha de S.Paulo

Ao ver os federais à sua porta, o ex-presidente Lula reagiu de forma inusitada: “Ué, mas cadê o japonês?”. Ninguém na sala se conteve. O comentário bem-humorado da manhã ajudou a quebrar a tensão do momento. Horas depois, uma versão mais colérica conclamava a militância para enfrentar o que ainda vem por aí. Vendo o discurso inflamado do petista, um investigador não se aguentou: “E isso é só o aperitivo”, disse ele, referindo-se à Lava Jato.

“Eles erraram na dose. Tiraram a militância da paralisia”, disse o ex-ministro Gilberto Carvalho sobre a “desnecessária condução coercitiva de Lula”.

Há meses se dizia: um erro da Lava Jato transformaria Lula em vítima. E há meses petistas diziam que isso fatalmente ocorreria.

Caso tenha havido subtração de provas do Instituto Lula, como apontam policiais, abre-se margem para um pedido de prisão. “Consumada a arbitrariedade, tentam encontrar uma justificativa. É uma aberração”, reage Cristiano Zanin Martins.

Vazamento de delação



O ministro Teori Zavascki, relator da "lava jato" no Supremo Tribunal Federal, quer investigar o vazamento da delação premiada firmada pelo senador e ex-líder do governo Delcídio Amaral (PT-MS).

Nesta quinta-feira (3/3), a revista IstoÉ publicou trechos dos depoimentos do parlamentar. A intenção de Teori Zavascki, segundo fontes do tribunal, é pedir que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apure o vazamento das informações sigilosas.

A delação de Delcídio ainda não foi homologada pelo ministro, o que deve ocorrer nos próximos dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em defesa da Lava Jato



Associações de classe do mundo jurídico — juízes, advogados e procuradores da República — saíram em defesa da operação "lava jato", que tem como um dos alvos o ex-presidente Lula. As entidades destacam que, numa República, ninguém está imune à investigação ou acima da lei.

Algumas entidades também fizeram uma defesa da autorização dada pelo juiz federal Sergio Moro para que a Polícia Federal realizasse a condução coercitiva do ex-presidente.

Em nota, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) rechaçou os ataques à Operação Aletheia. De acordo com a associação, foram respeitados “os direitos de ampla defesa e do devido processo legal, sem nenhuma espécie de abuso ou excesso”.

Regionais : Você nunca ouviu tanto "pior da história" na economia brasileira como em 2015
Enviado por alexandre em 05/03/2016 15:23:43


SÃO PAULO – Com a divulgação da maior parte dos indicadores da atividade econômica brasileira de 2015 fica fácil perceber quão deteriorada está a economia. Foi um festival de “pior resultado da série histórica” em diversos setores. Da indústria aos serviços, do desemprego às falências de empresas, o Brasil jamais levou um tombo tão grande.

Como consequência, o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de 2015 deve ser o pior desde 1990, quando recuou 4,35%. Segundo o Boletim Focus, a perspectiva é que a atividade econômica tenha encolhido 3,80% no ano passado. O número oficial será conhecido na próxima quinta-feira (3).
Indicador Resultado acumulado de 2015 Pior desde o início da série histórica em Fonte
IBC-Br -4,11% 2003 Banco Central
Vendas no varejo -4,3% 2001 IBGE
Vendas no varejo ampliado -8,6% 2001 IBGE
Emprego na indústria -6,2% 2002 IBGE
Folha de pagamento da indústria -7,9% 2002 IBGE
Recuperação judicial de empresas 1.287 (+55,4%) 2006 Serasa Experian
Produção industrial -8,3% 2003 IBGE
Serviços -3,6% 2012 IBGE


O Boletim Focus mais recente prevê queda de 3,40% no PIB neste ano, ligeiramente abaixo da estimativa para 2015. Neste cenário, o Brasil vive a maior recessão desde 1930/31, quando a economia acumulou retração de 5,5%.

“Agora devemos superar a casa dos 6%, pelo menos”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Os resultados não são exatamente inesperados, mas a perspectiva até o fim do ano passado era de que a economia seguiria afundando em uma velocidade muito menor em 2016. No entanto, os indicadores de janeiro levam alguns economistas a projetarem quedas ainda maiores neste ano.

O banco Fibra, que estima queda de 4% no PIB de 2015, prevê que a economia afunde 4,5% neste ano, com aumento da taxa média de desemprego de 10,5% para 12,5% nas principais regiões metropolitanas do país.

O BNP Paribas também avalia que o tombo da economia neste ano será maior, passando de -3,8% em 2015 para -4% em 2016. A taxa de desemprego deve subir para 10,4% neste ano.

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Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia na Tendências Consultoria, explica que a piora da atividade econômica em 2016 é justificada por três fatores.

O primeiro deles é o desdobramento do ajuste econômico, que deve resultar em inflação ainda resistente em patamar elevado devido aos aumentos de impostos já aprovados e à possibilidade de retorno da CPMF e alta da Cide, cobrada sobre os combustíveis.

O segundo fator é a Operação Lava Jato, que afeta tanto os investimentos da Petrobras quanto das empresas ligadas à construção civil. “A questão do ambiente político, que é o terceiro fator, com a Lava Jato, tende a reforçar as incertezas políticas”, afirma Ribeiro.

“Temos um cenário bem ruim. Teremos novo recorde mesmo e não só um efeito estatístico”, afirma Ribeiro, que prevê queda de 3,9% no PIB de 2015 e -4% neste ano, com viés negativo. Ou seja, esse tombo de -4% pode ser ainda maior neste ano.

Do outro lado, Agostini prevê menor ritmo de piora da economia. Para o PIB, por exemplo, a estimativa dele é de queda de 2,6% em 2016 depois de recuo de 3,8% no ano passado. “Infelizmente, 2015 não foi o fundo do poço. Vamos piorar em uma de uma base já bastante deprimida”, pondera Agostini.

Entre as previsões mais pessimistas ou menos, o certo é que no ano das Olimpíadas do Rio de Janeiro o país caminha para bater novos recordes.

Espresso Financista

Regionais : Condução coercitiva não significa culpa, diz Moro
Enviado por alexandre em 05/03/2016 15:19:21


SÃO PAULO - Em nota divulgada neste sábado, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato, afirmou que a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depoimento não singnifica que o petista seja culpado.

“Essas medidas investigatórias visam apenas ao esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-presidente. Cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex-presidente”, afirma Moro.

Lula foi o principal alvo da mais recente fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia. Agentes da Polícia Federal foram a sua casa, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e o levaram para prestar depoimento na Polícia Federal no aeroporto de Congonhas. O Instituto Lula e o sítio em Atibaia (SP) que o ex-presidente frequenta foram alvos de buscas.

“Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar”, continua o juiz.

Moro se refere a confrontos entre simpatizantes e opositores de Lula em frente à casa do ex-presidente e ao aeroporto de Congonhas, onde manifestantes de ambos os lados chegaram à vias de fato.

Repercussão

A nota do juiz é apenas mais um capítulo da extensa repercussão que a operação Aletheia teve no país. Depois do depoimento à PF, o próprio presidente Lula usou os microfones na sede do PT para reclamar da atitude da PF e do Ministério Público. “Se queriam matar a jararaca, acertaram o rabo e não a cabeça”, afirmou.

Mais tarde, no sindicato dos bancários, o líder petita eua entender que poderia voltar a disputar eleições presidenciais.

Em Brasília, a presidente Dilma também se pronunciou contra a condução coercitiva do ex-presidente, que. segundo Dilma, sempre teria colaborado com as investigações.

Em São Bernardo do Campo, militantes favoráveis a Lula se aglomeraram na frente do prédio do ex-presidente. O presidente chegou a descer para um corpo a corpo antes de receber a presidente Dilma, que prometeu visitá-lo em ato de desagravo.

Enquanto isso, no mercado financeiro, analistas aumentavam as apostas de que o mandato de Dilma pode terminar antes de 2018, fazendo a bolsa ter uma alta acumulada de 18% na semana.

Ao mesmo tempo que a bolsa subia, o dólar caía e chegava aos menores valores do ano, fechando a R$ 3,75.

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