Política : INSEGURA
Enviado por alexandre em 07/08/2017 09:02:09


Segurança de urna digital acende luz amarela no Brasil

Folha de S.Paulo - Ronaldo Lemos

Foi realizada há poucos dias a maior conferência "hacker" do planeta, a Defcon, que acontece anualmente em Las Vegas, nos EUA.

Nesta edição, a novidade foi que hackers investigaram pela primeira vez a segurança das urnas eletrônicas. A conclusão não é animadora. Todos os modelos testados, invariavelmente, foram facilmente invadidos em menos de duas horas.

Esse experimento acende uma luz amarela para o Brasil, grande usuário de urnas digitais, especialmente em face das eleições vindouras.

A Defcon acontece desde 1993. Neste ano, atraiu mais de 20 mil pessoas, incluindo profissionais de segurança, advogados, jornalistas, agentes governamentais e, obviamente, hackers.

A decisão de se debruçar sobre as urnas eletrônicas decorre de um contexto em que ciberataques internacionais estão se tornando cada vez mais comuns nos processos eleitorais das democracias do Ocidente. Nesse cenário, qualquer sistema digital pode ser vítima de manipulação, e as urnas não são exceção.

Mais de 30 máquinas foram testadas, de várias marcas e modelos, incluindo Winvote, Diebold (que fabrica as urnas brasileiras), Sequoia ou Accuvote.

Algumas foram hackeadas sem sequer a necessidade de contato físico, utilizando-se apenas de uma conexão wi-fi insegura. Outras foram reconfiguradas por meio de portas USB. Houve casos de aparelhos com sistema operacional desatualizado, cheio de buracos, invadidos facilmente. O fato é que todas as urnas testadas sucumbiram.

Nas palavras de Jeff Moss, especialista em segurança da internet e organizador da conferência, o objetivo do experimento foi o de "chamar a atenção e encontrar, nós mesmos, quais são os problemas das urnas. Cansei de ler informações erradas sobre a segurança dos sistemas de votação".

Um problema é que a manipulação de uma urna digital pode não deixar nenhum tipo de rastro, sendo imperceptível tanto para o eleitor quanto para funcionários da justiça eleitoral.

Uma máquina adulterada pode funcionar de forma aparentemente normal, inclusive confirmando na tela os candidatos selecionados pelo eleitor. No entanto, no pano de fundo, o voto vai para outro candidato, sem nenhum registro da alteração.

Há medidas para se evitar esse tipo de situação. Por exemplo, permitir que as urnas brasileiras possam ser amplamente testadas pela comunidade científica do país, em busca de vulnerabilidades. Quanto mais gente testar e apontar falhas em uma máquina, mais segura ela será. Outra medida é fornecer mais informações públicas sobre as urnas. No site do TSE, o único documento sobre segurança é um gráfico que não serve para qualquer tipo de análise.

Nenhuma dessas soluções está em prática hoje no Brasil. Com isso, ou acreditamos que as urnas brasileiras são máquinas singulares, muito superiores àquelas utilizadas em outros lugares do planeta, ou constatamos que elas são computadores como quaisquer outros, que se beneficiariam e muito de processos de transparência e auditabilidade.

Mais Notícias : Novas delações podem atingir Temer, diz Janot
Enviado por alexandre em 07/08/2017 08:39:02

Novas delações podem atingir Temer, diz Janot



Folha de S.Paulo – Leandro Colon –Diretor da Sucursal de Brasília – Reynaldo Turollo JR.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 59, diz que "colaborações em curso" podem ajudar nas investigações contra o presidente Michel Temer por suspeita de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Os inquéritos servem para embasar novas denúncias contra o peemedebista.

A PGR negocia, segundo a Folha apurou, as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato.

Janot diz que não pode confirmar as tratativas, mas questionado sobre o que um político como o ex-presidente da Câmara tem de entregar para fechar um acordo, ele respondeu: "O cara está neste nível aqui [faz um sinal com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar para cima [mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar para baixo, não me interessa".

O procurador-geral recebeu a Folha em sua casa no sábado (5), em Brasília, para uma entrevista. Indicou que prepara nova denúncia contra Temer, revelou que pedirá a anulação de uma delação e afirmou que a saída para o país não é "considerar bandido como político".

Janot, cujo mandato na PGR termina em 17 de setembro, contou que pretende tirar férias acumuladas até abril e projeta se aposentar no meio do ano que vem.

Folha - Os bambus acabaram? Ainda restam flechas?
Rodrigo Janot - Restam flechas. A gente não faz uma investigação querendo prazo e pessoas. As investigações vão ficando maduras até que se possa chegar ao final. E várias estão bem no finalzinho. Eu diria que tem flecha.

Quais são?
A surpresa você vai deixar para mim, né?

Não foi um pouco de soberba ter falado em flecha (em um evento recente)?
Isso é brincadeira que a gente faz internamente desde a época do Cláudio Fonteles [2003-2005]. A gente dizia que temos que trabalhar, e a expressão dizia isso, enquanto houver bambu, lá vai flecha. Não é soberba nenhuma.

A Câmara barrou a denúncia por corrupção contra Temer. É frustrante ver o trabalho ser enterrado?

Plano B petista: Paulo Câmara vice de Haddad?



O PT vai aproveitar o giro de Lula pelo Nordeste para realizar atos de filiação em massa ao partido. Em ao menos dois Estados, Pernambuco e Paraíba, o ex-presidente chancelará a ficha de novos militantes. A sigla tenta dar continuidade ao crescimento do número de filiados que ocorreu após a condenação do ex-presidente pelo juiz Sergio Moro. Apenas entre os dias 12 e 31 de julho, a legenda recebeu 4.836 pedidos de ingresso em suas fileiras. Ao todo, no mês, foram 5.141 pedidos.

Considerado o “plano B” a ser acionado pelo PT caso Lula se torne inelegível, o ex-prefeito Fernando Haddad embarca nesta semana para o Recife. Vai ministrar palestras em universidades do Estado —e também conversar com o governador Paulo Câmara (PSB).

Câmara é citado como possível vice do petista numa eventual corrida pelo Planalto, em 2018.

Os petistas decidiram promover debates temáticos durante a passagem da caravana de Lula por alguns Estados. Em Pernambuco, o foco será o que a sigla chama de “desmonte” da atividade econômica, explorando a paralisação de obras vinculadas à Petrobras.

Haverá também um ato público no parque do Recife que foi batizado com o nome da mãe do ex-presidente Lula, Dona Lindu. Já no Ceará, o mote das mobilizações será o programa Mais Médicos. (Painel - Folha de S.Paulo)

Hasta la vista, ditador!



A ditadura do facínora Nicolas Maduro vive seus estertores na Venezuela, afirma o bicho-grilo Profeta Adalbertovsky. “O regime falido é uma vela fúnebre de cera. Nenhum governo sobrevive com uma inflação de mais de 1 mil por cento ao ano, desagregação, decadência econômica e convulsão social em grau máximo. Eles mataram a galinha dos ovos de ouro negro, o petróleo. Hasta la vista, ditador terrorista!

“Exemplos de ditaduras duradouras: Cuba e Coreia do Norte. Diferenças: Cuba sobreviveu durante décadas com a muleta da antiga URSS e escravizou seu povo em fogo brando. Na Coreia do Norte imperam o fanatismo e terrorismo ideológico. Apesar da indigência econômica, esses países não vivenciam convulsões sociais. O terrorista Maduro veste sua nudez com as folhas de coca do regime narcotraficante de Evo Imorales.

“Em duas décadas os facínoras arruinaram a economia da Venezuela, antes uma nação próspera na década de 1990. Mas, as lombrigas vermelhas não dão o braço esquerdo a torcer. Certa vez no Jardim das Aflições o brilhante pensador Olavo de Carvalho deu uma surra intelectual na mundiça vermelha. Por isso eles detestam Olavo. Se eles detestam, é porque presta. Os vermelhos também detestam o papaizinho, mas eu sou pequenininho do tamanho de um passarinho.

“A camarilha vermelha, aliada da ditadura na Venezuela, em boa hora foi expulsa do poder no Brazil. A fonte secou. Se dependesse dessa camarilha, a ditadura terrorista de Maduro seria perpetuada no poder”. A crônica antiditatorial do Profeta Adalbertovsky está publicada no Menu Opinião.

Mais Notícias : Investigações: Temer pode pedir suspeição de Janot
Enviado por alexandre em 07/08/2017 08:36:57

Investigações: Temer pode pedir suspeição de Janot



BRASILIA, DF, BRASIL, 22-03-2017, 16h00: Sessão solene de posse do novo ministro do STF Alexandre de Moraes. A ministra Carmen Lucia preside a sessão, que tem a presença do presidente Michel Temer, dos presidentes da câmara e do senado, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), do Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot e de várias outras autoridades. Janot rebateu duramente hoje críticas feitas por Gilmar Mendes à supostos vazamentos de informações por parte da PGR. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)

Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo

A equipe de advogados de Michel Temer estuda pedir a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que ele não possa mais atuar em ações contra o presidente da República.

O martelo ainda não foi batido, mas a tendência é que a iniciativa siga adiante –a não ser que o próprio Janot envie sinais de que está disposto a um armistício, ou seja, a não mais apresentar novas denúncias contra Temer.

Na semana passada, por exemplo, ele fez o oposto: pediu a inclusão do presidente e de seus principais ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), em um antigo inquérito, conhecido como "quadrilhão do PMDB", que investiga integrantes do partido na Câmara dos Deputados.

O pedido de suspeição, caso seja mesmo apresentado, deve relatar fatos que serão definidos como "heterodoxos" e que comprometeriam a isenção de Janot para investigar Temer.

Um deles é ter dado crédito à gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista, da JBS, e o presidente sem pedir perícia para saber se ela era verdadeira ou se tinha sido editada.

O fato de Janot ter se reunido com parlamentares do PSOL semanas antes da votação da denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados e de ter até respondido a um questionário feito por eles pode ser apontado como falha grave pela equipe do presidente.

Como parte do processo, o procurador-geral não poderia falar com os juízes –no caso, os deputados, que julgariam se a denúncia poderia seguir no STF (Supremo Tribunal Federal).

Depois da vitória na Câmara, na quarta (2), Temer e seus ministros mais próximos passaram a analisar a possibilidade de investir contra Janot para tentar evitar que novas denúncias voltem a criar constrangimento para o governo.Investigações: Temer pode pedir suspeição de Janot

Postado por às 05:10

BRASILIA, DF, BRASIL, 22-03-2017, 16h00: Sessão solene de posse do novo ministro do STF Alexandre de Moraes. A ministra Carmen Lucia preside a sessão, que tem a presença do presidente Michel Temer, dos presidentes da câmara e do senado, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), do Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot e de várias outras autoridades. Janot rebateu duramente hoje críticas feitas por Gilmar Mendes à supostos vazamentos de informações por parte da PGR. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)

Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo

A equipe de advogados de Michel Temer estuda pedir a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que ele não possa mais atuar em ações contra o presidente da República.

O martelo ainda não foi batido, mas a tendência é que a iniciativa siga adiante –a não ser que o próprio Janot envie sinais de que está disposto a um armistício, ou seja, a não mais apresentar novas denúncias contra Temer.

Na semana passada, por exemplo, ele fez o oposto: pediu a inclusão do presidente e de seus principais ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), em um antigo inquérito, conhecido como "quadrilhão do PMDB", que investiga integrantes do partido na Câmara dos Deputados.

O pedido de suspeição, caso seja mesmo apresentado, deve relatar fatos que serão definidos como "heterodoxos" e que comprometeriam a isenção de Janot para investigar Temer.

Um deles é ter dado crédito à gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista, da JBS, e o presidente sem pedir perícia para saber se ela era verdadeira ou se tinha sido editada.

O fato de Janot ter se reunido com parlamentares do PSOL semanas antes da votação da denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados e de ter até respondido a um questionário feito por eles pode ser apontado como falha grave pela equipe do presidente.

Como parte do processo, o procurador-geral não poderia falar com os juízes –no caso, os deputados, que julgariam se a denúncia poderia seguir no STF (Supremo Tribunal Federal).

Depois da vitória na Câmara, na quarta (2), Temer e seus ministros mais próximos passaram a analisar a possibilidade de investir contra Janot para tentar evitar que novas denúncias voltem a criar constrangimento para o governo.


Meirelles quer derrubar desemprego até setembro



Pessoas próximas a Henrique Meirelles (Fazenda) têm dito que ele atua com a expectativa de que, até setembro, os números do emprego comecem a refletir melhora mais significativa do cenário econômico.

Meirelles sabe, porém, segundo esses aliados, que um efeito palpável das medidas econômicas só chegaria às ruas no primeiro trimestre de 2018. No próximo ano, afirmam, haveria a retomada da sensação de bem-estar social.

O ministro, aliás, tem um novo grande interlocutor. Troca diversas mensagens durante o dia com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). (Painel - FSP)

Políticos querem distância de executivos da Odebrecht



Folha de S.Paulo – Letícia Casado e Camila Mattoso

Políticos alvos das investigações abertas no STF (Supremo Tribunal Federal) com base na delação da Odebrecht têm buscado, em depoimento à Polícia Federal, se distanciar dos principais executivos da empreiteira. Alegam que conheceram delatores por acaso, que tiveram encontros esporádicos ou que foram confundidos com parentes que também são políticos.

Treze parlamentares já prestaram depoimentos nos 77 inquéritos abertos em abril. Eles estão sob suspeita de ter recebido dinheiro não contabilizado para campanhas eleitorais ou de ter atuado em esquema de desvio de recursos. Todos negam as acusações.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse, por exemplo, que "encontrou por acaso" Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, no Senado, "já que ele sempre estava nas casas legislativas", mas não se lembra se o encontro foi no gabinete ou em outra área do Senado.

Na ocasião, segundo a delação, Jucá perguntou a Melo Filho se a Odebrecht poderia fazer doações para o PMDB de Roraima para a campanha de seu filho Rodrigo, que concorria a vice ao governo em 2014. Rodrigo Jucá é suspeito de ter recebido R$ 150 mil não declarados para a campanha.

Ao depor, o deputado Mario Negromonte Jr (PP-BA) disse que "somente foi apresentado" ao ex-executivo José de Carvalho Filho, outro delator, "de forma ocasional, não se recordando se foi em algum evento social ou no aeroporto durante algumas de suas viagens". Carvalho Filho disse ter doado R$ 110 mil via caixa dois em 2014.

'ACASO'

O aeroporto também foi ponto de encontro "por acaso" do deputado Cacá Leão (PP-BA) com Carvalho Filho, segundo relato do político. Suspeito de ter recebido R$ 30 mil por meio de caixa dois, Leão disse que conheceu Carvalho Filho em 2015 no saguão de um aeroporto.

Segundo ele, ambos se encontraram "em uma ou duas oportunidades por acaso, também em aeroportos, ocasiões em que houve cumprimentos por educação" e não trataram sobre doações eleitorais "ou qualquer outro assunto". Dois parlamentares alegaram nos depoimentos que podem ter sido confundidos com parentes, também políticos.

Acusado de receber propina pela execução das obras da Hidrelétrica de Santo Antônio, o senador Valdir Raupp (PMDB-RR) destacou que tem um parente "conhecido politicamente com o sobrenome 'Raupp'. Ao assistir ao vídeo de um dos delatores, o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) alegou que ele se refere a uma doação para "Russomanno". Disse então que tem um primo que concorreu a deputado federal em 2010 pelo seu partido.

À PF, o deputado Paulo Lustosa (PP-CE) também questionou delatores e a interpretação dos investigadores: "Ao analisar o áudio e os documentos apresentados pelos colaboradores em momento algum percebeu que eles estivessem afirmando que o repasse se deu via caixa 2".

Citado por receber R$ 50 mil em 2010, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) argumentou à PF que "não houve a indicação de nenhuma contrapartida pela doação eleitoral". Já o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse suspeitar que a Odebrecht possa estar querendo se vingar por causa de sua atuação na CPI da Petrobras. Ele foi acusado pela empreiteira de receber R$ 175 mil não declarados em 2006Meirelles quer derrubar desemprego até setembro

Postado por às 05:20

Pessoas próximas a Henrique Meirelles (Fazenda) têm dito que ele atua com a expectativa de que, até setembro, os números do emprego comecem a refletir melhora mais significativa do cenário econômico.

Meirelles sabe, porém, segundo esses aliados, que um efeito palpável das medidas econômicas só chegaria às ruas no primeiro trimestre de 2018. No próximo ano, afirmam, haveria a retomada da sensação de bem-estar social.

O ministro, aliás, tem um novo grande interlocutor. Troca diversas mensagens durante o dia com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). (Painel - FSP)

Políticos querem distância de executivos da Odebrecht

Postado por às 05:30

Folha de S.Paulo – Letícia Casado e Camila Mattoso

Políticos alvos das investigações abertas no STF (Supremo Tribunal Federal) com base na delação da Odebrecht têm buscado, em depoimento à Polícia Federal, se distanciar dos principais executivos da empreiteira. Alegam que conheceram delatores por acaso, que tiveram encontros esporádicos ou que foram confundidos com parentes que também são políticos.

Treze parlamentares já prestaram depoimentos nos 77 inquéritos abertos em abril. Eles estão sob suspeita de ter recebido dinheiro não contabilizado para campanhas eleitorais ou de ter atuado em esquema de desvio de recursos. Todos negam as acusações.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse, por exemplo, que "encontrou por acaso" Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, no Senado, "já que ele sempre estava nas casas legislativas", mas não se lembra se o encontro foi no gabinete ou em outra área do Senado.

Na ocasião, segundo a delação, Jucá perguntou a Melo Filho se a Odebrecht poderia fazer doações para o PMDB de Roraima para a campanha de seu filho Rodrigo, que concorria a vice ao governo em 2014. Rodrigo Jucá é suspeito de ter recebido R$ 150 mil não declarados para a campanha.

Ao depor, o deputado Mario Negromonte Jr (PP-BA) disse que "somente foi apresentado" ao ex-executivo José de Carvalho Filho, outro delator, "de forma ocasional, não se recordando se foi em algum evento social ou no aeroporto durante algumas de suas viagens". Carvalho Filho disse ter doado R$ 110 mil via caixa dois em 2014.

'ACASO'

O aeroporto também foi ponto de encontro "por acaso" do deputado Cacá Leão (PP-BA) com Carvalho Filho, segundo relato do político. Suspeito de ter recebido R$ 30 mil por meio de caixa dois, Leão disse que conheceu Carvalho Filho em 2015 no saguão de um aeroporto.

Segundo ele, ambos se encontraram "em uma ou duas oportunidades por acaso, também em aeroportos, ocasiões em que houve cumprimentos por educação" e não trataram sobre doações eleitorais "ou qualquer outro assunto". Dois parlamentares alegaram nos depoimentos que podem ter sido confundidos com parentes, também políticos.

Acusado de receber propina pela execução das obras da Hidrelétrica de Santo Antônio, o senador Valdir Raupp (PMDB-RR) destacou que tem um parente "conhecido politicamente com o sobrenome 'Raupp'. Ao assistir ao vídeo de um dos delatores, o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) alegou que ele se refere a uma doação para "Russomanno". Disse então que tem um primo que concorreu a deputado federal em 2010 pelo seu partido.

À PF, o deputado Paulo Lustosa (PP-CE) também questionou delatores e a interpretação dos investigadores: "Ao analisar o áudio e os documentos apresentados pelos colaboradores em momento algum percebeu que eles estivessem afirmando que o repasse se deu via caixa 2".

Citado por receber R$ 50 mil em 2010, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) argumentou à PF que "não houve a indicação de nenhuma contrapartida pela doação eleitoral". Já o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse suspeitar que a Odebrecht possa estar querendo se vingar por causa de sua atuação na CPI da Petrobras. Ele foi acusado pela empreiteira de receber R$ 175 mil não declarados em 2006

Mais Notícias : Papéis em fazenda de amigo de Temer ligados ao PMDB
Enviado por alexandre em 07/08/2017 08:34:26

Papéis em fazenda de amigo de Temer ligados ao PMDB

Postado por Magno Martins

O Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) divulgou nota, na manhã desta terça (25), informando que 800 integrantes do movimento invadiram a Fazenda Esmeralda, do coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer (PMDB), em Duartina (32 quilômetros de Bauru). (Foto: Denise Guimarães/ Folhapress, PODER)

O MST invadiu a Fazenda Esmeralda, do coronel João Baptista Lima, em julho deste ano

Papéis em fazenda de amigo de Temer contêm valores associados ao PMDB

Folha de S.Paulo – Gabriela Sá Pessoa – Felipe Bachtold

Documentos guardados em um dos endereços do coronel aposentado da PM paulista João Baptista Lima Filho contêm valores associados a nomes de candidatos do PMDB, que sugerem atuação dele no repasse de recursos e materiais de campanha na eleição de 2014.

A Folha obteve cópias da papelada, que estava na fazenda de Lima invadida por sem-terra em Duartina (SP) em julho.

Amigo de Michel Temer há décadas, Lima Filho é um dos principais personagens da delação da JBS e foi apontado nos depoimentos como destinatário de propina enviada ao presidente, na eleição daquele ano, pela empresa.

Entre os documentos, que tratam de campanhas para deputado federal e estadual do partido no Estado de São Paulo, há agendas, listas dos candidatos, telefones de assessores, anotações para a distribuição de material gráfico e recados para a contabilização de gastos.

Em uma relação de 33 candidatos a deputados à Câmara, há anotações que dizem "24.000", sem especificar do que trata essa inscrição –se dinheiro ou quantia de material, por exemplo.

Há também avisos anotados, ao lado dos nomes dos candidatos, como "chegou mais material", "material está estocado", "retirado na gráfica", "vem buscar" e "cobrar recibo".

Em ao menos dois casos, a frase "liberou sem recibo" está escrita à mão.

Em um dos papéis, há ainda a indicação do número de nota fiscal do material produzido para a campanha dos candidatos estaduais.

O número da nota coincide com um grupo de despesas, declaradas pelo comando do partido em São Paulo à Justiça Eleitoral em 2014, com uma gráfica de São Caetano do Sul.

Essas encomendas eram ordenadas, segundo fornecedores ouvidos pela reportagem, por Arlon Viana, dirigente do PMDB-SP e hoje chefe de escritório da Presidência em São Paulo.

Outras despesas e repasses listados, no entanto, não constam na prestação de contas de candidatos.

Mas isso pode ser decorrência de os recursos de doações serem distribuídos pelo PMDB aos candidatos, não diretamente por doadores.

Em 2014, a direção do PMDB paulista repassou quase R$ 3 milhões para 57 candidatos a deputado federal ou estadual do partido, segundo a Justiça Eleitoral.

FAZENDA

A fazenda em Duartina pertence em parte a Lima Filho e em parte à Argeplan, empresa da qual o coronel aposentado é sócio.

O local foi invadido pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no último dia 25 e desocupado seis dias depois. Em 2016, a propriedade já havia sido alvo dos sem-terra, que acusam o coronel aposentado de ser um laranja de Temer.

Lima Filho assessorou o atual presidente em eleições a partir de 1986, segundo informa o próprio Planalto. Ele contou no ano passado à Folha que ajudou Temer a aprimorar seu discurso em campanha. Também supervisionava a prestação de contas.

Em Duartina, é tido como poderoso a ponto de ninguém se eleger sem seu apoio na região. Moradores apelidaram a propriedade rural como "fazenda do Temer".

A Presidência e o PM negam qualquer vínculo do presidente com a área, e funcionários do local disseram nunca terem visto o presidente.

OUTRO LADO

Questionada pela Folha, a direção do PMDB de São Paulo afirmou somente que o coronel Lima não atuou na campanha de 2014.

Procurado, Arlon Viana não comentou o assunto.

O coronel Lima não vem se manifestando publicamente desde a delação da JBS. A Folha procurou o PM aposentado, no entanto nem ele nem seus advogados responderam.

Mais Notícias : Governo quer impor reforma sem ter votos para aprová-la
Enviado por alexandre em 07/08/2017 08:33:11

Governo quer impor reforma sem ter votos para aprová-la

Postado por Magno Martins

Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em cerimônia de sanção da Lei que Regulamenta a Diferenciação de Preço, no Planalto

Leandro Colon – Folha de S.Paulo

O governo quer impor a discussão da reforma da Previdência como passo seguinte à decisão da Câmara que barrou a denúncia contra o presidente Michel Temer.

No dia posterior ao resultado que segurou a acusação da PGR, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) declarou que a regra da aposentadoria deve ser votada até o mês de outubro.

Seu colega Eliseu Padilha (Casa Civil) seguiu o mesmo tom, afirmando que o tema será prioridade do Palácio do Planalto a partir de agora.

Pelo lado da Câmara, o presidente Rodrigo Maia disse ser possível apreciá-lo em setembro no plenário. Ontem, Temer recebeu Maia no Planalto para mapear o cenário de apoio.

O governo e seus aliados adotam a estratégia do otimismo para criar um ambiente favorável à votação do texto. É do jogo. A realidade, no entanto, ainda pesa contra o Planalto.

Em entrevista publicada no domingo (5) pela Folha, Maia admitiu que, no momento, não há condição política para aprovar as mudanças.

Na avaliação do relator Arthur Oliveira Maia, do PPS-BA, Temer terá de arcar com uma "conta pesada" para levar adiante o assunto no Congresso. Segundo ele, o governo vai encarar uma "série de desgastes" para satisfazer a base aliada que acaba de salvar o presidente do risco de se tornar réu por corrupção no STF.

É natural a celebração governista da vitória contra a PGR. Mas é sabido que as faturas serão diversificadas e de custo elevado, sobretudo para os frágeis e baqueados cofres públicos.

Os 263 votos que salvaram Temer não se traduzem em 263 votos a favor da reforma da Previdência. O placar está distante dos 308 para aprová-la. É fato, porém, o apoio de parte do PSDB que votou pela denúncia.

A estrada precisaria ficar livre de turbulências. O procurador-geral, Rodrigo Janot, indica nesta segunda (7) na Folha que Temer deve ser alvo de outra acusação. O presidente tem força política para derrubá-la, mas não vai escapar de nova barganha dos sedentos e caros deputados.

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