Regionais : Lewandowski virou personagem na eleição fora de época do Amazonas
Enviado por alexandre em 29/07/2017 18:46:15


Mesmo sem saber, Lewandowski tem sido usado por aliados do governador interino para provocar intranquilidade na eleição do Amazonas.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), virou personagem central na disputada eleição para governador do Amazonas, que será realizada no próximo domingo (6). O governador interino Davi Almeida, que tenta permanecer no cargo por meio de eleição indireta, já anunciou entre seus aliados que o próximo dia 3 é a data da liminar a ser concedida por Lewandowski. O ministro nem sequer tem conhecimento do uso que se faz do seu nome na campanha amazonense.

Ex-motorista do senador Eduardo Braga (PMDB), Davi Almeida se elegeu deputado estadual e se transformou. É acusado de trair a todos, do senador Omar Aziz (PSD) ao ex-governador José Melo, que o elegeu presidente da Assembleia Legislativa.

A Justiça Eleitoral já gastou mais de R$8 milhões para a eleição do próximo dia 6, inclusive fazendo chegar as urnas eletrônicas aos municípios mais remotos do Estado, e oito candidatos estão na reta final da campanha.

Segundo as pesquisas mais recentes, três candidatos se destacam, na corrida eleitoral: Amazonino Mendes lidera, seguido de Eduardo Braga, que por sua vez está tecnicamente empatado com a ex-deputada Rebeca Garcia (PP).

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), é uma das lideranças políticas do Estado preocupadas com a intranqüilidade provocada pelas manobras do governador interino. “Não acredito que o ministro Lewandowski se restasse a isso”, disse ele, “seria uma molecagem que não se coaduna com a sua biografia”.

DIÁRIO DO PODER

Regionais : Ex-deputado atrasa pensão de filho e pode ser preso, após despejar a ex
Enviado por alexandre em 29/07/2017 18:39:16


O ex-deputado federal e ex-prefeito de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus (PMDB-AL), atrasou a pensão alimentícia provisória de seu filho de um mês de idade e foi alvo de um pedido de prisão preventiva, já formalizado junto ao Poder Judiciário pela assessoria jurídica da ex-mulher do político, Mayane Souza Santos Silva. Cristiano Matheus foi alvo da Operação Astaroth, em que a Polícia Federal apura suas responsabilidades na lavagem de pelo menos R$ 6 milhões de verbas federais desviadas da merenda e do transporte escolar, em 20 de julho.

O pagamento da pensão provisória de valor não revelado foi determinado em 2 de julho, pelo juiz Marcelo Tadeu Lemos de Oliveira, o mesmo que concedeu medida protetiva à ex-mulher de Cristiano Matheus, com base na Lei Maria da Penha, após ambos trocarem denúncias de agressões físicas, no episódio em que o ex-parlamentar a despejou da cobertura avaliada em R$ 3 milhões, na Ponta Verde, um dia depois de Mayane dar a luz ao filho do político, há um mês.


Mayane e seu advogado, rebateram afirmações que atribuem a uma entrevista que teria sido dada por Cristiano Matheus, na qual o político aliado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teria afirmado que a Justiça havia lhe dado ganho de causa no embate com a ex-mulher. E afirmam que a pensão está com quase duas semanas de atraso de pagamento, pois, de acordo com a decisão judicial, deveria ser paga até o dia 15 de cada mês, durante seis meses, assim como o aluguel da residência em que mora sua ex.

“O primeiro pagamento venceu agora no dia 15/07 e ele não cumpriu a determinação judicial. E ao invés de arcar com as responsabilidades desses alimentos, viajou no mesmo dia do pagamento para participar de festas e shows no Estado de Goiás e ainda fica postando tudo nas suas redes sociais. Eu não tenho nada a ver com a vida particular dele, mas eu acho uma falta de respeito comigo e com meu filho e até mesmo com a Justiça, por que a pessoa que deixa de pagar os alimentos do próprio filho diante de uma decisão judicial para gastar em festa e viagem não tem medo da Justiça”, disse Mayane, se referindo às imagens de festas das quais Cristiano Matheus participou, em Goiânia-GO, ao lado de seu amigo, o senador Wilder Morais (PP-GO), uma delas com show do cantor Leonardo.

A publicitária disse ainda que seu advogado informou à Justiça o descumprimento da decisão do juiz e pediu as medidas legais. “Pode sair até a prisão dele. Eu jamais imaginei passar por isso, mas é o caminho que ele tá escolhendo. Mas eu só quero que ele pague o que o juiz determinou”, completou.

QUER PAZ

Um dia após o parto, Mayane não evitou despejo
A ex-mulher de Cristiano Matheus disse não querer polemizar o assunto familiar, ao levá-lo a público. Mas alegou ter como única preocupação o bem estar de seu filho e sua paz. “Quando ele foi perguntado sobre esse processo que ele ainda responde por violência doméstica praticada contra mim, respondeu que tinha ganho essa causa, mas isso é mais uma grande mentira, quando na verdade o juiz determinou mediante a lei Maria da Penha que ele pague os alimentos provisórios para mim e meu filho”, argumentou.

Seu advogado, Madson Rocha, se manifestou sobre o processo tramita em segredo de Justiça, para confirmar que Cristiano Matheus ainda responde a um procedimento criminal de violência doméstica, no 4º Juizado da Violência Doméstica contra a Mulher.

“Ele não ganhou nada. Muito pelo contrário, a delegada de polícia da 1ª Delegacia da Mulher representou contra o senhor Cristiano para que o magistrado concedesse as medidas protetivas da Lei Maria da Penha, assim o Juiz concedeu a medida para obrigar o mesmo a pagar os alimentos provisórios a minha cliente, contudo, ele descumpriu a decisão judicial” disse o advogado de Mayane, ao confirmar ter pedido a decretação da prisão preventiva por descumprimento da medida protetiva de urgência.

‘AÇÃO PUBLICITÁRIA’

Ferrario denuncia publicidade em questão familiar (Foto: Caio Loureiro/TJ)
O advogado de Cristiano Matheus, Fábio Ferrario, disse ao portal Gazetaweb que seu cliente não foi intimado sobre esta decisão judicial. “Estão querendo transformar um problema de família em uma ação publicitária. Meu cliente não foi intimado por ninguém sobre nenhuma decisão. Muito pelo contrário, está processando a ex-mulher por falar inverdades ao dizer que foi agredida por ele, fato que não ocorreu”, afirmou Ferrario.

Ao Diário do Poder, a defesa de Mayane disse que Cristiano Matheus estaria ciente e intimado da decisão judicial, a partir da publicação no Diário Oficial de 10 de julho. E assegurou que dois advogados constituídos nos autos que respondem por ele estariam cientes. “Tanto é verdade que os mesmos advogados protocolizaram embargos de declaração nesse processo no dia 14 de julho. Então é preciso aqui esclarecer a verdade, e quem está querendo transformar o caso em peça publicitária é o próprio Cristiano que, ao invés de pegar o que é devido, preferiu procurar os órgãos de imprensa para modificar a realidade dos fatos”, disse a assessoria jurídica da ex-mulher do político.

DINHEIRO FARTO


Na semana passada, a Operação Astaroth, encontrou não apenas a cobertura avaliada em R$ 3 milhões em um edifício da orla da Praia da Ponta Verde, em Maceió, como evidência da vida nababesca que Cristiano Matheus teria. A PF apreendeu em endereços do ex-repórter policialesco quatro carros de luxo, uma moto e o equivalente a R$ 70 mil em centenas de notas de euros, dólares americanos e reais.

Além disso, há a suspeita de que o ex-deputado alagoano registrava bens, imóveis e veículos, que seriam do ex-prefeito em nome de “laranjas” e utilizava postos de combustíveis em Alagoas e em outros Estados para a lavagem de pelo menos R$ 6 milhões de verbas federais desviadas da merenda e do transporte escolar. Os tentáculos da organização criminosa composta por 14 pessoas se espalhavam pelos Estados de Alagoas, Maranhão, Pernambuco e Sergipe.

O delegado de Combate à Corrupção da PF em Pernambuco, Márcio Tenório, afirmou que o perfil econômico de Cristiano Matheus permitiria seu ingresso no programa federal Bolsa Família, de tão baixa é sua renda e patrimônio registrados oficialmente. A Justiça Federal negou pedido da PF pela prisão do ex-deputado, no âmbito da Astaroth.

O ex-deputado federal sempre negou a propriedade da cobertura e disse estar tranquilo e disposto a esclarecer as acusações.

DIÁRIO DO PODER

Política : ELEIÇÕES 2018
Enviado por alexandre em 29/07/2017 17:39:57


Doria: chegará a hora de brigar com Lula

Folha de S. Paulo – Ana Virginia Balloussier

João Doria (PSDB) é "candidatíssimo" a presidente. "Do Santos F.C." Já do Brasil F.C. é outra história.
Ainda que mantenha seu discurso de que jamais enfrentaria o aliado Geraldo Alckmin em prévias do PSDB, o prefeito de São Paulo derrapa na oratória de não renunciar ao cargo para concorrer em 2018.

É quando fala de seu antagonismo com Lula (PT), a quem acha que falta "suavidade". "Haverá um momento da disputa em que [rivalizar com o ex-presidente] será inevitável", diz.

E o estilo Doria? "Doce e duro", afirma à Folha em café da manhã com frutas, suco de laranja e dois capuccinos, num hotel de luxo em Shenzhen, para onde viajou a convite do governo chinês.

*

Folha - Alckmin disse categoricamente que o sr. não disputará prévias no PSDB com ele. Tem a mesma certeza?
João Doria - Se houver prévias no PSDB para indicação ao candidato à Presidência, e delas o governador participar, eu não participarei. Não vou disputar com Alckmin, a quem devo respeito, solidariedade e amizade.

Deseja ser presidente?
Do Santos Futebol Clube sou candidatíssimo.

E do Brasil F.C.?
Tem que combinar com a CBF, né?

Parte do PSDB o vê como o forasteiro que não reza muito pela cartilha do partido. Isso o incomoda?
O PSDB é um partido com grandes cabeças, e todas não têm o mesmo pensamento e nem deveriam ter. É um partido que respeita a democracia, e eu respeito o PSDB.

Sua oratória contra Lula não se restringe a ele, mas aos seguidores. Não teme alienar mais de 30% do eleitorado que se diz disposto a votar nele?
Não escondo minhas posturas, principalmente no antagonismo ao PT. Mesmo que isso contrarie uma parte do eleitorado a favor do Lula, faço questão de ficar do outro lado.

Isso não acirra ânimos num país já tão polarizado?
Quem acirra os ânimos é o PT e o Lula, ele que gosta de fazer isso.

Mas se um não quer, dois não brigam.
Haverá um momento da disputa em que isso será inevitável, por causa do estilo Lula de ser e de fazer campanha. Ele tem uma forma de conduzir principalmente sua vida política que não é suave. Haverá um momento na campanha em que essas circunstâncias serão ainda mais marcadas.

E o estilo Doria é suave?
Doce e duro.

Como pessoa privada, como era sua relação com Lula?
Nunca foi uma relação afetuosa e simpática, mas ele já esteve num almoço no Lide [grupo empresarial de Doria], no primeiro mandato. A minha posição em relação ao Lula, distante e adversa, é antiga, não foi cultivada agora.

O ex-presidente disse que "o Doria tem que se provar. Por enquanto, ele não é nada. É só o João trabalhador que não trabalha".
Lula tem memória curta e seletiva. Minha primeira prova eu já demonstrei: ganhei a eleição do candidato dele no primeiro turno.

Por falar no ex-prefeito Haddad, sua relação com ele começou amistosa. Agora o sr. vira e mexe o ataca...
Não vou omitir a verdade. Mas tenho respeito pelo ex-prefeito. É uma das raras pessoas honestas no PT.

Se não for a Presidência, especula-se que o sr. concorra ao governo do Estado.
Meu horizonte é continuar sendo um bom prefeito.

José Serra renunciou após jurar que não o faria, e isso o assombra até hoje. Assinaria um documento dizendo que não fará o mesmo?
Você deve ser a 37ª pessoa que me lembra disso, e eu pela 37ª vez volto a dizer: sou prefeito eleito para cumprir quatro anos de mandato.

Pode firmar isso em cartório? Que, mesmo se o "povo quiser", não sai candidato?
Ainda não tenho a capacidade de ler o futuro, ler o presente já está difícil.

O sr. era comparado a Donald Trump, outro empresário que apresentou um reality, e agora com o francês Emmanuel Macron. Vê elo com algum?
Com Macron, sim. Com Trump, não. Respeito ambos. Mas, se tivesse que fazer uma opção, sem hesitação seria o Macron. Ele tem uma postura mais liberal, é inovador, sintonizado com o mundo digital. Trump radicaliza muito o seu discurso.

O Congresso discute a reforma política. Macron lançou seu próprio partido para virar presidente. Acha que o Brasil ganharia com candidaturas independentes ou de fora do círculo partidário tradicional?
O movimento na França foi democrático e natural. Não estou certo se no Brasil se aplicaria. Mas, dentro daquilo que a democracia permitir, não vejo mal nenhum.

Após ir a Emirados Árabes, Qatar, Coreia do Sul e, agora, China, o sr. viajará a Cingapura. Por que tanta Ásia?
É onde você tem o capital através de fundos, bancos de investimento, fora os investidores direto. E nós vamos em busca de onde o recurso está.

O sr. estima ter conseguido R$ 10 milhões em doações de empresas chinesas como Huawei. E também as convida para disputar parcerias público-privadas (PPPs). Elas não podem: a) se sentir coagidas a doar, para ter chances numa futura licitação, b) serem privilegiadas em relação a concorrentes?
Nem coação nem privilégio: doação. O que nós fazemos é propor, eles têm a opção de aceitar ou não. Não há nenhum tipo de constrangimento em que eles não possam dizer não. Mas eu tenho argumentos que proporcionam razoável chance de sucesso. Eu até aqui não ouvi nenhum não em nenhuma das solicitações que fiz.

Mas se eu sou o prefeito de São Paulo e anuncio uma PPP, chego passando o chapéu, posso fazer a empresa se sentir desconfortável em me negar um pedido.
No mundo do business isso não existe.

A China é um 'case' de evolução tecnológica, mas também um país que desrespeita regras básicas da democracia. O sr., que costuma bradar contra "esquerdistas", se sente à vontade em viajar a convite de um governo sob controle do Partido Comunista?
Não. Na China nós vamos buscar sempre os bons exemplos. O maior parceiro comercial do Brasil, além dos EUA, e exerce um poder de influência na economia do planeta. Você não pode negar nem deixar de estar presente.

Mas até que ponto a evolução chinesa não se deve à falta de transparência de seu governo, por exemplo, em licitações?
Sem querer ser impertinente, pergunta para eles.

Costumam dizer que o sr. é mais marketing do que resultado
Eu sou marketing e resultado. Tudo que faço é filmado primeiro por um processo de transparência, depois de comunicação. É importante que a população saiba o que seu prefeito faz e pretende fazer. Há os que se sentem incomodados. Eu lamento muito, mas vamos continuar fazendo exatamente o que estamos realizando.

O sr. visitou cidades como Shenzhen, com os mesmos 12 milhões de habitantes que São Paulo e menos da metade de carros. Já sua gestão é acusada de privilegiar o automóvel.
Não vamos fazer um programa contra o automóvel, mas a favor de outras formas de transporte. Queremos estimular bastante no Brasil o uso de ônibus elétricos [populares na China], movidos a baterias que não poluem o meio ambiente nem a sonoridade, são mais eficientes e têm maior durabilidade.

É um tabu mexer no carro do brasileiro? Porque é o que se faz em muitas das grandes cidades do mundo.
Tabu ou não, nós não vamos fazer nenhuma restrição ao automóvel, vamos estimular opções a ele.

O sr. nomeou um secretário que é ex-vice-presidente da Cyrella, uma das construtoras donas do terreno do parque Augusta. Isso não causa desconforto?
Nenhum, é até prova de transparência. Se eu tivesse algum desconforto, não haveria nem razão para nomear [Cláudio Carvalho de Lima, secretário especial de Investimento Social]. Quem não tem nada a atender nem a temer não tem nenhum problema.

Não dá para viver só de doações. Quais as soluções a médio e longo prazo para equilibrar as contas da prefeitura?
Temos R$ 7,5 bilhões num rombo orçamentário, não é uma situação confortável. Mas também [a prefeitura] não está quebrada, está sendo administrada. É possível reduzir despesas e aumentar receitas.

Privatização era um grande tabu, vide a pecha de privateiro colada por anos em FHC. Por que agora seu discurso de vender São Paulo daria certo?
Não se trata de vender São Paulo, mas de apoiar programas de desestatização. Isso é ser moderno, nunca um governo gordo e ineficiente.

Sua visita à Coreia do Sul rendeu a polêmica proposta de mudar o nome do Bom Retiro para Bom Retiro Little Seul.
Não era mudança do nome, era criar, como os americanos usam, um "nickname" [apelido]. Nem faria sentido mudar o nome, aquilo faz parte da memória do bairro, da comunidade judaica que ali se estabeleceu. Era apenas complementarmente, havendo interesse de empresas coreanas em ajudar a revitalizar a área.

Em sete meses no posto, qual o maior erro que cometeu?
Ser prefeito é sempre um aprendizado constante. É preciso ter discernimento e humildade sempre para reconhecer erros e, mais do que isso, reagir rapidamente para que sejam superados.

Mas quais erros?
O conjunto deles ajuda a crescer e aprimorar.

O sr. não deu um exemplo.
Preferia não citar um especificamente. Mas todo dia há aprendizados, pequenos, médios e grandes.

Bônus ao ócio



Itamar Garcez – Blog O Divergentes

Símbolo do deboche com a patuleia subempregada e desempregada, o Governo concedeu bônus de produtividade a auditores e analistas aposentados. É isto mesmo, leitor. Quem não mais trabalha vai receber por produtividade.

Assim, o Governo Federal vai desembolsar, por sua própria iniciativa, mais R$ 78,9 bilhões para engordar quem já está empanturrado. Por outro lado, vai tirar, apenas nos últimos seis meses de 2017, R$ 16,3 bilhões de quem pena há três anos com a recessão promovida pela imperícia da gestão Dilma-Temer.

Bastariam 20% do montante que o governo destinou ao estrato mais privilegiado para evitar os cortes em serviços essenciais do estado e o aumento dos combustíveis. A forma branda de definir a gestão dos recursos públicos – que não são escassos, mas irracional e injustamente distribuídos – é um pernicioso despautério.

Regionais : General: saída da crise deve vir da eleição de 2018
Enviado por alexandre em 29/07/2017 17:34:50

General: saída da crise deve vir da eleição de 2018



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Folha de S.Paulo

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirma que a saída para a crise do país "está nas mãos dos cidadãos brasileiros", que poderão, "nas eleições de 2018, sinalizar o rumo a ser seguido".

Voz moderada em meio à cacofonia histérica de extremos ideológicos que marca a crise, na qual volta e meia grupelhos clamam por intervenção militar, Villas Bôas diz que "o Brasil e suas instituições evoluíram e desenvolveram um sistema de pesos e contrapesos que dispensa a tutela por parte das Forças Armadas" e reitera que a Constituição deve prevalecer: "Todos devem tê-la como farol a ser seguido".

A entrevista foi feita via e-mail, por opção da assessoria do Exército, e as perguntas foram enviadas no dia 4 de julho, sendo respondidas 23 dias depois, na quinta (27).

*

Folha - Pesquisa Datafolha recente mostrou que as Forças Armadas são a instituição do país em que a população mais confia hoje, enquanto a Presidência, o Congresso e os partidos são as instituições menos confiáveis. Como interpreta esses dados?

Eduardo Villas Bôas - Esses números nos impõem uma imensa responsabilidade. As Forças Armadas, que constituem um corte vertical da sociedade e possuem representantes de todo o espectro social, são reconhecidas por serem uma reserva de valores, como integridade, ética, honestidade, patriotismo e desprendimento.

Elas sempre estiveram presentes em momentos importantes da história de nossa nação. Algumas vezes, com o Braço Forte e, inúmeras vezes, com a Mão Amiga. Por conseguinte, essa confiança configura um capital intangível que nos é muito caro. Demonstra que a maioria esmagadora da população nos observa atentamente e nos avalia.

Pela primeira vez na história, um presidente foi denunciado por corrupção no exercício do mandato. Como acompanha essa crise? Acha que o presidente Temer tem condições éticas de permanecer no cargo?

Vivemos um período de ineditismos. Mas o fato de seguirmos batalhando, em nosso dia a dia, demonstra que as nossas instituições ainda estão funcionando, mesmo com a crise pela qual elas e o país vêm passando. Cabe-lhes atuar no limite de suas atribuições, sempre com o sentido de se fortalecerem mutuamente. Neste momento, o que deve prevalecer é a Constituição Federal e todos, repito, todos devem tê-la como farol a ser seguido.

Há quem compare a crise atual com aquela vivida em 1964. É possível fazer essa analogia?

Comparações podem ser feitas, mas o Brasil é, hoje, um país muito mais complexo e sofisticado. Naquela época, havia uma situação de confronto característica da Guerra Fria, com a ação de ideologias externas, que fomentaram ameaças à hierarquia e à disciplina nas Forças Armadas, aspectos que não estão presentes nos dias atuais.

O Brasil e suas instituições evoluíram e desenvolveram um sistema de pesos e contrapesos que dispensa a tutela por parte das Forças Armadas. Hoje, elas estão cientes de suas missões e capacidades e mantêm-se fiéis aos ditames constitucionais.

É chegada a hora de consentir que o período que engloba 1964 é história e assim deve ser percebido.

Em manifestações recentes, o sr. fez uma defesa enfática da Lava Jato. Como analisa os movimentos que vão na contramão da faxina ética pretendida pela operação (julgamento no TSE, liberação de Rocha Loures, devolução do mandato de Aécio etc.)?

As instituições estão trabalhando e buscando resolver essa crise, que está atingindo nosso cerne e relativizando nossos valores.

Tenho afirmado que, além da crise política, vivemos um momento em que faltam fundamentos éticos e no qual o "politicamente correto", por vezes mal interpretado, prejudica nossa evolução. Falta-nos uma identidade e um projeto estratégico de país. País com letra maiúscula. Por isso, costumo dizer que estamos à deriva.

No entanto, considero essa crise uma oportunidade, que poderá auxiliar a nação a se sanear, sem influências ideológicas ou políticas.

A Lava Jato simboliza a esperança de que se produza no país uma mudança fundamental, em que a ética seja nossa parceira cotidiana e a sensação de impunidade, coisa do passado.

Como o Exército se posiciona sobre a candidatura de Bolsonaro, um militar da reserva, à Presidência? E como vê o uso que ele faz da condição de militar na campanha (disse, por exemplo, que, como capitão, sua especialidade era "matar")?

Todo cidadão tem o direito de ser candidato a qualquer cargo eletivo. É natural que o deputado Jair Bolsonaro use seu currículo e sua história pessoal, como ex-integrante do Exército, em sua campanha. Como integrante da reserva, ele sempre terá o nosso reconhecimento e o nosso respeito.

No entanto, e em última análise, é a população quem vai julgar os partidos e os candidatos, por intermédio do voto, devendo, para tanto, conhecer muito bem os projetos e ideias de cada um deles.

Destaco que o Exército, como instituição permanente, serve ao Estado e não a pessoas, estando acima de interesses partidários e de anseios pessoais.

A dimensão da crise favorece o surgimento de candidatos populistas e aventureiros. Como vê essa possibilidade e como analisa o quadro eleitoral para 2018?

Acho que a falta de um projeto nacional tem impedido que a sociedade convirja para objetivos comuns. Isso inclui, até mesmo, a necessidade de referências claras de liderança política que nos levem a bom porto.

Talvez seja um reflexo de os brasileiros terem permitido, no passado, que a linha de confrontação da guerra fria dividisse nossa sociedade.

É preciso que a crise que estamos vivendo provoque uma mudança no debate político para 2018. É necessário discutir questões que possibilitem preparar um projeto de nação, decidir que país se quer ter e aonde se pretende chegar. Está difícil de identificar, no Brasil de hoje, uma base de pensamento com capacidade de interpretar o mundo atual, de elaborar diagnósticos estratégicos apropriados e de apontar direções e metas para o futuro.

Está nas mãos dos cidadãos brasileiros a oportunidade de, nas eleições de 2018, sinalizar o rumo a ser seguido.

O sr. é um crítico do uso das Forças Armadas em funções de polícia. O que achou de o presidente Temer ter assinado um decreto convocando as Forças Armadas para coibir um protesto que descambou para a violência em Brasília? Essa tarefa não seria da polícia?

O Exército brasileiro é uma instituição que tem suas missões reguladas na Constituição, mais precisamente no artigo 142. Nele, observam-se três tarefas claras: a defesa da Pátria; a garantia dos poderes constitucionais; e a garantia da lei e da ordem.

O emprego das Forças Armadas nas manifestações que ocorreram na Esplanada dos Ministérios se deu em uma situação de emergência e teve caráter preventivo. Havia um sério risco de o patrimônio público ser dilapidado. A integridade física das pessoas também estava em perigo.

Não é possível aceitar que vândalos infiltrados nas manifestações permaneçam sem identificação e fiquem impunes. A ação dessas pessoas deslegitima qualquer manifestação e agride a democracia.

O sr. tem reiterado que "não há atalhos fora da Constituição" e demonstrado ser um defensor intransigente da democracia. Como analisa e a que atribui as manifestações no país por intervenção militar?

As manifestações demonstram um cansaço da população com os escândalos que temos visto. Elas refletem a materialização do capital de confiança apresentado nas pesquisas. Uma instituição que detenha 83% de confiabilidade é uma exceção em um ambiente degradado.

Porém, como tenho dito, vemos tudo isso com tranquilidade, pois o Exército brasileiro atua no estrito cumprimento das leis vigentes e sempre com base na legalidade, estabilidade e legitimidade.

Numa postagem recente em uma rede social, o sr. exaltou o marechal Castello Branco, um dos artífices do golpe militar de 1964. Que mensagem quis passar ao dizer que Castello Branco é "um exemplo de líder militar a ser seguido"?

Herói da campanha da Itália, ele já seria um exemplo por ter participado da Força Expedicionária Brasileira, na Segunda Guerra Mundial.

Mais tarde, em 1964, o Marechal Castello Branco foi o líder que civis e militares encontraram para dirigir os rumos da nação naqueles momentos conturbados e que, hoje, devem ser compreendidos dentro do contexto vivido à época.

Com sua visão de estadista, foi o responsável por alterações na legislação, que afastaram os militares da política partidária e que norteiam, até hoje, a permanência das Forças Armadas em seus quartéis, no estrito cumprimento do dever constitucional.

As Forças Armadas brasileiras não reconhecerão os erros e atrocidades que cometeram durante a ditadura?

A lei da anistia, compreendida como um pacto social, proporcionou as condições políticas para que as divergências ideológicas pudessem ser pacificadas. Ela colocou um ponto final naquela fase da história. Precisamos olhar para o futuro, atendendo ao espírito de conciliação.

O sr. costuma ressaltar a gravidade do quadro da segurança pública no País, com número de mortes equivalente ao de guerras. Como resolver ou pelo menos minimizar esse problema?

Esse problema exige uma resposta que envolva distintos atores da sociedade. Mas a solução deve, necessariamente, passar pela valorização e capacitação das forças de segurança pública. Passa, igualmente, pelo efetivo combate ao tráfico de armas e de drogas, hoje, grandes indutores da violência nos principais centros.

Da mesma maneira, o princípio da autoridade deve ser fortalecido e o sentido da disciplina social e do coletivo nacional -sem luta de classes- deve ser recuperado. Existe no Brasil uma excessiva compreensão com direitos e uma enorme negligência com deveres.

Há, também, excesso de diagnóstico e pouca ação efetiva e prática. Imaginar-se que apenas a vertente policial poderá resolver essas questões é ledo engano.

As ações de segurança pública devem, sim, estabelecer metas e prioridades. Exigem cooperação entre atores públicos e privados e deve ter, por ferramentas, programas sociais e serviços públicos, que fogem à esfera da Segurança Pública, adequados à região e à população.

Como está a negociação para alterar a Previdência dos militares? Estão definidos a idade mínima, o tempo de contribuição e o teto? O que o sr. defende? E há alguma perspectiva em relação ao reajuste salarial dos militares?

Os integrantes das Forças Armadas não têm sistema previdenciário, como, aliás, já descreve a Constituição. O que temos é proteção social, de acordo com as peculiaridades da profissão militar, já bem compreendidas por alguns setores da sociedade.

O Ministério da Defesa está coordenando os trabalhos de um grupo técnico com militares das três Forças Armadas, para propor medidas mais amplas nas áreas da reestruturação da carreira militar, da redução da defasagem remuneratória e da adequação de regras ao sistema de proteção social. São mudanças que terão consequências e reflexos mais duradouros no futuro.

Aliás, o próprio presidente da República, no final do ano passado, reconheceu a enorme defasagem salarial dos militares das Forças Armadas em comparação com as outras carreiras de Estado.

Recentemente, nas audiências em que participei nas comissões da Câmara e do Senado, também os parlamentares ficaram surpresos com essa discrepância.

Os objetivos estão traçados para o longo prazo e vão muito além da mera redução de despesas para a União. Eles visam à manutenção da atratividade da carreira militar e à atração e retenção de profissionais vocacionados, motivados, capacitados e com valores éticos e morais condizentes com a profissão que detém o poder de uso da violência institucional em nome do Estado.

Quero deixar claro, no entanto, que os militares não se furtarão a contribuir com a reforma. Estão dispostos a dar sua cota de sacrifício, comportamento que já tomamos inúmeras vezes no passado.

Qual a principal função das Forças Armadas, do Exército em particular, no Brasil de 2017?

Essa resposta é atemporal. Arguimos os nossos interlocutores sobre a importância das Forças Armadas em países com as nossas dimensões e potencialidades. Não raras vezes, nos surpreendemos com respostas superficiais, quando não, completamente distorcidas.

Quem leva o Estado Brasileiro às longínquas fronteiras, contribuindo para a presença nacional? As Forças Armadas!

Quem respalda decisões do Estado brasileiro perante outros Estados, impondo a nossa vontade por meio da dissuasão? As Forças Armadas!

Qual país verdadeiramente relevante do ponto de vista geopolítico descarta suas Forças Armadas? Nenhum!

Se você possuísse bens extremamente valiosos, estaria disposto a pagar para mantê-los? Estou seguro de que sim.

Desse bem a nossa sociedade já dispõe, mas não se apercebeu do quão importante é protegê-lo. Esse bem é a nossa liberdade.

Assim, é mister discutir mais sobre nossas Forças Armadas, para que, ao conhecê-las, saibamos valorizá-las e respeitá-las.

O sr. tem uma doença degenerativa, sobre a qual já se manifestou com transparência publicamente. Como está sua saúde hoje? De que modo a doença tem limitado sua atuação? Até quando o senhor tem forças para ficar no posto?

Conforme comentei em outras ocasiões, fui acometido por uma doença degenerativa que atingiu alguns grupos musculares, restringindo minha capacidade de locomoção.

Sinto falta de viajar, de percorrer as nossas unidades, de estar junto com a tropa. Busco vencer os desafios dia a dia e sigo no tratamento. Tenho um objetivo maior de servir à pátria e continuo a persegui-lo.

O general Sérgio Etchegoyen, de quem o sr. é conterrâneo e amigo, ganhou força no governo, e há quem comente que poderia substitui-lo. Existem articulações nesse sentido? Como vê a possibilidade? Como é a relação entre vocês?

A substituição dos comandantes de força é atribuição exclusiva do presidente da República. Quanto ao general Etchegoyen, ele é meu amigo pessoal, há mais de 50 anos, como você mesmo destacou. Trabalhamos juntos em várias oportunidades e, além da amizade, fortalecida a cada dia, mantemos agradável convivência familiar.

Estudo: petistas e Bolsonaro polarizam nas redes



Folha de S. Paulo



A atuação política de deputados e senadores em redes sociais indica uma polarização entre parlamentares de esquerda e os deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP).

Cinco petistas e os Bolsonaros (pai e filho) estão entre os dez mais atuantes em termos de alcance, presença e influência, segundo estudo do Instituto FSB Pesquisa, que será divulgado na semana que vem. O instituto pertence à FSB Comunicação, agência que tem contratos com órgãos públicos, entre eles o governo federal.

O levantamento mediu informações de 85.203 publicações em contas oficiais de 559 parlamentares no Facebook e no Twitter entre 2 de fevereiro e 17 de julho deste ano.

Com base nesses dados, foi criado um índice de influência dos políticos nessas redes –com mais peso para o Facebook, por ter maior número de usuários no país. Os critérios levados em conta foram postagens, número de seguidores, alcance das publicações, curtidas, comentários e compartilhamentos.

Em primeiro lugar no ranking ficou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), com o índice de 51,3, seguido de Jair Bolsonaro (50,5).

Três petistas aparecem nas próximas posições: a senadora Gleisi Hoffmann (PR), o deputado Paulo Pimenta (RS) e o senador Humberto Costa (PE). Completam a relação dos dez primeiros, pela ordem, o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), e os deputados Eduardo Bolsonaro, Jandira Feghali (PC do B-RJ), Marco Maia (PT-RS) e Ivan Valente (PSOL-SP).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aparece apenas na 71ª posição geral. O estudo aponta pouca atuação por parte do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o 451º parlamentar mais influente nas redes.

Entre os 20 primeiros estão, de acordo com o ranking, o deputado Irmão Lázaro (PSC-BA), os senadores Magno Malta (PR-ES), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ana Amélia (PP-RS), os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ), Jean Wyllys (PSol-RJ), Delegado Francischini (SD-PR), os senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Romário (Podemos-RJ), além do deputado Major Olímpio (SD-SP). O senador Aécio Neves (PSDB-MG) é o 21º.
A pesquisa também fez um ranking por partidos.

Os cinco primeiros são PT, PSC, Podemos, PSol e PC do B. O PMDB, do presidente Michel Temer, aparece em 10º, e o PSDB, na 15ª posição.

Doações de chineses a Doria alcançam R$ 8,5 mi



Prefeito pediu - e conseguiu - câmeras, carros elétricos e drones, entre outros

O Estado de S. Paulo - Bruno Ribeiro



É difícil fugir do clichê "negócio da China". Em vista a quatro das maiores empresas da China, com sua estratégia de pedidos, o prefeito João Doria (PSDB) recebeu ao menos R$ 8,5 milhões em presentes para a capital paulista durante a semana em que esteve no país. Com a viagem - e as doações -, Doria conseguirá por em pé seu programa City Câmeras, de monitoramento eletrônico, ainda este ano, bem antes do fim do prazo proposto, que era até 2020.

Só de câmeras, os chineses doaram 4 mil equipamentos - mil de cada fabricante visitado pelo prefeito. Ele esteve nas maiores do ramo: Hikvision, Dahua, ZTE e Huawey. Até três semanas atrás, a prefeitura possuía 350 equipamentos do tipo. Feitas as instalações, todas elas terão as imagens transmitidas online e exibidas em um site específico do programa City Câmeras.

"Precisamos colocar a cidade em outro patamar de segurança, e câmeras ajudam muito", disse Doria, em sua última coletiva na China. Ele disse não temer que seus pedidos fossem mal interpretados pelos empresários, "até porque tem muita clareza" de estar pedindo para ajudar a cidade.

Os chineses receberam Doria com a maior hospitalidade possível. De show room em show room, o prefeito falou sobre sua proposta de tocar uma Parceria Público-Privada (PPP) para o setor de segurança e destacou o papel que São Paulo tem de disseminar tecnologias no Brasil. A sigla mágica era "PPP", que os chineses falavam em português e sorriam ao ouvir, mostrando vontade de fazer negócios - esses não gratuitos - com a Prefeitura em um futuro próximo.

Mais do que pedir as doações, a viagem do prefeito será marcada por inaugurar a era "big brother" na cidade. Os chineses têm câmeras que fazem reconhecimento facial e conseguem saber onde passou uma pessoa específica na cidade, são capazes de reconhecer até gente de máscara e distinguir carros, motos e caminhões automaticamente.

"As áreas centrais da cidades são as prioritárias, sobretudo de comércio popular. José Paulino, 25 de março, região do Brás, e o centro da cidade", disse o prefeito.

Segundo sua proposta original, a cidade deveria contar em 2020 com 10 mil câmeras. A PPP, que foi anunciada apenas em solo chinês, durante a visita à empresa Hikvison, seria para ir muito além da meta. A cidade de Xangai, por exemplo, tem 2 milhões de câmeras.

Outros bens. As câmeras foram um aspecto importante, mas não dominaram a agenda do prefeito na China. Em Pequim e em Xangai, o prefeito circulou por bancos, fundos de investimentos e agências de desenvolvimento. Essas instituições não fizeram nenhum tipo de donativo ao prefeito. Mas todas disseram que se interessariam em abrir linha de crédito para todas as propostas de seu Plano Municipal de Desestatização, que inclui a concessão do Pacaembu, a venda do Anhembi e do Autódromo de Interlagos e a concessão do sistema de bilhetagens do bilhete único.

Esse último recebeu atenção especial nas visitas. Nas cidades em que o prefeito esteve, mesmo pequenas lojas de comércio popular já usam meios eletrônicos para transações simples. Máquinas reconhecem sinais de QR Code (uma espécie de código de barras) para validar transações financeiras, praticamente acabando com o dinheiro. É essa tecnologia que entrará nos ônibus - o que gera uma grande abertura de mercado para essas empresas em São Paulo e, assim, no Brasil.

Mas houve mais doações concretas. Ainda na área da segurança pública, ele recebeu dois drones que também serão usados no monitoramento diário das ruas, em especial da Cracolândia. São drones muito mais robustos, desenvolvidos para ações militares de estratégia, que voarão sobre o centro velho diariamente. Ele recebeu ainda 200 rádios comunicadores, que devem ser usados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e abriu uma frente de energia: quatro carros elétricos para o Parque do Ibirapuera e um sistema de painéis solares para abastecer de energia os hospitais de Brasilândia e Parelheiros, nas zonas norte e sul da cidade, respectivamente.

Cuidado. Em sua última reunião com empresários, na empresa Huawei (fabricante de celulares e de equipamentos que vão de monitores médicos até a sistemas de controle de trens), Doria teve de ouvir de um dos representantes que ele deveria "ter cuidado com coisas de graça", uma vez que poderia estar recebendo doações de produtos que não seriam bons.

"Você já recebeu 3 mil câmeras, e isso é uma boa notícia, mas você pode ter criado problemas", disse o chefe global de expertise em segurança pública da Huawei, Hong-Eng Koh. "Tenha cuidado com coisas de graça", afirmou - sua empresa doou mil câmeras e, mais importante, um sistema de controle integrado para equipamentos de diferentes marcas.

Havia sido a primeira reunião aberta à imprensa, em que seria possível ver de perto a hora em que os pedidos eram feitos. Doria queria ainda um sistema de telemedicina, que permite ao médico consultar o paciente a distância, mas parou de pedir diante dos dois "sim" iniciais - que não foram atendidos de pronto, o que fez Doria pedir para que fossem reconsideradas as propostas.

A resposta ao aviso do chinês veio em uma fala do secretário de relações exteriores, Julio Serson: na situação financeira da cidade, nem Doria nem sua equipe estavam em posição de rejeitar ajuda, mesmo que não fosse da tecnologia mais moderna existente. "A gente precisa começar de algum lugar", disse Doria.

Regionais : Revista fala de propina de R$ 22 milhões a Temer
Enviado por alexandre em 29/07/2017 17:31:11

Revista fala de propina de R$ 22 milhões a Temer


Centenas de políticos são acusados

Do Congresso em Foco

Reportagem de capa da revista Época deste fim de semana diz ter tido acesso a provas sobre uma série de repasses do Grupo JBS (propina, caixa dois etc), por anos, a “centenas de políticos brasileiros”. Segundo a publicação, com menção “a documentos que expõem a compra sistemática” de nomes como o presidente Michel Temer (PMDB) e os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, além de senadores como Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serrá (PSDB-SP) e ex-ministros como Guido Mantega e Antonio Palocci; apenas Temer recebeu R$ 22 milhões de maneira ilícita.

Temer chefia “maior e mais perigosa” organização criminosa do Brasil, diz Joesley à revista Época

Intitulada “As provas da JBS”, a reportagem de capa remete a outra, como este site mostrou em 17 de junho, em que a mesma revista estampa como carro-chefe da edição uma entrevista exclusiva com Joesley Batista, dono da JBS. Um dos delatores da Operação Lava Jato e outros esquemas de corrupção, o empresário fala sobre sua relação com o poder nos últimos anos e diz que o peemedebista chefia “maior e mais perigosa” organização criminosa do Brasil. A delação premiada de Joesley, seu irmão Wesley e executivos da empresa resultou na denúncia de corrupção passiva contra Temer, cuja continuidade no Supremo Tribunal Federal (STF) está para ser votada por deputados a partir da próxima quarta-feira (2).

Na edição deste fim de semana, Época incia sua reportagem principal com o relato de episódio em que um dos operadores dos pagamentos de dinheiro ilícito para políticos hesita, mas efetua o repasse de R$ 1 milhão para Temer. O titubeio do funcionário da JBS, às voltas com a missão de entregar a encomenda ilícita, decorreu da desconfiança despertada na “figura inclemente de João Batista Lima Filho, o coronel faz-tudo de Temer”.

“Demilton de Castro e Florisvaldo de Oliveira estavam suando. No estacionamento da JBS em São Paulo, eles tentavam, sem sucesso, enfiar uma volumosa caixa de papelão num limitado porta-malas de Corolla. Plena segunda-feira e aquele sufoco logo cedo. Manobra para cá, manobra para lá, e nada de a caixa encaixar. Até que, num movimento feliz, ela deslizou. Eles conseguiram. Estavam prontos para desempenhar a tarefa a que Florisvaldo fora designado. E que ele tanto temia. Dez dias antes, Florisvaldo despencava até uma rua na Vila Madalena, também em São Paulo, para fazer uma espécie de ‘reconhecimento do local’ onde teria de entregar R$ 1 milhão em espécie.

Seu chefe, o lobista Ricardo Saud, havia encarregado Florisvaldo do delivery de propina para o então vice-presidente da República, Michel Temer. O funcionário, leal prestador de serviço e carregador de mala, não queria dar bola fora. Foi dar uma olhada em quem receberia a bufunfa. Ao subir as escadas do prediozinho de fachada espelhada, deu de frente com a figura inclemente de João Batista Lima Filho, o coronel faz-tudo de Temer. ‘Como é que você me aparece aqui sem o dinheiro?’, intimou o coronel. ‘Veio fazer reconhecimento de que, rapaz?’ Florisvaldo tremeu”, descreve a introdução do texto assinado pelo editor-chefe da revista, Diego Escosteguy.

A capa da revista já dá uma boa ideia do que o conteúdo da reportagem especial reserva. Cita, além dos R$ 22 milhões para Temer, “as notas frias da campanha presidencial de José Serra”; “os depósitos de US$ 1 milhão numa conta secreta indicada por Palocci”; “os extratos nos EUA da propina de Lula e Dilma no BNDES”; “os pagamentos de dinheiro vivo para ministros, parlamentares e o presidente do Senado”. Ainda segundo a matéria, um dos repasses clandestinos a Temer foi efetuado em dinheiro vivo em 1º de setembro de 2014, mês anterior à votação que o reelegeria, na chapa com Dilma, vice-presidente da República.

“A JBS dos irmãos Joesley e Wesley Batista, maior empresa do país, viria a gastar, ou investir, quase R$ 600 milhões naquela campanha. R$ 433 milhões em doações oficiais, R$ 145 milhões entre pagamentos a empresas indicadas por políticos e dinheiro vivo – tudo isso já com a Lava Jato na rua. [...] Ou seja, havia uma relação de troca entre o dinheiro que saía da empresa e o que o político fazia por ela – mesmo que essa troca, em alguns momentos, não fosse verbalizada, por tão corriqueira e natural num quadro de corrupção sistêmica. Havia, em muitos casos, uma relação de troca criminosa, que se tipifica como corrupção”, continua a reportagem, acrescentando que o Grupo JBS reuniu e se prepara para entregar às autoridades da Java Jato “formidável conjunto” de provas.

“Assim que a delação da JBS veio a público, em maio, a força irrefreável das provas contra o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, provas de crimes em andamento, assim como a crise política que se instalou imediatamente, escamoteou o poder igualmente destrutivo dos crimes pretéritos cometidos por executivos da JBS – e por centenas, talvez milhares, de políticos. As provas apresentadas foram largamente ignoradas. Como os delatores haviam fechado o acordo poucas semanas antes, a empresa ainda não tinha levantado tudo o que poderia e deveria, em termos de evidências para corroborar os crimes descritos nos anexos da colaboração. Agora, a um mês do prazo estipulado para entregar à Procuradoria-Geral da República todas as evidências necessárias, os delatores e a JBS já dispõem de um novo e formidável conjunto de documentos”, informa a publicação.

Aloysio e o PSDB: “baixar a bola” e ficar com Temer



Folha de S.Paulo – Daniel Carvalho e Bruno Boghossian

Defensor da permanência do PSDB no governo do presidente Michel Temer, o ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) diz que seu partido precisa "baixar a bola" e deixar de pensar que abandonar o barco vá salvá-lo nas próximas eleições.

"Achar que se afastar deste governo e contribuir para a sua queda vai salvar o PSDB nas eleições é subestimar a inteligência do povo brasileiro. O fato de sair do governo não vai fazer com que o sujeito emirja da pia batismal vestido de branco, 'não tenho nada a ver com essa situação'. Temos, sim [bate a mão na mesa]. Nós criamos essa situação", disse em entrevista à Folha.

O PSDB volta do recesso nesta terça-feira (1º) dividido sobre a decisão de romper com o governo Temer ou continuar na base de sustentação e manter os quatro ministérios que ocupa -Cidades, Relações Exteriores, Direitos Humanos e Secretaria de Governo.

Para o ministro, o PSDB precisa reduzir a temperatura de seus conflitos internos para decidir quem será o próximo presidente da sigla -cargo ocupado interinamente por Tasso Jereissati (CE) desde maio, quando Aécio Neves (MG) foi afastado ao ser gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, pedindo R$ 2 milhões.

Nunes reconhece que Aécio "foi muito atingido", mas pondera que "injustamente". "Acho que afetou muito. O presidente, evidentemente, é a cabeça do partido. Mas não foi só o Aécio que foi atingido por essas delações -e atingido injustamente. Muitos outros o foram. Inclusive eu", diz o chanceler, também mencionado em delação da Odebrecht.

Ao sair em defesa do governo, o tucano classificou como "milagre" que Temer governe no atual sistema político, com troca de benesses por votos.

"É um milagre que o presidente Temer esteja conseguindo fazer um governo que enfrente os problemas do país com eficácia tendo que negociar, que abrir mão de objetivos máximos", afirmou.

2018

Para as eleições presidenciais de 2018, Nunes defendeu que os tucanos se alinhem a um "campo reformista", identificado com o atual governo, para se opor a uma candidatura oposicionista.

Ele também minimizou as pré-candidaturas de Jair Bolsonaro (PSC) e Marina Silva (Rede).

Para ele, Jair Bolsonaro "não é uma opção real" da disputa presidencial, e tem uma "pauta esquálida".

"O que diz o Bolsonaro para a sociedade brasileira? É a apologia do regime militar, à homofobia, ao antifeminismo. Não se sustenta. Pode fazer bonito na eleição, mas não é uma opção real colocada na mesa, assim como Marina."

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