Regionais : Veja a lista dos 40 concursos fraudados pela quadrilha dos granfinos
Enviado por alexandre em 10/05/2017 08:48:15


Saiu finalmente a lista dos 40 concursos fraudados pela quadrilha de granfinos, presa esta semana num condominio de luxo de João Pessoa.

De acordo com a polícia, o esquema fraudulento teria beneficiado 400 pessoas, através do pagamento de R$ 12 milhões à quadrilha desde 2005. O kit completo para aprovação em um concurso poderia chegar a R$ 150 mil.

Segundo a polícia, as fraudes aconteceram em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. Ao todo 19 pessoas foram presas.

Ano - Concurso - Organizadora

2005 - Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU)
2006 - Câmara Municipal de João Pessoa - Funiversa
2008 - Polícia Militar da Paraíba - UEPC/Comvest
2008 - Fundac/PB - Cespe
2009 - Polícia Civil do Rio Grande do Norte - Cespe
2010 - Guarda Municipal de Cabedelo - IBFC
2010 - Detran/RN - Fundação Getúlio Vargas
2011 - Concurso da Coperve - IFPB
2012 - Guarda Municipal de Bayeux - Contemax Consultoria
2012 - Guarda Municipal de João Pessoa - IBFC
2012 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas
2012 - Prefeitura Municipal de Santa Rita - Asperhs
2012 - Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Fundepes
2013 - Oficial do Corpo de Bombeiros da Paraíba - CPCON/UEPB
2013 - Assembleia Legislativa da Paraíba - Fundação Carlos Chagas
2013 - Detran/PB - Funcab
2013 - Departamento Penitenciário Nacional - Cespe
2013 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB
2014 - Corpo de Bombeiros da Paraíba - IBFC
2014 - Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) - CPCon
2014 - CFO Polícia Militar da Paraíba - Funape
2014 - Concurso Conab1
2014 - Concurso de agente da Polícia Federal - Cespe
2014 - Polícia Rodoviária Federal - Cespe
2014 - Câmara Municipal de Cabo de Santo Agostinho
2014 - Tribunal Regional do Trabalho 13ª Região - Fundação Carlos Chagas
2015 - Ministério Público da Paraíba - Fundação Carlos Chagas
2015 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB
2015 - Prefeitura Municipal de Campina Grande - CPCON/UEPB
2015 - Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe - Fundação Carlos Chagas
2016 - Prefeitura Municipal de João Pessoa - Quadrix
2016 - Prefeitura Municipal do Conde - Advise
2016 - Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba - Fundação Carlos Chagas
2016 - Prefeitura Municipal de Alhandra - Educa - Assessoria Educacional
2016 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Fundação Getúlio Vargas
2016 - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Covest
2016 - Concurso Contemax
2016 - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) - Instituto AOCP
2016 - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
2017 - Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) - Comperve/RN


Mais Notícias : O cara a cara
Enviado por alexandre em 10/05/2017 08:46:11

O cara a cara

Curitiba proporcionará ao País, hoje, um dia histórico na política como desdobramento da operação Lava-Jato: o cara a cara entre o juiz federal Sérgio Moro e o ex-presidente Lula. A cidade está invadida por militantes petistas, que prometem um “dia de solidariedade” ao seu ídolo. Lula será ouvido na ação em que é réu sob acusação de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, entre elas um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. A defesa do ex-presidente nega que ele tenha cometido irregularidades e tem dito que Sergio Moro age de forma parcial no processo.

Ao falar sobre o interrogatório, aguardado com grande expectativa no País, o juiz fez a ressalva de não se tratar de um confronto, preocupado com o clima de disputa que se formou em torno da audiência. "O processo não é uma guerra. O processo não é uma batalha, o processo não é uma arena. Em realidade as partes do processo são a acusação e a defesa. Não o juiz. O juiz não é parte no processo", afirmou.

Moro disse que estava preocupado com o que classificou de clima de confronto. “Preocupa-me essa elevada expectativa em relação a algo que pode ser extremamente banal. E diga-se: nada de conclusivo vai sair nessa data", advertiu. Sem citar o nome de Lula – o chamou apenas de "o acusado"–, o juiz afirmou que, apesar das expectativas, o depoimento é "normal dentro do processo".

Comparou com o primeiro interrogatório de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, na Lava Jato, em 2015, que considerou "absolutamente banal". "O fato é que esse interrogatório é meramente uma oportunidade que o acusado tem de se defender no processo", disse, acrescentando que o réu pode "até faltar com a verdade", já que a legislação não prevê crime de falso testemunho em oitiva de acusado.

O juiz voltou a pedir que apoiadores da Lava Jato não façam manifestações para evitar problemas de segurança. "Usando aquelas metáforas futebolísticas: é melhor que seja um jogo de uma torcida única". "Eu digo isso com tranquilidade porque eu não sou algum dos times em campo, eu sou um juiz", afirmou.

A Federação de Indústrias do Paraná lançou uma campanha para que, hoje, dia do depoimento de Lula a Moro, as pessoas usem camisas brancas e estendam bandeira verde e amarela em suas janelas. O PT, associado a centrais sindicais e movimentos sociais, planeja reunir pele menos 50 mil pessoas na capital paranaense. Mais de 70 caravanas de ônibus foram mobilizadas em todo o País.

A Justiça de Curitiba decidiu suspender todas as atividades hoje, dia do depoimento, para permitir a entrada no prédio apenas de quem estiver diretamente envolvido na oitiva de Lula. O entorno do edifício da Justiça será bloqueado, num raio de cerca de 150 metros, com acesso liberado apenas para moradores e jornalistas credenciados para a cobertura.

ATO NA RUA– Após o depoimento de Lula, hoje, ao juiz Sérgio Moro, o PT e os movimentos sociais organizarão uma manifestação popular com dois objetivos simultâneos e convergentes: demonstrar o tamanho do apoio popular ao ex-presidente e tentar constranger o juiz Sérgio Moro – e quem sabe, constranger também outros juízes que venham a julgá-lo. Lula aposta nas ruas porque, no plano jurídico, sua situação é desanimadoramente precária. Pode até ser que não seja culpado de tudo de que o acusam, mas é uma improbabilidade matemática que não seja culpado de nada.

Adiamento foi gol contra– O primeiro encontro do ex-presidente Lula com o juiz Sergio Moro promete ser um divisor de águas na Lava Jato. O jogo que será jogado em Curitiba ajudará a determinar o futuro da operação, do petismo e das eleições de 2018. A tensão já começou antes da audiência. A pedido da Polícia Federal, que alegou razões de segurança, Moro adiou a sessão em uma semana. Foi um péssimo negócio para Lula. Em sete dias, o juiz ouviu mais três delatores que apontaram o dedo para o ex-presidente. Na última segunda-feira, Moro acusou o petista de tentar transformar o interrogatório num "evento político-partidário". Ele fez a queixa ao vetar a presença de um fotógrafo do Instituto Lula no depoimento.







Acampamentos proibidos – A juíza Diele Zydek, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Justiça Estadual do Paraná, concedeu liminar à Prefeitura de Curitiba impedindo a circulação de pedestres e veículos em áreas próximas ao fórum da Justiça Federal da última segunda-feira até a noite de hoje. A medida visa evitar a ocupação das ruas por movimentos contrários e favoráveis ao PT durante o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira. A juíza proibiu ainda a montagem de estruturas e acampamento por movimentos no centro de Curitiba. A liminar fixa multa de R$ 50 mil diários para quem tentar burlar a proibição.

O que pesa contra o acusado– Na ação em que será ouvido hoje pelo juiz Sérgio Moro, o Ministério Público Federal sustenta que o ex-presidente Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do tríplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016.

Temer na corda bamba– Em manifestação encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os advogados do presidente Michel Temer (PMDB) afirmaram que uma eventual cassação do peemedebista criaria um “perigosíssimo precedente”. O julgamento da ação deve ser retomado pelo plenário do TSE no final deste mês. Dentro do Palácio do Planalto e do TSE, dá-se como certo que o relator do processo, ministro Herman Benjamin, vai defender a cassação da chapa em um voto contundente. Por isso, o cenário ideal para a defesa de Temer é que o processo seja concluído o quanto antes, minimizando os efeitos do abalo político provocado pelo posicionamento de Herman.

CURTAS

LIMINAR– A Defensoria Pública do Paraná pediu liminar ao Tribunal de Justiça do Estado para suspender a decisão da juíza Diele Denardin Zydek, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, de impor três restrições aos manifestantes que vão invadir a capital do Paraná hoje, a principal delas a montagem de estruturas e acampamentos nas ruas e praças da cidade, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

O APELO– A quem apoia a Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro faz um apelo. “Não há necessidade de sair às ruas para enfrentar situação de risco. Melhor que seja um jogo de torcida única. Se querem prestar apoio à investigação hoje, dia do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, melhor evitar confronto”, alertou nas redes sociais.

Perguntar não ofende: Na queda de braço de hoje, quem vai ganhar: Lula ou Sérgio Moro?

Janot se envolveu em guerra de Lama, avalia MPF

Postado por Magno Martins

Para procuradores, Janot se envolveu em "guerra de Lama" e abriu brecha para questionamentos

Em debates internos, integrantes do MPF disseram que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se envolveu em uma guerra de lama ao solicitar o impedimento do ministro Gilmar Mendes, do STF, tendo, dentro de sua casa, um caso controverso. A revelação de que a filha de Janot advoga para empreiteiras que tentam firmar leniência abriu espaço para o questionamento de acordos feitos pela Lava Jato e ampliou o potencial destrutivo da guerra entre a PGR e parte do Supremo.

Procuradores afirmaram que, no mínimo, Janot cometeu um erro crasso de estratégia. Juízes que o apoiam também avaliaram, em reserva, que o cenário tende a recrudescer. Dizem que Gilmar Mendes tem resiliência para apanhar e revidar.

Advogados lembraram que a delação da OAS, uma das empresas para qual a filha de Janot atua no Cade, foi suspensa por ele após um vazamento. Veem nisso um ponto de partida para atacar o que chamam de “seletividade” nos acordos de colaboração. (Painel - Daniela Lima, FSP)

Mais Notícias : Se quiser vencer o duelo, Moro tem de enquadrar Lula
Enviado por alexandre em 10/05/2017 08:44:50

Se quiser vencer o duelo, Moro tem de enquadrar Lula

Postado por Magno Martins

Se quiser vencer o malfadado "duelo", juiz Moro precisa enquadrar Lula

Igor Gielow – Folha de S.Paulo

Desde talvez o embate entre os clãs de primos Pandavas e Kauravas, a batalha central do épico formativo hindu "Mahabharata", o confronto direto entre adversários sempre foi um imenso atrativo para o público.

É pena que tenhamos descido tão baixo a ponto de ter de discutir um depoimento à Justiça como se fosse uma batalha envolvendo os míticos Arjuna e Bishma, mestres da arte da guerra que pontificam a obra indiana. Coisas da pós-verdade, hiperconectividade, o diabo.

Obviamente, me refiro ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz federal Sergio Moro, que ocorre nesta quarta (10) na sonífera Curitiba. Como já escrevi aqui mesmo, há algo errado quando um passo processual se torna o equivalente a uma final de campeonato -ou a um duelo de Velho Oeste, como o mais famoso de todos, ocorrido às portas do OK Corral de Tombstone (Arizona), em 1881.

Primeiramente, nada tão dramático deverá ocorrer. Exceto por deslize inconcebível de lado a lado, Lula não irá dar um baile em Moro ou sairá preso por desacato —ainda que, não é absurdo pensar, o petista bem que poderia tentar isso para reforçar sua historinha de vitimização na Operação Lava Jato. O juiz, por sua vez, não parece estar em posição de fazer Lula confessar pecados inenarráveis normalmente.

Feita a ressalva, é claro que uma figura como Lula frente a frente com aquele que é identificado publicamente como sua nêmesis é um fato de destaque. Melhor se não fosse, e caberia a Moro e ao poder público evitarem cair nas inúmeras armadilhas deitadas pela maior raposa política do país.

Pois só isso, uma provocação aceita gostosamente, poderia ter feito Moro se dar ao trabalho de gravar aquele vídeo caseiro barato, pedindo para que os "coxinhas" (aspas, por favor) não fossem às ruas enfrentar os "mortadelas" (idem) que prometem ocupar as ruas da capital paranaense. Na mesma mensagem, ele agradecia o apoio da galera.

(Um parêntese casual: se Moro quiser entrar na política, vai precisar melhorar e muito sua performance em vídeo.)

O mesmo vale para a liminar obtida pela prefeitura curitibana impedindo a concentração desses mesmos manifestantes pró-Lula, que caiu como uma luva para a argumentação de luta de classes vendida pelo PT. Uma coisa é deixar vias abertas numa cidade, outra é cercear o direito de uma legião de Mulders (o personagem sob a bandeira do "Eu quero acreditar" da série "Arquivo X") ir à rua dizer que crê em disco voador, ou em Lula.

Esse clima envenenado se espalha pelo país, como o enésimo "round" da disputa entre o ministro Gilmar Mendes e o procurador-geral Rodrigo Janot demonstra. Ambos não têm condições, a essa altura, de acusar um ao outro. Estão os dois errados, ainda que possa haver mérito pontual nos argumentos, pois esse acirramento não torna a Justiça mais viva e conectada à realidade -e sim mais injusta, descolada do interesse público.

Voltando a Curitiba, até aqui Lula vai vencendo o duelo antecipado. Moro poderá enquadrá-lo, dando ares de normalidade ao encontro desta quarta. Ou ceder de vez e ajudar a produzir mais uma peça de propaganda eleitoral que, caso Lula não esteja impedido legalmente de concorrer, veremos na TV no ano que vem.

Grupo impedido de inflar boneco de Gilmar, Dirceu e Lula

Postado por Magno Martins

O Globo

Um pequeno grupo de manifestantes reunidos na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, foi impedido no início da noite desta terça-feira de inflar um boneco gigante com o rosto do ministro Gilmar Mendes, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro José Dirceu. Policiais militares proibiram o enchimento do adereço alegando que o espaço ocupado pelo protesto faz parte da área de segurança nacional em Brasília. Após um bate-boca com os policiais, os manifestantes decidiram cumprir a ordem.

Cerca de 60 pessoas foram a Praça dos Três Poderes fazer vigília pela Operação Lava-Jato. Eles se manifestam um dia depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir o afastamento de Gilmar Mendes do caso Eike Batista por suposto conflito de interesses em razão de a mulher do ministro trabalhar no escritório de advocacia que presta serviços ao empresário. O empresário foi libertado por Mendes no fim do mês passado. O boneco com a cara de Gilmar Mendes foi apelidado de "Gil-lax".

- Laxante: solta tudo- explicou uma organizadora do protesto.

No protesto, os participantes manifestam também apoio ao juiz federal Sérgio Moro, que vai ouvir Lula nesta quarta-feira em depoimento, em Curitiba. O ato foi organizado pelo movimento Nas Ruas, entre outros grupos populares de combate à corrupção. Eles se organizaram na última semana para protestar em frente ao prédio onde José Dirceu, solto na semana passada, está morando, em Brasília, com a mulher e a filha mais nova.

Tolerância zero

Postado por Magno Martins

José Serra, quado era presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), em 1963

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

Na segunda-feira (8), o tucano José Serra gravou depoimento para um documentário que contará a história da União Nacional dos Estudantes. Após a filmagem, ele tirou uma foto abraçado à atual presidente da entidade, que é filiada ao PC do B. A equipe do senador postou a imagem no Facebook com uma legenda amistosa. Em poucos minutos, a página foi tomada por uma torrente de mensagens enfezadas.

"Que decepção, senador Serra. Este seu ex-eleitor se sente apunhalado", esbravejou um seguidor, cujo comentário recebeu mais de 2.000 curtidas. "Se ainda restar qualquer resquício de vergonha na sua cara, se retrate", cobrou outro indignado.

"Receber militantes de extrema-esquerda que defendem a ditadura de Maduro?", irritou-se mais um leitor. "Provando que sempre foi comunista", sentenciou a líder de um movimento pró-impeachment que hoje flerta com o deputado Jair Bolsonaro.

Horas depois, a revolta chegou ao outro lado do espectro ideológico. Simpatizantes da presidente da UNE, Carina Vitral, passaram a repreendê-la por ter conversado com Serra. O tucano ocupava o cargo dela quando os militares deram o golpe de 1964.

A grita foi tamanha que a estudante precisou se explicar nas redes. Ela argumentou que o tucano teve papel importante na história do movimento estudantil. "Em tempos de valorização dos extremos, sei que é difícil para alguns entenderem que esse diálogo possa ocorrer", escreveu.

Mesmo assim, os ataques continuaram. "Não pactuo ideais com quem abraça inimigos golpistas", protestou um seguidor. "Deu nojo!", exclamou outra leitora, que acrescentou a foto de um bonequinho vomitando.

O linchamento virtual é mais um retrato da intolerância que bloqueia o debate político nas redes. Na terça (9), Serra e Carina ainda pareciam atônitos com a agressividade despertada pela foto. "Essa patrulha já virou uma aberração", me disse a jovem militante. "É muito palavrão. Isso não existia...", lamentou Serra.

Mais Notícias : Lula: "fortão" que prende ou "fraquinho" massacrado
Enviado por alexandre em 10/05/2017 08:42:47

Lula oscila entre 'fortão' que manda prender e 'fraquinho' massacrado

Elio Gaspari – Folha de S.Paulo

Dizendo-se 'massacrado', Lula disse que, 'quem sabe um dia' eu mando prender eles por mentir'

Só Lula e Sérgio Moro sabem o que acontecerá durante a audiência de Curitiba. Se o depoimento anterior do ex-presidente a um juiz federal de Brasília puder ser tomado como referência, "Nosso Guia" transformará a cena num comício.

Numa audiência em que se tratava da tentativa de obstrução da Justiça para impedir a colaboração de Nestor Cerveró, Lula informou que liderou "as greves mais importantes deste país", fundou o "mais importante partido de esquerda da América Latina" e "fez a maior política de inclusão social da história deste país". Enfim, foi "o mais importante presidente da história deste país".

É improvável que lhe seja franqueado esse passeio, pois em depoimentos anteriores o juiz Moro cortou divagações semelhantes. Ele já chegou a bater boca com a defesa de Lula.

Na semana passada, dizendo-se "massacrado" pelas investigações da Lava Jato e pelo noticiário da imprensa, Lula subiu o tom de sua retórica, levando-a a um patamar inédito. Num evento do PT disse que, "se eles não me prenderem, quem sabe um dia eu mando prender eles por mentir".

Lula passou oito anos na cadeira de presidente da República e sabe que, mesmo voltando ao Planalto, jamais poderá mandar prender alguém. (A menos que sente praça no Exército venezuelano ou resolva fazer concurso para delegado, talvez para juiz.)

O surto de onipotência prosseguiu quando ele disse que "não vou permitir que continuem mentindo como estão mentindo a meu respeito". O melhor lugar para dirimir litígios desse tipo é a Justiça, mas num caso de apropriação indébita de foro, Lula julga-se investido do privilégio de negar ao Judiciário as prerrogativas que a Constituição lhe dá.

Para quem já se definiu como uma "metamorfose ambulante", o Lula que responde à Lava Jato dizendo que vai mandar prender seus acusadores parece estar descalibrado. Ele sempre foi um mestre na manipulação do radicalismo alheio em beneficio próprio. Desde os anos 70, quando comandava greves politicamente luminosas e salarialmente ruinosas. Mais tarde, foi da defesa da moratória da dívida externa à "Carta ao Povo Brasileiro" como se sapeasse vitrines de um shopping.

As metamorfoses fazem parte da vida dos políticos e às vezes são virtuosas, mas as transmutações de Lula têm outra característica, exclusiva. Ela foi explicada em 2006 pelo marqueteiro João Santana, depois que ajudou a reelegê-lo. Trata-se de oscilar entre o "fortão" (que manda prender) e o "fraquinho" (que está sendo massacrado).

O Lula atormentado pela Lava Jato é novo. É verdade que nunca foi tão áspero, mas, no fundo, é o velho Lula. Desde que começaram as denúncias do Ministério Público o "fortão" ameaça "percorrer o país". Nunca o fez. Sua última concentração popular deu-se em Monteiro, onde celebrou a transposição das águas do São Francisco.

Agora o comissariado informa que ele cogita fazer um périplo internacional para defender-se no circuito Elizabeth Arden: Nova York, Paris, Roma. A ideia é engenhosa porque nessas cidades, a qualquer hora, há algumas dezenas de pessoas dispostas a defender o "fraquinho" e não há quem se disponha a sair de casa para vaiar o "fortão".

Fogos lançados no acampamento do MST em Curitiba

Postado por Magno Martins

Na madrugada desta quarta-feira, rojões atingiram o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao lado da Rodoferroviária de Curitiba. Os fogos atingiram ao menos uma barraca, que ficou em chamas, e feriram um rapaz identificado como Maicon, socorrido e encaminhado a um hospital da região.

Segundo informações da VEJA, os fogos acertaram pelo menos uma barraca, que ficou em chamas, e feriram um rapaz identificado por assentados como Maicon, professor do acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, interior do Paraná. Ele foi socorrido, consciente, a um hospital da região, com queimaduras no braço e no pescoço.

Logo após o ocorrido, um homem com mochila nas costas foi visto escondido sob um viaduto vizinho ao acampamento. Segundo os militantes, ele pode ter disparado os fogos. O homem fugiu em seguida por uma escada no pilar do viaduto e, depois, correu por uma passarela.

Lula desestressa na véspera do "duelo"

Postado por Magno Martins

Na véspera de seu depoimento ao juiz Sergio Moro, o principal compromisso de Lula nesta terça (9) foi assistir à vitória da Juventus sobre o Monaco na semifinal da Champions League da Europa.

Por sua vez, crítico de Gilmar Mendes, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) disse “não levar a sério” o pedido de impedimento de Janot.

Para ele, o procurador-geral teve apego às normas “políticas e não às jurídicas”.

Em 2016, Damous defendeu o impeachment de Mendes alegando “desrespeito à toga”.

O deputado desembarca nesta quarta (10), às 6h, em Curitiba, para acompanhar o depoimento do ex-presidente Lula. (Folha de S.Paulo – Daniela Lima)

Mais Notícias : Promiscuidade judicial
Enviado por alexandre em 10/05/2017 08:35:19

Promiscuidade judicial

Postado por Magno Martins

Grupo protesta contra o ministro Gilmar Mendes em frente à filial paulista do Instituto de Direito Público

Hélio Schwartsman - Folha de S.Paulo

As decisões do ministro do STF Gilmar Mendes acerca de Eike Batista devem ser anuladas? O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acha que sim. Ele pediu que o Supremo declare o impedimento de Mendes porque sua mulher, Guiomar Mendes, é sócia de um escritório que advoga para Eike em questões cíveis. Mais, como o ex-sétimo homem mais rico do mundo deve honorários à banca, Guiomar é tecnicamente credora da parte, o que poderia determinar, além do impedimento, a suspeição.

De minha parte, penso que o impedimento e a suspeição são pouco usados na Justiça brasileira. Nunca me pareceu muito prudente, por exemplo, que o ministro Dias Toffoli, que foi subordinado de José Dirceu no governo petista, tenha atuado como julgador do ex-ministro.

Não estou aqui sugerindo que magistrados atuam sempre com intenções escusas. Mas, se há algo que a literatura psicológica das últimas décadas mostra com clareza, é que que predisposições emocionais, mesmo que pareçam insignificantes e passem abaixo do radar da consciência, podem influir sobre o processo decisório. Uma loja de vinhos venderá mais produtos franceses se tocar música francesa, e os clientes não terão a menor ideia de que o som de fundo afetou suas escolhas de compra.

Não creio, porém, que o problema tenha solução fácil. E a razão para isso é que advogados são uma categoria com fortes traços endogâmicos. Eles não só tendem a casar-se entre si como ainda têm filhos que também se tornam advogados. O resultado é um ambiente algo promíscuo. Reportagem de Frederico Vasconcelos publicada no ano passado mostrou que um terço dos ministros do STJ tinha cônjuges ou filhos advogando na corte. O próprio Rodrigo Janot tem uma filha que advogou para a Odebrecht, a OAS e a Petrobras, o que por analogia bastaria para anular sua participação em todos os atos da Lava Jato. Como sair dessa encrenca?

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